Energia eólica: ventos favoráveis para grandes negócios.
Os ventos estão favoráveis neste final de agosto para a geração eólica no país. Nos dias 25 e 26, o governo realiza dois leilões de energia que contemplam esta fonte. Num deles, chamado de leilão de reserva, foram habilitadas 316 usinas eólicas, somando 8.202 MW. O outro (A-3), com a energia prevista para entrar no mercado em 2013, foram 320 eólicas, com 8.304 MW. Para completar a força que esta alternativa mostra nos últimos anos, de 31 de agosto a 2 de setembro, a indústria estará reunida no Brazil Windpower 2010, uma grande conferência de negócios do segmento, com 50 empresas expositoras de diversos países.
E os indicativos mostram que os ventos continuarão soprando nos próximos anos pela força desta alternativa limpa. Com a atualização do mapeamento eólico do país, a cargo do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), projeta-se um potencia de 350 a 400 gigawatts. O parque instalado brasileiro de eólica, hoje, conta com 45 parques, que somam 794 MW de potência. O crescimento desde dezembro de 2008 ficou em 132,8%. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o mercado já tem contratados 1808 MW, devendo movimentar de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões, até julho de 2012.
Em entrevista exclusiva à Agência Ambiente Energia, o secretário-executivo da ABEEólica, traça um panorama do atual momento do segmento de eólica, destacando pontos como tecnologias para aumentar a eficiência desta geração, potencial brasileiro, financiamento e conexão dessas usinas ao sistema elétrico, entre outros pontos.
Da Agência Ambiente Energia - Estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul estão mapeando seus potenciais eólicos. Ao que o senhor atribui o interesse pela energia eólica?
Pedro Perrelli- A energia eólica é uma fonte limpa, não utiliza água no processo ou para resfriamento dos equipamentos, não gera gases de efeito estufa (GEE), favorece a fixação do homem no campo, pois gera renda e valoriza as propriedades nas quais são feitos os empreendimentos. E, além disso, atua em harmonia com a agroindústria, pois permite a utilização das áreas para atividade agrícola e pastoris. No Brasil, ela é 100% complementar com a hidráulica, inclusive por localização regional.
Agência Ambiente Energia – Estima-se que o país tenha um potencial para instalar até 150 mil MW de energia eólica. É isso mesmo?Pedro Perrelli - Segundo o Atlas Eólico Brasileiro, elaborado em 2000 pela Eletrobras, publicados em 2001, e que está desatualizado, o potencial eólico identificado é de 143 GW. Hoje, o Cepel está estudando a atualização do atlas a partir de solicitação de estudo do Ministério de Minas e Energia.
Agência Ambiente Energia – Quanto temos hoje instalados?
Pedro Perrelli - Hoje, o Brasil tem 45 parques eólicos instalados em operação, totalizando 794 MW de potência instalada.Agência Ambiente Energia – Se levarmos em conta que este potencial foi medido com torres menores e hoje já temos torres acima de 100 metros, este potencial pode chegar a quanto?
Pedro Perrelli - A atualização do estudo poderá indicar um potencial que se situará em torno de 350 GW a 400 GW.
Agência Ambiente Energia – Um dos problemas para a expansão era a produção local dos equipamentos. Que impacto a chega de grandes fabricantes vai trazer para o setor?
Pedro Perrelli – O maior efeito foi o aumento da competitividade a condições de vento presentes em cada área. A variação dos modelos de aerogeradores permitiu uma melhor adaptação e, consequentemente, uma maior produção de energia em cada área, tornando os preços mais competitivos.
Agência Ambiente Energia – A busca pela eficiência e mais rendimento é uma tônica de hoje em dia. O que há de novo em termos de tecnologias para aumentar a produtividade das turbinas eólicas?
Pedro Perrelli - Basicamente, hoje existem máquinas mais “inteligentes”, que proporcionam um aumento da força tirada do movimento cinético do ar e um melhor perfil aerodinâmico das pás. Podemos citar também o aumento da altura das torres eólicas e o diâmetro dos rotores.
Agência Ambiente Energia – Este mês, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou de 14 para 16 anos o prazo para amortização de empréstimo para fontes alternativas, como a eólica. O que esperar desta medida?
