Disputa com carro flex atrasou definição de Lula.
Presidente entendeu, num primeiro momento, que o estímulo ao carro elétrico prejudicaria a competitividade dos veículos bicombustíveis.
A definição de Lula sobre incentivos aos carros elétricos enguiçou há pouco mais de dois meses porque o presidente entendeu, num primeiro momento, que o estímulo à nova opção tecnológica poderia tirar a competitividade dos veículos flex.
Produtores de álcool e parte das montadoras viram no pacote de estímulo aos carros elétricos que seria anunciado em maio um risco de o projeto dos flex ser abandonado. Nos primeiros sete anos do governo Lula, foram vendidos 9,8 milhões de veículos flex.
Dias depois de a cerimônia do anúncio dos incentivos aos carros elétricos ser suspensa, Lula encampou esse temor: "Hoje, quase 100% dos carros vendidos no Brasil são flex", ponderou o presidente. "É carro elétrico para cá, carro elétrico para lá, mas não se sabe ainda se alguém vai produzir em grande escala."
Em dois meses, a defesa dos flex ganhou espaço no governo. O pacote de estímulo aos elétricos mudou para incorporar uma ênfase aos carros flex, na forma de possível redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no futuro, associada a um selo de eficiência dos motores.
Aquecimento global. Defensores dos investimentos na nova tecnologia dentro do governo alegam que não se trata em escolher agora entre os carros elétricos e os flex. Insistem em que é uma questão de mercado: o País ocupa hoje a sexta colocação entre os produtores de veículos e é o quinto maior mercado consumidor. Por isso, não pode ficar fora de uma inovação tecnológica radical do setor automotivo, movida pela preocupação com o aquecimento global.
Eles alegam que os elétricos, possivelmente associados a motores a álcool combustível ou biodiesel, são mais eficientes e emitem menos poluição. Agora aguardam vaga na agenda de Lula para uma definição do presidente. Os mais céticos acham que a definição pode até ficar para depois da eleição.
Intitulado Estratégia de Implantação do Carro Elétrico no Brasil, livro publicado neste ano sobre o impacto da inovação tecnológica no setor automobilístico reúne artigos de personagens importantes da discussão no governo, como o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Para lembrar
A solenidade que deveria servir para o lançamento do programa nacional de incentivo a produção do carro elétrico, no dia 25/05/2010, se transformou num constrangimento para o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Cinco minutos antes do previsto para o evento, a assessoria do ministro teve de avisar a um auditório lotado de empresários e jornalistas que o anúncio estava cancelado.
O motivo oficial era que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido mais tempo para poder conhecer melhor a proposta. (OESP)
Presidente entendeu, num primeiro momento, que o estímulo ao carro elétrico prejudicaria a competitividade dos veículos bicombustíveis.
A definição de Lula sobre incentivos aos carros elétricos enguiçou há pouco mais de dois meses porque o presidente entendeu, num primeiro momento, que o estímulo à nova opção tecnológica poderia tirar a competitividade dos veículos flex.
Produtores de álcool e parte das montadoras viram no pacote de estímulo aos carros elétricos que seria anunciado em maio um risco de o projeto dos flex ser abandonado. Nos primeiros sete anos do governo Lula, foram vendidos 9,8 milhões de veículos flex.
Dias depois de a cerimônia do anúncio dos incentivos aos carros elétricos ser suspensa, Lula encampou esse temor: "Hoje, quase 100% dos carros vendidos no Brasil são flex", ponderou o presidente. "É carro elétrico para cá, carro elétrico para lá, mas não se sabe ainda se alguém vai produzir em grande escala."
Em dois meses, a defesa dos flex ganhou espaço no governo. O pacote de estímulo aos elétricos mudou para incorporar uma ênfase aos carros flex, na forma de possível redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no futuro, associada a um selo de eficiência dos motores.
Aquecimento global. Defensores dos investimentos na nova tecnologia dentro do governo alegam que não se trata em escolher agora entre os carros elétricos e os flex. Insistem em que é uma questão de mercado: o País ocupa hoje a sexta colocação entre os produtores de veículos e é o quinto maior mercado consumidor. Por isso, não pode ficar fora de uma inovação tecnológica radical do setor automotivo, movida pela preocupação com o aquecimento global.
Eles alegam que os elétricos, possivelmente associados a motores a álcool combustível ou biodiesel, são mais eficientes e emitem menos poluição. Agora aguardam vaga na agenda de Lula para uma definição do presidente. Os mais céticos acham que a definição pode até ficar para depois da eleição.
Intitulado Estratégia de Implantação do Carro Elétrico no Brasil, livro publicado neste ano sobre o impacto da inovação tecnológica no setor automobilístico reúne artigos de personagens importantes da discussão no governo, como o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Para lembrar
A solenidade que deveria servir para o lançamento do programa nacional de incentivo a produção do carro elétrico, no dia 25/05/2010, se transformou num constrangimento para o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Cinco minutos antes do previsto para o evento, a assessoria do ministro teve de avisar a um auditório lotado de empresários e jornalistas que o anúncio estava cancelado.
O motivo oficial era que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido mais tempo para poder conhecer melhor a proposta. (OESP)
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