Na véspera dos 25
anos do acidente radioativo em Goiânia, a energia nuclear está mais uma vez
questionada. Mas a ideia de substituir esta energia perigosa com energias
alternativas como hidrelétrica é lamentável e errada. A redução do consumo de
energia é a solução e não a substituição por outro monstro!
Harrisburg,
Chernobyl, Goiânia, Fukushima: O mundo já sabe há muito tempo que a energia
nuclear é perigosa e poderosa demais para ser controlada pelos seres humanos
civilizados. A energia nuclear cria todo dia resíduos que precisam ser cuidados
e retirados de nossos ecossistemas do Planeta para muito mais de cem mil anos.
E ninguém vai conseguir isso. As culturas ou as civilizações e as línguas
normalmente desaparecem a cada mil anos, mas o lixo radioativo vai ficar
perigoso, venenoso e radioativo para muito mais tempo.
O Césio-137 importado
dos EUA que causou o acidente de Goiânia foi um lixo radioativo do processo de
produção das bombas atômicas e do combustível das usinas nucleares. E quem
conhece a poluição e a destruição dia a dia das dezenas de minas de urânio nas
Américas ou na África, Ásia ou Austrália sabe que a energia nuclear não oferece
um futuro saudável para os seres humanos.
Mas a geração da
energia elétrica feita com milhões de toneladas de concreto que mudou os
ecossistemas dos grandes e pequenos rios – eu estou falando sobre as
hidrelétricas – também não é, nunca foi e nunca será uma fonte de energia
aceitável ou ecologicamente correta.
A destruição feita
pelas grandes barragens ou pelos complexos das pequenas barragens é imensa no
mundo e também no Brasil. Vários rios do sul ao norte do Brasil já são
destruídos por causa de barragens, Itaipu, Tucuruí, Balbina, Sobradinho entre
várias outras. Vamos destruir os últimos rios vivos e livres também junto com
os povos e culturas que vivem em suas margens?
A questão “Angra 3”,
“Angra 4”, “Angra 5” ou “Belo Monte” é simplesmente uma questão falsa. A
questão real e ecologicamente correta e importante é: Viver bem com menos
energia!
É fundamental que
todos os países, e especialmente os países que possuem indústria de automóvel,
indústria química, siderúrgicas imensas e uma agricultura altamente mecanizada
como Brasil, China, Argentina, Canadá ou EUA, precisam questionar o seu consumo
de energia. A questão não é substituir uma forma de energia por outra. A questão
é reduzir o gasto de energia. Isto é a obrigação da nossa geração.
Por exemplo, a
produção de carne (frango, porco ou boi) no sistema intensivo com estábulos
imensos climatizados e com ração à base de soja e milho é um grande consumidor
de energia, extremamente contra a ecologia e contra o bom senso da vida. Este
sistema de produção intensivo de carne, de ovos ou de leite é um castigo para
os animais e o meio ambiente e precisa de muita eletricidade e combustíveis.
E depois gastamos
ainda mais energia para o transporte do norte ao sul do país ou para exportação
para Europa ou Ásia: produção e manutenção de estradas, portos e caminhões,
gastos de gasolina e diesel, gastos para manter uma rede de refrigeração dos
frigoríficos,… E no final o consumidor ganha um produto ruim e não saudável. Há
muito tempo é provado que estes produtos da agricultura industrial e da
produção intensiva estragam a saúde humana e tem menos gosto.
Por exemplo: A
gordura dos suínos ou ovos “modernos” contem menos ômega 3 e mais ômega 6,
simplesmente porque a ração de soja e milho naturalmente quase não contém ômega
3, só muito ômega 6. Na produção tradicional e extensiva, sem gastos de
energia, os produtos dos animais são mais saudáveis, porque eles comem grama e
insetos que naturalmente estão ricos em ômega 3. O peixe do mar – que ainda não
come ração – é hoje sinônimo de alimento saudável, porque ele contém muito
ômega 3.
Você é o que você
come!
O que o Brasil, e a
América Latina, precisa urgentemente é um novo PAC. Um PAC de bom gosto e de
bom senso! Produção local para mercado local. Produção sem agrotóxicos e com o
menor uso de máquinas possíveis. Isto gera mais emprego e mais produtos
saudáveis e saborosos para sempre e para todos! E não vai expulsar ninguém de
seu rio! (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário