sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Potencial de usina solar flutuante em reservatórios terrestres

Potencial de 22 TW de solar flutuante em 10% dos reservatórios terrestres.

Uma equipe de pesquisa internacional avaliou o status e o potencial mundial das instalações fotovoltaicas flutuantes em terra (FPV), incluindo a análise do uso de rastreadores e painéis solares bifaciais.
Mapa de reservatórios em terra na base de dados SERIS.

Imagem: Instituto de Pesquisa de Energia Solar de Cingapura (SERIS)

Uma equipe de pesquisa internacional avaliou o status mundial das instalações fotovoltaicas flutuantes em terra (FPV) para apoiar a tomada de decisões de investimento em FPV, incluindo discussões sobre o uso de rastreadores, diversos ângulos de inclinação e painéis solares bifaciais para aumentar o rendimento.

A pesquisa fornece informações sobre o status da implantação de sistemas FPV em todo o mundo e inclui o uso de rastreadores e painéis bifaciais, de acordo com Carlos D. Rodríguez-Gallegos, autor correspondente da pesquisa. Os insights abrangem o desempenho elétrico e o rendimento, mas também a influência do FPV na economia de água e eletricidade para vários países.

“Isso foi possível graças ao aproveitamento dos maiores bancos de dados globais de instalações FPV, mais de 1.100 sistemas a partir de 2022, juntamente com o maior banco de dados mundial de reservatórios aplicado em FPV”, disse Rodríguez-Gallegos à pv magzine.

De fato, a equipe de pesquisa usou um banco de dados global FPV do Instituto de Pesquisa de Energia Solar de Cingapura (SERIS) de instalações comerciais terrestres com 1.142 sistemas em 2022, e eles usaram outro banco de dados de reservatórios, naturais e artificiais, mantidos como parte da plataforma SERIS Geographic Information System (GIS), cobrindo uma área total de 2.220.623 km2.

Referindo-se ao banco de dados global SERIS FPV, o grupo disse que ele é mantido pelo SERIS há mais de oito anos e que é “provavelmente o maior banco de dados desse tipo”, pois contém informações sobre sistemas FPV em operação, totalizando 5,9 GW até o final de 2022.

Os pesquisadores identificaram que quase 90% da capacidade instalada de FPV está na Ásia e que o país líder em FPV é a China, com “quase metade da capacidade acumulada instalada”. “O domínio das regiões do Leste Asiático, ou seja, China continental, Taiwan, Japão e Coreia do Sul, é graças às suas tarifas feed-in atraentes, metas ambiciosas de energia renovável e regulamentações que favorecem o FPV. No entanto, outras regiões, como Índia e Israel, estão se recuperando desde 2019 e agora estão entre as 10 principais regiões”, disseram.

Também foi observado que, desde 2013, “o tamanho médio das usinas FPV cresceu de 0,09 MW para 1,40 MW em 2022, enquanto a densidade de potência média aumentou de 82 W/m2 para 123 W/m2 no mesmo período”.

A equipe analisou as tendências históricas no tamanho do sistema FPV, tipos de flutuação e fornecedores. Eles observaram que a Sungrow e especialista francês em PV flutuante Ciel et Terre forneceu mais de 100 projetos até o final de 2022, mas com base no tamanho médio do projeto, a Sungrow era mais de três vezes maior, com 9,4 MW.

Os declínios nos custos de instalação estão em andamento ao longo do tempo. “Observamos que os sistemas FPV podem ser economicamente viáveis sob as condições certas do projeto. Por exemplo, um projeto na Índia teve um Capex tão baixo quanto US$ 0,41/W, o que demonstra que o FPV pode ser competitivo com outras opções de energia renovável”, disse Rodríguez-Gallegos.

O grupo investigou o potencial global de FPV em termos de capacidade, produção de energia e economia de água para uma variedade de ângulos de inclinação, configurações de rastreamento, bem como o uso de painéis bifaciais. Por exemplo, eles listaram dez tipos diferentes de configurações de FPV com uma variedade de ângulos de inclinação fixos, rastreamento de eixo horizontal e vertical, eixo único e duplo e orientações diversas.

