sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo

Devemos conhecer o passado para evitarmos de cometer os mesmos erros, mesmo assim devemos guardar os momentos felizes de alegria, paz e harmonia sempre em busca de concretizar nossos sonhos em busca da felicidade.
Que 2012 seja um ano zilhões de vezes melhor que 2011, repleto de muitas coisas excelentes, com o coração e a alma livre de ódios, rancores e maldades.
Devemos entender estas coisas como ter saúde, poder gostar de quem gosta de nós, poder amar quem te ama, poder ter amigos de verdade, mesmo que estes sejam poucos, para dar boas risadas, poder viajar, poder conhecer novos lugares, poder cruzar com pessoas diferentes que te inspirem poder ter boas idéias, poder transformar estas boas ideias em realidade, poder ter prazer no que faz, poder mergulhar no mar, caminhar por belas matas, poder ler boas historias, poder assistir a bons filmes, poder dar mais algumas boas risadas além das que ja demos algumas linhas acima, poder dormir com quem nos ama, poder acordar com quem nos ama, poder ter amigos trabalhando conosco, poder não se importar com a quantidade mas sim com a qualidade, poder melhorar o lugar onde moramos, poder dar conforto a sua familia, poder sobrar algum dinheiro no fim do mes, poder ter opinião, poder saber que podemos ser muita coisa.
Devemos fazer de tudo para agregarmos novos valores ao nosso conhecimento, sempre com com muito discernimento e sabedoria
E para poder, basta querer. Não espere que alguém faça tudo isso por vc, arregasse as mangas, pense positivo, não faça com os outros o que vc não gostaria que fizessem com vc.
Feliz Ano Novo.
Bjs 1000 em teus corações

sábado, 24 de dezembro de 2011

Brasil e Israel desenvolverão biocombustíveis

Empresas do Brasil e de Israel fazem acordo para desenvolver biocombustíveis a partir de sementes de mamona.
A empresa israelense Evogene, pioneira em tecnologia para o melhoramento genético de plantas, e a SLC Agrícola do Brasil anunciaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento e cultivo de sementes de mamona como matéria prima para biocombustíveis no semiárido nordestino.
O acordo veio na sequência de testes recentes no Nordeste brasileiro, que mostraram que as cepas da planta desenvolvida pela Evogene têm maior potencial de rendimento do que as variedades atualmente disponíveis.
A Evogene tem foco na definição do genoma de certas espécies vegetais, com o objetivo voltado para potencializar as melhores características produtivas; permitir melhores práticas de cultivo ligadas à mecanização agrícola e obter melhores respostas no uso de defensivos agrícolas.
O mercado de biocombustíveis vem aumentando nos últimos anos, atingindo o valor de US$ 18 bilhões em 2010; o mercado de biocombustível para aviação deve chegar a 15 bilhões de litros em 2020. (noticiasagricolas)

Resíduos vegetais geram parte da energia gasta

Biomassa: resíduos vegetais podem gerar até um terço de toda a energia consumida no país.
Os resíduos vegetais deixados no campo pelo agronegócio têm potencial para gerar de 120 milhões a 130 milhões de MW/h de energia ao ano – cerca de um terço de toda a energia consumida no país. Teoricamente, para transformar essa biomassa em energia, bastaria retirar 40% do material deixado nas plantações. “Com isso, não haveria nenhum tipo de dano do ponto de vista de recuperação do solo”, observa Luciano Basto, pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). No entanto, o alto custo do transporte dos resíduos torna o negócio pouco atraente.
O aproveitamento do bagaço de cana é praticamente uma exceção. “Como a produção de açúcar e álcool inclui o transporte da cana até a área de processamento, e o resíduo fica lá mesmo, isso facilita o aproveitamento da biomassa. Nas outras culturas, o resíduo é deixado no solo da plantação ou queimado no local”, explica Basto. “Já gerar energia a partir dos restos do milho ou da soja sai bem mais caro.”
Para gerar energia, a biomassa vegetal passa por processo de queima de material orgânico para a geração de calor e de vapor, que movimenta uma turbina geradora. “Toda queima de material gera uma quantidade de CO2, mas nesse caso, esse total é anulado pela fotossíntese do CO2 na fase de crescimento da planta”, informa Basto.
O potencial brasileiro para geração de biomassa atrai empresas e institutos de pesquisas no exterior. A Coppe/UFRJ firmou convênio com a universidade chinesa de Tsinghua e a companhia dinamarquesa Novozymes, maior produtora mundial de enzimas, para testar matérias-primas brasileiras em processo de produção de biocombustíveis de 2ª geração. “Os chineses detêm tecnologia que usa enzimas para reaproveitar a borra gerada por plantas usadas na produção de biodiesel”, diz Ricardo Villela, pesquisador da Coppe/UFRJ.
Segundo ele, se tudo der certo, a tecnologia será licenciada no Brasil pela Coppe/UFRJ, com royalties compartilhados com a universidade chinesa. O uso da borra, diz ele, pode viabilizar novos projetos de biodiesel. “O óleo de palma é mais caro que o biodiesel, e muitas vezes ele não compensa para o agricultor”, explica. “Mas se ele produzir o combustível a partir da borra, ganha um novo produto e se livra de um passivo ambiental.”
Outro projeto da Coppe/UFRJ visa a produção de etanol a partir da hidrólise da celulose no bagaço de cana. “Com isso podemos aumentar em até 50% o aproveitamento energético da cana”, diz Villela. No processo normal, apenas um terço da energia contida na planta é aproveitada. A pesquisa vem sendo realizada em parceria com o Instituto de Química da UFRJ e conta com o financiamento da Jica, agência de cooperação tecnológica do Japão.
Há também grande potencial energético no uso de dejetos de aves, suínos e bovinos. Há décadas, esses resíduos provocam graves problemas ambientais no Oeste do Paraná, onde os rebanhos confinados contam com 1,5 milhão de suínos e 500 mil cabeças de gado leiteiro e se produz 40 milhões de aves. O problema é que a receita gerada pela carne e pelo leite não paga o tratamento desse resíduo.
A solução é usar o material para geração de energia e produção de biofertilizantes. Com o apoio da Itaipu Binacional, grandes, médios e pequenos produtores da região geram quase 7 mil m3 de biogás por dia, atendendo suas próprias necessidades energéticas, reduzindo a emissão de CO2 e a poluição nos rios. Em quatro anos e meio, foram investidos R$ 6,5 milhões no projeto. “A potência instalada é de apenas 700 KVa, mas para esses produtores é como ter uma Itaipu particular”, diz Cícero Bley Jr., superintendente de energias renováveis da companhia geradora. E os pecuaristas e avicultores podem vender o excedente para a Companhia Paranaense de Energia (Copel), segundo Bley Jr. “Uma das granjas, a Colombari, que tem 4,2 mil suínos, vem obtendo receita adicional de quase R$ 30 mil por ano com o excedente de energia.”
Reaproveitar a biomassa ajuda a garantir a autossuficiência energética da Veracel. A fabricante de celulose gera até 15 mil MW/h, suficiente para atender a uma cidade com 50 mil habitantes. E, apesar de operar com cerca de 30% de capacidade ociosa nas plantas de geração, gera a própria energia e vende excedentes a clientes cativos e para o mercado spot. “A maior parte da nossa energia é gerada a partir do ‘licor’, resíduo que mistura elementos orgânicos e inorgânicos formados pelo cozimento do material para fabricação de celulose”, diz Ari Medeiros, diretor de operações da empresa baiana. “A biomassa de eucalipto responde por 7% do total gerado.” Os US$ 25 milhões investidos na planta de biomassa foram amortizados em cinco anos, informa o executivo. (EcoDebate)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Veículo Elétrico: saída com muitas Belo Monte

As mudanças climáticas têm gerado uma preocupação crescente em relação às emissões de gases de efeito estufa (GEE). Nesse cenário, a substituição dos carros utilizados hoje por equivalentes movidos a eletricidade é vista como uma alternativa bastante atraente para redução das emissões de poluentes. Mas o que muitos ignoram é que tal mudança pode representar um acréscimo significativo na demanda por energia elétrica. Segundo cálculos da consultoria Andrade & Canellas, a substituição dos veículos hoje em circulação no Brasil por modelos elétricos exigiria que o parque gerador brasileiro produzisse mais 190.108 GWh por ano. Ou seja, para que o sistema elétrico nacional gerasse energia suficiente para abastecer toda a frota atual de veículos leves movidos a gasolina ou etanol, seria preciso construir cinco usinas hidrelétricas como a de Belo Monte ou três usinas como a de Itaipu.
Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o Brasil possui, hoje, cerca de 39 milhões de veículos leves emplacados. Cada um deles consome, em média, 1,4 toneladas equivalentes de petróleo (tep) por ano, o que resulta num gasto total de 54 milhões de tep pela frota de automóveis leves. Esse volume se deve, em parte, ao desempenho dos motores a combustão interna, que trabalham com níveis de eficiência médios de apenas 27%.
Os motores elétricos apresentam níveis de eficiência superiores, da ordem de 90%. Assim, se toda a frota for convertida para automóveis que utilizam eletricidade, o consumo total cairia para pouco mais de 16 milhões de tep por ano, o que equivale a 190.108 GWh. Mas, apesar da redução no volume de energia utilizada, o montante representa uma quantidade significativa. Só para se ter ideia, a usina de Itaipu produziu cerca de 71.744 GWh no último ano, ou seja, pouco mais de um terço do total que seria gasto pelos carros elétricos. A usina de Belo Monte, quando estiver operando plenamente, deve gerar por volta de 39.360 GWh por ano, valor cinco vezes menor do que a nova demanda.
“Em princípio, os veículos elétricos são opções interessantes para descarbonização da matriz de transportes. Mas é preciso atenção porque a eletricidade para abastecê-los terá de ser produzida de alguma forma, o que exigirá investimentos significativos no parque gerador e na infraestrutura de transmissão e distribuição”, afirma a gerente do Núcleo de Energia Térmica e Fontes Alternativas da Andrade & Canellas, Monica Rodrigues de Souza.
A especialista lembra que, além dos impactos ambientais de cada uma das fontes de energia – sejam elas fósseis ou renováveis –, é preciso considerar algumas questões econômicas. “O Brasil deve ampliar de maneira muito consistente a produção de petróleo nos próximos anos. Diante desse fato e da disponibilidade de etanol a custo competitivo no país, a questão do carro elétrico precisa ser avaliada de maneira ampla, não apenas como uma panaceia que resolverá todo o problema da mudança climática”, conclui Monica. (ambienteenergia)

Cabos? Isso é passado

A Nissan apresentou uma forma de carregar as baterias do Leaf sem recorrer a qualquer tipo de cabos.
O sistema já é conhecido e passa por estacionar o carro eléctrico debaixo de um dispositivo que carrega as baterias por indução. No caso do Nissan Leaf, acontece exatamente a mesma coisa. O proprietário só tem que estacionar o modelo nipónico debaixo de um dispositivo colocado no chão e esperar oito horas para que o carregamento fique concluído, tal como sucede com os cabos.

A Nissan comunica ainda que o aparelho pode estar exposto ao ar livre e suporta qualquer condição climática adversa. Para iniciar o carregamento, o utilizador apenas terá que utilizar um Smartphone.
No entanto, este dispositivo só estará disponível em 2013 e os atuais proprietários do Leaf não poderão usufruir desta nova tecnologia.
No futuro, estes sistemas serão instalados nas estradas, para que um carro eléctrico possa ser carregado em andamento. (e-move.tv)

Nissan Leaf, recarga sem precisar de cabos

Nissan Leaf, carro elétrico mais vendido do mundo, recarregará baterias sem precisar de cabos
Modelo estará disponível em 2014

Muitos estavam aguardando uma queda dos preços do Nissan Leaf assim que as vendas do inovador carro elétrico começassem a crescer. Segundo o Green Auto Blog, não apenas o preço do veículo vai cair, como um novo modelo já está sendo preparado, e terá muitas novidades interessantes.
Detalhe do recarregador sem fios do novo Nissan Leaf (Dvice)
O Nissan Leaf, carro elétrico mais vendido do mundo, terá o preço revisado para baixo – hoje ele custa cerca de 35 mil dólares, devendo chegar perto dos trinta com o desconto. Além de ficar mais barato, oferecerá mais opcionais e recursos. Mas a principal novidade, segundo o site britânico Auto Express, é que o novo modelo do veículo poderá ser recarregado a partir de uma estação de carga que não usa cabos: o motorista precisa apenas estacionar o carro sobre o carregador.
O sistema também pode ser usado de forma inversa: a barteria do carro pode ser recarregada nos horários em que a eletricidade é mais barata e usada para alimentar uma residência nos momentos em que a eletricidade é mais cara – no Japão existe essa diferenciação de consumo. Segundo a Nissan, uma residência japonesa típica consome de 10 a 12 kWh por dia. A capacidade das baterias do Leaf é de 24 kWh – mais que suficiente.
O futuro Nissan Leaf, com o carregador sem fio, deverá estar disponível para vendas em 2014. O sistema de alimentação de residências pela bateria do carro deve estar no mercado já em 2012 e funcionará também com as versões anteriores do Leaf.
Um vídeo mostrando mais detalhes sobre como o futuro carregador sem fio funcionará no Leaf pode ser assistido pelo atalho http://goo.gl/YLLe2
A Nissan espera trabalhar com a Toyota para criar um padrão para esses recarregadores, diluindo entre muitas empresas os custos de pesquisa e abrindo o mercado para mais concorrência, o que aceleraria a adoção dos carros elétricos e a aposentadoria dos motores a combustão. (yahoo)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

R$ 400 milhões em projetos estratégicos

Energia Solar: R$ 400 milhões em projetos estratégicos
O número de iniciativas para estimular a geração de energia solar fotovoltaica no país está em alta. Seja na indústria, em órgãos de governo como o Ministério de Minas e Energia ou nas universidades os projetos ou grupos de trabalhos se multiplicam.
Na área de pesquisa, o tema também avança, como mostra o programa de pesquisa e desenvolvimento estratégico da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) chamado de “Arranjos técnicos e comerciais para inserção da geração solar fotovoltaica na matriz energética brasileira”.
A inicitiva envolve o desenvolvimento de 18 projetos, que somam 24,5 MW de potência, e investimentos de R$ 395,9 milhões. A lista de empresas que realizam pesquisas na área inclui, por exemplo, Furnas, Chesp, Cesp, Petrobras, Tractebel, Cemig, MPX, Copel, Eletrosul e CPFL Piratininga. Os projetos em estudo somam capacidade instalada que varia de 0,5 MW a 3 MW.
Os maiores projetos, com 3 MW de potência, pertecem as seguintes empresas: Furnas, Chesf, Tractebel e Copel. Os dados divulgados pela Aneel durante a Rio Solar – Fórum Nacional de Energia Solar – Avanços Tecnológicos e Viabilidade Econômica, em novembro, evento que marcou o lançamento da Carta do Sol. (ambienteenergia)

Estudo sobre energia solar até o início de 2012

EPE encaminha ao MME estudo sobre energia solar até o início de 2012
Tolmasquim defende contratação de pequenas quantidades da fonte em eventuais leilões, que dependem de decisão do ministério.
A Empresa de Pesquisa Energética praticamente concluiu o estudo sobre a introdução da energia solar na matriz energética nacional. A expectativa do órgão é encaminhar o documento para o Ministério de Minas e Energia nos próximos dias ou no máximo no início de 2012. "Estamos fazendo as últimas revisões", afirmou Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia concedida na semana passada.
O executivo afirmou que o estudo é dividido em duas partes - uma ligada a introdução da energia solar descentralizada e outra sobre a contratação através de leilões de maneira concentrada. "Então, estamos estudando as duas maneiras de introduzir a solar", observou Tolmasquim. A realização do estudo foi antecipada pela Agência CanalEnergia no final de setembro deste ano.
Segundo Tolmasquim, há condição de começar a introduzir a energia solar no país. Ele lembrou que a fonte ainda é mais cara que as outras, mas que os preços vem caindo rápido nos últimos anos, tendência que deve continuar nos próximos anos. "Então, temos que começar de hoje, claro não contratando em grandes quantidades, mas contratando uma quantidade que permita formar uma massa crítica no setor", frisou.
A entrada da fonte nos leilões de energia nova depende do Ministério de Minas e Energia. Mas o executivo salientou que é a favor de uma contratação de energia solar em pequenas quantidades. Tolmasquim acha que a iniciativa da Agência Nacional de Energia Elétrica de estabelecer o net metering, ou seja, a possibilidade de venda de energia, para a geração distribuída deve beneficiar a fonte.
"Mas eventualmente talvez precisa-se de outros tipos de apoio, além dessa questão do net metering. E é isso que na parte descentralizada, a EPE vai analisar e propor", ponderou. (canalenergia)

