segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Medir a eficiência dos produtos eletrônicos

Saiba como medir a eficiência dos seus produtos eletrônicos
Em uma casa de dois quartos com geladeira, três ventiladores e pontos de luz em todos os cômodos, é possível conseguir uma economia de até R$700, se usados aparelhos com mais eficiência. As orientações são do Inmetro, que avalia a qualidade e eficiência de cada equipamento.
Ficar atento à etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que fornece informações sobre o desempenho dos produtos, considerando critérios como eficiência energética e ruído entre outros, pode fazer a diferença na conta de luz. A classificação dos produtos vai de A (mais eficiente) a E (menos eficiente).
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que coordena o PBE, destaca que em uma casa de dois quartos com refrigerador, três ventiladores de mesa, um aparelho de ar-condicionado e pontos de luz em todos os cômodos, a economia anual pode passar de R$ 700, caso sejam usados equipamentos mais econômicos, que trazem na etiqueta a classificação A.
Outra maneira de economizar n consumo de energia é trocar lâmpadas incandescentes por fluorecentes. A primeira tem o preço menor, mas dura menos. A fluorescente, de acordo com o Inmetro, é quatro vezes mais econômica e duração de oito a dez vezes mais. Apenas com a troca, a economia anual pode chegar a R$ 230, em um apartamento de dois quartos.
O instituto também orienta a substituição de geladeiras com mais de dez anos de uso, quando ela começa a perder a eficiência no consumo de energia. Segundo o Inmetro, uma geladeira nova, de 300 litros de capacidade, classificada como A, pode economizar cerca de R$ 100 anualmente, na comparação com uma de eficiência E.
O Inmetro ainda alerta que um aparelho de ar-condicionado de 9 mil BTUs classificado como A pode economizar R$ 176 por ano na comparação com outro de etiqueta E. (EcoDebate)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Consumidor doméstico poderá ter abatimento

Consumidor doméstico que gerar e fornecer energia poderá ter abatimento em conta de luz
Desde 17/12/12, o consumidor que também gerar energia e fornecer seu excedente às concessionárias poderá ter o valor da conta de luz reduzido. A possibilidade está prevista em resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) segundo a qual residências ou empresas microgeradoras – com capacidade de até 100 quilowatts (kW) – ou minigeradoras – até 1 megawatt (MW) – terão direito a compensação na conta proporcional ao valor da energia repassada.
Para falar desse assunto, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional entrevistou hoje o coordenador da campanha Clima e Energia, do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo. Segundo ele, a Resolução 482/2012 é “um grande estímulo” e o “primeiro passo” para o avanço da energia solar no Brasil.
“Em todos países onde a energia solar deslanchou, como Alemanha, Espanha e Japão, tudo começou com algum tipo de incentivo. No Brasil, há uma adaptação disso [que já foi feito por lá]. Todo mundo poderá gerar energia limpa em casa e economizar na conta de luz”, disse Baitelo. Ele explica que a concessionária terá, no máximo, de 80 a 100 dias – após manifestação de interesse, pelo consumidor, em gerar energia – para viabilizar o negócio.
“O Brasil tem um enorme potencial para ter esse tipo e geração. Temos uma série de vantagens que os outros países não têm. Alemanha e Espanha tiveram de colocar tarifas promocionais para estimular as pessoas a instalarem equipamentos. Aqui no Brasil, a gente tem sol o ano inteiro. Se observarmos a variação de radiação solar entre inverno e verão, ela é mais viável e, mesmo custando mais caro, vale a pena”, disse o coordenador do Greenpeace.
“Durante o dia, as pessoas saem de casa e, com o sol brilhando, estariam gerando energia [ainda que sem utilizá-la]. À noite, quando o sol se põe, não havendo baterias [para armazenamento da energia] neste sistema [com painéis solares], se poderia puxar de volta a energia que foi disponibilizada à concessionária. Seria uma troca de favores constante [entre consumidor e concessionárias]”, acrescentou.
“No Brasil ainda é um pouco caro, com os custos variando, inclusive, em função da região ou estado e dos valores das tarifas”, ponderou. Mais informações sobre o assunto poderão ser obtidas no site da Aneel. (EcAs concessionárias pediram, em meio às negociações com a Aneel, um pequeno requisito técnico para integrar os minigeradores ao sistema. “Você declara interesse, ela [a concessionária] se certifica de que o sistema atende aos critérios de segurança, até para evitar possibilidades de acidentes quando um técnico dela fizer visitas de manutenção. As concessionárias vão ajudar, inclusive, a adquirir equipamentos paralelos também, como medidor de energia adicional, para detectar fluxo de energia da casa até a concessionária”.
Baitelo informou que o custo desse tipo de equipamento está caindo vertiginosamente, mas admite que permanece caro para os padrões brasileiro. (EcoDebate)