Ele estimou que, ao “instalar o FPV em 10% da área de 249.717 reservatórios em terra, a capacidade do FPV poderia chegar a 22 TW e atender a todo o consumo global de eletricidade e até 5% da demanda mundial de água”.

Olhando para o futuro, o pesquisador disse que o grupo pretende se concentrar em aplicações FPV offshore, investigando o “potencial de energia, considerações de projeto, custos e desafios operacionais e de manutenção (O&M)”.

Itaipu vai instalar usina solar flutuante no reservatório

O artigo ” “Global Floating PV Status and Potential” foi publicado na Progress in Energy. Contou com contribuições de pesquisadores do SERIS de Cingapura e da Universidade Nacional de Cingapura (NUS), bem como da Escola Superior Politécnica do Litoral no Equador, da Universidade Politécnica de Hong Kong, da Universidade Concordia, Canadá e da Universidade Deakin, Austrália. (pv-magazine-brasil)

Maior usina solar em telhado do Brasil ocupa uma área de 39 mil m2

Telhado solar possui mais de 11 mil módulos fotovoltaicos
Usina solar na fábrica da Jacto, no interior de SP.

A empresa Jacto, fabricante de equipamentos agrícolas, inaugurou um projeto gigantesco de energia limpa no teto do empreendimento. Com 6,4 megawatts-pico (MWp) de capacidade instalada, é a maior usina solar em telhado do Brasil. A empresa está localizada no distrito de Paulópolis, em Pompéia, no interior de São Paulo.

Energia solar no telhado é a solução altamente eficiente para a geração de eletricidade, especialmente em ambientes urbanos e industriais. Ao instalar painéis solares fotovoltaicos diretamente nas coberturas, é possível aproveitar o espaço disponível para produzir energia limpa, reduzir custos com eletricidade e contribuir para a diminuição da pegada de carbono. No caso da Jacto, ao todo, o projeto conta com mais de 11,3 mil módulos fotovoltaicos instalados sobre a cobertura da unidade fabril, ocupando uma área de quase 39 mil m2.

A maior usina solar em telhado tem a capacidade de gerar 8 gigawatts-hora por ano (GWh/ano), volume suficiente para atender grande parte da demanda energética das operações, segundo a companhia.

“O aproveitamento de grandes coberturas para implantação de usinas solares, tanto na área rural quanto no meio urbano, é uma tendência no Brasil e se configura como uma das grandes soluções para empresas e produtores agrícolas que buscam redução de custo com energia elétrica, segurança de suprimento de eletricidade e mais competitividade e sustentabilidade para o negócio”, explica Jacques Hulshof, diretor executivo da TTS Energia, empresa de engenharia e construção de usinas solares no Brasil, detentora do projeto, instalação e comissionamento da usina no telhado.

O projeto está enquadrado no modelo de autoprodução, modalidade em que o consumidor é, ao mesmo tempo, gerador da energia que utiliza e integra o Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como mercado livre de energia.

Estacionamento solar

Além da usina solar instalada na cobertura principal, também foi implantado um sistema fotovoltaico no estacionamento coberto (carport) da fábrica. São 886 quilowatts (kW) de capacidade instalada e 1,6 mil módulos fotovoltaicos em uma área de 6,1 mil m2. Somente nesta instalação, a capacidade de geração é 1,17 GWh/ano.

“Na prática, esses projetos transformam um centro de custo, ou seja, um telhado que gera despesa em uma grande fonte de receita a partir da energia solar”, reforça Hulshof. Não foi informado a redução exata projetada para este projeto, mas sendo a maior usina solar em telhado do Brasil é esperado que haja uma economia energética significativa. (ciclovivo)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A maior usina de energia renovável do mundo

A maior usina de energia renovável do MUNDO: Um megaprojeto de US$ 20 bilhões do tamanho de Singapura que vai abastecer 18 milhões de lares.
Cinco vezes o tamanho de Paris e visível do espaço: a maior usina de energia limpa do mundo está em construção e vai superar todas já construídas!

A maior usina de energia solar e eólica é 5 vezes maior que Paris e, quando finalizada, será capaz de gerar energia limpa para 16 milhões de residências. Conheça a usina solar e eólica de Khavda, na Índia!