O desafio solar

O Brasil conta com insolação privilegiada e com abundante disponibilidade de silício de boa qualidade, mas ficamos vergonhosamente para trás.
Em menos de dois anos a China tornou-se líder no mercado de energia solar. Em 2010, passou a dominar 50% dele, e estima-se que até o final deste ano possa chegar a 65%.
As consequências dessa investida foram particularmente sentidas nos EUA, com a falência de fabricantes de painéis solares, como a Solyndra, da Califórnia, que recebera subsídios do governo federal muito criticados pelos republicanos que defendem interesses de empresas de petróleo e térmicas à carvão.
A queda média nos preço de painéis solares foi de 42% desde 2010. Na China, o quilowatt solar ainda custa o dobro, mas as curvas estão convergindo rapidamente na medida em que o preço do solar cai e o carvão -que a China já começa a importar- sobe de preço.
Visitei duas fábricas solares chinesas. A Shanghai Solar e a Yngli, perto de Pequim. A primeira pertence à empresa aeroespacial chinesa, e seu forte é pesquisa e inovação. Produz modelos diferentes de fotovoltaicas poli e monocristalinas.
Já a Yngli, a segunda maior da China, controla praticamente todo o ciclo fotovoltaico: das pedras de silício recém-mineradas aos blocos compactos que refina, purifica e retalha para células. Logo, com seus robôs, a uma velocidade alucinante, monta-as em painéis. A Yngli é totalmente privada e comandada “manu miliatri” por Miao Lian Sheng, peculiar capitão de indústria, amigo do presidente Hu Jintao.
Em 2008, a empresa produzia menos de 20 megawatts/hora em painéis; sua produção está programada para chegar a 1,7 gigawatts/hora, neste ano, e a 2,7, em 2012.
Vem investindo em maior rendimento e vida útil das fotovoltaicas, bem como no armazenamento de energia solar. Apostam no “Flyweel”, um cilindro com dispositivo de rotação em altíssima velocidade que substitui as baterias, ponto vulnerável das instalações solares atuais.
O Brasil tem uma insolação privilegiada e abundante disponibilidade de silício de boa qualidade, mas ficou deitado em berço esplêndido enquanto Alemanha, Espanha, EUA e China investiam e competiam. Ficamos vergonhosamente para trás. Não há mais tempo para reinventar a pólvora e nos tornarmos competitivos em painéis. Precisamos encontrar outros nichos.
Também não cabe adotarmos as tarifas “feed-in”, que remuneram o solar até quatro vezes mais que o preço da energia convencional. Temos tarifas elétricas muito caras, mas também recursos de pesquisa e desenvolvimento nas concessionárias que podem subsidiar o solar numa primeira fase.
Precisamos dispor de redes “inteligentes”, capazes de receber a produção solar de telhados e fachadas, medi-la e abatê-la da conta de luz do consumidor. As concessionárias deverão ter que comprar pelo mesmo preço que lhe vendem.
Precisamos estimular o solar em prédios públicos, equipamentos e edificações de apoio à Copa do Mundo, aos Jogos Olímpicos e, combinado com o aquecimento solar da água, em programas de habitação.
O solar brilha à nossa porta. Vamos deixar que entre? (EcoDebate)

Pesquisa: sistema solar para ônibus

O estudante Kaiodê Biague, do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (MG), venceu o prêmio Jovem Cientista,  com projeto que buscou integrar o transporte público de qualidade com a geração de energia renovável, por meio da instalação de mini-usinas solares fotovoltaicas em sistemas de transporte rápido por ônibus, o chamado BRT (Bus Rapid Transit) . Biague venceu na categoria estudante do ensino superior. Já na categoria estudante graduado, Karin Regina de Castro Marins, da USP, ficou na segunda colocação, com o trabalho Ferramenta computacional para planejamento de cidades limpas e energeticamente eficientes.
Esta foi a 25ª edição do prêmio, que é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), em parceria com a Fundação Roberto Marinho (FRM), a Gerdau e a General Eletric (GE). A organização do prêmio recebeu 2.321 trabalhos, número 7% maior que em 2010. Estudantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal estão entre os contemplados desta edição.
A entrega do prêmio ocorreu, na semana passada, pela presidente da República, Dilma Rousseff. A solenidade aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, e teve a presença de ministros, embaixadores, parlamentares, pesquisadores e estudantes. “O Prêmio Jovem Cientista é de fato um estímulo, na medida em que afirma que existem talentos e que eles devem ser identificados. Para um país como o nosso é crucial que valorizemos a prática e o exercício da ciência. A dedicação à ciência é algo que o Brasil desse século recompensa e recompensará porque precisa”, destacou a presidente.
Na categoria Graduado, os vencedores são contemplados com R$ 30 mil (1º lugar); R$ 20 mil (2º lugar) e R$ 15 mil (3º lugar). Para estudantes de ensino superior, os prêmios são de R$ 15 mil (1º lugar), R$ 12 mil (2º lugar) e R$ 10 mil (3º lugar). Estudantes do ensino médio classificados em 1º, 2º e 3º lugares recebem um computador e uma impressora multifuncional cada um. (ambienteenergia)

Novo material armazena calor do Sol

Novo material armazena calor do Sol para aquecer casas
Um material barato, capaz de armazenar calor durante o dia para depois liberá-lo lentamente à noite, poderá ajudar a aquecer casas em regiões ensolaradas do mundo, mas que esfriam muito à noite. E sem queimar madeira ou combustíveis fósseis. O material, feito de parafina e ácido esteárico, foi desenvolvido na Índia e mereceu um artigo na mais recente edição do Journal of Renewable Energy Technology.
Durante o dia, o composto derrete e se torna líquido. Depois, à noite, ele congela, liberando o calor que absorveu durante todo o dia.
O grupo de pesquisadores indianos testou cápsulas esféricas com apenas 4 centímetros de diâmetro contendo a mistura de parafina e ácido esteárico - uma substância utilizada na fabricação de sabão muito barata no mercado indiano.
Os cientistas já descobriram que podem reduzir muito os custos diminuindo a proporção de parafina - uma substância mais cara -, sem diminuir a eficiência do produto. (OESP)

Energia Solar: por uma política agressiva

O grupo setorial de sistemas fotovoltaicos da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), em parceria com a Unicamp/Nipe, promoveu, em novembro, no auditório do Instituto de Engenharia, em São Paulo, o seminário Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica.
Na ocasião, o diretor do grupo setorial fotovoltaico da Abinee, Leônidas Andrade, ressaltou que o Brasil precisa de ousadia na implantação de políticas para o desenvolvimento de soluções fotovoltaicas, visando a atração de toda a cadeia produtiva no país.
Ele afirmou, também, que o grupo da Abinee teve um trabalho intenso em seu primeiro ano de atividade nas discussões sobre tributação, normas e política industrial voltadas ao segmento. “Os resultados começam a surgir e esperamos que 2012 represente um verdadeiro marco para a indústria fotovoltaica no Brasil”, destacou.
O evento, que contou com a participação de especialistas brasileiros e do exterior, teve como objetivo apresentar a situação mundial do desenvolvimento do mercado fotovoltaico de conexão à rede, além de debater o andamento da regulamentação no Brasil. O seminário também destacou os desafios da introdução da geração fotovoltaica na matriz energética brasileira. (ambienteenergia)

domingo, 18 de dezembro de 2011

Protestos de Pescadores japoneses

Após protestos de Pescadores japoneses, Tepco desiste de lançar água de Fukushima no mar
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi, resolveu ouvir os protestos de pescadores japoneses e desistiu de lançar a água da central ao mar, informou a emissora NHK nesta sexta-feira.
O anúncio foi feito no dia em que o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, deve divulgar a “parada fria” nos reatores 1, 2 e 3 de Fukushima.
Isso significa que as temperaturas dessas unidades estão estabilizadas abaixo de 100 graus centígrados e que os vazamentos regrediram de forma substancial.
No entanto, a Tepco ainda tem dificuldade para manejar a água radioativa que inunda a usina –que depois é bombeada e reciclada para refrigerar os reatores afetados– diante da falta de espaço para armazenar o líquido extraído das instalações.
É por isso que em 8 de dezembro a companhia anunciou um plano para lançar parte da água, previamente descontaminada, ao mar, o que provocou os protestos da Associação Nacional de Cooperativas de Pesca.
A insatisfação dos pescadores levou a Tepco a cancelar o plano e a anunciar que não lançaria a água ao oceano sem a aprovação prévia do Ministério de Pesca e de outras instâncias do Governo, segundo a NHK.
A emissora também informou nesta sexta-feira que o ministro encarregado de lidar com a crise nuclear visitará a zona afetada no fim de semana para analisar com líderes municipais a gestão das zonas de evacuação ao redor da usina.
O terremoto e o posterior tsunami de 11 de março provocaram na usina nuclear de Fukushima Daiichi o pior acidente nuclear dos últimos 25 anos, o que fez com que mais de 80 mil pessoas fossem retiradas de suas casas e afetou pecuária, agricultura e pesca locais. (EcoDebate)

Fukushima levará 40 anos para ser desativada

Usina de Fukushima levará 40 anos para ser desativada, diz Tepco
A empresa que administra a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão, informou em 15/12/11 que a desativação completa da central levará cerca de 40 anos. A direção da Tepco, que administra a unidade, explicou que há uma agenda para que a desativação ocorra. Em 11 de março deste ano, houve uma série de vazamentos e explosões na usina em decorrência de terremoto seguido de tsunami no Japão.
De acordo com a agenda definida pela Tepco, seguindo orientações da Comissão de Energia Atômica do Japão, o combustível nuclear utilizado nas piscinas dos reatores 1 a 4 começará a ser retirado nos próximos dois anos – um ano antes do previsto e será armazenado nas próprias instalações da central.
Já o combustível dos reatores 1, 2 e 3 será retirado em um prazo de 25 anos. Depois, será iniciado o trabalho de desativação das demais unidades – o que deverá ocorrer em 15 anos. A agenda, segundo especialistas, levou em consideração a possibilidade de os operários trabalharem em condições de elevada radioatividade.
Preocupadas com as ameaças radioativas, as autoridades japonesas mantêm em vigor a ordem de esvaziamento da área de 20 quilômetros em volta da usina. Cidades inteiras foram esvaziadas e as pessoas passaram a viver de forma provisória. O consumo dos produtos agrícolas e de origem animal da região de Fukushima foi proibido por medida de segurança. (EcoDebate)

Água contaminada de Fukushima no mar?

