A petroquímica Braskem está
avaliando as formas mais viáveis para o desenvolvimento de uma cadeia de
hidrogênio destinadas a produção de químicos verdes e também sob a ótica
energética da descarbonização e eletrificação da indústria, mirando a inserção
do novo combustível para as próximas duas décadas.
“Estamos estudando e vendo
alguns avanços para inclusão de unidades de pequena escala em Camaçari (BA),
mas olhando com muito cuidado a viabilidade técnica e econômica, como por
exemplo, nas questões
logísticas”, afirmou em 30/08/22, o diretor de Energia e descarbonização
industrial da Braskem, Gustavo Ceccucchi, durante o Fórum de Inovação da
Siemens.
O executivo comentou que o H2 verde pode ajudar a eletrificar um forno elétrico, ainda que dificilmente a tecnologia chegue até 2030, como o mercado mais otimista comenta, apontando que o setor petroquímico deva trabalhar com esses equipamentos elétricos em 2050 com o novo vetor sendo uma solução.
“É um potencial importante a ser desenvolvido, mas tem que ser visto concatenado com outras soluções, e quando olhamos nossa curva de abatimento de carbono tem coisas que vem antes”, relatou o especialista, falando sobre a priorização dos investimentos para um dos industriais mais eletro intensivos do país, com consumo de 700 MW médios, sendo esse volume 10% de sua demanda energética, visto ser uma fabricante que utiliza majoritariamente processos térmicos.
Gestão energética
Para Ceccucchi, a eletrificação
em geral tem se mostrado viável, apesar de não estar colocada de forma tão
consolidada na indústria e necessitar também de sistemas de armazenamento que
garantam a robustez e confiabilidade dos sistemas. O primeiro desafio é a
competência das pessoas para transformar essa indústria, não só pelo
engajamento, mas pelo desenvolvimento tecnológico.
“Vamos ter que arriscar mais
e sair, ser mais ousados, pois as tecnologias ainda não estão consolidadas”,
complementa.
A Braskem possui pelo menos
dez projetos na área de energia sendo desenvolvidos com parceiros diferentes,
seja no segmento eólico, com a Casa dos Ventos e EDF, solar, biomassa, num
projeto em que está plantando quase 5 mil hectares de eucalipto, além de
eficiência energética e uma unidade de cogeração junto a Siemens.
“Estamos estudando o biometano e a energia vinda da biomassa para descarbonizar a matriz elétrica da empresa, além das usinas eólicas e solares”, acrescenta Ceccucchi, ressaltando e comparando o consumo da companhia a países como Luxemburgo e Uruguai, o que induz a necessidade de uma gestão energética diferenciada para garantir otimização, eficiência e a descarbonização.
Braskem e Veolia investiram nesse ano R$ 400 milhões em unidade de geração de vapor a biomassa.
Ele contou no evento que esse
processo foi iniciado há alguns anos, quando a empresa passou a fazer o
controle muito mais intenso dos processos em que utilizava eletricidade, com o
preço horário definindo de maneira automática a operação da fabricante em suas
unidades, conseguindo definir da melhor forma a opção pelo acionamento de uma
máquina elétrica ou uma turbina em função do custo energético de determinado
momento.
“Projetamos resina e fazemos
algo similar para energia, otimizando todo processo dinâmico energético dos
próximos meses, vendo qual combustível irá utilizar e as flexibilidades
possíveis”, lembra o dirigente, destacando ainda a necessidade de renovação dos
ativos da década de 70 e 80, quando o setor elétrico era muito diferente.
Para o executivo, mais do que
o crescimento da capacidade de negócios, o desafio é como a companhia irá se
transformar em uma indústria que tem a capacidade de fazer a substituição de
suas máquinas e equipamentos cada vez mais conectadas com o advento da energia limpa
e as questões ESG.
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