O Parque Solar Khavda é um megaprojeto de energia renovável que está sendo construído na Índia, com o objetivo de fornecer energia limpa para 18 milhões de lares. O projeto tem um custo de US$ 20 bilhões e é do tamanho de Singapura.

O Parque Solar Khavda tem como objetivo:

Reduzir a dependência da Índia de combustíveis fósseis

Combater as mudanças climáticas, evitando milhões de toneladas de emissões de CO2 anualmente

O projeto está transformando áreas áridas do deserto de sal no oeste da Índia em uma das principais fontes de energia limpa do mundo.

Parque Solar Khavda

A maior usina de energia renovável do MUNDO: Um megaprojeto de US$ 20 bilhões do tamanho de Singapura que vai abastecer 18 milhões de lares. O Parque Solar Khavda foi feito para gerar energia limpa em grande escala e ajudar a Índia a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis.

O Parque Solar Khavda foi feito para gerar energia limpa em grande escala e ajudar a Índia a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis. Ele também busca combater as mudanças climáticas, evitando milhões de toneladas de emissões de CO2 todos os anos.

Com capacidade para gerar 30 gigawatts de energia limpa, o Parque Solar Khavda, na Índia, promete evitar 58 milhões de toneladas de CO2 por ano, impulsionando o país rumo às metas de energia renovável e sustentabilidade.

A Índia, um dos países com maior demanda por energia do mundo, está prestes a dar um passo gigantesco rumo ao futuro renovável. O Parque Solar Khavda está sendo construído no deserto de Gujarat e promete ser a maior usina de energia renovável do mundo. Mas o que torna este projeto tão impressionante? Vamos explorar.

O que é o Parque Solar Khavda e onde está localizado?

Consegue imaginar algo tão grande que é visível até do espaço? Isso é exatamente o que está acontecendo no deserto de Gujarat, na Índia. O Parque Solar Khavda, que também contará com turbinas eólicas, cobrirá uma área tão vasta quanto Singapura, com 72.600 hectares. Para ter uma ideia do tamanho, são aproximadamente 280 milhas quadradas de terra dedicadas exclusivamente à geração de energia limpa.

O projeto está localizado próximo à fronteira com o Paquistão, numa região conhecida por suas condições climáticas ideais para a instalação de painéis solares e turbinas. Este local foi escolhido estrategicamente, pois possui uma extensa área de deserto de sal, ideal para a instalação de equipamentos sem grandes limitações geográficas

O potencial de produção de energia e seus impactos ambientais

Para comparação, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do Brasil e do mundo, tem capacidade instalada de 14 gigawatts (GW). Ou seja, o Parque Solar Khavda, na Índia, será mais que o dobro da capacidade de Itaipu, destacando-se como uma das maiores fontes de energia renovável no planeta.

Quando estiver totalmente operacional, o Parque Solar Khavda terá uma capacidade impressionante de 30 gigawatts (GW) de energia elétrica. Para se ter uma ideia, essa quantidade de energia pode abastecer cerca de 18 milhões de lares. Isso é mais do que suficiente para iluminar a vida de milhões de famílias indianas.

Além de fornecer uma quantidade significativa de energia limpa, o parque será uma peça-chave na redução das emissões de dióxido de carbono. A expectativa é que o parque evite a emissão de cerca de 58 milhões de toneladas de CO2 anualmente. Isso é como retirar da atmosfera o que é emitido por milhões de veículos a combustão em um ano. Sem dúvida, um grande passo para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Desafios e inovações tecnológicas do projeto

Construir a maior usina de energia renovável do mundo não é uma tarefa simples. Milhares de trabalhadores estão no local, instalando painéis solares que se estendem até onde a vista alcança e montando enormes turbinas eólicas. A infraestrutura necessária para sustentar um projeto de tal magnitude é impressionante, com quilômetros de fios sendo colocados para conectar toda essa energia gerada de forma eficiente.

Outro grande desafio é a integração dos dois tipos de fontes de energia – solar e eólica – no mesmo parque. Para isso, estão sendo usadas tecnologias de ponta que permitem que os dois sistemas operem de maneira coordenada e sem falhas. A instalação de turbinas eólicas de grande porte em uma área desértica exige uma logística sofisticada, o que torna o projeto ainda mais inovador.

Obras da maior usina de energia eólica e solar do mundo em andamento

A Índia e seu compromisso com a energia limpa

A construção do Parque Solar Khavda é apenas uma parte do compromisso da Índia em investir em energia limpa. O país se comprometeu a atingir uma marca impressionante de 500 gigawatts de capacidade de energia renovável até o final desta década. A Índia tem a meta de alcançar emissões líquidas zero até 2070, o que é um grande desafio, considerando que mais de 70% da eletricidade do país ainda é gerada a partir de combustíveis fósseis, como o carvão.

Com o aumento da população e o crescimento econômico, a demanda por energia na Índia só tende a crescer. Por isso, iniciativas como o Parque Solar Khavda não são apenas um investimento no presente, mas também no futuro sustentável do país.

Outras grandes iniciativas de infraestrutura na Índia

A Índia não está apenas investindo em energia renovável. O país está implementando outros megaprojetos que transformarão sua infraestrutura. O Projeto Polavaram, por exemplo, é uma represa que será construída no Rio Godavari, com o objetivo de melhorar o fornecimento de água, irrigação e geração de energia na região de Andhra Pradesh. O projeto DMIC, uma parceria entre a Índia e o Japão, tem como objetivo criar novas cidades entre Déli e Mumbai, com um custo estimado de US$ 96,25 bilhões.

Esses projetos, juntamente com o Parque Solar Khavda, são provas de que a Índia está se posicionando como um líder em inovação e infraestrutura no cenário global. (clickpetroleoegas)

Avanço da energia nuclear pode ser bom para o clima?

A energia nuclear não libera emissões de carbono durante sua produção, vantagem que tem alavancado o modelo como uma solução limpa para suprir a demanda de energética, que cresce em ritmo acelerado em todo o mundo.
Avanço da energia nuclear pode ser bom para o clima?

Com aumento da demanda, energia nuclear deve atingir níveis recordes em 2025, embora seus riscos desafiem o status de “energia limpa”. China é maior impulsionadora do modelo. A energia nuclear não libera emissões de carbono durante sua produção, vantagem que tem alavancado o modelo como uma solução limpa para suprir a demanda de energética, que cresce em ritmo acelerado em todo o mundo.

Contudo, embora não polua da mesma forma que os combustíveis fósseis, a energia nuclear tem seu próprio conjunto de problemas ambientais. Entre eles, as emissões indiretas liberadas pela extração do urânio, o acúmulo de resíduos radioativos e o risco de contaminação da água ou da ocorrência de um desastre como o de Chernobyl.

Apesar dos riscos, a Agência Internacional de Energia (AIE) projeta que a energia nuclear vai representar quase 10% da produção global de eletricidade em 2025 – o maior nível em 30 anos.

Crise climática traz uma nova chance para a energia nuclear

Segundo Fatih Birol, diretor executivo da AIE, esse crescimento foi liderado pela China, impulsionado em parte para suprir a demanda energética de grandes centros de dados e de tecnologias como a inteligência artificial (IA).

Nos últimos meses, os gigantes da tecnologia Meta, Amazon, Microsoft e Google anunciaram planos de investir em energia nuclear sob a bandeira da neutralidade carbônica – apesar de antes terem prometido apostar exclusivamente de energias renováveis. E com a pressão crescente para se reduzir as emissões de gases de efeito estufa, alguns formuladores de políticas também se manifestaram a favor de um novo impulso para o modelo.

Energia nuclear é menos destrutiva do que se imagina, segundo especialista em clima e energia

Sabe como será a cara do mundo caso a temperatura média da Terra aumentar mais 4ºC nos próximos anos? Mais de um terço da população será afetado.

Energia nuclear é uma solução climática realista?

Quase dois anos depois de a Alemanha fechar seus últimos reatores nucleares, os partidos União Democrata Cristã e Social Cristã (CDU/CSU) de oposição conservadora, pediram mais pesquisas sobre a tecnologia nuclear.

De olho nas eleições federais alemãs em fevereiro, seu manifesto eleitoral da afirma que a energia nuclear “tem um papel importante a desempenhar, especialmente no que diz respeito às metas climáticas e à segurança de abastecimento”.

Friedrich Merz, candidato a chanceler federal pela CDU, descreveu o fechamento dos reatores alemães como um “erro estratégico”, mas diz que não é realista pensar em reativar agora as usinas desligadas.

Outras siglas querem examinar a possibilidade. A ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), por exemplo, está pressionando pelo retorno à energia nuclear, como parte de uma “combinação de energia sustentável e séria”. Em entrevista recente à emissora alemã ZDF, a candidata do partido à chefia de governo, Alice Weidel, afirmou que a energia nuclear tem “uma pegada zero de CO2”.

A coalizão governamental do chanceler federal alemão Olaf Scholz, hoje composta pelos social-democratas e verdes, descarta o retorno à energia nuclear, que também envolve emissões carbônicas indiretas ao longo do complexo processo de construção dos reatores.

Henry Preston, porta-voz da Associação Nuclear Mundial (WNA), acredita que os formuladores de políticas se tornaram mais “pragmáticos” nos últimos anos, equilibrando a segurança energética e a emergência climática, enquanto pesam o aumento do custo e do cronograma de construção de um reator nuclear com o potencial de produzir uma “enorme quantidade” de energia limpa.

Grupos ambientalistas têm apontado que os novos e caros projetos nucleares, que normalmente levam cerca de uma década para ser construídos após todo o processo de planejamento e licenciamento, não entrarão em operação a tempo de cumprir as metas climáticas.

“Uma transição rápida requer o uso de tecnologias e soluções existentes que possam ser implementadas mais rapidamente, como as energias renováveis, principalmente a solar e a eólica, além de eficiência energética e flexibilidade sistêmica”, frisou a Climate Action Network Europe, uma organização global de defesa do clima, em publicação online.

“As energias renováveis superam consistentemente a nuclear em termos de custo e velocidade de implantação e, portanto, são escolhidas em vez da energia nuclear na maioria dos países”, consta do Relatório de Status da Indústria Nuclear Mundial de 2024 (WNISR), que considera “irrealistas” os planos de aumentar a capacidade nuclear.

Reatores modulares pequenos são alternativa mais segura?

Nos Estados Unidos, a Amazon e a Google planejam comprar energia de pequenos reatores modulares (SMRs), que funcionam como usinas nucleares avançadas com capacidade inferior a 300 megawatts, cerca de um terço de uma usina nuclear padrão.

As gigantes da tecnologia afirmam que a energia nuclear ajudará a suprir as necessidades energéticas da inteligência artificial e dos centros de dados. Atualmente, essas tecnologias consomem entre 1% e 3% do suprimento mundial de energia – parcela que alguns analistas contam dobrar até 2030.

Os centros de dados precisam de “uma abundância de energia que seja livre de carbono e confiável a cada hora do dia, e as usinas nucleares são as únicas fontes que podem cumprir essa promessa de forma consistente”, disse em setembro Joe Dominguez, diretor executivo da Constellation Energy nos EUA, ao anunciar um acordo de fornecimento de energia nuclear de 20 anos com a Microsoft.

Os defensores afirmam que os SMRs serão mais seguros e mais baratos, e sua integração à rede mais rápida do que os reatores tradicionais, podendo ser construídos nos locais de antigas usinas de combustíveis fósseis. As parcerias da Amazon e da Google nos EUA para a implementação da tecnologia devem estar operacionais no início da década de 2030.

Energia nuclear é “energia verde”?

Ambientalistas: “promessas vazias”

Mas a Climate Action Network rebate o que classifica de “promessas vazias” dos SMRs, pois “a tecnologia ainda não foi testada em escala comercial”. Em nível global, apenas dois projetos de SMR foram construídos até o momento, cada um com reatores de diferentes padrões russos e chineses. Eles foram conectados à rede em 2019 e 2021, respectivamente.

O relatório WNISR 2024, financiado em parte pelo Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, apontou que ambos os projetos sofreram atrasos significativos na construção, levando duas ou três vezes mais tempo para ser construídos do que o planejado. Eles também ultrapassaram o orçamento e, até o momento, não tiveram bom desempenho na geração de energia.