Tepco, operadora da usina nuclear danificada de Fukushima, pode despejar água contaminada no mar
A operadora da usina nuclear danificada de Fukushima, no Japão, está considerando despejar no oceano a água que foi tratada para a contaminação radioativa, e isso pode ocorrer ainda em março, disse a empresa em 08/12/11, incitando protestos de grupos pesqueiros.
A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da usina Fukushima Daiichi, que foi atingida por um massivo tsunami em março e desencadeou o pior acidente nuclear em 25 anos no mundo, disse estar ficando sem espaço para armazenar parte da água que foi tratada na usina devido ao influxo de água do solo.
“Gostaríamos de aumentar o número de tanques para acomodar a água, mas será difícil fazer isso indefinidamente”, disse o porta-voz da Tepco, Junichi Matsumoto, a jornalistas.
Segundo ele, a usina provavelmente atingiria sua capacidade máxima de armazenagem, de aproximadamente 155 mil toneladas, em março ou perto dessa data.
A Tepco pretende estudar novos meios para lidar com o resíduo radioativo e deve apresentar suas propostas à agência reguladora do setor nuclear para aprovação.
“O governo não deveria, não deve, aprovar um plano que permita à Tepco despejar no oceano a água tratada”, disse Kenji Sumita, professor emérito da Universidade de Osaka e especialista em engenharia nuclear.
“A realidade é que a armazenagem semipermanente é a única solução disponível diante das limitações tecnológicas atuais. A Tepco pode ter de encontrar espaço de armazenagem e buscar uma descoberta tecnológica nos próximos anos que permita à empresa condensar e reduzir consideravelmente o volume de água contaminada.”
O reconhecimento dessa dificuldade é um passo atrás para a empresa, que parece estar progredindo em seu processo de limpeza. A Tepco construiu um sistema de resfriamento que não requer mais o bombeamento de grandes quantidades de água, além de outro mecanismo, baseado em tecnologias da França, EUA e do próprio Japão, para descontaminar uma grande piscina de água que abastecerá o sistema de resfriamento.
A empresa disse que os representantes de uma federação nacional de cooperativas pesqueiras visitaram nesta quinta-feira a sede da Tepco, em Tóquio, para protestar.
A empresa disse estar avaliando o potencial impacto ambiental de jogar fora a água que estava acumulando na usina, mas se for obrigada a tomar essa decisão, despejaria a água que tiver o menor efeito no ambiente.
Dezenas de milhares de toneladas de água contaminada com radiação se acumulam no começo da crise na usina, localizada a 240 quilômetros a noroeste de Tóquio, depois que a Tepco tentou resfriar os reatores com água coletada, em sua maior parte, do oceano. O resfriamento era necessário para evitar o superaquecimento dos reatores após o derretimento das barras de combustível. (EcoDebate)

A responsabilidade da questão questão nuclear

‘Para a questão nuclear, nunca há responsáveis’, diz especialista japonês
Professor-assistente no laboratório de pesquisas sobre os reatores nucleares na Universidade de Kyoto Hiroaki Koide é uma das figuras mais ouvidas na questão da energia atômica no Japão. Por questionar a política do governo, ele foi mantido durante quase quatro décadas em uma espécie de “purgatório” do meio científico, assim como outros pesquisadores que compartilham das mesmas ideias. Ele permaneceu como “assistente”, sem responsabilidades e recebendo orçamentos parcimoniosos.
Seus livros com alertas contra os riscos da energia nuclear passaram despercebidos. Desde a catástrofe de Fukushima, suas duas últimas obras, publicadas em 2011 (“Basta de nuclear” e “A Mentira Nuclear”), não traduzidas, passaram a figurar entre os seis livros mais vendidos. Dentre os blogs dedicados ao acidente de Fukushima, o que contém suas palestras é um dos mais acessados.
Após o terremoto e o tsunami que atingiu o Japão em março, uma área num raio de 20 quilômetros da usina de Fukushima foi considerada zona de exclusão. Pequenos incidentes também foram registrados nas usinas de Onagawa, Tokai e Fukushima Daini, mas controlados. O nível do acidente nuclear japonês chegou a 7, o mesmo do acidente na central nuclear de Tchernobil, em 1986. A área de risco onde estão localizadas algumas usinas vai obrigar o país a rever a segurança de grande parte das mais de 50 usinas do país.
Le Monde: Nove meses após Fukushima, que lições foram aprendidas?
Hiroaki Koide: Os reatores são máquinas manipuladas pelo homem, e este não é infalível. Depois dos meus estudos, eu quis dedicar minha vida à energia atômica. Eu era um estudante até conservador. Depois, no início dos anos 1970, assisti a manifestações contra a construção da usina de Onagawa. Eu não entendia o porquê. Pouco a pouco, ao longo das minhas pesquisas, fui me conscientizando dos perigos da energia nuclear. Não somente no Japão, por causa dos terremotos e dos tsunamis. No estado atual da ciência, a energia nuclear é perigosa. Em todos os lugares.
Le Monde: O que o senhor acha da atitude do governo japonês?
Koide: Tenho vergonha. Sua reação ao desastre foi condenável em mais de um nível: subestimação dos riscos, dissimulação de informações e atraso na evacuação das populações, que no início foram convidadas a deixar os locais dentro de um raio de 3 quilômetros “por precaução”. Depois as zonas de evacuação foram ampliadas em círculos concêntricos, sendo que as ondas de radioatividade se movem em função do vento.
Le Monde: O que o governo deve fazer?
Koide: Parar imediatamente as usinas. Se houver um novo acidente dessa dimensão, o Japão não vai conseguir se recuperar. A ameaça da falta de eletricidade é uma ilusão: se reativarmos as usinas hidráulicas e térmicas, atualmente paradas, haverá energia suficiente.
Le Monde: A maioria dos pesquisadores apoiou durante anos a política de Tóquio. Por quê?
Koide: A promoção da energia nuclear é a política do Estado. Os meios acadêmicos e a mídia foram atrás. E os cientistas, perdidos no mundo deles, renunciaram à sua responsabilidade social. O Estado e as operadoras das usinas quiseram acreditar – ou assumiram o risco de acreditar – que não ocorreria um acidente.
Le Monde: Mas os japoneses, primeiro povo a adotar a energia nuclear, conhecem os riscos…
Koide: Para muitos japoneses, existe uma diferença entre a bomba atômica e a energia nuclear. Além disso, há o jogo de interesses econômicos e políticos. A energia nuclear é muito rentável para as companhias de eletricidade [os japoneses pagam mais caro por sua eletricidade do que o resto do muno], as gigantes industriais, como a Mitsubishi Heavy Industries, a Toshiba, a Hitachi, envolvidas na construção das usinas, seguem sua lógica de rentabilidade e o Estado “solta suas rédeas”.
E também há a questão política: embora o Japão, como estipulado por sua Constituição, tenha renunciado à guerra, pretende ter uma capacidade nuclear que lhe permita dispor de matéria físsil para poder, se for o caso, construir rapidamente uma bomba. Por fim, há municípios pobres que acreditam que uma usina nuclear lhes traria prosperidade, sem medir os riscos.
Le Monde: O senhor acredita que a história da energia nuclear é uma história de discriminação…
Koide: A produção desse tipo de energia depende do sacrifício de certas categorias sociais. As usinas não são construídas perto das cidades que elas abastecem de energia, mas em regiões atrasadas cujas populações não sabem se defender. Quem sofre os riscos máximos de radiação não são os empregados das operadoras das usinas, que em sua maioria são sindicalizados, mas sim os terceirizados: 86% das vítimas de radiação, por terem trabalhado perto dos reatores, são os “ciganos do nuclear”, ou seja, operários temporários.
Le Monde: O governo quer virar a página: a palavra de ordem é “reconstruir”, “descontaminar”…
Koide: O que chamamos de “aldeia nuclear” – o lobby pró-nuclear– permanece no lugar. A descontaminação é uma nova fonte de lucro para ela, e a reconstrução é um manancial para as empresas de engenharia civil. Se quiserem descontaminar, é todo o departamento de Fukushima que deve ser descontaminado. Mas para onde vão transportar a terra radioativa?
Le Monde: “Virar a página” também significa apagar as responsabilidades?
Koide: Da mesma forma que em acidentes anteriores, de dimensão muito menor, não houve responsáveis. Há interesses demais em jogo.
Le Monde: Após o acidente, houve manifestações antinucleares, mas não um movimento da opinião pública. Por que essa apatia?
Koide: Também me pergunto isso. Os japoneses tendem a respeitar as hierarquias e a burocracia. Ademais, a quem eles vão procurar? Não há um intermediário político: e menos ainda com os democratas no poder desde 2009, com muitos deputados que dependem dos sindicatos do setor da energia elétrica e da indústria pesada.
Le Monde: No entanto, a História mostra –as lutas operárias dos anos 1950, os movimentos de cidadãos contra as doenças causadas pela poluição – que os japoneses nem sempre são passivos…
Koide: No primeiro caso, havia sindicatos fortes, que foram esmagados. No segundo, logo se viram os trágicos efeitos da poluição: o nascimento de crianças com problemas mentais e motores. E a opinião pública despertou. No caso de Fukushima, haverá vítimas, provavelmente muitas, mas o mal se propaga lentamente e a conscientização corre o risco de seguir o mesmo caminho. (EcoDebate)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Bioenergia: um olhar para a África

