Energia solar na China
Muitos países em desenvolvimento ignoraram a tecnologia da rede fixa e pularam diretamente para a era digital. Mas também a eficiência energética pode significar uma chance de avanço tecnológico no século 21.
Quando o assunto é tecnologia de comunicação móvel, muitos países em desenvolvimento já estão mais direcionados para o futuro do que os chamados países industrializados. Muitos simplesmente pularam a tecnologia de rede fixa, entrando direto na era digital.
Também a eficiência energética no século 21 poderia proporcionar a muitos países em desenvolvimento tal salto tecnológico. Afinal, energia é precondição para o crescimento econômico e o desenvolvimento. Isso explica os duros conflitos acerca do uso de energias fósseis e da redução de emissões de gases-estufa, travados nas negociações.
Grande negócio
No século 21, o mundo globalizado será definido não apenas pelas mudanças climáticas, mas também pela escassez de recursos. Sendo assim, a a energia exerce um papel fundamental, explica Martin Kaiser, chefe da delegação do Greepeace na rodada de negociações preparatórias que acontecem atualmente em Bangcoc.
“A luta pelo pioneirismo no setor de energias renováveis já começou há tempos. A Alemanha é com certeza pioneira e os EUA investem atualmente imensas quantias para recuperar o atraso. Também países como a China estão enormemente interessados em introduzir essas tecnologias, mas também em distribuí-las. É um big business”, conclui Kaiser.
Nova revolução tecnológica
Especialistas estão convencidos de que a nova economia verde vai definir o caminho do futuro. Da mesma forma que na tecnologia de comunicação, haverá um salto tecnológico também no setor energético, que consequentemente se refletirá na economia, argumenta Hermann Scheer, um dos iniciadores da Agência Internacional de Energias Renováveis da ONU (Irena) e pioneiro na luta por fontes energéticas sustentáveis.
Para Scheer, esta será a próxima grande revolução tecnológica industrial, cuja importância deverá ser ainda maior que a da revolução da tecnologia de informação, que ainda está em curso.
Trata-se, segundo ele, de uma grande chance de reforçar o progresso da sociedade industrial, o que não seria mais possível com as energias convencionais. “Não somente porque elas estão se acabando, mas também porque os efeitos prejudiciais se tornaram grande demais, provocando prejuízos econômicos de grande dimensão.”
De olho no Quênia
Segundo Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o processo de adaptação para o futuro já começou. E países em desenvolvimento, tal qual o Quênia, onde está situada a sede do Pnuma, já tomaram conhecimento desses primeiros sinais.
Para ele, trata-se de um salto tecnológico semelhante ao da telecomunicação móvel. “No Quênia, por exemplo, estão sendo instalados cabos de fibra ótica, num país com regiões que nem são servidas pela rede elétrica. Mas cabos de fibra ótica já chegaram lá.”
Também quanto à eficiência energética, muitos países em desenvolvimento estão se preparando para o futuro. Nos próximos dois anos, o Quênia pretende triplicar a produção de energia elétrica proveniente de instalações geotérmicas.
Além disso, uma nova lei incentiva o uso da energia eólica no país, informou Steiner. Aprovada em janeiro, ela garante tarifas de remuneração para as empresas energéticas, permitindo assim o surgimento, nos próximos três ou quatro anos, do maior parque eólico do Quênia, em Turcana, no nordeste do país.
Ele calcula que, em dez anos, o Quênia poderá suprir sua demanda total de energia elétrica completamente livre de emissões de CO2, desde que também aposte na produção de energia solar em grande escala. Mas admite: “São necessários grandes investimentos para garantir um salto tecnológico como esse”.
Descentralizadas e renováveis
Para garantir tais investimentos, as negociações de um novo acordo climático global incluem também a transferência de tecnologia e o pagamento de compensações.
A vantagem é que tecnologias como a eólica e a solar se tornam cada vez mais baratas: quanto maior a quantidade e, quanto mais a tecnologia for testada, menor o preço. No final das contas, em muitas regiões ainda não interligadas à rede elétrica é mais barato investir em fontes energéticas descentralizadas e renováveis do que em tecnologias antiquadas.
A China, por exemplo, já tomou conhecimento disso, conta Jürgen Meier, diretor da Fundação Meio Ambiente e Desenvolvimento. Segundo ele, o país asiático é de longe o maior mercado mundial de aquecimento solar térmico, ou seja, o aquecimento de água para edifícios através da energia solar. Além disso, possui o programa eólico mais ambicioso do mundo, com fabricantes próprios, não dependendo mais da importação, explica Meier.
Donos do futuro
Meier ri ao dizer que “alguns fabricantes europeus já estão até com medo de que os chineses venham a construir suas próprias turbinas eólicas”. Ele informa que o Império do Meio produz células solares fotovoltaicas em grande estilo, que, todavia, são destinadas quase completamente à exportação, já que os estímulos na China ainda são muito poucos. “Embora eu ache que isso vai mudar”, aposta.
Nesse contexto, os países industrializados já deveriam estar disputando quem irá reduzir em maior quantidade e de forma mais rápida as emissões de CO2 provenientes de fontes energéticas fósseis. Pois o futuro, como hoje já se mostra, pertencerá àqueles que puderem suprir o mercado global com energia sustentável e independente.
