O mercado de óleos e gorduras
recuperados (OGRs) na Ásia está em franca expansão alavancado pela demanda das
usinas de biodiesel da Europa. Como parte do acordo político firmado durante a
elaboração da segunda etapa da Diretiva de Energias Renováveis (RED II) que
deverá entrar em vigor em 2020, A União Europeia (UE) pretende restringir
seriamente a produção de biodiesel a partir de óleos vegetais virgens – no caso
do óleo de palma há um banimento proposto a partir de 2030.
Isso vem
estimulado a consolidação de empresas que se dedicam à coleta e tratamento de
OGRs, especialmente na China e nos países do Sudeste Asiático. Uma delas, a
FatHopes Energy da Malásia, diz que a demanda de seus clientes europeus
aumentou 40% nos últimos três anos e estima triplicar as vendas até 2030. “Meus
clientes vêm se esforçando para encontrar matéria-prima em antecipação à [nova]
diretriz da UE”, diz o CEO da companhia Vinesh Sinha que também atua coletando
gordura animal e resíduos da produção de óleo de palma.
Não está claro
qual é o tamanho desse mercado hoje. Segundo analistas ouvidos pela agência de
notícias Reuters, a coleta de OGRs no continente asiático movimentava em torno
de US$ 500 milhões por ano. O crescimento recente, no entanto, torna mais
difícil dimensionar essa indústria.
Segundo o executivo da
divisão de óleos comestíveis da firma de consultoria chinesa STIN Group, os
embarques de OGRs originários da China deverão somar 300 mil toneladas este ano
– alta de quase 50% sobre o volume exportado em 2017 – e deverá continuar
crescendo nos próximos anos.
Isso já vem
garantindo que os OGRs recebem um prêmio entre 10% a 15% sobre o valor do óleo
de palma – que serve como referência para o mercado. Atualmente, a tonelada de
óleo recuperado é negociada entre US$ 600 e US$ 700. “Mais plantas de biodiesel
deverão se abastecer com óleo de cozinha usado da Cina”, diz Justin Yuan
apontando que a oferta deverá ficar mais curta e a competição entre os
compradores maior.
Tanto que alguns
compradores estão indo direto à fonte. Em setembro, a fabricante de
biocombustíveis britânica Greenergy adquiriu uma empresa sediada em Singapura
que se dedica a coleta de óleos usados.
A finlandesa Neste também tem
planos de dobrar a capacidade de produção de biocombustível de sua usina em
Singapura, aumentando ainda mais a demanda por OGRs no mercado local. (aprobio)
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