O Brasil pode se orgulhar do título de país com a melhor
matriz energética do mundo, com mais de 80% da energia proveniente de fontes
renováveis. Mas o sistema vem se mostrando instável, sujeito a frequentes
desligamentos que deixam boa parte da população no escuro. A instabilidade
tende a se agravar com a construção de grandes usinas em regiões distantes e
sem reservatórios - por restrições ambientais. Pequenas centrais hidrelétricas,
usinas eólicas e unidades movidas a biomassa vão contribuir para manter a
elevada participação das fontes de energia limpa, mas tornam mais complexa a
operação, com riscos crescentes dos chamados "apaguinhos".
Para ampliar a oferta e melhorar a segurança energética, o
País busca novas formas de geração ambientalmente corretas. Até 2021, 9% da
energia consumida pelos brasileiros deve ser gerada pelos ventos. Hoje, essa
participação é de apenas 1%. Para incentivar a energia solar, acabam de ser
criadas novas regras para reduzir as barreiras à instalação de placas de
captação solar. Pelo modelo, o consumidor ou empresa que produza mais energia
do que consome poderá injetar a sobra no sistema e receber os créditos
correspondentes na conta de luz.
Outra boa notícia vem do setor petrolífero, onde o cenário
sofreu grande transformação desde a descoberta do pré-sal, em 2007. Com os
novos recursos, o Brasil pode mais do que triplicar suas reservas de petróleo e
entrar no seleto clube dos maiores produtores mundiais - hoje o Brasil está na
14.ª colocação no ranking das maiores reservas.
Para avançar no setor, o desafio é superar dificuldades
tecnológicas para explorar petróleo a uma profundidade de cinco mil a sete mil
metros abaixo do nível do mar. Este terceiro caderno da série Desafios
Brasileiros, uma parceria inédita entre os jornais Estado e O Globo, trata
destes e de outros dilemas do setor de energia no Brasil e do seu impacto no
meio ambiente. A publicação atinge 2,5 milhões de leitores. A próxima edição,
no dia 12 de novembro, mostrará os desafios da área de infraestrutura e
logística. (OESP)
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