O governo vai apresentar na próxima semana o primeiro estudo sobre estratégias e vantagens da implantação do carro elétrico no Brasil. O relatório, segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Henrique Barbosa Filho, vai traçar um mapa de como a tecnologia está sendo desenvolvida e estudada por outros países e como o Brasil pode se posicionar.
A aposta dos países que estão desenvolvendo pesquisas são as vantagens operacionais e a característica menos poluente dos veículos elétricos, disse Nelson Barbosa, ao participar de painel sobre o tema em fórum promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para entrar na disputa, o Brasil, que hoje ocupa o sexto lugar na produção de veículos convencionais, terá que contornar alguns desafios, como a revisão de tributos para esse segmento. De acordo com a atual classificação de tributos, o carro elétrico é parte da categoria denominada “Outros”, cujo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é de 25%.
“Se o carro elétrico já tem um custo de aquisição maior porque a bateria é cara, com o IPI mais caro, ele seria completamente inviável. A recomendação é que isso seja corrigido e que, eventualmente, se adote uma tributação igual aos carros flex ou eventualmente até mais favorável. Mas essa mudança de tributação deve ser feita com a velocidade adequada para estimular a produção de carros elétricos no Brasil. Uma simples redução imediata beneficiaria nesse momento mais importações do que a produção nacional porque esses carros não são feitos no Brasil”, disse o secretário Nelson Barbosa.
A Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE) acredita que a importação pode ser uma solução mais rápida para um outro gargalo que o Brasil terá que enfrentar: a dificuldade tecnológica. Apesar de não ser a única alternativa, a bateria de lítio tem sido apontada por diversos estudos como a alternativa promissora, já que garante mais autonomia e mais potência para os carros elétricos. Mas, além do lítio estar concentrado em poucos países, a fabricação dessa bateria é cara e complexa.
“O fato de não poder fazer a bateria de lítio para veículo aqui não significa que eu não possa fazer o carro elétrico aqui e importar a bateria. Por enquanto, importar e, aos poucos, fazer. Até porque a gente vai estar apostando numa tecnologia mais comprovada, porque hoje os riscos são grandes. O importante é começar por onde é possível”, defendeu o diretor executivo da associação, Pietro Erber.
O presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Henry Joseph Júnior, acredita que o processo deve começar pela importação e aos poucos se tornar totalmente nacional.
Henry Joseph Júnior lembrou que a maior parte das montadoras são multinacionais e já trabalham essa tecnologia nos centros que mantêm fora do Brasil. “Trazer essa tecnologia para o país vai passar obrigatoriamente por uma fase de nacionalização de tecnologia externa. Essa fase vai depender da capacidade dos fornecedores locais, da mão de obra local e do conhecimento técnico aqui, mas a ideia é trazer o produto para o país produzindo totalmente”, explicou o representante da Anfavea.
“Mas como isso vai acontecer é uma discussão bastante grande, a gente acredita que o processo comece pela importação, pouco a pouco vai havendo a nacionalização até a chegada do produto totalmente local.” (ambienteenergia)
O entendimento vem com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. Aprendizagem, conhecimento e sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança em agregar novos valores aos já existentes.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Governo prepara estudo sobre carro elétrico
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