Pesquisadores argentinos identificaram três tipos
de levedura encontrados na Antártida que demonstraram potencial para a produção
de biodiesel. “As leveduras são excelentes alternativas aos óleos vegetais
usados na produção de biodiesel, além de terem outras aplicações
biotecnológicas”, afirmou o diretor do projeto, Silvana Viñarta, pesquisadora
do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnica (Conicet) que dirige
esse projeto de pesquisa.
A equipe liderada pela cientista analisou sete
espécies de leveduras Rhodotorula isoladas a partir de amostras do solo da
Antártida coletadas a partir da base científica de Carlini. Eles observaram
que, sob certas condições de cultura, duas das linhagens analisadas – a
glutinis e a glacialis – demonstraram alta capacidade para acumular lipídios
neutros.
“Os valores de acumulação lipídica obtidos por
estas leveduras, algo em torno de 70% do peso de suas células, estão entre os
mais elevados já relatados na literatura para leveduras oleaginosas. E o perfil
de ácidos graxos é similar aos que os óleos vegetais apresentam”, comemorou
Viñarta que também é professora associada da Faculdade de Ciências Naturais da
Universidade Nacional de Catamarca (UNCA).
O estudo, publicado na revista “Journal of Basic
Microbiology”, também mostrou que os óleos acumulados por essas leveduras são
ricos em ômega 3 e 6 o que pode também despertar o interesse para as indústrias
farmacêutica e de alimentos.
Vantagens
Os óleos microbianos têm vantagens sobre os óleos
convencionais. A maior delas é o tempo de maturação. Enquanto as culturas
vegetais comuns precisam de meses até estarem prontas para a colheita, os
micróbios conseguem chegar ao mesmo ponto em questão de dias. Além disso, eles
podem permitir o aproveitamento de resíduos orgânicos e agrícolas e serem
cultivados em terras marginais improdutivas.
Segundo a professora Viñarta, a pesquisa agora vai
se dedicar a otimizar a produtividade dos microrganismos e testar em resultados
em escalas maiores.
O
projeto foi a realização de uma parceria firmada entre Walter Mac Cormack, do
Instituto Antártico Argentino (IAA) e da Dirección Nacional del Antártico
(DNA), que facilitou a expedição para coleta de amostras das leveduras.
(biodieselbr)
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