Segundo o setor nuclear, no entanto, os atrasos não foram surpresas, pois os primeiros SMRs construídos na Rússia e na China eram projetos-piloto. Os futuros, agora em fase de planejamento, poderiam “entrar em operação mais rapidamente”, disse Preston, da Associação Nuclear Mundial.

Mas Mycle Schneider, analista independente de políticas nucleares e editora do WNISR, lembra que isso só seria possível com a “reprodução de unidades idênticas ou praticamente idênticas”, e não com SMRs de padrões diversos, como acontece na Rússia e na China.

Schneider entende que o rápido aumento da produção de painéis solares, baterias conectadas à rede e turbinas eólicas, com dezenas de milhares de unidades construídas a cada ano, representa uma “fabricação verdadeiramente modular”, permitindo que esses setores inovem e reduzam rapidamente os custos: “O setor nuclear aprendeu com os projetos pilotos de SMR na China e na Rússia que ninguém quer reproduzi-los, e não há tentativas de licenciá-los em nenhum país ocidental”.

Falta de investimentos e consenso impedem avanço da energia nuclear no Brasil.

Em meio ao debate sobre a retomada da usina de Angra 3, governo enfrenta desafios para a conclusão do projeto.

É preciso energia nuclear para atingir as metas climáticas?

Na conferência climática COP28, de 2023, em Dubai, a energia nuclear foi listada pela primeira vez entre as tecnologias de baixa emissão necessárias para alcançar as “reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases-estufa”.

O relatório de 2022 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU também mencionou a energia nuclear, dizendo que era “improvável que todos os sistemas de energia de baixo carbono em todo o mundo dependam inteiramente de fontes de energia renováveis”.

Embora admitam que a energia eólica e a solar devam desempenhar um papel importante no esforço para substituir os combustíveis fósseis, os especialistas em energia costumam ressaltar a falta de confiabilidade da energia renovável que depende da disponibilidade do sol e do vento.

Desde a COP28, 31 países – entre eles protagonistas nucleares como França, Reino Unido, Estados Unidos e Japão – se comprometeram a triplicar sua capacidade dessa energia até 2050. Estados não nucleares, como El Salvador, Jamaica, Moldávia e Mongólia, fizeram o mesmo.

A energia nuclear é melhor do que a solar e a eólica?

No entanto, o WNISR 2024 é cético em relação a essa promessa. Listando uma série de possíveis obstáculos, incluindo altos custos, tempo de construção e falta de capacidade industrial, o cálculo é que seriam necessários mais de mil novos reatores para triplicar a capacidade instalada atual. (msn)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Instalação de energia solar tem retorno de investimento de até 45% ao ano no Brasil

Retorno do investimento em energia solar chega a 45% ao ano no Brasil

Queda de preço dos painéis tornou aquisição mais vantajosa, mesmo com alta do dólar e elevação dos juros, mostra estudo do Meu Financiamento Solar.

O retorno de investimento para quem instalar energia solar no Brasil varia entre 35% e 45% ao ano, dependendo da região e do dimensionamento do projeto, mostra levantamento da plataforma Meu Financiamento Solar, especializada em financiamento para projetos fotovoltaicos de geração própria. O estudo comparou preços de mais de 3 mil empresas instaladoras de painel solar no país.

Segundo estudo da plataforma Meu Financiamento Solar, investir em painéis solares, após queda de preços, em média, 60% nos últimos três anos ao consumidor final, pode ser três vezes melhor do que aplicar em renda fixa. O estudo comparou preços de mais de 3 mil empresas instaladoras de painel solar no país.

Segundo levantamento da plataforma Meu Financiamento Solar, especializada em financiamento para projetos fotovoltaicos de geração própria em todo o território nacional, o preço do painel solar caiu, em média, 60% de 2022 para 2025 para o consumidor final no Brasil.

Pelo estudo, que comparou preços de mais de 3 mil empresas instaladoras de painel solar no Brasil, o retorno de investimento para quem instalar sistemas fotovoltaicos em telhados varia entre 35% e 45% ao ano, dependendo da região e do dimensionamento do projeto.

O mapeamento do Meu Financiamento Solar mostra ainda que nem o aumento recente do dólar e nem a escalada da taxa Selic (taxa de juros) dos últimos meses conseguiram diminuir o retorno do investimento em painéis solares. “Pelo contrário, a queda no preço foi tão grande que agora investir em um sistema de energia solar fotovoltaica para uma casa ou comércio pode ser o melhor destino do dinheiro do proprietário”, explica a diretora-executiva do Meu Financiamento Solar, Carolina Reis.

No mercado internacional, os preços dos fabricantes chineses, por exemplo, saíram de US$ 0,23 o watt-pico para US$ 0,08 o watt-pico entre 2022 e 2025. “Já no Brasil, o retorno do investimento em painéis solares em 2022 era na casa de 20% ao ano e, sendo assim, o payback praticamente dobrou nos últimos três anos”, acrescenta a executiva.

Simulação de preço e retorno de investimento em energia solar

Tipo consumidor

Potência sistema

Preço médio (R$)

Economia conta de luz (R$)

Economia anual (R$)

Taxa retorno anual

Residencial

5 kwp

12.906

400

4.800

37%

Residencial

6,6 kwp

16.988

500

6.000

35%

Residencial

7,6 kwp

18.165

600

7.200

40%

Residencial

8,8 kwp

20.518

700

8.400

41%

Residencial

10 kwp

22.692

800

9.600

42%

Residencial

12,2 kwp

26.318

1.000

12.000

46%

Comercial

25,5 kwp

54.500

2.000

24.000

44%

Comercial

50,5 kwp

122.900

4.000

48.000

39%

Meu Financiamento Solar (janeiro 2025)

Financiamento de painéis solares tende a melhorar

Mesmo com o aumento na taxa básica de juros no Brasil, a queda no preço dos painéis solares tornou o financiamento a melhor opção de aquisição de um sistema fotovoltaico para quem não quer tirar dinheiro do bolso.

“O Meu Financiamento Solar opera a linha de crédito do Banco BV, que utiliza um modelo de concessão de crédito baseado em preço por risco, ou seja, quanto melhor for o perfil de crédito do cliente, melhor será a taxa de financiamento utilizada”, explica Carolina.

Com uma simulação de tamanho do sistema em termos de potência, custo de instalação, equipamentos, parcelas do carnê e economia na conta de luz do cliente, o Meu Financiamento Solar constatou que, na maioria dos casos, a parcela do financiamento fica mais barata que a economia gerada na conta de luz mensal do cliente. Dessa maneira, o sistema de energia solar acaba gerando economia suficiente para pagar as parcelas do financiamento e, em alguns casos, não só isso, mas também traz um ganho para o investidor.

Simulação de financiamento de sistemas de energia solar

Em uma simulação de financiamento de sistemas solar, as parcelas para consumidores residenciais investindo em sistemas de até 12 kW não ultrapassa R$ 1.000 por mês. No caso de um sistema residencial, variam de R$ 388, em 84 parcelas, a R$ 575, em 36 parcelas.

A simulação abaixo foi feita com base em um perfil específico de cliente. Para cada pedido de crédito, o consumidor recebe uma proposta originada dentro do perfil específico do solicitante.

Potência Sistema

Preço médio (R$)

36 parcelas (R$)

60 parcelas (R$)

84 parcelas (R$)

Economia mensal Conta de Luz (R$)

5kwp

12.906

575

428

388

400

6,6kwp

16.988

745

554

500

500

7,6kwp

18.165

793

590

534

600

8,8kwp

20.518

891

663

600

700

10kwp

22.692

981

730

661

800

12,2kwp

26.318

1.131

842

762

1.000

25,5kwp

54.500

2.296

1.702

1.547

2.000

50,5kwp

122.900

5.131

3.818

3.458

4.000

Meu Financiamento Solar (janeiro 2025)

Mais de 4,6 milhões de imóveis abastecidos com energia solar

Ao todo, já são mais de 35 GW de potência instalada em telhados e pequenos terrenos no país, com investimentos acumulados da ordem de R$ 164,1 bilhões.

A geração própria de energia solar abastece, atualmente, mais de 4,6 milhões de imóveis no Brasil, entre residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, segundo balanço da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Ao todo, são cerca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados e pequenos terrenos no País, com investimentos acumulados da ordem de R$ 164,1 bilhões no País. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.563 municípios e em todos os estados brasileiros. (pv-magazine-brasil)