Pedro Perrelli – Um prazo maior de carência e de pagamento facilita o retorno dos investimentos. Esse aumento iguala a condição entre a eólica e a hidráulica e isso é um sinal claro de que houve um forte interesse por parte do governo para mostrar que essas duas fontes energéticas têm a mesma importância.
Agência Ambiente Energia – Pelo número de projetos de eólicas listadas nos próximos leilões de alternativas, que acontecem esta semana, o preço da energia eólica está atraente. Eu posso fazer esta leitura ou o preço desta energia ainda está aquém?
Pedro Perrelli - Está no limite da competitividade atual do segmento (o preço nos leilões é 167,00/MWh). Para que haja uma melhora, é necessário um regime tributário específico e que seja realizado, anualmente, um leilão exclusivo para a eólica com contratação média de 2.000 MW, durante 10 anos. Isso fará com que a base industrial cresça e o preço fique mais competitivo, como já aconteceu em outras indústrias como microinformática e a automobilística, para citarmos duas das mais significativas.
Agência Ambiente Energia – Vender excedentes para o mercado livre (voltado para os grandes consumidores de energia elétrica) pode ter que impactos para os investidores em eólicas?
Pedro Perrelli - Poderá ter um impacto maior, caso os preços sejam compensadores. Hoje, a ABEEólica está montando um grupo de trabalho para estudar a implementação de energia eólica no mercado livre.
Agência Ambiente Energia – E a questão da conexão das usinas à rede está equacionada com os leilões de ICGs?
Pedro Perrelli - Não está completamente equacionada, principalmente, pela falta de uma linha principal, que sirva como uma espinha dorsal, que facilite conexões futuras de novos parques, principalmente no Nordeste, onde existe uma carência na capacidade de conexões na atual malha de transmissões.
Agência Ambiente Energia – O que teremos de novidades no Brazil WindPower 2010?
Pedro Perrelli – Vários fabricantes de aerogeradores, além de novas empresas de outras especialidades que estão entrando no mercado brasileiro, terão estandes para mostrar produtos que não são conhecidos pelo público em geral. O Brasil possui grande destaque na América Latina, pois representa 65% da produção de energia desta região. Além disso, o evento contará com palestrantes como Ricardo Simões, presidente da ABEEólica, Stve Sawyer, presidente da GWEC, e Stephen Miner, da AWEA. (ambienteenergia)
E os indicativos mostram que os ventos continuarão soprando nos próximos anos pela força desta alternativa limpa. Com a atualização do mapeamento eólico do país, a cargo do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), projeta-se um potencia de 350 a 400 gigawatts. O parque instalado brasileiro de eólica, hoje, conta com 45 parques, que somam 794 MW de potência. O crescimento desde dezembro de 2008 ficou em 132,8%. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o mercado já tem contratados 1808 MW, devendo movimentar de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões, até julho de 2012.
Em entrevista exclusiva à Agência Ambiente Energia, o secretário-executivo da ABEEólica, traça um panorama do atual momento do segmento de eólica, destacando pontos como tecnologias para aumentar a eficiência desta geração, potencial brasileiro, financiamento e conexão dessas usinas ao sistema elétrico, entre outros pontos.
Da Agência Ambiente Energia - Estados como São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul estão mapeando seus potenciais eólicos. Ao que o senhor atribui o interesse pela energia eólica?
Pedro Perrelli- A energia eólica é uma fonte limpa, não utiliza água no processo ou para resfriamento dos equipamentos, não gera gases de efeito estufa (GEE), favorece a fixação do homem no campo, pois gera renda e valoriza as propriedades nas quais são feitos os empreendimentos. E, além disso, atua em harmonia com a agroindústria, pois permite a utilização das áreas para atividade agrícola e pastoris. No Brasil, ela é 100% complementar com a hidráulica, inclusive por localização regional.
Agência Ambiente Energia – Estima-se que o país tenha um potencial para instalar até 150 mil MW de energia eólica. É isso mesmo?Pedro Perrelli - Segundo o Atlas Eólico Brasileiro, elaborado em 2000 pela Eletrobras, publicados em 2001, e que está desatualizado, o potencial eólico identificado é de 143 GW. Hoje, o Cepel está estudando a atualização do atlas a partir de solicitação de estudo do Ministério de Minas e Energia.
Agência Ambiente Energia – Quanto temos hoje instalados?
Pedro Perrelli - Hoje, o Brasil tem 45 parques eólicos instalados em operação, totalizando 794 MW de potência instalada.Agência Ambiente Energia – Se levarmos em conta que este potencial foi medido com torres menores e hoje já temos torres acima de 100 metros, este potencial pode chegar a quanto?
Pedro Perrelli - A atualização do estudo poderá indicar um potencial que se situará em torno de 350 GW a 400 GW.
Agência Ambiente Energia – Um dos problemas para a expansão era a produção local dos equipamentos. Que impacto a chega de grandes fabricantes vai trazer para o setor?
Pedro Perrelli – O maior efeito foi o aumento da competitividade a condições de vento presentes em cada área. A variação dos modelos de aerogeradores permitiu uma melhor adaptação e, consequentemente, uma maior produção de energia em cada área, tornando os preços mais competitivos.
Agência Ambiente Energia – A busca pela eficiência e mais rendimento é uma tônica de hoje em dia. O que há de novo em termos de tecnologias para aumentar a produtividade das turbinas eólicas?
Pedro Perrelli - Basicamente, hoje existem máquinas mais “inteligentes”, que proporcionam um aumento da força tirada do movimento cinético do ar e um melhor perfil aerodinâmico das pás. Podemos citar também o aumento da altura das torres eólicas e o diâmetro dos rotores.
Agência Ambiente Energia – Este mês, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou de 14 para 16 anos o prazo para amortização de empréstimo para fontes alternativas, como a eólica. O que esperar desta medida?
Pedro Perrelli – Um prazo maior de carência e de pagamento facilita o retorno dos investimentos. Esse aumento iguala a condição entre a eólica e a hidráulica e isso é um sinal claro de que houve um forte interesse por parte do governo para mostrar que essas duas fontes energéticas têm a mesma importância.
Agência Ambiente Energia – Pelo número de projetos de eólicas listadas nos próximos leilões de alternativas, que acontecem esta semana, o preço da energia eólica está atraente. Eu posso fazer esta leitura ou o preço desta energia ainda está aquém?
Pedro Perrelli - Está no limite da competitividade atual do segmento (o preço nos leilões é 167,00/MWh). Para que haja uma melhora, é necessário um regime tributário específico e que seja realizado, anualmente, um leilão exclusivo para a eólica com contratação média de 2.000 MW, durante 10 anos. Isso fará com que a base industrial cresça e o preço fique mais competitivo, como já aconteceu em outras indústrias como microinformática e a automobilística, para citarmos duas das mais significativas.
Agência Ambiente Energia – Vender excedentes para o mercado livre (voltado para os grandes consumidores de energia elétrica) pode ter que impactos para os investidores em eólicas?
Pedro Perrelli - Poderá ter um impacto maior, caso os preços sejam compensadores. Hoje, a ABEEólica está montando um grupo de trabalho para estudar a implementação de energia eólica no mercado livre.
Agência Ambiente Energia – E a questão da conexão das usinas à rede está equacionada com os leilões de ICGs?
Pedro Perrelli - Não está completamente equacionada, principalmente, pela falta de uma linha principal, que sirva como uma espinha dorsal, que facilite conexões futuras de novos parques, principalmente no Nordeste, onde existe uma carência na capacidade de conexões na atual malha de transmissões.
Agência Ambiente Energia – O que teremos de novidades no Brazil WindPower 2010?
Pedro Perrelli – Vários fabricantes de aerogeradores, além de novas empresas de outras especialidades que estão entrando no mercado brasileiro, terão estandes para mostrar produtos que não são conhecidos pelo público em geral. O Brasil possui grande destaque na América Latina, pois representa 65% da produção de energia desta região. Além disso, o evento contará com palestrantes como Ricardo Simões, presidente da ABEEólica, Stve Sawyer, presidente da GWEC, e Stephen Miner, da AWEA. (ambienteenergia)
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