Em sua décima segunda edição, a Revista Brasileira de Bioenergia volta seu olhar para o continente africano; mais especificamente, para seus potenciais na geração de energia a partir de biomassa, seus obstáculos nessa geração, seus contrastes e suas perspectivas. Desta forma, a Revista Brasileira de Bioenergia busca mostrar iniciativas e potenciais em bioenergia fora do Brasil, em outros cantos do mundo.
Dentre estas iniciativas, encontra-se o projeto Cogen for Africa, que visa a levantar dados abrangentes e atuais sobre o potencial de desenvolvimento bioenergético africano. Seu coordenador, Stephen Karekezi, é o entrevistado desta edição da Revista Brasileira de Bioenergia, na qual revela que a África Subsaariana tem uma vasta base de recursos energéticos a ser explorada, mas que também é dona de um sistema retrógrado de distribuição.
A África retorna, ainda, na seção Projetos do Cenbio, acompanhada pela Ásia e América Latina: países nos três continentes em questão foram objeto do estudo Bioenergy and Poverty Alleviation, organizado pela Rede Global em Energia para o Desenvolvimento Sustentável (Gnesd) e coordenado no Brasil pelo Centro Nacional de Referência em Biomassa (CENBIO) e pelo CentroClima.
Esta edição traz ainda uma reportagem sobre as possibilidades positivas e negativas para o meio ambiente com a prática de incineração de resíduos, apresenta o trabalho da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) nos estudos de implementação de biocombustíveis na aviação, e um artigo de Vicente Mazzarella e Nathalie Khouri, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), sobre o potencial do uso de capim-elefante para geração de energia ao redor do mundo. (ambienteenergia)

Bioenergia: impactos sobre o clima

A expansão sustentável da produção de etanol exige avaliações precisas sobre as mudanças no uso do solo em áreas que passam a ser ocupadas por culturas voltadas à geração de bioenergia. Já se sabe, por exemplo, que quando a cana-de-açúcar substitui culturas agrícolas anuais como a soja, o impacto na emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) oriunda da alteração da vegetação é relativamente neutra. Mas quando a cana ocupa áreas de culturas perenes, como café e laranja, as emissões crescem. No caso de florestas nativas o aumento é ainda maior. Já o plantio de cana em áreas de pastagens degradadas, ao contrário, resulta em balanço favorável de emissões de GEE.
Entretanto, muitas incertezas ainda rondam as pesquisas sobre esse tema. Essas questões, assim como os avanços científicos relacionados, foram abordados no Workshop on Quantifying and Managing Land Use Effects of Bioenergy, promovido pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas, entre os dias 19 e 23 de setembro.
Um dos aspectos mais controversos, segundo os participantes do evento, são as mudanças indiretas no uso da terra (ILUC, na sigla em inglês) que ocorrem quando uma cultura agrícola voltada à produção de bioenergia substitui, por exemplo, áreas de pastagem. Como a demanda por carne continuará a existir, a tendência é que haja um deslocamento da criação de bovinos para outra região ou País, gerando uma cadeia de efeitos que poderá resultar em desmatamento de florestas nativas e emissões de GEE em outras áreas. Estudos sobre esse complexo fenômeno econômico e ambiental ganharam destaque na agenda internacional quando agências governamentais dos EUA e da União Européia incluíram modelos matemáticos em avaliações sobre a sustentabilidade dos biocombustíveis.
Helena Chum, brasileira que atualmente trabalha no National Renewable Energy Laboratory (NREL), parceiro do CTBE, explicou que os modelos iniciais utilizados pelas agências internacionais careciam de maior sofisticação para reproduzir a realidade de forma adequada. “No caso Brasil, o território foi modelado como tendo apenas florestas nativas e terras agriculturáveis. Não foi incluída na análise a grande quantidade de pastagens degradas existentes, o que gerou o resultado absurdo de cerca de 0,8 hectares de desmatamento na Amazônia para cada hectare usado para produzir etanol de cana”, contou Chum.
Para os pesquisadores presentes ao Workshop do CTBE, os modelos matemáticos atuais estão mais robustos, mas ainda necessitam de aprimoramento para mensurar adequadamente a complexidade das mudanças indiretos no uso da terra. “O modelo ideal teria que contemplar a distribuição do uso da terra em todo o mundo num período de, pelo menos, cinco anos. Teria também de considerar o manejo do solo em cada região, a rotação de cultura, o plantio e a colheita, etc.”, explica Chum.
O Brasil possui um modelo próprio para mensurar as mudanças no uso da terra para bioenergia, o Brazilian Land Use Model (BLUM), desenvolvido pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE) e que está sendo aperfeiçoado com o apoio do CTBE. “Colocaremos um profissional no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para contribuir com a aceleração do processo de aquisição e interpretação de imagens de satélite sobre mudança no uso da terra”, disse o diretor de sustentabilidade do CTBE, Arnaldo Walter.
Novas frentes de estudo - O Workshop promovido pelo CTBE também sediou reuniões periódicas de três grupos de estudos da IEA (International Energy Agency) Bioenergy. Concluiu-se que a bioenergia é apenas um dentre os inúmeros fatores sociais e econômicos que causam as mudanças no uso da terra e que análises eficientes deveriam compreender tais alterações como eventos localizados regionalmente, dentro de condições socioeconômicas específicas.
O debate sobre as mudanças no uso do solo para a bioenergia também possui outras vertentes a serem exploradas: um modelo matemático apresentado por Klaus Peter Zulka, da Environment Agency Austria, mostrou que terras agriculturáveis, convertidas para a produção de biocombustível na Áustria, têm sua riqueza de espécies reduzida de 3% a 14%, dependendo do grupo de organismos analisados.
Já outra pesquisa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), apresentada por Holger Matthey, mostrou que a pressão por terra para a produção de alimentos continuará a crescer na próxima década, principalmente por conta do aumento da população mundial e do crescimento econômico de países populosos como Brasil, China, Índia e Rússia, os BRICS. No caso dos biocombustíveis, a FAO pressupõe que o etanol de cana-de-açúcar é o que mais vai ser expandido na próxima década, já que a produção de etanol de milho norte-americana, por conta de um mandato do país, não ultrapassará 15 bilhões de galões por ano até 2022. (ambienteenergia)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Biodiesel pode causar impactos na vida marinha

Biodiesel também pode causar impactos significativos na biota marinha
Biota - conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros grupos organismos.
Efeitos do biodiesel em peixes - Estudo feito na UNESP indica que componentes do biodiesel causam oxidação da membrana de brânquias de algumas espécies de peixes, facilitando a entrada de substâncias tóxicas no organismo dos animais.
O biodiesel, embora seja menos poluente do que o diesel de petróleo – emite menor quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera –, também pode causar impactos significativos na biota marinha, dependendo da espécie atingida. Isso porque sua formulação possui elementos naturais que poderiam facilitar a absorção de substâncias tóxicas pelos animais.
É o que indica o estudo “(BIOEN-FAPESP) Petrodiesel vs Biodiesel: a comparative study on their toxic effects in nile tilapia and armoured catfishes”, realizado pelo grupo do professor Eduardo Alves de Almeida no Departamento de Química e Ciências Ambientais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto (SP).
O biodiesel é um combustível derivado de fontes renováveis como óleos vegetais – entre os quais mamona, dendê, girassol, babaçu, soja e algodão – ou de gorduras animais que, estimulados por um catalisador, reagem, principalmente com o metanol, gerando ésteres metílicos dos ácidos graxos presentes nesses óleos.
A pesquisa, publicada no periódico Chemosphere, teve como objetivo inicial a análise comparativa das respostas bioquímicas entre as espécies Oreochromis niloticus, ou tilápia-do-nilo, e Pterygoplichthys anisitsi, conhecido como cascudo marrom, após exposição controlada ao diesel de petróleo e ao biodiesel de sebo animal.
“Utilizamos a tilápia, que é um modelo em toxicologia e possui hábito nectônico, ou seja, por nadar na coluna d’água ela tem acesso a todos os compartimentos do ambiente aquático”, disse Almeida à Agência FAPESP.
Já o cascudo, espécie endêmica da América Latina, é bentônico. Está relacionado ao fundo do ambiente aquático, o que lhe permite maior contato com frações de combustível associadas a sedimentos.
“Nosso objetivo foi observar se, pelo hábito dos peixes, as respostas à exposição ao tipo de biodiesel testado seriam diferentes. Para isso, estudamos exposições de dois a sete dias nas duas espécies ao diesel derivado de petróleo com biodiesel B5 (contendo 5% de biodiesel), biodiesel B20 (contendo 20% de biodiesel) e biodiesel puro (100% de biodiesel), a 0,1 e 0,5 ml/L de água”, explicou.
“O B20, nas condições testadas, apresentou menos efeitos adversos do que o diesel de petróleo e do que o B5, o que pode indicar uma alternativa de combustível menos danoso do que o diesel. Entretanto, mesmo o biodiesel puro pode ativar respostas biomecânicas em peixes, nas condições experimentais testadas, indicando que esse combustível também pode representar um risco para a biota aquática”, destaca o artigo.
Segundo Almeida, embora parte da origem do biodiesel seja renovável – óleos vegetais, gorduras animais, algas e materiais gordurosos –, pouco se sabe sobre os efeitos desse combustível, assim como seu grau de toxicidade, sobre a biota aquática.
O pesquisador, que está finalizando os estudos relacionados ao cascudo, adianta que, apesar dos hábitos diferenciados das duas espécies, as respostas dos animais são muito parecidas. “Existem somente pequenas variações nas atividades enzimáticas desses peixes”, disse.
“Observamos também que, quando misturados ao biodiesel, alguns metabólitos tóxicos do petrodiesel foram encontrados em concentrações levemente maiores na bile das tilápias do que nas análises dos animais expostos ao diesel de petróleo puro”, destacou.
Para Almeida, o biocombustível não está isento de toxicidade. Segundo os resultados apresentados no artigo, ele pode ocasionar, de forma mais agressiva que o diesel de petróleo, a oxidação nas membranas celulares das brânquias dos peixes.
“Isso sugere que os elementos naturais do biodiesel, especialmente os derivados de ácidos graxos, são facilmente absorvidos pelos peixes e, de certa forma, auxiliam a entrada de mais substâncias tóxicas do petrodiesel presentes na mistura, na ausência do biodiesel como ‘facilitador’ eram mais difíceis de serem absorvidas”, disse.
O artigo Biochemical biomarkers in Nile tilapia (Oreochromis niloticus) after short-term exposure to diesel oil, pure biodiesel and biodiesel blends (doi:10.1016/j.chemosphere.2011.05.037), de Eduardo Alves de Almeida e outros, pode ser lido na Chemosphere em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S004565351100590X. (EcoDebate)

Brasil será o maior produtor de biodiesel em 2012

Presidente da Petrobras Biocombustíveis diz que país será o maior produtor mundial de biodiesel no ano que vem
Miguel Rosseto, da Petrobras Biocombustíveis: "Em 2012, passaremos a Alemanha, mas temos desafios pela frente"
Em 2012, o Brasil deverá ultrapassar a Alemanha na Produção de biodiesel, se transformando no maior produtor mundial desse tipo de combustível. A previsão é do presidente da Petrobras Biocombustível. Miguel Rosseto. No entanto, o executivo não descartou que o programa nacional de biodiesel precisa de ajustes como uma política de planejamento futuro que estabeleça o aumento das porcentagens de biodiesel misturada ao diesel fóssil, questões tributárias e agricultura familiar.
Em setembro de 2011, o Brasil conquistou a posição de maior consumidor de biodiesel do mundo e atualmente, o país é o segundo maior produtor mundial, com a produção anual de 2,4 bilhões de metros cúbicos. Para Miguel Rosseto, conquistar a liderança na produção vai implicar mudanças profundas como a descentralização da produção e a ampliação da participação da agricultura familiar como a principal fornecedora de matéria-prima para o setor. “Nosso desafio é continuar crescendo com sucesso, mas de uma forma mais bem distribuída nos estados brasileiros e com maior participação dos pequenos produtores, especialmente nas regiões mais empobrecidas”, disse.
Capacidade industrial
De 2008 a 2011, a venda de biodiesel cresceu de 1,1 milhão de metros cúbicos (m³) para 2,6 milhões de m³. As regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul concentram o maior número de usinas. Em Mato Grosso, existem 20 usinas de biodiesel em atividade, em Goiás, sete, em São Paulo, oito fábricas, e no Rio Grande do Sul, cinco. No país todo, são 86 usinas em atividade.
Os investimentos no setor avançaram rapidamente desde o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Em cinco anos (2005 e 2010), os aportes da inicitiva privada (agroindústria) somaram R$ 4 bilhões, e a capacidade total do parque industrial brasileiro é de 6,5 bilhões de metros cúbicos. No entanto, como a mistura obrigatória do produto ao diesel convencional é de 5%, as indústrias só utilizam metade de sua capacidade.
Este fator tem levado empresários e governo a discutir políticas de planejamento para o setor. "Precisamos estabelecer metas futuras para que a iniciativa privada continue investindo e para que o programa continue se desenvolvendo", explica Odacir Klein, presidente da União dos Produtores de Biodiesel (Ubrabio). Segundo ele, o parque industrial brasileiro já tem capacidade para atender a mistura de 10%. "Temos capacidade instalada, matéria-prima, e mais dinheiro para investir", afirmou.
O governo afirmou que está estudando possibilidades para aumentar a mistura de 5% para 7% no ano que vem. A expectativa dos empresários é que em 2012 a mistura seja de 7%, em 2014, de 10% e em 2020, de 20%. Segundo Klein, estas metas incentivariam toda a cadeia produtiva e permitiria que mais famílias cadastradas no Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) participasse do programa.
Regionalização da economia
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, até o final de 2010, 100 mil famílias de agricultores familiares faziam parte do programa de biodiesel, mas para Miguel Rosseto, a produção e a renda destas famílias ainda não são satisfatórias. A Ubrabio afirma que, com a sinalização de novas misturas, planejadamente, o setor poderá estabelecer a demanda de matérias primas em longo prazo. "Os agricultores familiares terão como se organizar para produzirem matéria-prima para o biodiesel, de acordo com as regiões onde estão localizados e tornarem-se os maiores fornecedores para a indústria. Para nós, isso é extremamente interessante".
O interesse se justifica pela forma como se comercializa o biodiesel no Brasil. As usinas que compram a matéria-prima de agricultores familiares recebem o Selo Combustível Social e com isso, têm privilégios na hora de vender o biocombustível, que no Brasil, só pode ser comercializado através de leilões promovidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O executivo Klein explica que estes benefícios implicam em prioridade nos leilões e algumas isenções fiscais. "Como podemos ver, a inserção dos agricultores familiares é interessante para todo mundo", afirma.
Hoje, 80% do biodiesel produzido no Brasil utiliza a soja como principal fonte. Outros 16% do óleo é extraído de sebo bovino e 4%, vêm de outras fontes como girassol e caroço de algodão na região Centro-oeste, da canola na região Sul, da palma nos estados do Norte e da mamona Nordeste. A Embrapa Agroenergia está estudando, também, fontes como o pinhão- manso para a produção do biodiesel. "Teremos muitas novidades no futuro", acredita Klein.
O sucesso dos biocombustíveis
Para Miguel Rosseto, além da sinalização de uma política de metas que aumente a porcentagem de biodiesel misturada ao óleo vegetal mineral, o incentivo às exportações também vão contribuir para que o setor se consolide. "O setor produtivo de biodiesel precisa de incentivo fiscal e tributário para continuar investindo. Hoje, não exportamos nada de biodiesel, mas poderíamos também ser líderes em exportações", diz ele. Atualmente, a Argentina é o maior exportador do produto. (globorural)

