quinta-feira, 24 de julho de 2025

Indústrias investem em energia limpa para reduzir despesas

Indústrias investem em energia limpa para reduzir despesas, aponta CNI.

Autoprodução lidera estratégia de indústrias para reduzir custos com energia.
Montagem de painéis solares para captação de energia

De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas em 2024, 48% das empresas afirmaram investir em ações ou projetos de uso de energia hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono.

Quase metade das indústrias brasileiras já investe em fontes renováveis de energia, mostra pesquisa da CNI.

Percentual de empresas subiu de 34% para 48% em 2024. No Nordeste, 6 em cada 10 indústrias adotam ações voltadas ao uso de energia limpa.

Com a urgência de combater as mudanças climáticas, a indústria brasileira tem intensificado os esforços para incorporar fontes renováveis de energia no processo produtivo. Em 2024, 48% das empresas afirmaram investir em ações ou projetos de uso de energia hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O percentual representa um salto significativo em relação a 2023, quando 34% das empresas indicaram iniciativas voltadas à geração de energia limpa. Os resultados integram pesquisa encomendada pela CNI à Nexus, que entrevistou 1 mil executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte de todos os estados brasileiros entre 24/10 e 25/10/2024.

O aumento do interesse em investir em fontes de energia renováveis demonstra que o Brasil está na vanguarda da transição energética e reflete o compromisso crescente da indústria brasileira com a sustentabilidade. O avanço reforça a conscientização do setor sobre seu papel no enfrentamento das mudanças climáticas”, afirma Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.

Entre as indústrias que investiram em programas ou ações para o uso de fontes renováveis de energia, a autoprodução foi a principal estratégia (42%). Elas buscaram, sobretudo, reduzir custos (50%).

Nordeste lidera a adoção de fontes renováveis

O Nordeste lidera o uso de fontes renováveis, com 60% das indústrias da região investindo nesse tipo de energia. No Sudeste, por outro lado, o índice é de apenas 39%. Além do custo, outro fator relevante para os empresários é o acesso a financiamento.

Regionalmente, o Nordeste se destaca como líder em termos de investimentos em projetos de energias renováveis. De acordo com o estudo, 60% das indústrias da região apostam em projetos de energia limpa.

No Norte e Centro-Oeste, o índice é de 56%; no Sul, 53%; e no Sudeste, 39%.

Inovação é estratégica para a descarbonização

Aumentou também o número de indústrias que consideram a energia renovável e a inovação como estratégias para a descarbonização. Em 2024, 25% das empresas indicaram o uso de fontes renováveis como prioridade para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), um crescimento de 2 pontos percentuais em relação a 2023.

No quesito inovação, o avanço foi ainda mais expressivo: o percentual de empresas que priorizam a inovação tecnológica para descarbonização passou de 14% em 2023 para 20% em 2024.

Mais de 60% das empresas entrevistadas têm interesse em financiamento para adequação do maquinário para fins de descarbonização. Por outro lado, a 9 em cada 10 reclamam da falta de incentivo tributário para as ações de descarbonização industriais.
Brasil: uma posição privilegiada para energias renováveis 

As características geográficas e climáticas colocam o Brasil em posição privilegiada na busca por um crescimento econômico sustentável. Mais de 90% da matriz elétrica brasileira têm origem em fontes renováveis, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

As três maiores fontes renováveis da matriz elétrica nacional são: hídrica, eólica e biomassa. Entre as fontes não renováveis, destacam-se gás natural, petróleo e carvão mineral. No mundo, ainda há grande dependência de energias provenientes de fontes não renováveis.

Em 2024, pela primeira vez em 84 anos, as fontes de energia limpa responderam por 40,9% da geração global de eletricidade, segundo a Ember, think tank dedicado à energia. Em 1940, o sistema elétrico mundial era 50 vezes menor e a geração renovável se concentrava, basicamente, em hidrelétricas. O Brasil teve papel relevante ao se tornar o quinto maior produtor de energia solar do mundo, ultrapassando a Alemanha, considerada uma referência no setor. O mesmo estudo mostrou que os países mais impactados pelo aumento das temperaturas, como China e Índia, intensificaram o uso de fontes fósseis, especialmente carvão

Sustentabilidade na produção industrial

Segundo a CNI, as indústrias brasileiras implementam, em média, seis medidas de sustentabilidade.

