Do
potencial solar à capacidade instalada: o caminho do Brasil inspirado pela
Alemanha.
Apesar dessa vantagem natural, é a Alemanha que se destaca em termos de capacidade instalada de geração fotovoltaica. Inclusive, o país superou 90 GW de capacidade instalada em 2024 e, atualmente, a fonte solar representa quase 35% da matriz elétrica do país. Já o Brasil, mesmo com maior potencial solar, possui cerca de 54 GW instalados entre geração centralizada e distribuída, o que representa cerca de 22% da sua matriz elétrica.
Figura 1: Comparação do potencial solar acumulado de irradiação solar global horizontal (GHI) entre a América do Sul e a Alemanha.
Em
maio de 2025, a Alemanha atingiu um marco histórico, com 99% de seu consumo
energético sendo atendido por fontes renováveis (solar e eólica). Durante o
verão de 2024, o país registrou um recorde, com a energia solar representando
25% da geração elétrica, embora, no inverno, a geração solar seja reduzida em
cerca de 50% em relação ao verão, refletindo a forte sazonalidade do recurso na
região.
Mesmo
com capacidade instalada inferior à Alemanha, o Brasil se destacou em 2024 como
o quarto país que mais cresceu em geração solar, ficando atrás apenas de China,
Estados Unidos e Índia. Esse avanço foi impulsionado pela popularização dos
sistemas fotovoltaicos residenciais, além de políticas de incentivo e leilões
de energia renovável.
Em
resumo, a diferença de potencial solar entre os 2 países é determinada pela
forma da Terra e pela inclinação do eixo de rotação do planeta. Por exemplo,
nas regiões próximas à linha do Equador (onde o Brasil se encontra), os raios
solares incidem de forma quase perpendicular à superfície durante todo o ano.
Isso resulta em uma maior concentração de energia por metro quadrado, o que
favorece a eficiência dos sistemas fotovoltaicos. À medida que se avança para
os polos, o ângulo de incidência dos raios solares se torna mais oblíquo, o que
distribui a energia solar por uma área maior e diminui sua intensidade sobre a
superfície terrestre.
Imagem:
Atlas Solar Global
Já
na Alemanha, dada a maior distância da linha do Equador, o potencial solar é
ainda mais influenciado pela inclinação do eixo da Terra, que provoca variações
sazonais acentuadas. Portanto, o recurso solar alemão tem uma sazonalidade bem
demarcada.
Durante
o verão, há um aumento na duração dos dias em direção aos polos, o que eleva o
potencial solar nessas regiões. Além disso, fatores como a distribuição de
nebulosidade e a altitude em relação ao nível do mar também impactam
significativamente o aproveitamento solar no país. Regiões mais elevadas têm
menor espessura atmosférica, e consequentemente apresentam maior irradiância na
superfície. No sul da Alemanha, por exemplo, áreas próximas aos Alpes
apresentam desempenho superior à média nacional.
Apesar
dessas limitações geográficas, a Alemanha consegue maximizar sua geração solar
com tecnologias como rastreadores solares (tracking) e painéis bifaciais, que
melhoram o aproveitamento da luz em diferentes ângulos e condições de
luminosidade.
O exemplo da Alemanha, que lidera em capacidade instalada apesar de um menor potencial solar, demonstra que investimentos, inovação tecnológica e políticas públicas eficazes são fundamentais para transformar recursos naturais em resultados concretos. Com uma das maiores irradiância solares do mundo, o Brasil tem condições excepcionais para se tornar um líder global na geração de energia solar.
Brasil expande geração de energia solar e acorda para potencial
Usinas
de geração solar ganham espaço e fazem Brasil acordar para potencial.
(pv-magazine-brasil)
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