Brasil será o maior consumidor de biodiesel

Brasil deve ser maior consumidor mundial de biodiesel em 2011
O Brasil deve fechar o ano como o maior mercado consumidor de biodiesel combustível, com uma demanda em torno dos 2,8 bilhões de litros. O segundo lugar será da Alemanha, com 2,6 bilhões.
A estimativa foi feita hoje (26/10) de manhã pelo presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO) e da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella, ao falar na Conferência Internacional do Biodiesel 2011, em São Paulo.
Os dois países disputam mês a mês a liderança no consumo do combustível renovável. Até a metade de 2011 os dois registraram 1,2 bi milhão de litros. A retração da atividade econômica em toda a Europa levou a Alemanha a reduzir o consumo em 200 milhões de litros no período.
Quanto à produção, a brasileira deve superar os 2,6 bilhões de litros em dezembro, de acordo com projeções da APROBIO. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registrou, até setembro, um crescimento de 9% sobre o mesmo período de 2010, com 1,7 bilhão de litros.
No ano passado, a produção nacional economizou US$ 1,4 bilhão nas importações de diesel mineral, quando o Brasil pagou US$ 5 bilhões na compra de 9 bilhões de litros.
Mais do que contribuir para reduzir o déficit na balança comercial, a APROBIO defende a adoção de um marco regulatório que defina regras claras para toda a cadeia produtiva nos próximos anos, de forma a estruturar o mercado do combustível no país.
“Não queremos aumentar a mistura do biodiesel já – disse Battistella –, mas contar com a iniciativa do governo para definir quando e como isso se dará, para que toda a cadeia produtiva se prepare”.
Dados do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), do Ministério das Minas e Energia e Recursos Renováveis, indicam que são utilizados apenas 47% da capacidade instalada do parque industrial brasileiro. O presidente da APROBIO afirmou que com capacidade para produzir mais de 6 bilhões de litros, o setor pretende também ganhar o mercado externo.
“Além disso”, disse ele, queremos continuar investindo em tecnologia e inovação, mas sempre inserindo as famílias de pequenos agricultores no Programa (o PNPB). A produção de biodiesel gera hoje 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos, e pode chegar a 4,7 milhões em 2020.
Hoje há 103 mil famílias de pequenos agricultores fornecendo matriz energética para a indústria e, até aquele ano (2020), poderão ser mais de 500 mil famílias. “Tudo dependerá de o mercado amadurecer e evoluir, o que naturalmente resultará na sua consolidação”, concluiu Battistella.
O Brasil mistura hoje 5% de biodiesel no diesel mineral fóssil. Na Argentina, este índice é de 10%, com previsão de chegar a 20% em 2020, como na Europa. O setor produtor brasileiro luta para chegar a 10% em 2014 e 20% em 2020, mas não há previsão legal para tanto.
Menos mortes - Na cidade de São Paulo, a prefeitura sancionou lei prevendo a mistura dois anos antes, em 2018. Tramita na Câmara dos Deputados em Brasília projeto de lei propondo estender a medida a todo o território nacional.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas indica que o biodiesel combustível emite 57% menos gases poluentes que o diesel fóssil, o que contribui para diminuir o número de internações hospitalares por doenças respiratórias e o índice de mortalidade pelo mesmo motivo.
Segundo o levantamento, são evitados por ano, com 5% da mistura no combustível, cerca de 13 mil internações e 1,8 mil mortes. Com a mistura a 10% podem ser evitadas cerca de 34,5 mil internações e 4,9 mil mortes. Com 20%, o quadro seria de menos 77,6 mil internações e 11 mil mortes.
O país tem hoje 63 indústrias de biodiesel. De 2005 a 2010 o setor investiu R$ 4 bilhões em tecnologia e capacitação. No período foram gerados 1,3 milhões de empregos em toda a cadeia produtiva, desde a lavoura até o posto de abastecimento. (noticiasagricolas)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Brasil gerará energia limpa na Antártica

Brasil vai gerar energia elétrica limpa na Antártica
Um acordo de cooperação tecnológico-científica assinado pela Marinha do Brasil, Petrobras e a Vale Soluções em Energia (VSE) prevê a produção de energia elétrica limpa a partir de motogeradores a etanol na Antártica.
A iniciativa faz do Brasil um país pioneiro na geração de energia limpa no continente gelado. Para realizar os testes foi enviado um navio de apoio oceanográfico da Marinha, batizado de Ary Rongel, que partiu em 09/11/11, com previsão de chegada em novembro. O navio vai desembarcar no continente 350 mil litros de etanol e um gerador que usa etanol para produzir energia.
A primeira experiência com o motogerador a etanol será realizada na Estação Antártica Comandante Ferraz, ocupada pela Marinha do Brasil desde 1984.
O motogerador a etanol foi desenvolvido com tecnologia totalmente nacional. A ideia é que motores pesados possam gerar energia limpa, usando etanol sem qualquer aditivo. Esse sistema ainda vai passar por um rigoroso período de avaliação, que visa assegurar que todos os requisitos de segurança estejam adequados às condições climáticas da Antártica.
A Petrobras vai fornecer os 350 mil litros de etanol que serão usados nos testes. Esse período de avaliações validará a eficiência energética de etanol em condições de baixas temperaturas.
O principal objetivo da operação é substituir o diesel mineral, atualmente usado para gerar energia elétrica na base do Brasil na Antártica, por energia limpa, a fim de emitir menos gases poluentes na atmosfera. Para isso, o motogerador vai ter a capacidade de produzir 250 kW, o suficiente para abastecer a estação do Brasil na Antártica. A previsão é de que a experiência na Antártica dure um ano e investimento de 2,5 milhões.
Presença brasileira – A iniciativa celebra os 30 anos da presença brasileira na Antártica. A expectativa dos envolvidos no projeto é celebrar a data com eletricidade vinda do etanol. (fernandopimentel)

Rio Grande do Sul transformará arroz em Etanol

Rio Grande do Sul pode ter usina de transformação de arroz em Etanol
O Rio Grande do Sul pode ter, nos próximos anos, a primeira usina brasileira de grande porte para a transformação de arroz energético para etanol. A informação é do professor da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Hukai. Ele esteve em Porto Alegre (RS), onde palestrou sobre o tema Alimentos, Energia e Meio Ambiente.
Segundo o professor, o projeto ainda está em fase de estudos de viabilidade, pedido pela Agência de Desenvolvimento de São Borja, e deve contar com o apoio do Badesul para a busca de recursos. Hukai lembra que os japoneses já utilizam o arroz para a destilação do álcool na produção de bebidas, como o saquê. Ele defende que o produtor deva ser incentivado a usar variedades específicas para a energia.
– Vamos à direção do arroz energético. Arroz energético não tem nada a ver com o arroz comestível. Eu não estou querendo saber se o arroz é bonitinho. O que eu quero saber é qual a produtividade econômica dele – salienta.
Durante a palestra, Hukai analisou o uso do arroz para a produção de etanol e dos chamados co-produtos, procurando desmistificar o impasse entre produção de alimentos ou produção de biocombustível. A ideia foi discutir formas de como ampliar a utilização dos excedentes de arroz, encontrando alternativas de aproveitamento econômico para as sobras do produtos, que responde por cerca de 2,5% do PIB do Estado. (noticiasagricolas)

Brasil e a energia elétrica na Antártida

Brasil vai gerar energia elétrica com etanol na Antártida
Estação de pesquisas substituirá diesel mineral por etanol hidratado. Projeto tem apoio da Petrobras e da Vale Soluções em Energia
O Brasil será o primeiro país a ter energia elétrica gerada tendo como matéria-prima o etanol no continente antártico. A partir de novembro, a Estação Antártica Comandante Ferraz vai substituir o diesel mineral por etanol hidratado na produção de eletricidade.
A iniciativa conta com investimentos de R$ 2,5 milhões vindos de parceria entre a Petrobras Biocombustível, Vale Soluções em Energia (VSE) e pela Marinha do Brasil.
De acordo com o diretor de etanol da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castello Branco, a iniciativa abre a expectativa de criação de um novo campo de uso para o etanol brasileiro na produção de energia elétrica, além de possuir um forte efeito simbólico. "Queremos desenvolver na geração de energia elétrica limpa o mesmo conhecimento e competência que temos na área de etanol combustível", disse Castello Branco.
O executivo explica que, a partir de novembro, será realizado um teste na estação Antártica que deve durar um ano, para que a utilização de etanol sob condições climáticas extremas seja analisada. O teste deve consumir 350 mil litros de etanol hidratado, que serão disponibilizados pela Petrobras, assim como o transporte até a estação. "Desenvolvemos tanques especiais para levar o etanol até lá, construídos sobre trenós para que ele deslize sobre o gelo", explica.
Brasil mantém base de pesquisa na Antártida, como parte do Programa Antártico Brasileiro.
Novo Mercado
Segundo o executivo, a utilização de etanol para geração de eletricidade pode ser um mercado importante no médio prazo. "Veja a necessidade de energia do Japão, por exemplo. Grandes geradores que funcionem a partir de etanol poderiam suprir parte dessa demanda", disse.
Parceira do empreendimento, a Vale Soluções em Energia (VSE), de São José dos Campos (SP) produziu o gerador, com capacidade de 250 quilowatts. Segundo o presidente da VSE, James Pessoa, esse volume de energia é suficiente para abastecer e iluminar toda a estação de pesquisa na Antártica. A VSE é uma parceria entre a Vale (que detém 53% da empresa) e o BNDESPar (dono dos outros 47%), que investe em pesquisa, desenvolvimento e produção de sistemas de geração sustentável.
Pessoa explica que a VSE desenvolveu o gerador que opera com etanol hidratado para geração de energia. "Ao contrário do motor que desenvolvemos para ônibus coletivos que estão sendo testados em São Paulo, o gerador da Antártica não precisa de um aditivo extra e funciona apenas com o etanol hidratado puro", disse.
A VSE também construiu geradores para a Amazonas Energia, da Eletrobras, para produzir energia elétrica na Amazônia de forma mais limpa e reduzir a utilização de diesel na região.
Em 2012, a presença brasileira na Antártica completará 30 anos, e a expectativa é de que toda a eletricidade gerada durante a cerimônia que será realizada venha do etanol. Uma das prioridades do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica.
Por meio desse programa, gerenciado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), o Brasil realiza estudos sobre os impactos do aumento da concentração de gases de efeito estufa no planeta, além de pesquisas científicas sobre os fenômenos que ocorrem no continente. (globo)

Etanol

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, o maior exportador mundial, e é considerado o líder internacional em matéria de biocombustíveis e a primeira economia em ter atingido um uso sustentável dos biocombustíveis. Juntamente, o Brasil e os Estados Unidos lideram a produção do etanol, e foram responsáveis em 2008 por quase 90% da produção mundial do etanol combustível. A indústria brasileira de etanol tem 30 anos de história e o país usa como insumo agrícola a cana de açúcar, além disso, por regulamentação do Governo Federal, toda a gasolina comercializada no país é misturada com 25% de etanol, e desde Julho de 2009 circulam no país mais de 8 milhões de veículos, automóveis e veículos comerciais leves, que podem rodar com 100% de etanol ou qualquer outra combinação de etanol e gasolina, e são chamados popularmente de carros "flex".
A queda no uso desse biocombustível, ao longo da década de 1990, deu-se a problemas técnicos nos motores a álcool, incapazes de um bom desempenho nos períodos frios.
Durante a década, com altas inesperadas no preço do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de vinte por cento, como forma de amenizar o preço da gasolina ao consumidor.
O álcool pode ser obtido de diversas formas de biomassa, sendo a cana-de-açúcar a realidade econômica atual. Investimentos portentosos estão sendo efetuados para viabilizar a produção de álcool a partir de celulose, sendo estimado que, em 2020, cerca de 30 bilhões de litros de álcool poderiam ser obtidos desta fonte, apenas nos EUA. O benefício ambiental associado ao uso de álcool é enorme, pois cerca de 2,3 t de CO2 deixam de ser emitidas para cada tonelada de álcool combustível utilizado, sem considerar outras emissões, como o SO2.
A cana-de-açúcar é a segunda maior fonte de energia renovável do Brasil com 12,6% de participação na matriz energética atual, considerando-se o álcool combustível e a cogeração de eletricidade, a partir do bagaço. Dos 6 milhões de hectares, cerca de 85% da cana-de-açúcar produzida no Brasil está na Região Centro-Sul e os 15% restantes na região Norte-Nordeste.
Na safra 2004, das cerca de 380 milhões de toneladas moídas, aproximadamente 48% foram destinadas à produção de álcool. O bagaço remanescente da moagem é queimado nas caldeiras das usinas, tornando-as auto-suficientes em energia e, em muitos casos, superavitárias em energia elétrica que pode ser comercializada. No total foram produzidos 15,2 bilhões de litros de álcool e uma geração de energia elétrica superior a 4 GWh durante a safra, o que representa aproximadamente 3% da nossa geração anual.
Apesar de todo o potencial para a cogeração, a partir do aumento da eficiência energética das usinas, a produção de energia elétrica é apenas uma das alternativas para o uso do bagaço. Também estão em curso pesquisas para transformá-lo em álcool (hidrólise lignocelulósica), em biodiesel, ou mesmo, para o seu melhor aproveitamento pela indústria moveleira e para a fabricação de ração animal.
A indústria automobilística brasileira desenvolveu veículos que funcionan com flexibilidade no tipo de combustível, que são conhecidos na língua inglesa como "full flexible-fuel vehicles" (FFFVs), o simplesmente "flex" no Brasil, pela sua capacidade do motor funcionar com qualquer proporção na mistura de gasolina e álcool. Disponíveis no mercado desde 2003, os veículos flex resultaram um sucesso comercial, e já em Agosto de 2008, a frota de automóveis e veículos comercias leves tipo "flex" tinha atingido a marca de 6,2 milhões de veículos, representando um 23% da frota automotriz do Brasil. O sucesso dos veículos "flex", conjuntamente com a obrigatoriedade ao nível nacional de usar de 20 a 25% do álcool misturado com gasolina convencional, permitiu ao etanol combustível superar o consumo de gasolina em Abril de 2008, O consumo do álcool representou quase 18% da matriz de combustíveis veiculares em 2006 (a matriz inclui os veículos que utilizam óleo diesel). No Brasil, o refino do etanol é controlado pela Cosan/Shell, São Martinho, Bunge e Braskem. (energiaxmeioambiente)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Biogás: acordo para difusão

Representantes da Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu, do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e da Diretoria de Transferência Tecnológica da Embrapa fecharam no início deste mês de outubro, em Foz do Iguaçu, uma parceria para tornar a região da Bacia do Paraná 3 referência nacional em tecnologias e metodologias para redução de gases do efeito estufa.
As ações darão sustentação ao Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) do governo federal, que prevê a redução de até 39% dos gases responsáveis pelo aquecimento global até 2020, ou cerca de 1 bilhão de toneladas equivalentes de gás carbônico.
Além disso, a Embrapa disseminará o uso energético do biogás no Brasil, difundindo as experiências e tecnologias desenvolvidas pela Assessoria de Energias Renováveis por meio de 46 centros de pesquisa espalhados pelo território nacional. As unidades de demonstração de geração distribuída com biogás devem se constituir em Unidades Tecnológicas de Referência (UTRS) da Embrapa.
O objetivo da parceria é estabelecer, a médio prazo, um convênio de abrangência nacional. Pesquisadores de distintas áreas da Embrapa devem vir ao PTI para compor os grupos de trabalho e participar das oficinas de elaboração de projetos. Até a próxima semana, um comitê gestor deverá ser nomeado com representantes das duas grandes estatais, que se unem para promover o desenvolvimento rural.
“Vamos identificar capacidades comuns para ações estruturais em áreas como água, solo, clima, energia e sistemas produtivos”, destacou o diretor de Transferência Tecnológica a Embrapa, Waldyr Stumpf Júnior. O esforço de inovação e pesquisa será realizado principalmente na área de um milhão de hectares que configura a Bacia do Paraná 3. A primeira leva de projetos será focada na conservação de solos, visando a qualidade do plantio direto e a fixação de nitrogênio. Além disso, serão potencializadas a geração de energia a partir da biomassa florestal e a utilização de sedimentos e efluentes orgânicos para produção de biogás.
Outros temas de interesse estão relacionados à energia com microalgas, produção de proteína nas águas e à obtenção do hidrogênio no meio rural a partir da reforma do metano. Ações relacionadas à gestão das águas, à administração territorial por georeferenciamento e à comunicação popular para informar as comunidades também serão desenvolvidas.
Aplicações - A falta de madeira na região oeste do Paraná e em várias regiões do Brasil para secagem de grãos é um problema que afeta o desenvolvimento do agronegócio e de comunidades rurais. O problema do “apagão florestal” poderia ter uma solução justamente no uso do biogás para substituir a lenha, ou em plantar florestas especificamente com o objetivo de gerar energia. “Com esta parceria, a Embrapa passa a ter uma importantíssima conexão com o setor elétrico, o que é vital para o desenvolvimento rural do País. Muitas oportunidades poderão ser criadas a partir deste convênio”, assinalou o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Júnior.
Após a visita ao Condomínio de Agroenergia para a Agricultura Familiar do Ajuricaba, localizado em Marechal Cândido Rondon, Waldyr Stumpf Júnior salientou a importância do projeto e a replicabilidade das tecnologias ali aplicadas, como o biodigestor de pequena vazão, o gasoduto rural, o motor para a geração de energia elétrica e o secador de grãos a biogás. “Vamos levar este modelo e experiência para outras regiões do Brasil, possibilitando ao produtor rural mais uma renda em sua atividade. O biogás poderá ser considerado um produto do setor rural”, destacou.

A Embrapa conta hoje com 2.400 pesquisadores, distribuídos em 47 unidades que atuam como centros de serviços e seus 1.200 projetos se desdobram em milhares de ações de pesquisa. As ações de maiores impactos são expostas em 25 vitrines tecnológicas localizadas em distintos pontos do território brasileiro. Uma nova vitrine poderá serdesenvolvida na Bacia do Paraná 3. (ambienteenergia)