A era de veículos elétricos mostra as oportunidades que podemos ter à medida que passamos da era do combustível fóssil para uma nova, de tecnologias sustentáveis
A chave para o controle da mudança climática está na tecnologia aperfeiçoada. Precisamos identificar novas formas de produzir e usar energia, atender as nossas necessidades alimentares, nos transportar, aquecer e refrigerar as nossas moradias de uma forma que nos permita reduzir o consumo do petróleo, gás, carvão, fertilizantes à base de nitrogênio e demais fontes dos gases de efeito estufa que alteram o clima.
Existe um número suficiente de boas opções disponíveis para sugerir que o mundo pode atingir a meta de controlar a mudança climática a um custo razoável (talvez 1% da renda global por ano), ao mesmo tempo permitindo que a economia do mundo continue crescendo e elevando os padrões de vida. Um dos desdobramentos mais animadores no horizonte é a nova geração de automóveis elétricos.
Nos primeiros dias do automóvel, no fim do século 18, muitos tipos de carros competiam entre si – a vapor, bateria e motor a gasolina. Os motores a gasolina e a diesel venceram a competição com o sucesso do modelo T, que começou a sair das linhas de montagem em 1908. Cem anos depois, a concorrência é mais uma vez empolgante.
A era dos veículos elétricos chegou. O Toyota Prius, um veículo elétrico híbrido apresentado pela primeira vez no Japão em 1997, assinalou uma ruptura inicial. Ao conectar um pequeno gerador e uma bateria recarregável ao sistema de freios de um carro comum, o híbrido expande o motor normal com um motor movido a bateria. A taxa de consumo é suficientemente melhorada para tornar o híbrido comercialmente viável, e veículos que economizam gasolina deverão se tornar ainda mais viáveis comercialmente quando os consumidores forem tributados pelo dióxido de carbono que emitem com seus veículos.
Muito mais inovação está a caminho, liderada pelo veículo híbrido do tipo “plug-in” (que pode ser recarregado em tomada elétrica convencional) da General Motors, o Chevy Volt, no fim de 2010. Enquanto o Prius é um carro normal com um pequeno motor a gasolina, o Volt será um veículo elétrico com um motor acoplado.
A bateria do Volt será um modelo de íon lítio de vanguarda, de alto desempenho, que promete uma autonomia de 60 quilômetros por carga e um tempo de recarga de seis horas a partir de uma tomada de parede normal. Com base em padrões normais de direção, o Volt receberá tamanha carga de quilometragem na bateria que poderá alcançar cerca de 40 quilômetros por litro de gasolina!
Larry Burns, o visionário chefe de pesquisa e desenvolvimento da GM até sua recente aposentadoria, enxerga o veículo elétrico como muito mais do que uma oportunidade para economizar gasolina, por mais importante que isso seja. De acordo com Burns, a era do veículo elétrico remodelará a malha elétrica, redefinirá normas de direção e de forma geral melhorará a qualidade de vida nas áreas urbanas, onde viverá e dirigirá a maior parte da população do mundo.
Em primeiro lugar, haverá muitos tipos de veículos elétricos, incluindo o híbrido recarregável, o veículo completamente movido a bateria e veículos movidos a célula de hidrogênio, essencialmente uma bateria alimentada por uma fonte externa de hidrogênio. Esses veículos diferentes terão condições de utilizar inúmeras fontes de energia.
Energia solar, eólica ou nuclear – todas livres de emissões de CO2 – podem alimentar a malha elétrica que recarregará as baterias. Da mesma forma, essas fontes de energia renovável podem ser usadas para separar a água em íon de hidrogênio e íons oxidrila e depois usar o hidrogênio para acionar a célula de hidrogênio.
Segundo, a capacidade de armazenagem do veículo terá um papel importante na estabilização da malha elétrica. Os veículos movidos a bateria não só extrairão energia da malha elétrica durante a recarga, como, quando estacionados, eles também poderão realimentar a malha com energia durante períodos de pico de demanda. A frota de automóveis se tornará parte da malha elétrica geral, e será gerenciada eficazmente (e remotamente) para otimizar o melhor momento de recarregar a partir da malha e de devolver a energia a ela.
Terceiro, os veículos movidos a eletricidade inaugurarão um novo mundo de veículos “inteligentes”, nos quais sistemas de sensores e de comunicações veículo a veículo permitirão proteção contra colisão, direcionamento de trânsito e gerenciamento remoto do veículo. A integração da tecnologia de informação com o sistema de propulsão do veículo, consequentemente, introduzirá novos padrões de segurança, conforto e manutenção.
Essas são ideias visionárias, mas estão ao alcance da tecnologia. Mas a implantação desses conceitos exigirá novas formas de parceria público-privada.
Montadoras de automóveis, concessionárias de serviços públicos, provedores de banda larga e construtoras de rodovias para governos precisarão contribuir para um sistema integrado. O setor público precisará trazer recursos para permitir que a nova geração de veículos atinja a comercialização – por meio de dotações para P&D, subsídios ao consumo e apoio a infraestrutura complementar (por exemplo, tomadas para recarga em locais públicos).
A nova era de veículos elétricos ilustra as poderosas oportunidades que podemos agarrar à medida que passamos da insustentável era do combustível fóssil para uma nova era de tecnologias sustentáveis. Nossos negociadores do clima atualmente brigam entre si porque enxergam o desafio climático apenas em termos negativos: quem pagará para reduzir o uso do combustível fóssil?
Mas a visão de Burns para o automóvel nos faz lembrar que a transição para a sustentabilidade pode trazer avanços reais na qualidade de vida. Isso não vale apenas no caso dos automóveis, vale também na escolha de sistemas energéticos, projetos de construção, planejamento urbano e sistemas alimentares (lembrando que a produção de alimentos e o transporte respondem por aproximadamente um sexto do total das emissões de gás do efeito estufa).
Precisamos repensar o desafio climático como uma oportunidade para debate livre e cooperação global numa série de avanços tecnológicos para obter desenvolvimento sustentável. Ao utilizarmos engenharia de vanguarda e novos tipos de parcerias público-privadas, poderemos acelerar a transição do mundo todo para tecnologias sustentáveis, com benefícios iguais para países ricos e pobres – e, dessa forma, encontrar a base para acordos globais sobre mudança climática, que até agora comprovaram ser fugazes.
A chave para o controle da mudança climática está na tecnologia aperfeiçoada. Precisamos identificar novas formas de produzir e usar energia, atender as nossas necessidades alimentares, nos transportar, aquecer e refrigerar as nossas moradias de uma forma que nos permita reduzir o consumo do petróleo, gás, carvão, fertilizantes à base de nitrogênio e demais fontes dos gases de efeito estufa que alteram o clima.
Existe um número suficiente de boas opções disponíveis para sugerir que o mundo pode atingir a meta de controlar a mudança climática a um custo razoável (talvez 1% da renda global por ano), ao mesmo tempo permitindo que a economia do mundo continue crescendo e elevando os padrões de vida. Um dos desdobramentos mais animadores no horizonte é a nova geração de automóveis elétricos.
Nos primeiros dias do automóvel, no fim do século 18, muitos tipos de carros competiam entre si – a vapor, bateria e motor a gasolina. Os motores a gasolina e a diesel venceram a competição com o sucesso do modelo T, que começou a sair das linhas de montagem em 1908. Cem anos depois, a concorrência é mais uma vez empolgante.
A era dos veículos elétricos chegou. O Toyota Prius, um veículo elétrico híbrido apresentado pela primeira vez no Japão em 1997, assinalou uma ruptura inicial. Ao conectar um pequeno gerador e uma bateria recarregável ao sistema de freios de um carro comum, o híbrido expande o motor normal com um motor movido a bateria. A taxa de consumo é suficientemente melhorada para tornar o híbrido comercialmente viável, e veículos que economizam gasolina deverão se tornar ainda mais viáveis comercialmente quando os consumidores forem tributados pelo dióxido de carbono que emitem com seus veículos.
Muito mais inovação está a caminho, liderada pelo veículo híbrido do tipo “plug-in” (que pode ser recarregado em tomada elétrica convencional) da General Motors, o Chevy Volt, no fim de 2010. Enquanto o Prius é um carro normal com um pequeno motor a gasolina, o Volt será um veículo elétrico com um motor acoplado.
A bateria do Volt será um modelo de íon lítio de vanguarda, de alto desempenho, que promete uma autonomia de 60 quilômetros por carga e um tempo de recarga de seis horas a partir de uma tomada de parede normal. Com base em padrões normais de direção, o Volt receberá tamanha carga de quilometragem na bateria que poderá alcançar cerca de 40 quilômetros por litro de gasolina!
Larry Burns, o visionário chefe de pesquisa e desenvolvimento da GM até sua recente aposentadoria, enxerga o veículo elétrico como muito mais do que uma oportunidade para economizar gasolina, por mais importante que isso seja. De acordo com Burns, a era do veículo elétrico remodelará a malha elétrica, redefinirá normas de direção e de forma geral melhorará a qualidade de vida nas áreas urbanas, onde viverá e dirigirá a maior parte da população do mundo.
Em primeiro lugar, haverá muitos tipos de veículos elétricos, incluindo o híbrido recarregável, o veículo completamente movido a bateria e veículos movidos a célula de hidrogênio, essencialmente uma bateria alimentada por uma fonte externa de hidrogênio. Esses veículos diferentes terão condições de utilizar inúmeras fontes de energia.
Energia solar, eólica ou nuclear – todas livres de emissões de CO2 – podem alimentar a malha elétrica que recarregará as baterias. Da mesma forma, essas fontes de energia renovável podem ser usadas para separar a água em íon de hidrogênio e íons oxidrila e depois usar o hidrogênio para acionar a célula de hidrogênio.
Segundo, a capacidade de armazenagem do veículo terá um papel importante na estabilização da malha elétrica. Os veículos movidos a bateria não só extrairão energia da malha elétrica durante a recarga, como, quando estacionados, eles também poderão realimentar a malha com energia durante períodos de pico de demanda. A frota de automóveis se tornará parte da malha elétrica geral, e será gerenciada eficazmente (e remotamente) para otimizar o melhor momento de recarregar a partir da malha e de devolver a energia a ela.
Terceiro, os veículos movidos a eletricidade inaugurarão um novo mundo de veículos “inteligentes”, nos quais sistemas de sensores e de comunicações veículo a veículo permitirão proteção contra colisão, direcionamento de trânsito e gerenciamento remoto do veículo. A integração da tecnologia de informação com o sistema de propulsão do veículo, consequentemente, introduzirá novos padrões de segurança, conforto e manutenção.
Essas são ideias visionárias, mas estão ao alcance da tecnologia. Mas a implantação desses conceitos exigirá novas formas de parceria público-privada.
Montadoras de automóveis, concessionárias de serviços públicos, provedores de banda larga e construtoras de rodovias para governos precisarão contribuir para um sistema integrado. O setor público precisará trazer recursos para permitir que a nova geração de veículos atinja a comercialização – por meio de dotações para P&D, subsídios ao consumo e apoio a infraestrutura complementar (por exemplo, tomadas para recarga em locais públicos).
A nova era de veículos elétricos ilustra as poderosas oportunidades que podemos agarrar à medida que passamos da insustentável era do combustível fóssil para uma nova era de tecnologias sustentáveis. Nossos negociadores do clima atualmente brigam entre si porque enxergam o desafio climático apenas em termos negativos: quem pagará para reduzir o uso do combustível fóssil?
Mas a visão de Burns para o automóvel nos faz lembrar que a transição para a sustentabilidade pode trazer avanços reais na qualidade de vida. Isso não vale apenas no caso dos automóveis, vale também na escolha de sistemas energéticos, projetos de construção, planejamento urbano e sistemas alimentares (lembrando que a produção de alimentos e o transporte respondem por aproximadamente um sexto do total das emissões de gás do efeito estufa).
Precisamos repensar o desafio climático como uma oportunidade para debate livre e cooperação global numa série de avanços tecnológicos para obter desenvolvimento sustentável. Ao utilizarmos engenharia de vanguarda e novos tipos de parcerias público-privadas, poderemos acelerar a transição do mundo todo para tecnologias sustentáveis, com benefícios iguais para países ricos e pobres – e, dessa forma, encontrar a base para acordos globais sobre mudança climática, que até agora comprovaram ser fugazes.
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