Entre as práticas mais comuns estão:

Redução da geração de resíduos sólidos (89%)

Otimização do consumo de energia (86%)

Modernização de maquinário para ganhos ambientais (81%)

Redução ou eliminação da poluição da água (79%)

Otimização do uso da água (79%)

Aperfeiçoamento dos processos produtivos para melhorar o desempenho ambiental (77%)

A sustentabilidade nos processos industriais refere-se à adoção de práticas que visam reduzir o impacto ambiental, otimizar o uso de recursos e promover a eficiência energética nas atividades industriais. Isso inclui desde a escolha de materiais mais sustentáveis e a adoção de tecnologias inovadoras até a gestão eficiente de resíduos e a utilização de fontes de energia renovável.

Principais aspectos da sustentabilidade industrial:

Redução de emissões e poluição:

Utilização de processos que minimizem a emissão de gases de efeito estufa e a liberação de poluentes na água e no ar.

Eficiência energética:

Adoção de tecnologias e práticas que reduzam o consumo de energia, como a instalação de sistemas de iluminação LED, o uso de equipamentos mais eficientes e a otimização dos processos de produção.

Gestão de resíduos:

Implementação de sistemas de tratamento e destinação de resíduos que minimizem o impacto ambiental, como a reciclagem, a reutilização e a compostagem.

Uso de fontes de energia renovável:

Substituição gradual de fontes de energia convencionais por fontes renováveis, como a solar, a eólica e a hidráulica.

Sustentabilidade da cadeia de suprimentos:

Adoção de práticas sustentáveis por toda a cadeia de fornecedores, desde a extração de matéria-prima até a fabricação e o transporte dos produtos.

Benefícios da sustentabilidade industrial:

Redução de custos:

A otimização do uso de recursos e a adoção de tecnologias mais eficientes podem gerar redução de custos em longo prazo.

Melhora da imagem da empresa:

Empresas que adotam práticas sustentáveis tendem a ser mais valorizadas pelos consumidores e a atrair investidores.

Conformidade com regulamentações:

A sustentabilidade industrial pode ajudar as empresas a cumprir as exigências ambientais e a evitar multas e sanções.

Acesso a mercados mais exigentes:

Em muitos mercados, a sustentabilidade é um fator cada vez mais importante na escolha do consumidor, e as empresas que não adotam práticas sustentáveis podem ter dificuldades em competir.

Contribuição para um futuro mais sustentável:

A sustentabilidade industrial é fundamental para garantir um futuro mais limpo e próspero para as próximas gerações.

Exemplos de práticas sustentáveis em processos industriais:

Utilização de embalagens recicláveis ou biodegradáveis:

Substituição de embalagens plásticas por alternativas mais sustentáveis, como papelão ou plástico vegetal.

Adopção da economia circular:

Adoção de práticas que visam minimizar o desperdício e otimizar o uso de recursos, como a reutilização de materiais e a reciclagem de resíduos.

Implantação de sistemas de tratamento de água e efluentes:

Implementação de sistemas que reduzam a poluição da água e permitam o reaproveitamento da água tratada.

Investimento em tecnologias de baixo carbono:

Adoção de tecnologias que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, como a utilização de motores elétricos, a instalação de painéis solares e a adoção de processos de produção mais eficientes.

A sustentabilidade industrial é um desafio complexo, mas fundamental para o desenvolvimento de um futuro mais sustentável. Ao adotar práticas mais sustentáveis, as indústrias podem contribuir para a preservação do meio ambiente, para o desenvolvimento socioeconômico e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Em relação à logística reversa, 70% das médias e grandes indústrias já desenvolvem ações. Empresas que fabricam produtos no Brasil têm responsabilidade compartilhada com governos e cidadãos para evitar o desperdício.

Para 83% dos entrevistados que investem em práticas e projetos em economia circular, as iniciativas contribuem diretamente para a redução de GEE. (portaldaindustria)

Nenhum comentário: