Na evolução do ser humano houve avanços que foram realizados por escassez e pressão das condições ambientais e outros em razão dos conhecimentos científicos e tecnológicos. Nesta segunda perspectiva, alguém já afirmou, com toda a propriedade: “A idade da pedra não acabou por falta de pedras”.
De fato, o ser humano no paleolítico (idade da pedra lascada) ou no neolítico (idade da pedra polida) usava ferramentas e armas feitas de pedra e dependia da própria força física para sobreviver. Não foi por falta de pedras que se chegou à metalurgia, à construção de ferramentas mais elaboradas e o uso da energia animal (para mover um moinho, para arar ou para transporte). Estes avanços tecnológicos possibilitaram a expansão da espécie e o controle humano sobre a natureza.
A Revolução Industrial do século XVIII significou um grande salto no uso de ferramentas e energia, pois instituiu a industrialização em larga escala e o uso de energia a vapor (substituindo a manufatura e a energia animal). Em 1768, James Watt inventou a máquina a vapor, possibilitando o início do predomínio da produção industrial. No final do século XIX teve inicio a Segunda Revolução Industrial com a utilização do aço, do motor à combustão e do uso da energia elétrica, com base principalmente no petróleo. A produção industrial em massa e a queima de combustíveis fósseis moveram o século XX, propiciando o maior crescimento econômico da história da humanidade, mas também promovendo imensos danos ambientais. A emissão de gases provocou o efeito estufa e o aquecimento global que, agora, ameaçam a sobrevivência do Planeta.
Neste ritmo, a idade do petróleo não acabará por falta de petróleo, mas sim pela destruição do meio ambiente. Porém, existem alternativas ecologicamente sustentáveis para a superação da era do petróleo e do carvão. Tomemos apenas os exemplos da energia solar e eólica.
O Sol irradia durante 365 dias o equivalente a 10 mil vezes a energia consumida anualmente pela população mundial. Assim, o nosso astro maior pode ser a grande fonte de energia renovável do planeta, tornando-se uma fonte energética que seja abundante, permanente, limpa e ecológica.
Existem diversas pesquisas sobre o uso da energia solar sendo desenvolvidas. Todas são muito promissoras. Uma delas, a tecnologia termossolar, chamada Energia Solar Concentrada (CSP – Concentrated Solar Power), em vez de produzir eletricidade diretamente, como nas células solares fotovoltaicas, utiliza espelhos para concentrar a luz do sol sobre encanamentos para produzir vapor em seu interior, que por sua vez movimenta turbinas que produzem eletricidade. Para manter a usina em funcionamento durante a noite ou em dias nublados, utiliza-se o calor excedente produzido durante o dia por meio do armazenado de um líquido especial em tanques apropriados.
A usina termossolar (CSP) se torna mais interessante na medida em que é mais indicada para ser construída em áreas desérticas, utilizando as águas dos oceanos por meio de um processo de dessalinização. O sal derretido, devidamente tratado e aquecido, se torna o líquido especial que permitirá armazenar o calor na ausência do sol. A água restante do processo de produção poderá ser utilizada na recuperação das regiões áridas. Além disto, a sombra dos espelhos poderia ser usada para plantação de espécies vegetais que usualmente não sobreviveriam no intenso calor do deserto. Outros projetos adicionam estufas que podem ser utilizadas para a produção de uma variada gama de alimentos, tornando regiões desérticas em oásis férteis. Desta forma, sol e sal seriam as soluções para o futuro energético do mundo. Com esta tecnologia, o Nordeste brasileiro é um candidato natural para ser fonte de energia e celeiro de alimentos do país, com inúmeros benefícios sociais.
Quanto à energia eólica, a utilização da força dos ventos passou a ser mais pesquisada e utilizada a partir da crise do petróleo na década de 1970. A força dos ventos é uma fonte limpa e inesgotável de energia e sozinha é capaz de suprir as necessidades de toda a demanda mundial. Com os últimos avanços da aerodinâmica e de outras inovações tecnológicas, foram criados aerogeradores – que são mecanismos que tem a função de converter energia eólica em energia elétrica – mais baratos e mais eficientes. Um aerogeador de um megawatt (1 MW) trabalhando por um ano pode, por exemplo, substituir a emissão de mais de 1.500 toneladas de dióxido de carbono.
Com as atuais tecnologias, o potencial do uso da energia eólica é imenso e o mundo poderia trocar a era do petróleo pela era dos ventos como novo dínamo da economia e da sociedade. Para citar um caso: uma equipe de pesquisadores das universidades de Harvard (EUA) e Tsinghua (China), concluíram que todas as demandas de eletricidade da China, previstas para o ano de 2030, poderiam ser supridas utilizando unicamente a energia dos ventos. No gigante asiático, o crescimento recente tem sido exponencial já que a capacidade instalada de energia eólica chinesa que era de 764 megawatts (MW) no final de 2004 atingiu 20 mil MW em 2009. Uma lei aprovada recentemente obriga as empresas prestadoras de serviços públicos da China a comprar toda a energia produzida em parques de geração eólicos e por outras fontes renováveis.
O Atlas do Potencial Eólico brasileiro (2001) estimou um potencial disponível de energia eólica (com torres de 50 metros) da ordem de 143 gigawatts (GW – 1 gigawat equivale a mil megawatts) no país. Isto equivale a dez usinas de Itaipu. Os locais mais favoráveis para a exploração da energia eólica estão no Nordeste (especialmente Ceará e Rio Grande do Norte) e na região Sul. Em meados de dezembro de 2009, aconteceu o primeiro leilão de energia eólica no Brasil com a negociação para a construção e operação de 71 empreendimentos, com uma capacidade somada de 1.805 megawatts (MW). Os projetos abrigarão um total de 773 aerogeradores que poderão entrar em operação em 1º de julho de 2012 e terão um prazo de concessão de 20 anos.
Diversos países do mundo estão investindo pesadamente na energia solar e eólica como parte de uma necessidade de segurança energética e como uma estratégia de desenvolver uma nova fronteira de produção de bens que ao mesmo tempo geram empregos verdes, aumentam a capacidade de exportação e avançam no processo de descarbonização da economia.
Para solucionar a atual crise ambiental e o aquecimento global o caminho não é voltar para a idade das pedras, mas sim promover um novo salto científico e tecnológico que coloque o ser humano em harmonia com a natureza e consigo mesmo.
De fato, o ser humano no paleolítico (idade da pedra lascada) ou no neolítico (idade da pedra polida) usava ferramentas e armas feitas de pedra e dependia da própria força física para sobreviver. Não foi por falta de pedras que se chegou à metalurgia, à construção de ferramentas mais elaboradas e o uso da energia animal (para mover um moinho, para arar ou para transporte). Estes avanços tecnológicos possibilitaram a expansão da espécie e o controle humano sobre a natureza.
A Revolução Industrial do século XVIII significou um grande salto no uso de ferramentas e energia, pois instituiu a industrialização em larga escala e o uso de energia a vapor (substituindo a manufatura e a energia animal). Em 1768, James Watt inventou a máquina a vapor, possibilitando o início do predomínio da produção industrial. No final do século XIX teve inicio a Segunda Revolução Industrial com a utilização do aço, do motor à combustão e do uso da energia elétrica, com base principalmente no petróleo. A produção industrial em massa e a queima de combustíveis fósseis moveram o século XX, propiciando o maior crescimento econômico da história da humanidade, mas também promovendo imensos danos ambientais. A emissão de gases provocou o efeito estufa e o aquecimento global que, agora, ameaçam a sobrevivência do Planeta.
Neste ritmo, a idade do petróleo não acabará por falta de petróleo, mas sim pela destruição do meio ambiente. Porém, existem alternativas ecologicamente sustentáveis para a superação da era do petróleo e do carvão. Tomemos apenas os exemplos da energia solar e eólica.
O Sol irradia durante 365 dias o equivalente a 10 mil vezes a energia consumida anualmente pela população mundial. Assim, o nosso astro maior pode ser a grande fonte de energia renovável do planeta, tornando-se uma fonte energética que seja abundante, permanente, limpa e ecológica.
Existem diversas pesquisas sobre o uso da energia solar sendo desenvolvidas. Todas são muito promissoras. Uma delas, a tecnologia termossolar, chamada Energia Solar Concentrada (CSP – Concentrated Solar Power), em vez de produzir eletricidade diretamente, como nas células solares fotovoltaicas, utiliza espelhos para concentrar a luz do sol sobre encanamentos para produzir vapor em seu interior, que por sua vez movimenta turbinas que produzem eletricidade. Para manter a usina em funcionamento durante a noite ou em dias nublados, utiliza-se o calor excedente produzido durante o dia por meio do armazenado de um líquido especial em tanques apropriados.
A usina termossolar (CSP) se torna mais interessante na medida em que é mais indicada para ser construída em áreas desérticas, utilizando as águas dos oceanos por meio de um processo de dessalinização. O sal derretido, devidamente tratado e aquecido, se torna o líquido especial que permitirá armazenar o calor na ausência do sol. A água restante do processo de produção poderá ser utilizada na recuperação das regiões áridas. Além disto, a sombra dos espelhos poderia ser usada para plantação de espécies vegetais que usualmente não sobreviveriam no intenso calor do deserto. Outros projetos adicionam estufas que podem ser utilizadas para a produção de uma variada gama de alimentos, tornando regiões desérticas em oásis férteis. Desta forma, sol e sal seriam as soluções para o futuro energético do mundo. Com esta tecnologia, o Nordeste brasileiro é um candidato natural para ser fonte de energia e celeiro de alimentos do país, com inúmeros benefícios sociais.
Quanto à energia eólica, a utilização da força dos ventos passou a ser mais pesquisada e utilizada a partir da crise do petróleo na década de 1970. A força dos ventos é uma fonte limpa e inesgotável de energia e sozinha é capaz de suprir as necessidades de toda a demanda mundial. Com os últimos avanços da aerodinâmica e de outras inovações tecnológicas, foram criados aerogeradores – que são mecanismos que tem a função de converter energia eólica em energia elétrica – mais baratos e mais eficientes. Um aerogeador de um megawatt (1 MW) trabalhando por um ano pode, por exemplo, substituir a emissão de mais de 1.500 toneladas de dióxido de carbono.
Com as atuais tecnologias, o potencial do uso da energia eólica é imenso e o mundo poderia trocar a era do petróleo pela era dos ventos como novo dínamo da economia e da sociedade. Para citar um caso: uma equipe de pesquisadores das universidades de Harvard (EUA) e Tsinghua (China), concluíram que todas as demandas de eletricidade da China, previstas para o ano de 2030, poderiam ser supridas utilizando unicamente a energia dos ventos. No gigante asiático, o crescimento recente tem sido exponencial já que a capacidade instalada de energia eólica chinesa que era de 764 megawatts (MW) no final de 2004 atingiu 20 mil MW em 2009. Uma lei aprovada recentemente obriga as empresas prestadoras de serviços públicos da China a comprar toda a energia produzida em parques de geração eólicos e por outras fontes renováveis.
O Atlas do Potencial Eólico brasileiro (2001) estimou um potencial disponível de energia eólica (com torres de 50 metros) da ordem de 143 gigawatts (GW – 1 gigawat equivale a mil megawatts) no país. Isto equivale a dez usinas de Itaipu. Os locais mais favoráveis para a exploração da energia eólica estão no Nordeste (especialmente Ceará e Rio Grande do Norte) e na região Sul. Em meados de dezembro de 2009, aconteceu o primeiro leilão de energia eólica no Brasil com a negociação para a construção e operação de 71 empreendimentos, com uma capacidade somada de 1.805 megawatts (MW). Os projetos abrigarão um total de 773 aerogeradores que poderão entrar em operação em 1º de julho de 2012 e terão um prazo de concessão de 20 anos.
Diversos países do mundo estão investindo pesadamente na energia solar e eólica como parte de uma necessidade de segurança energética e como uma estratégia de desenvolver uma nova fronteira de produção de bens que ao mesmo tempo geram empregos verdes, aumentam a capacidade de exportação e avançam no processo de descarbonização da economia.
Para solucionar a atual crise ambiental e o aquecimento global o caminho não é voltar para a idade das pedras, mas sim promover um novo salto científico e tecnológico que coloque o ser humano em harmonia com a natureza e consigo mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário