NASA confirma que biocombustível de aviação reduz
emissão em até 70%.
A aviação pode ficar mais amiga do ambiente.
Ensaios realizados pela NASA, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão
(DLR) e o Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá (NRC), concluiu que uma
mistura com metade de combustível de aviação convencional e metade de biocombustível,
reduz as emissões de partículas de fuligem liberadas pelos motores das
aeronaves entre 50% e 70%. O estudo foi publicado pela revista científica
Nature.
Os resultados foram obtidos numa série de ensaios
que forneceram informações sobre as emissões de poluentes geradas pelo uso de
biocombustíveis na aviação. A meta foi medir como eles podem contribuir para
tornar o transporte aéreo mais limpo não só pela nas proximidades dos
aeroportos, mas também em voo de cruzeiro.
Os motores das aeronaves emitem partículas de
fuligem. Estes servem de núcleos de condensação de gotículas e cristais de
gelo, que levam a formação dos contrails – aqueles rastros de vapor que se
formam atrás dos aviões. Tais cristais de gelo podem permanecer por várias
horas nas condições frias e úmidas de altitudes entre 8 a 12 quilômetros. Esses
cristais formam nuvens altas – conhecidas como contrail cirrus – que alteram as
condições de radiação na troposfera e o ciclo de chuvas modificando o clima.
Pode
parecer apenas um detalhe, mas, segundo Hans Schlager, coautor do estudo e
pesquisador do DLR, essas nuvens têm um impacto no clima “semelhante ao total
de emissões de carbono do setor de aviação acumuladas ao longo dos últimos de
100 anos”. “A possibilidade de reduzir emissões de fuligem dos motores em mais
da metade utilizando biocombustíveis abre caminho para a redução do impacto
climático”, afirma.
Durante os testes realizados em 2014, um avião
Dassault Falcon do DLR equipado com sensores especiais, voou no rastro dos
motores de um DC-8 da NASA que havia sido abastecido com uma mistura entre
combustível convencional Jet A1 e biocombustível de éster hidroprocessado e
ácidos graxos (Hefa) fabricado a partir do óleo da camelina.
De acordo com Rich Moore, cientista da NASA e
principal autor do artigo da Nature, essa foi a primeira vez que partículas de
fuligem emitidas pelos motores a jato a partir da queima de biocombustível foi
quantificada.
Os testes foram realizados a partir do Centro de
Pesquisa de Voo Armstrong da NASA, em Palmdale, na Califórnia. (biodieselbr)
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