EUA: quinze episódios com consequências potencialmente graves em usinas nucleares em 2011
Quinze episódios com consequências potencialmente graves foram detectados em 2011 em alguns dos 104 reatores nucleares ativos nos Estados Unidos, revelou um relatório divulgado nesta terça-feira pela União de Cientistas Comprometidos (UCS, na sigla em inglês), organização americana independente formada por especialistas respeitados.
O documento examina em detalhes estes “problemas sérios, apenas evitados” e avalia a resposta da Comissão de Regulamentação Nuclear dos Estados Unidos (NRC, Nuclear Regulatory Comission) em cada um dos casos.
“Na medida em que as inspeções da NRC não revelam mais que uma parte dos problemas existentes, é essencial que ela responda com eficácia”, destacam os especialistas da UCS.
“O relatório mostra que um grande número destes incidentes ocorreu porque os proprietários das usinas toleraram falhas conhecidas ou não tomaram iniciativas suficientes para corrigi-las”, avaliaram.
Assim, na central de Oconee, na Carolina do Sul (sudeste), os serviços de manutenção descobriram, em 2011, que um sistema de resfriamento de emergência do núcleo dos reatores instalados em 1983 nunca teria funcionado em caso de necessidade porque os interruptores dos circuitos estavam defeituosos.
A UCS destacou que a usina de Oconee é similar à de Three Mile Island, na Pensilvânia, onde um dos reatores sofreu uma fusão parcial em 1979, provocada por uma falha no sistema de resfriamento.
O informe também citou outro exemplo de práticas perigosas em 2011 nas usinas nucleares de Braidwood e Byron, no Illinois (norte).
Nestas centrais, os funcionários de manutenção estabeleceram desde 1993 a prática de retirar a água dos circuitos vitais de resfriamento dos reatores para utilizá-la em bombas auxiliares.
Esta prática buscava não utilizar as águas não tratadas de um lago para reduzir a corrosão. Mas em caso de emergência com os reatores nucleares, o sistema de resfriamento não teria podido funcionar normalmente devido à falta d’água, destacam os especialistas do UCS. (EcoDebate)
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