quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Petrobras mira futuro com eólica offshore

Petrobras mira futuro com eólica offshore, H2 e captura de carbono.
Plano estratégico 2023-2027 mostra foco da companhia em aprofundar estudos nessas frentes para avaliar sustentabilidade dos novos negócios e direcionar investimentos.

Um futuro com aerogeradores produzindo energia no mar e em lagoas, renováveis gerando hidrogênio verde e ações para captura de carbono da atmosfera. Esses são os três focos escolhidos pela Petrobras após debates internos e multidisciplinares nos últimos meses, visando empreender estudos de aprofundamento para entrada em novos negócios, de forma a diversificar a rentabilidade da corporação.

A informação veio do diretor executivo de Sustentabilidade e Relações Institucionais, Rafael Chaves, durante a apresentação do Plano Estratégico 2023-2027, na manhã dessa quinta-feira, 1º de dezembro. “Hoje não temos capex dedicado e só iremos anunciar quando tivermos bastante maturidade em termos de projetos com sustentabilidade econômica e climática”, destacou o executivo.

Segundo ele, a companhia irá dar continuidade ao avanço das pesquisas em biorefino e aposta no vetor energético do H2 como energia limpa e comercializável com alto valor agregado, admitindo as alternativas a partir da derivação do gás natural (H2 cinza), com captura de carbono (H2 azul) ou oriundo 100% de fontes renováveis.

O PE 2023-27 mantém as estratégias da companhia, com exceção daquelas relacionadas às temáticas Ambiental, Social e Governança (ASG) e Inovação, que foram aprimoradas, caso das frentes de pesquisa mencionadas acima. Entre os lemas mencionados, está o de “ser a melhor empresa de energia na geração de valor, com foco em óleo e gás, sustentabilidade, segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente” e a manutenção de “prover energia que assegure prosperidade de forma ética, segura e competitiva”.

Investimentos

Os recursos previstos para o período são de US$ 78 bilhões, 15% superiores ao plano passado, e no mesmo patamar que a média dos pares da indústria. O montante é superior à média dos últimos seis planos estratégicos e sinaliza que os aportes voltaram ao patamar pré-covid. Com o objetivo de buscar novas fronteiras de óleo e gás, incluindo oportunidades em gás não associado, o plano considera investimento total em exploração de US$ 6 bilhões, sendo aproximadamente 50% na Margem Equatorial.

O CAPEX total da área de Refino e Gás Natural totalizará US$ 9,2 bilhões com cerca de 50% dos recursos aplicados na expansão e aumento da qualidade e eficiência do refino. A Petrobras segue assim focando na eficiência operacional e energética de suas unidades e em produtos de maior qualidade e com menor pegada de carbono, com destaque para os avanços em biorrefino.

Na área de Gás e Energia, a publicação destaca a continuidade da estratégia de comercialização do gás próprio, com ações comerciais alinhadas aos aumentos de capacidade, resultantes dos aportes em expansão da infraestrutura e da oferta própria de gás natural. Vale destacar também que o PE 2023-27 inclui US$ 4,4 bilhões (6% do CAPEX total) em projetos direcionados a iniciativas em baixo carbono.

Quanto a gestão de portfólio, a expectativa é para desinvestimentos entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões no quinquênio, no intuito de melhorar a eficiência operacional, o retorno sobre o capital e a geração de caixa adicional para realização de novos investimentos mais aderentes à estratégia corporativa.

Produção de óleo, LGN e gás natural

A curva de produção de óleo e gás projetada para o período indica um crescimento contínuo, mesmo considerando os desinvestimentos, explicado pela entrada de novos sistemas de produção e de projetos complementares. A perspectiva é de que a produção do pré-sal representará 78% do total da companhia no final do quinquênio.

A meta de produção para 2023 foi mantida em 2,1 milhões de barris de óleo por dia, com uma variação de 4% para mais ou para menos, considerando os ajustes do Acordo de Coparticipação de Sépia e Atapu, que reduziram 0,1 milhão de boed em relação ao plano passado. A meta de prospecção total para 2023, incluindo petróleo e gás natural, também foi mantida em 2,6 milhões de boed, considerando variação de 4% para mais ou para menos.

Já a projeção para 2024 e 2025 foi reduzida em aproximadamente 0,1 milhão de bpd, na comparação com o plano passado, por ajuste no cronograma de interligação de poços. Por fim, todas as projeções de produção total e comercial foram mantidas para o horizonte do PE 2023-27.

Resultados 2022

Na teleconferência também foram destacadas as demonstrações econômicas da estatal no acumulado desse ano. Sob a ótica financeira, a estrutura de capital foi mantida em nível saudável e o caixa atingiu um patamar mais compatível com as necessidades da companhia, que alcançou a primeira e a segunda maior marca trimestral de EBITDA e fluxo de caixa operacional de sua história, no segundo e terceiro trimestres de 2022, respectivamente.

A geração de caixa operacional associada ao endividamento estável e controlado e às perspectivas de sólida liquidez permitiram à petroleira declarar R$ 13,80 por ação ordinária e preferencial em remuneração ao acionista no ano. Vale lembrar que a sociedade brasileira recebe cerca de 37% desse total, a maior parcela individual, além de ser beneficiada pelo pagamento de impostos, que alcançaram recorde para os primeiros 9 meses do ano de R$ 222 bilhões. (canalenergia)

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