Muitos países em desenvolvimento ignoraram a tecnologia da rede fixa e pularam diretamente para a era digital. Mas também a eficiência energética pode significar uma chance de avanço tecnológico no século 21.
Quando o assunto é tecnologia de comunicação móvel, muitos países em desenvolvimento já estão mais direcionados para o futuro do que os chamados países industrializados. Muitos simplesmente pularam a tecnologia de rede fixa, entrando direto na era digital.
Também a eficiência energética no século 21 poderia proporcionar a muitos países em desenvolvimento tal salto tecnológico. Afinal, energia é precondição para o crescimento econômico e o desenvolvimento. Isso explica os duros conflitos acerca do uso de energias fósseis e da redução de emissões de gases-estufa, travados nas negociações.
Grande negócio
No século 21, o mundo globalizado será definido não apenas pelas mudanças climáticas, mas também pela escassez de recursos. Sendo assim, a a energia exerce um papel fundamental, explica Martin Kaiser, chefe da delegação do Greepeace na rodada de negociações preparatórias que acontecem atualmente em Bangcoc.
“A luta pelo pioneirismo no setor de energias renováveis já começou há tempos. A Alemanha é com certeza pioneira e os EUA investem atualmente imensas quantias para recuperar o atraso. Também países como a China estão enormemente interessados em introduzir essas tecnologias, mas também em distribuí-las. É um big business”, conclui Kaiser.
Nova revolução tecnológica
Especialistas estão convencidos de que a nova economia verde vai definir o caminho do futuro. Da mesma forma que na tecnologia de comunicação, haverá um salto tecnológico também no setor energético, que consequentemente se refletirá na economia, argumenta Hermann Scheer, um dos iniciadores da Agência Internacional de Energias Renováveis da ONU (Irena) e pioneiro na luta por fontes energéticas sustentáveis.
Para Scheer, esta será a próxima grande revolução tecnológica industrial, cuja importância deverá ser ainda maior que a da revolução da tecnologia de informação, que ainda está em curso.
Trata-se, segundo ele, de uma grande chance de reforçar o progresso da sociedade industrial, o que não seria mais possível com as energias convencionais. “Não somente porque elas estão se acabando, mas também porque os efeitos prejudiciais se tornaram grande demais, provocando prejuízos econômicos de grande dimensão.”
De olho no Quênia
Segundo Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o processo de adaptação para o futuro já começou. E países em desenvolvimento, tal qual o Quênia, onde está situada a sede do Pnuma, já tomaram conhecimento desses primeiros sinais.
Para ele, trata-se de um salto tecnológico semelhante ao da telecomunicação móvel. “No Quênia, por exemplo, estão sendo instalados cabos de fibra ótica, num país com regiões que nem são servidas pela rede elétrica. Mas cabos de fibra ótica já chegaram lá.”
Também quanto à eficiência energética, muitos países em desenvolvimento estão se preparando para o futuro. Nos próximos dois anos, o Quênia pretende triplicar a produção de energia elétrica proveniente de instalações geotérmicas.
Além disso, uma nova lei incentiva o uso da energia eólica no país, informou Steiner. Aprovada em janeiro, ela garante tarifas de remuneração para as empresas energéticas, permitindo assim o surgimento, nos próximos três ou quatro anos, do maior parque eólico do Quênia, em Turcana, no nordeste do país.
Ele calcula que, em dez anos, o Quênia poderá suprir sua demanda total de energia elétrica completamente livre de emissões de CO2, desde que também aposte na produção de energia solar em grande escala. Mas admite: “São necessários grandes investimentos para garantir um salto tecnológico como esse”.
Descentralizadas e renováveis
Para garantir tais investimentos, as negociações de um novo acordo climático global incluem também a transferência de tecnologia e o pagamento de compensações.
A vantagem é que tecnologias como a eólica e a solar se tornam cada vez mais baratas: quanto maior a quantidade e, quanto mais a tecnologia for testada, menor o preço. No final das contas, em muitas regiões ainda não interligadas à rede elétrica é mais barato investir em fontes energéticas descentralizadas e renováveis do que em tecnologias antiquadas.
A China, por exemplo, já tomou conhecimento disso, conta Jürgen Meier, diretor da Fundação Meio Ambiente e Desenvolvimento. Segundo ele, o país asiático é de longe o maior mercado mundial de aquecimento solar térmico, ou seja, o aquecimento de água para edifícios através da energia solar. Além disso, possui o programa eólico mais ambicioso do mundo, com fabricantes próprios, não dependendo mais da importação, explica Meier.
Donos do futuro
Meier ri ao dizer que “alguns fabricantes europeus já estão até com medo de que os chineses venham a construir suas próprias turbinas eólicas”. Ele informa que o Império do Meio produz células solares fotovoltaicas em grande estilo, que, todavia, são destinadas quase completamente à exportação, já que os estímulos na China ainda são muito poucos. “Embora eu ache que isso vai mudar”, aposta.
Nesse contexto, os países industrializados já deveriam estar disputando quem irá reduzir em maior quantidade e de forma mais rápida as emissões de CO2 provenientes de fontes energéticas fósseis. Pois o futuro, como hoje já se mostra, pertencerá àqueles que puderem suprir o mercado global com energia sustentável e independente.
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