A avaliação é do professor Reinaldo Castro Souza, do
Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC-PUC-Rio).
O professor explicou, em entrevista à Agência Brasil, que a
ideia do horário de verão é aproveitar a iluminação solar e diminuir o uso da
iluminação artificial. Quanto mais próxima a pessoa está do Hemisfério Sul,
mais luz solar tem. O contrário ocorre para quem se encontra próximo ao
Equador.
No verão, a ponta do sistema elétrico tende a ficar muito
carregada no horário que se estende das 18 horas às 21 horas, principalmente no
horário de pico, quando a iluminação pública é ativada e as pessoas vão para
suas casas, ligam a televisão e aparelhos de ar condicionado. “A demanda de
energia é muito alta nesse período”. Com o horário de verão, não há a
coincidência de uso de energia, principalmente de iluminação pública, destacou
Reinaldo Castro Souza.
Para os consumidores residenciais, considerados de baixa
tensão, o professor explicou que nenhuma melhora na conta, em termos
financeiros, é percebida durante o horário de verão. Os consumidores continuam
usando energia, mas apenas deslocam esse uso. “Você apenas está ajudando o
sistema elétrico brasileiro e o Operador Nacional do Sistema (ONS) a não ter
que ligar termelétricas e fazer altas manobras para gerar mais energia”.
Para o sistema, segundo Souza, verifica-se uma redução da
demanda. “Há uma queda, nesse período mais crítico, em torno de 5% da demanda.
A potência demandada pelos consumidores vai ser menor nesse horário de ponta.
As estimativas ao longo dos anos são em torno de 5% a 5,5% de redução de
demanda. Mas o consumo praticamente fica o mesmo, principalmente para os
consumidores de baixa tensão”. Ressaltou, porém, que a diminuição da demanda é
registrada somente nos dias quentes, quando a luminosidade natural é forte. Nos
dias nublados e com chuva, a diminuição é zero.
O professor da PUC-Rio disse que para a indústria e o
comércio, dependendo da tarifa que têm contratada com a distribuidora, pode
haver algum ganho porque vão estar economizando nesse horário de ponta.
Souza insistiu que para a massa de consumidores de baixa
tensão essa economia inexiste. O benefício para o consumidor consiste em ter um
sistema com menor risco de desabastecimento. “Você passa a ter uma
confiabilidade melhor. Ou seja, há mais chances de o seu fornecimento não ter
interrupções. A qualidade da energia melhora”, disse. (ambienteenergia)
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