sábado, 10 de dezembro de 2011

Usinas térmicas a gás podem ficar desligadas

Com reservatórios das hidrelétricas alcançando níveis recordes, o País pode fechar 2011 sem precisar acionar usinas térmicas a gás natural, segundo perspectivas do Operador Nacional do Sistema (ONS). Será a primeira vez que as térmicas ficam sem uso em um ano, desde a implementação do novo modelo do setor elétrico, em 2007.
"Além da hidrologia favorável, o fato de termos acionado as térmicas em doses homeopáticas nos últimos anos contribuiu para poupar água e chegarmos ao cenário atual", avaliou o diretor-geral do ONS Hermes Chipp.
A principal vantagem de deixar as termelétricas desligadas é para o bolso do consumidor. No ano passado, uma conta de R$ 670 milhões foi dividida entre os consumidores. Em 2007 e 2008 esse valor tinha alcançado o pico de R$ 2,3 bilhões e R$ 1,5 bilhão, respectivamente.
Chipp avalia que, mesmo que as unidades tenham de ser acionadas, a conta a ser dividida com o consumidor ficará "bem abaixo de R$ 250 milhões". Ele acredita que a probabilidade de as térmicas não serem ligadas teve uma redução com a decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na semana passada de aumentar o volume mínimo dos reservatórios de 42% para 46% no Sudeste, e de 25% para 32% no Nordeste.
A elevação foi provocada por atraso da entrada de operação de 11 termelétricas - a maior parte composta por projetos do Grupo Bertin - que tinham entrada em operação prevista para 2011 e 2012 num total de 1,6 mil MW. "Elevando o nível aumenta a possibilidade de acionarmos as térmicas, mas ainda assim, há chances de fecharmos o ano sem acionar nenhuma unidade", comentou.
Segundo ele, os níveis dos reservatórios são os melhores dos últimos dez anos no País. Na região Sudeste, os reservatórios estão com 90,7% de sua capacidade ante 66% no ano passado. No Nordeste, está em 79,6% ante 64%. Na região Norte alcançam 89% ante 76% em 2010; na região Sul, 95,4% ante 88%. De acordo com Chipp além da hidrologia favorável, a entrada de novas fontes de geração tem elevado a segurança do sistema. "Só em eólica temos 500 MW entrando. Isso eleva também as sobras."
Custo
A vantagem de deixar as termelétricas desligadas é o bolso do consumidor. No ano passado, a conta foi de R$ 670 milhões (OESP)

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