O artigo apresenta a importância da transição energética como uma mudança profunda na forma como produzimos e consumimos energia, buscando reduzir as emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global e as mudanças climáticas. A transição energética envolve a passagem de um modelo energético baseado em fontes poluentes, como os combustíveis fósseis, para um modelo baseado em fontes renováveis, como a hidrelétrica, a eólica, a solar e a biomassa. Além disso, envolve outras dimensões, como a eficiência energética, a economia circular, a digitalização e a descentralização. A transição energética é necessária e urgente para evitar cenários catastróficos causados pelas mudanças climáticas, e também pode trazer benefícios para o meio ambiente, para a economia e para a sociedade. É um processo complexo e multidimensional que requer a participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos.
A transição energética é um dos temas mais importantes e urgentes da atualidade. Trata-se de uma mudança profunda na forma como produzimos e consumimos energia, buscando reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que causam o aquecimento global e as mudanças climáticas. Mas o que é exatamente a transição energética e por que ela é necessária e urgente?
A transição energética pode
ser definida como a passagem de um modelo energético baseado em fontes
poluentes, como os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), para
um modelo baseado em fontes renováveis, como a hidrelétrica, a eólica, a solar
e a biomassa. Essas fontes são chamadas de renováveis porque se regeneram na
natureza ou podem ser cultivadas, ao contrário dos fósseis, que são finitos e
levam milhões de anos para se formar.
Também envolve outras
dimensões, como a eficiência energética, que significa usar menos energia para
obter o mesmo resultado; a economia circular, que significa reaproveitar os
recursos e evitar o desperdício; a digitalização, que significa usar
tecnologias inteligentes para otimizar a geração, o transporte e o consumo de
energia; e a descentralização, que significa aproximar os produtores e os
consumidores de energia, reduzindo as perdas e aumentando a autonomia.
A transição energética é necessária porque o atual modelo energético é insustentável do ponto de vista ambiental, social e econômico. A queima de combustíveis fósseis é responsável por cerca de 75% das emissões globais de GEE, que provocam o efeito estufa e alteram o clima do planeta. As consequências disso são graves e já podem ser sentidas: aumento da temperatura média, derretimento das calotas polares, elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade, escassez de água e alimentos, conflitos e migrações forçadas.
A transição energética é urgente porque o tempo para evitar esses cenários catastróficos está se esgotando. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão científico da ONU, é preciso limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o final deste século para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Para isso, é necessário reduzir as emissões globais de GEE em 45% até 2030 e zerá-las até 2050. Isso implica em uma transformação radical do sistema energético mundial.
Esta transformação não é
apenas um desafio, mas também uma oportunidade. Ela pode trazer benefícios para
o meio ambiente, para a economia e para a sociedade. A transição energética
pode contribuir para a preservação dos recursos naturais, para a melhoria da
qualidade do ar e da saúde pública, para a geração de empregos verdes e
qualificados, para a redução da pobreza e das desigualdades, para a inovação
tecnológica e para a segurança energética.
Segundo a Agência
Internacional de Energia Renovável (IRENA), uma transição energética, baseada
em 100% de fontes renováveis até 2050, poderia gerar benefícios econômicos
globais de US$ 98 trilhões, além de evitar 6 milhões de mortes prematuras por
poluição do ar.
A transição energética é um processo complexo e multidimensional, que requer a participação e o comprometimento de todos os atores envolvidos: governos, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos. Cada um tem um papel a desempenhar nessa transformação. A transição energética é uma escolha coletiva e uma responsabilidade compartilhada. É também uma necessidade urgente e uma oportunidade única.
Riscos da transição energética
A transição energética também
envolve riscos e desafios para o setor energético e para a sociedade em geral.
Alguns desses riscos são:
– A segurança energética: a
transição energética pode afetar a disponibilidade, a confiabilidade e a
acessibilidade da energia, especialmente em países que dependem de importações
de combustíveis fósseis ou que têm infraestrutura inadequada para integrar as
fontes renováveis. Além disso, a transição energética pode aumentar a
vulnerabilidade a choques geopolíticos, como conflitos armados, sanções
econômicas ou ataques cibernéticos, que podem interromper o fornecimento de
energia.
– A competitividade
econômica: a transição energética pode exigir altos investimentos em
tecnologias, infraestrutura e capacitação, que podem afetar a competitividade
das empresas e dos países no mercado global. Além disso, a transição energética
pode gerar perdas de empregos e de receitas fiscais em setores ligados aos
combustíveis fósseis, que podem não ser compensadas pela criação de novas
oportunidades em setores emergentes.
– A justiça social: a
transição energética pode gerar desigualdades sociais entre países, regiões e
grupos populacionais, que podem ter acesso diferenciado aos benefícios e aos
custos da mudança. Por exemplo, alguns países podem ter mais recursos naturais
ou financeiros para investir em fontes renováveis, enquanto outros podem ficar
dependentes de fontes poluentes ou caras. Da mesma forma, alguns grupos podem
ter mais facilidade para se adaptar às novas demandas do mercado de trabalho ou
às mudanças nos padrões de consumo, enquanto outros podem ficar excluídos ou
marginalizados.
Diante desses riscos, é
importante que a transição energética seja planejada e implementada de forma
coordenada, consistente e participativa, envolvendo governos, empresas,
organizações da sociedade civil e consumidores. Além disso, é preciso que a
transição energética seja justa e equitativa, garantindo que ninguém seja
deixado para trás e que todos possam contribuir e se beneficiar da mudança.
A transição energética é um desafio coletivo que requer a participação e o compromisso de todos os atores da sociedade: governos, empresas, organizações não governamentais e cidadãos.
Cada um pode contribuir com suas escolhas e ações para acelerar essa mudança necessária e urgente. Afinal, o futuro do planeta depende da forma como usamos a energia hoje. (ecodebate)
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