BID
lança linha de crédito de US$ 25 milhões para eficiência energética e GD.
Modelo
de financiamento também oferece um seguro contra riscos de desempenho dos
equipamentos.
O
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou em 18/09/18 uma linha de
crédito de US$ 25 milhões para geração solar distribuída e eficiência
energética, com a cobertura adicional para risco de desempenho, dedicado a
pequenas e médias empresas.
As
linhas de crédito, as metodologias padronizadas de análise de projeto e o seguro
garantia de eficiência energética fazem parte de um conjunto de mecanismos de
balanceamento e mitigação de riscos, fruto do Programa de Eficiência Energética
Garantida (em inglês, Energy Savings Insurance (ESI)) – uma iniciativa regional
do BID, que objetiva estimular investimentos privados em sistemas de geração
renovável e em mecanismos de uso eficiente da energia, como estratégia para a
redução de custos e de impactos ao meio ambiente.
Estudos
recentes indicam que somente o setor industrial brasileiro poderia economizar
custos na ordem de R$ 4 bilhões ao ano com a adoção de tecnologias mais
atualizadas em processos de resfriamento, climatização, compressores de ar,
motores e sistemas de vapor e cogeração de energia.
O
desafio é aumentar o investimento privado em projetos de eficiência por meio da
maior conscientização dos investidores quanto às reais vantagens da
implementação de tais projetos. Nesse sentido, um conjunto de mecanismos foi
desenvolvido para aumentar a confiança dos investidores sobre os resultados
econômicos projetados, minimizando o risco de que a economia de energia não se
concretize e dando alternativas de cobertura de perdas caso a economia não
ocorra.
Dentre
tais mecanismos, o já mencionado seguro garantia de eficiência energética
merece destaque. Trata-se de um seguro garantia, especificamente desenvolvido
para o programa com a colaboração da seguradora parceira AXA Brasil, similar
aos seguros de performance comumente oferecidos pelo mercado segurador
brasileiro. O investidor é indenizado caso o contratado não alcance a economia
de energia estimada.
Ao
garantir que o investidor não sofrerá prejuízo econômico em caso de desempenho
abaixo do esperado, o seguro garantia de eficiência energética reduz o risco
mais evidente dos projetos de geração solar distribuída e eficiência
energética, tornando-os ainda mais atrativos. Além disso, grande parte dos
fornecedores, prestadores de serviços e integradores tem capacidade limitada de
tomar financiamento para grandes projetos.
“O
pagamento das parcelas do financiamento é realizado pelas empresas-clientes à
instituição financeira, e não pelo fornecedor como em um modelo tradicional de
serviços de conservação de energia, ou ESCO, sendo produto da economia
energética gerada”, explica Maria Netto, Especialista em Mercado de Capitais do
BID. “Uma vez que o principal risco esteja mitigado, esperamos que mais
empresas possam conhecer e se beneficiar dos investimentos em eficiência
energética”, complementa.
Pelo
programa, Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Banco Regional
de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Goiás Fomento receberão apoio para
conceber e implementar estratégias financeiras sob medida para suas
instituições e para os mercados que atendem, o que inclui análises de
viabilidade, avaliação de tecnologias e de mercado, assim como planos de
negócios e de implementação, entre outros elementos.
A
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) será responsável pela
acreditação de fornecedores, prestadores de serviços e integradores, bem como
pela validação dos projetos, assegurando que as metodologias sejam respeitadas
e que a instalação dos equipamentos e medição de economia energética ocorram de
acordo com as premissas contratadas.
Por
meio do controle de qualidade de serviços e equipamentos, exercido pela ABNT,
associado a um novo modelo de contrato de desempenho e ao mecanismo securitário
desenvolvido em parceria com a AXA Brasil Seguros, a iniciativa busca criar um
mercado mais confiável, para que as pequenas e médias empresas encontrem
conforto para a tomada da decisão de investimento em geração e uso sustentável
de energia. O programa, ainda, busca promover uma atuação mais positiva dos
fornecedores, prestadores de serviços e integradores em prol do desenvolvimento
desse mercado e, por conseguinte, o acesso a financiamento para alavancar
investimentos.
Espera-se
que a implantação desses mecanismos demonstre importante potencial replicador
no mercado brasileiro. O Programa de Eficiência Energética Garantida conta com
recursos do Governo Dinamarquês e o modelo vem sendo aplicado também no México,
El Salvador, Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Paraguai. (canalenergia)
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