Setor saúde consome 10% da energia mundial

Setor saúde consome cerca de 10% da energia mundial
A missão do Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) é transformar o setor da saúde num exemplo para a sociedade em aspectos de proteção ao meio ambiente e à saúde do trabalhador, do paciente e da população em geral
O centro de estudos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) realizado em 5 de dezembro reuniu dois temas: Agenda global para os hospitais verdes e saudáveis e Agenda Ambiental da Escola. A relevância do assunto é pertinente. “Quase 10% da energia mundial é consumida pelo setor saúde. Então, é óbvia a necessidade de investir em energias alternativas”, afirmou Vital Ribeiro, arquiteto da Divisão de Meio Ambiente do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo. Já Rejane Tavares, coordenadora-adjunta da Comissão de Gestão Ambiental da Escola, informou que a agenda ambiental proposta pela Ensp está aliada ao Plano Quadrienal da Fiocruz e ao Programa Fiocruz Saudável. “A instituição assume o compromisso socioambiental de incorporar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras”, disse.
Sobre os impactos ambientais do setor da saúde, Ribeiro informou que o consumo de recursos naturais e a poluição movimentaram R$ 342 bilhões, aproximadamente 6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 2011. Desse montante, cerca de 50% foram gastos com produtos, equipamentos, tecnologia, energia, água, instalações e edificações. “Não se trata apenas de diminuir o lucro, valorizar o bem-estar, respeitar as culturas, proteger as florestas. Falamos da convergência do setor da saúde. Desenvolvimento sustentável é colocar o ser humano no centro da questão”, disse.
Segundo Ribeiro, a missão do Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) é transformar o setor da saúde num exemplo para a sociedade em aspectos de proteção ao meio ambiente e à saúde do trabalhador, do paciente e da população em geral. “A sociedade espera do setor da saúde atitudes, posições, opiniões a seguir”. O PHS, que existe desde 2008, é uma associação sem fins econômicos com objetivo de ser o ponto focal para o Saúde Sem Dano (SSD) no Brasil. Criado há cerca de 16 anos nos Estados Unidos, o SSD trabalha na mesma linha do PHS, mas se desenvolveu como uma organização internacional que, hoje, está presente em mais de 50 países. No Brasil, o PHS já conta com mais de 200 membros individuais, 17 hospitais e 4 sistemas de saúde que somam mais outros 80 hospitais. Em setembro de 2013, ocorrerá o próximo seminário do PHS.
Durante o centro de estudos, Rejane apresentou a proposta da Agenda Ambiental da Ensp. Ela explicou que o compromisso ambiental das instituições públicas começou com a Conferência Rio 92, cujo principal documento, intitulado Agenda 21, estabeleceu os padrões sustentáveis de desenvolvimento e consumo para todas as nações. Para fomentar a Agenda 21, foi criada pelo governo federal a Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), cuja missão é sensibilizar os gestores públicos para a importância das questões ambientais e incorporar princípios e critérios de gestão ambiental.
A proposta da Agenda Ambiental da Ensp tem quatro eixos estratégicos: ecoeficiência; qualidade de vida; gerenciamento integrado de resíduos sólidos; e transparência, comunicação, sensibilização e sustentabilidade. Entre os vários objetivos da agenda estão: incentivar o uso racional dos recursos; adquirir produtos e contratar serviços com critérios socioambientais; estimular o deslocamento saudável e a alimentação saudável; integrar as ações de biossegurança e saúde do trabalhador aos princípios da gestão sustentável; reduzir o volume de resíduos; promover o descarte seletivo; e aprimorar o conhecimento e difundir a informação entre os profissionais.
Rejane citou alguns bons exemplos que já foram implementados, como o convênio com a Eletrobras, em 2008, que promoveu a troca de aparelhos de ar-condicionado com vistas à economia de energia. “A Ensp já compra produtos atóxicos, biodegradáveis, sem amianto. Também consultamos o IBAMA quando compramos mobiliário, para saber da procedência do material utilizado pela empresa fornecedora”, informou. Outra iniciativa lembrada foi o Projeto Pedalando pela Sua Saúde, pelo Nosso Planeta, cujo objetivo é estimular a adoção de bicicletas como transporte interno no campus Fiocruz. Foram disponibilizadas 24 bicicletas divididas em dois bicicletários instalados dentro do campus da Fiocruz. A escola também faz coleta seletiva do lixo em parceria com a Diretoria de Administração do campus (Dirac). Por fim, Rejane anunciou que, em 12 de dezembro, será lançado o livro Compra sustentável (Fundação Getulio Vargas), no qual se relata a experiência da Ensp. (EcoDebate)

Solução para economizar energia e água

A Eletrobras, por meio do Procel Indústria, e o Sebrae lançaram o software Avalie que vai ajudar as pequenas e médias empresas a economizar água e energia. O software, que pode ser baixado no site do Sebrae Nacional (http://www.autoavaliacao.sebrae.com.br/), faz o levantamento preliminar dos dados e informações sobre os níveis de eficiência no uso desses recursos, permitindo que os empresários planejem melhor os seus gastos e identifiquem potenciais de conservação de energia, o que aumentará a produtividade e a competitividade das empresas.
O programa de computador é um dos produtos do convênio firmado entre o Sebrae-RJ e a Eletrobras, também por meio do Procel Indústria. O objetivo do acordo, que vigorou entre 2007 e 2011, foi desenvolver ações para reduzir o desperdício e estimular o uso racional e eficiente de energia elétrica e água em micro e pequenas empresas. O desenvolvimento do software levou cerca de um ano e recebeu investimentos de R$ 28 mil, sendo quase R$ 20 mil da Eletrobras.
“A Eletrobras, por intermédio do Procel Indústria, considera que esse tipo de iniciativa agrega valor ao produto que oferecemos a sociedade: uma energia limpa e sustentável. O uso eficiente de energia faz parte do DNA de nossa companhia desde sua criação, e foi reforçada com o início do Procel na década de 80. Acreditamos que o software Avalie vai trazer benefícios para os empresários, mas também para a sociedade, que terá mais energia disponível para o crescimento da economia”, explica Marco Aurélio Moreira, gerente da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado da Eletrobras. (ambienteenergia)

Smart Grid: a transmissão nas redes de energia

As redes das empresas de energia estão passando por uma transformação revolucionária: a infraestrutura tradicional de comunicações e os dispositivos existentes nas subestações estão sendo atualizados para dar lugar às novas redes de comutação por pacote e de transporte Ethernet e IP de próxima geração.
O principal motivo dessa transição para as redes de comutação por pacote é a mudança para as chamadas Smart Grids, devido à necessidade de mais capacidade no transporte dos pacotes para atender ao imenso volume de tráfego gerado pelos avançados aplicativos em grid desejados nessas redes inteligentes das empresas de energia.
Entre outros motivos estão o uso de equipamento de vigilância por vídeo de alta resolução via IP, assim como a oferta de serviços de atacado e Utelco, com acesso em banda larga para empresas locais e provedores de serviços. Praticamente toda empresa de energia do mundo está planejando ou já iniciou a transformação da sua grid de T&D em uma rede de comutação por pacote capaz de lidar com um grande tráfego de comunicação de dados bi e pluridirecional, de forma eficiente e confiável, entre sistemas IP SCADA, dispositivos eletrônicos inteligentes (IEDs) IEC 61850 e outros equipamentos para automação de subestação (SA).
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Utilities Telecom Council (UTC), em 2011, os gastos com tecnologia da informação e comunicações (TIC) pelas empresas de energia nos Estados Unidos chegam a estimados 3,2 bilhões de dólares só em equipamentos e serviços e telecomunicações. O gasto com as redes de transporte vêm em segundo lugar, seguido pela medição bidirecional.
Garantia de comunicação inteligente, mas também confiável – Embora a migração para a Smart Grid pareça ser inevitável, as empresas de energia, sendo que a maioria delas opera a sua própria rede privativa, é prudente com relação a mudanças em seus sistemas críticos de comunicação. Tais empresas relutam em migrar para IP, sem os devidos atributos necessários para atender ao comportamento específico e necessidades de alta disponibilidade das suas redes.
Mais especificamente, determinadas aplicações dessas empresas precisam de comunicação inteligente, via redes de comutação por pacote, que exigem ferramentas de garantia de serviço para assegurar o baixo retardo de ponta a ponta, além de alta disponibilidade e flexibilidade. Felizmente as tecnologias de pacote, mais especificamente a Ethernet, amadureceram, e agora incluem vários mecanismos que asseguram os níveis necessários de desempenho.
Nos últimos anos, juntamente com as operadoras forçando a implantação de novos serviços como geradores de receita e crescimento, o mercado de telecom colocou a Ethernet como um tecnologia de alto nível, com grande desempenho e controle. Como resultado, surgiram vários padrões para oferta de garantia de Qualidade de Serviço, esquemas de confiabilidade e ferramentas para gerenciamento de serviços.
As redes Ethernet e IP são necessárias para cuidar não apenas do tráfego de dados de próxima geração, mas também de tráfego como voz analógica, SCADA serial e sinais de teleproteção, pois os equipamentos “legados” não podem ser substituídos da noite para o dia. Por esse motivo, as operadoras de energia têm à disposição um mecanismo especial, conhecido como emulação pseudowire (PWE). Hoje, PWE é o método mais utilizado para oferta de tráfego entre dispositivos legados em um ambiente baseado em pacotes.
No tempo certo – As redes de comutação por pacote não foram criadas com mecanismos de sincronização internos e, por isso, precisam de soluções complementares para transferência de clock com alto nível de precisão, de modo a garantir uma rede estável, com desempenho previsível. As redes de concessionárias de energia precisam disso para os aplicativos e equipamentos legados mais sensíveis a retardo e interferência como avaliações da qualidade de energia, proteção e SCADA (sincrofasores).
Até recentemente, GPS era a tecnologia mais utilizada para definir o tempo de modo mais preciso. Mas as instalações de antenas GPS são caras e susceptíveis a interferências. No lugar do GPS, há uma série de novas técnicas padronizadas para garantir a sincronização em um ambiente composto por pacotes. O padrão IEC 61850 atende especificamente as necessidades das concessionárias de energia em termos de tempo e sincronização dos pacotes.
Os dispositivos de comunicação de várias gerações que também suportam transferência de clock são bastante econômicos porque eliminam a necessidade de hardware caro e dedicado, mas permitem o monitoramento do desempenho da sincronização em todo o sistema.
Escolhendo a rede certa de pacotes - Ao migrar para as redes de próxima geração, os operadores das redes das concessionárias de energia precisam optar por uma tecnologia e, entre as opções em pacotes, estão Ethernet de alto nível, IP e vários modelos de MPLS (Multi-Protocol Label Switching). Cada uma dessas opções é capaz de atender ao objetivo básico que é transferir as informações de um ponto a outro, mas com diferentes características. IP, por exemplo, oferece um rígido protocolo de segurança (IPsec), mas não possui mecanismos de operações, administração, manutenção (OAM) nem de proteção.
Por outro lado, MPLS agora traz ferramentas de OAM e de proteção automática da comutação (APS), mas não possui segurança integrada. A Ethernet de alto nível traz um poderoso conjunto de ferramentas para ambas, mas é mais indicada para redes menores (comparada com os grandes backbones das operadoras).
Uma combinação de duas tecnologias, por exemplo, rede de acesso Ethernet com núcleo MPLS, oferece menor custo por porta, ferramentas de OAM e desempenho mais poderosos e avançados mecanismos de proteção. Outro benefício é que ela possibilita mensagens GOOSE, um elemento crítico para automação das subestações IEC 61850, que será oferecido diretamente entre as subestações, sem necessidade de passagem pelo núcleo MPLS, atendendo assim aos requisitos padrão de desempenho.
A Ethernet pode ser utilizada para substituir SDH/SONET e se beneficiar de uma arquitetura e gerenciamento simplificados, maior segurança, menor latência e QoS garantido.
Cibersegurança e redes comutadas por pacote - Outro aspecto que merece atenção quando se fala em redes de comutação por pacote é a cibersegurança. As Smart Grids precisam atender ao grande número de dispositivos interconectados, a maioria deles localizada nas casas e redondezas dos consumidores, onde o acesso é irrestrito. Isso na verdade abre um maior número de pontos de vulnerabilidade que podem interferir negativamente na grid. Por isso é que as redes das concessionárias de energia precisam adotar medidas de segurança sofisticadas e escaláveis para impedir ataques maliciosos.
Um enfoque efetivo seria fazer várias camadas de proteção, sem agregar muitos dispositivos dedicados de segurança. Um enfoque de “defesa profunda” compreenderia elementos como controle de acesso à rede para autenticação física dos dispositivos conectados à rede, rede virtual privativa (VPN) segura dentro das unidades da empresa, com criptografia dos dados, acesso remoto seguro e firewall distribuído com foco nos aplicativos que também valide a lógica do aplicativo nos fluxos de comunicação entre os dispositivos para proteção contra comandos maliciosos.
Conclusão – A migração para Smart Grids e redes de próxima geração para comunicação das concessionárias de energia já está ocorrendo, e exige que essas empresas dediquem atenção especial a suas aplicações críticas.
Forte proteção do clock, garantia de QoS, flexibilidade e monitoramento constante do desempenho são elementos essenciais para qualquer rede de próxima geração que estiver sendo considerada pelos operadores de rede de concessionárias de energia. Para responder a esses desafios e necessidades específicas desse mercado, é preciso que uma rede de comunicação inclua gerenciamento de tráfego, recursos hierárquicos de QoS, sincronização e elementos de segurança, além de suporte aos serviços e ao tráfego legados. A esse respeito às concessionárias em todo o mundo estão descobrindo que a Ethernet foi desenvolvida e padronizada com qualidades avançadas e agora é capaz de atender aos exigentes requisitos dos aplicativos críticos dessas empresas.
É certo que as concessionárias de energia vão migrar para comunicação inteligente de acordo com o ritmo de cada uma, mas todas compartilham a necessidade de custos menores com essa migração e torná-la á mais eficiente possível. (ambienteenergia)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O pico dos combustíveis fósseis

O pico dos combustíveis fósseis: colapso ou transição para a energia limpa
O uso controlado do fogo foi uma das maiores conquistas da humanidade. O ser humano aprendeu a usar as propriedades da queima da madeira (lenha) e do carvão vegetal, para dar um grande impulso ao processo civilizatório. O fogo foi usado para a proteção contra predadores, para aquecimento diante do frio e para cozimento dos alimentos, especialmente a carne de outros animais usados na dieta como fonte de proteína. A antropologia divide a cultura humana entre o antes e o depois do cru e do cozido.
O antropólogo e professor de Harvard, Richard Wrangham, em “Catching Fire: How Cooking Made Us Human”, vê evidências da evolução do ser humano na adaptação a uma dieta a base de alimentos cozidos, o que possibilitou dentes e vísceras menores do que em espécies antecessoras e o cérebro ficasse maior. Ele especula que a energia que ia para a digestão foi direcionada para o desenvolvimento do cérebro. Desta forma, o uso do fogo, enquanto combustível, foi fundamental para a evolução humana.
O outro grande salto do “processo civilizatório” se deu quando o ser humano passou a usar os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás) como fonte de energia para a produção agrícola, para turbinar a indústria, para a iluminação elétrica, para movimentar o transporte e para sustentar todas as atividades humanas, incluindo educação, saúde e lazer.
Foi graças aos combustíveis fósseis que a população passou de 1 bilhão de habitantes em 1800 para 7 bilhões em 2011, crescimento de 7 vezes, enquanto a economia mundial cresceu 90 vezes em termos reais, no mesmo período (dados de Angus Maddison). Sem energia barata e abundante não haveria como gerar empregos, produzir tantos bens de consumo e alimentar tanta gente.
Alguns dados indicam que, em nível global, o pico do petróleo e o pico do carvão vão ser alcançados em duas ou três décadas. O pico do gás (especialmente o gás de xisto) pode demorar mais 50 ou 100 anos. Isto significa que a era do petróleo e carvão abundantes e baratos chegou ao fim e o preço destes produtos vai subir nas próximas décadas na medida em que fica mais caro a produção deste tipo de energia. Quando o pico do gás for alcançado, será o início do fim da era dos combustíveis fósseis.
Porém, a IEA (International Energy Agency) divulgou o relatório World Energy Outlook, em novembro de 2012, mostrando que vai haver um crescimento da produção de combustíveis fósseis nas próximas décadas e os EUA podem se tornar uma nova Arabia Saudita na produção de energia fóssil. Porém, além de atrasar a transição para uma matriz de energia limpa, a maior produção de petróleo, carvão e gás vai agravar os problemas do aquecimento global e, como disse Robert Kuttner, em The American Prospect: “Saudi America is unintended irony. This country is becoming an oligarchy – make that oilagarchy”.
Contudo, mais cedo ou mais tarde, o fim dos combustíveis fósseis poderá representar um regresso da civilização humana, tal com conhecemos hoje.
Existem pelo menos 3 grandes grupos de visões:
1) as pessimistas;
2) as práticas;
3) as otimistas. Sem pretender apresentar os argumentos de maneira exaustiva, vamos esboçar rapidamente algumas formulações destas 3 alternativas.
Primeiro. As visões pessimistas consideram que será impossível manter o atual padrão de crescimento da população e da economia. O fim dos combustíveis fósseis deve provocar um colapso da economia mundial, com aumento da fome e redução significativa do padrão de vida da população mundial.
No texto “Life After The Oil Crash”, Matt Savinar considera que chegando na parte descendente da curva de Hubbert os preços dos combustíveis fósseis vão disparar e afetar a agricultura, a geração de emprego, o abastecimento de água, etc. O autor diz que, nos EUA, são necessárias aproximadamente 10 calorias de combustível fóssil para produzir 1 caloria de comida. A maioria dos pesticidas é obtida a partir do petróleo e todos os fertilizantes comerciais são baseados no amoníaco. O petróleo permitiu a existência de ferramentas agrícolas como os tratores, sistemas de armazenamento de alimentos como as câmaras frigoríficas, e os sistemas de transporte de mantimentos como os caminhões de distribuição. A agricultura baseada no petróleo é o fator principal que permitiu o aumento exponencial da população mundial. Assim, no espaço de poucos anos após ocorrer o “Peak Oil”, o preço dos alimentos vai disparar, assim como os preços de produção, armazenamento, transporte e embalagem, que também terão de subir.
Savinar considera que o petróleo também é necessário para a distribuição da quase totalidade da nossa água potável. O petróleo é usado para construir e conservar aquedutos, barragens, canalizações, poços, bem como para bombear a água que chega às nossas torneiras. Tal como com os mantimentos, o custo da água potável vai subir com a subida do preço do petróleo. O petróleo foi também responsável pelos avanços efetuados pela medicina nos últimos 150 anos, permitindo a fabricação em massa das drogas farmacêuticas, equipamentos cirúrgicos e o desenvolvimento de infraestruturas de saúde pública como os hospitais, as ambulâncias, as estradas, etc. O petróleo é ainda necessário para quase todos os aspectos do consumo, desde os sistemas de esgotos, tratamento de lixos, manutenção de estradas, mobilidade da polícia, serviços de bombeiros e a defesa nacional.
Neste sentido, Matt Savinar acredita que as consequências do “Peak Oil” terão efeitos muito além do preço da gasolina. De maneira pessimista, ele considera que o fim da energia barata e a escassez de combustíveis fósseis pode provocar “um colapso econômico, guerras, fome generalizada e um decréscimo maciço da população mundial”.
Representando a segunda alternativa, a pesquisadora Gail Tverberg, de maneira prática, no texto “Reaching financial limits–What kinds of solutions are available?” parte da constatação de que vivemos em um mundo finito e que já ultrapassamos os limites planetários em vários pontos. Para ela, os principais desafios da atualidade são:
O petróleo barato não é mais um cenário viável para os próximos anos e décadas;
A água doce é fundamental para beber, para o cultivo de alimentos, para a produção de petróleo e gás, e para a criação de energia elétrica, entre outras coisas. Em muitas partes do mundo, estamos usando água doce mais rápido do que os aqüíferos podem repor.
As mudança climáticas, sejam elas causadas pelo homem ou não, são um problema crescente;
A fertilidade do solo depende teor de húmus, das bactérias adequadas, do equilíbrio mineral, etc. O maior uso de fertilizantes, pesticidas e irrigação não são correções permanentes.
A poluição é um problema tanto no que diz respeito ao dióxido de carbono em excesso, quanto ao mercúrio em fontes alimentares e a interferentes endócrinos para a proliferação de algas.
A população humana está fora de equilíbrio com os ecossistemas do mundo e continua crescendo, em cerca de 76 milhões de habitantes, ano após ano.
O sistema financeiro depende do crescimento, mas o crescimento em um sistema de mundo finito não pode continuar para sempre. Altos preços do petróleo tendem a reduzir o crescimento econômico e provocar recessão.
O que podemos fazer para enfrentar estes desafios? Embora não se possa resolver definitivamente estes problemas, Gail Tverberg sugere várias ações práticas para mitigar a situação:
Gerenciar as finanças pessoais para tentar evitar o impacto de uma crise mais severa;
Planejar o tamanho da família. A maioria das pessoas ainda quer ter filhos, mas uma boa escolha seria parar em dois. Seria ainda melhor parar em um;
Diante da crise econômica, seria do interesse geral fortalecer os laços com a família e amigos;
Plantar árvores com frutos comestíveis;
Procurar maneiras mais simples e mais barato de fazer as coisas;
Aprecie o que você tem;
Não pensar demais em coisas ruins que podem acontecer;
Fortalecer o aprendizado de habilidades que podem ser úteis para o longo prazo;
Esteja preparado para os reveses econômicos e os momentos de crise.
Terceiro, o físico e presidente do Instituto das Montanhas Rochosas, Amory Lovins apresenta uma visão otimista, no livro “Reinventing Fire: Bold Business Solutions for the New Energy Era”. Ele considera que foi explorando e queimando os depósitos de combustíveis fósseis (material orgânico que a luz solar armazenou) que tornou possível a civilização urbana e industrial.
Mas o custo da dependência da energia fóssil tem sido alto. Somente os Estados Unidos tem gasto 1/6 do PIB para pagar os custos macroeconômicos, os custos microeconômicos da volatilidade do preço do petróleo e os custos militares cuja principal função é garantir os interesses americanos no Golfo Pérsico (as despesas militares são cerca de dez vezes o preço para comprar petróleo).
Amory Lovins acredita, contudo, que os Estados Unidos podem ficar livres do petróleo e do carvão até 2050, economizando US$ 5 trilhões, por meio da inovação, da maior eficiência e da mudança da matriz energética. O livro “Reinventando o fogo” não propõe aumento de impostos, maiores subsídios para o uso de energias renováveis ou uma postura ideológica que reconheça as mudanças climáticas antrópicas.
Um exemplo simples pode ser mostrado pela lâmpada LED (Light Emitting Diode) que funciona de maneira oposta à “obsolescência programada”. A lâmpada incandescente padrão, alimentada por uma usina elétrica a carvão (que apresenta 33% de eficiência na média dos Estados Unidos), apresenta 3% de eficiência, sendo a conversão líquida de energia em luz de apenas 1%. Já uma lâmpada LED, alimentada por uma turbina a gás natural eficiente, converte 20% da energia total em luz – um aumento de 20 vezes. Se funcionar com energia renovável (eólica ou solar) estará livre da emissão de carbono. Para o autor, estas mudanças podem ser feitas pelo setor privado, investindo em eficiência, segurança, fim dos desperdícios, geração de empregos verdes e uma política energética inteligente.
Em síntese, o que as 3 visões tratam é do fenômeno de que o pico dos combustíveis fósseis vai acontecer um dia. Porém, ninguém sabe como e quando virá o pico dos combustíveis fósseis e não existe consenso sobre as consequências e impactos deste fenômeno. Os cenários variam de um colapso total da economia internacional até visões otimistas de um mundo pós-petróleo, organizado com base na eficiência energética e nos combustíveis limpos e renováveis (solar, eólica, geotérmica, ondas, etc.) e na economia verde.
Mas toda esta discussão deixa pelo menos uma certeza: o mundo nas próximas décadas será bastante diferente da realidade atual, embora não saibamos, com certeza, se as mudanças virão para pior ou para melhor. Cada dia surgem mais pessoas questionando a noção de desenvolvimento econômico, inclusive o mito do “desenvolvimento sustentável verde”. (EcoDebate)

Matriz energética de costas para o futuro

Especial 2012: Matriz energética de costas para o futuro
O mundo é cada vez mais voraz, sedento e insaciável por energia. Os países em todo o planeta perseguem obsessivamente o aumento da geração de energia para dar conta da crescente demanda da produção e do consumo. O Brasil não foge à regra e o tema da energia postou-se como um dos mais importantes na agenda brasileira nos últimos anos. Sem energia é o caos, o “apagão”, aliás, cuja sombra paira constantemente sobre o país.
A política desenvolvimentista brasileira caracteriza-se, em termos de matriz e política energética, pelo seguinte: a) subordinação da questão ecológica ao mito do crescimento econômico ilimitado; b) produção de energia para a produção de commodities de exportação; c) por uma matriz energética oligopólica, concentradora, com enormes impactos sociais e ambientais, num momento em que o mundo já dispõe de alternativas mais limpas e eficientes.
A “necessidade” de energia faz o Brasil avançar rumo à nova – e última? – fronteira energética, que é a Amazônia. Ela é o palco dos últimos e mais vultosos investimentos em hidroelétricas: Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, Teles Pires, no Mato Grosso, Santa Isabel, no Araguaia, Belo Monte, no rio Xingu, e o Complexo Tapajós, este último ainda mais devastador ambientalmente que Belo Monte. Mas a lista continua.
Não se deve menosprezar o impacto ambiental e social destas obras, assim como as condições de trabalho existentes nestes canteiros de obras, que já resultaram em diversas revoltas e greves dos trabalhadores, especialmente em Jirau e Belo Monte.
No contexto desta expansão energética, uma pergunta feita com frequência é a seguinte: energia para quê e para quem? Ou ainda, com outras palavras, a quem se destina tanta energia? Há aqui uma parceria entre o setor energético e de extração mineral, uma vez que os processos de beneficiamento mineral são intensivos no consumo de energia. Primeiro chegam os consórcios de energia para em seguida se instalarem as mineradoras, que contam inclusive com tarifas subsidiadas de energia. Para ter uma noção do que isso representa, basta ver o seguinte: “Para produzir 432 mil toneladas de alumínio a Albrás, instalada em Barcarena, consumiu a mesma quantidade de energia elétrica das duas maiores cidades da Amazônia, Belém e Manaus. A empresa responde por 1,5% do consumo de eletricidade do Brasil com seus quase 200 milhões de habitantes. A energia de Tucuruí, que entrou em operação na década de 1980, ainda hoje é consumida prioritariamente pela Albrás e pela Alumar, em São Luiz, no Maranhão. E ambas pagam tarifas subsidiadas, diga-se de passagem”, escreve Juliana Malerba, da FASE do Rio.
Celio Bermann, professor da USP, traz outra informação: “se pegarmos a matriz de consumo setorial de energia elétrica no Brasil, praticamente 30% da energia é consumida pelos seis setores chamados de intensivos em energia. São eles: o cimento, a produção de aço, a produção de ferro-ligas (ligas a base de ferro), a produção dos metais não-ferrosos (principalmente, o alumínio primário), a produção de química e, finalmente, o setor de papel e celulose. Esses seis setores consomem 30% da energia produzida no Brasil”. Commodities que, em sua grande maioria, abastecem o mercado mundial.
Na análise da questão energética não se pode esquecer o Plano de Expansão Decenal de Energia 2021. O Plano é atualizado anualmente e prevê os rumos energéticos do Brasil para os próximos dez anos. O Plano Decenal anuncia forte continuidade em investimentos na área de energia fóssil – petróleo e gás – e em hidrelétricas. As novidades ficam por conta da revisão, na esteira do desastre de Fukushima, na área da energia nuclear – por ora segue apenas a conclusão de Angra 3 – e num incremento maior na energia eólica. Da energia solar sequer se fala.
O Plano, como se pode ver, é uma radiografia do modelo neodesenvolvimentista, mas de costas para o futuro energético. É tímido em energias limpas. A presidente Dilma, em abril passado, criticou as pessoas contrárias à construção das hidrelétricas na Amazônia dizendo que elas vivem num estado de “fantasia”. Segundo a presidenta, “ninguém numa conferência dessas [Rio+20] aceita, me desculpem, discutir a fantasia. Ela não tem espaço para a fantasia. Não estou falando da utopia, essa pode ter, estou falando da fantasia”, afirmou Dilma. Essa afirmação foi criticada por ser conservadora e pouco aberta às matrizes alternativas de energia já existentes no Brasil, como a eólica e a solar, principalmente.
Dentro de um padrão conservador, as exigências da economia por mais petróleo, carvão, gás, eletricidade, energia nuclear e biocombustível continuarão em expansão. Contudo, diante de recursos naturais que se mostram finitos, os países precisam ousar em novas alternativas de organização e produção de energia, mudando completamente de concepção e racionalidade sobre o que significa, hoje, consumir energia.
Pensando as novas possibilidades oferecidas pelos desdobramentos da revolução informacional e comunicacional (Internet), o economista estadunidense Jeremy Rifkin destaca as dimensões distributiva e colaborativa, forjadas por uma “tecnologia de comunicação revolucionária”, como eixos norteadores da relação entre as demandas do ser humano e as novas fontes de energia. Diferente do modelo concentrador e centralizador dos grandes empreendimentos energéticos do século XX, caracterizados pelo autoritarismo e poder hierárquico, para Rifkin o “direito de acesso ao conhecimento, a relação paritária, a troca de informações e de música”, comuns na Internet, podem ser valores basilares para se pensar a produção e o consumo de energia na atualidade. Será na superação dos grandes oligopólios energéticos, por meio de fontes descentralizadas, que haverá uma democratização da energia, superando o sistema vertical, estabelecido até aqui, por um sistema horizontal na distribuição de energia.
Ao contrário das velhas e depredadoras matrizes energéticas, segundo Rifkin, “a energia renovável distributiva é encontrada em qualquer metro quadrado do mundo. Vem do sol, do vento, do calor debaixo do solo, do lixo, dos compostos orgânicos gerados pelos processos agrícolas, das marés e das ondas do mar”. Tudo isto acarreta uma verdadeira revolução na forma de concebê-la e utilizá-la, provocando uma quebra de paradigmas.
Nesta linha, chamamos a atenção para a Campanha Nacional pela Produção e Uso da Energia Solar Descentralizada lançada pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Ambiental (www.fmclimaticas.org.br), que reivindica que haja subsídios e financiamento para os consumidores adquirirem seus geradores fotovoltaicos, e que em certos casos os equipamentos sejam fornecidos a custo zero.
“A geração distribuída (também conhecida como ‘descentralizada’) caracteriza-se como a produção de eletricidade próxima ao consumo, dispensando a linha de transmissão e os complexos sistemas de distribuição para atender ao consumidor final. Trata-se de uma forma de geração que já foi bastante utilizada até o final da década de 40 do século passado. Mas que depois foi substituída pela geração centralizada, com a construção de usinas de grande porte distantes do consumidor final. A geração descentralizada representa uma possibilidade concreta para colaborar com a redução da curva de carga, reduzindo o consumo em horários de pico; e diminuindo a necessidade de investimentos na geração, transmissão e distribuição do sistema elétrico integrado brasileiro”, escreve Heitor Scalambrini Costa, professor associado da Univ. Fed. de Pernambuco, graduado em Física pela UNICAMP e doutor em Energética na Univ. de Marselha/Comissariado de Energia Atômica-França.
É preciso, portanto, romper com as concepções conservadoras, o que não deixa de ser também um desafio para a esquerda e os movimentos sociais. (EcoDebate)

domingo, 20 de janeiro de 2013

Temperatura no reator é muito que a do Sol

Temperatura no reator é 10 vezes maior que a do Sol
Fatos e números ilustram o desafio da fusão nuclear. Por exemplo: por não poder reproduzir a enorme pressão do núcleo das estrelas, provocada pela gravidade, para os átomos de hidrogênio realizarem a fusão nuclear, a saída é elevar a temperatura.
Enquanto no núcleo do Sol 15 milhões de graus Celsius são suficientes, por causa da elevada pressão, no reator do Iter, o tokamak, é preciso elevar a temperatura a 150 milhões de graus Celsius, dez vezes mais que no núcleo do Sol.
Para os supercondutores transportarem a energia elétrica para as bobinas do tokamak criarem os campos magnéticos necessários para transformar os átomos de hidrogênio em plasma, porém, a temperatura exigida se aproxima do zero absoluto, algo como 270 graus Celsius negativos. Os campos magnéticos criados pelas bobinas mantêm o plasma a 150 milhões de graus Celsius suspenso dentro da câmara do tokamak. Não pode tocar nas suas paredes, pois nenhum material suporta tamanho calor.
Outra guerra a ser vencida para a fusão é a repulsão magnética entre os átomos de hidrogênio - na realidade isótopos de hidrogênio, o deutério e o trítio, ambos com a mesma carga, positiva. (OESP)

Projeto reproduzirá a energia do Sol na Terra

Projeto que quer reproduzir a energia do Sol na Terra começa a sair do papel
Inauguração de sede do Reator Experimental Termonuclear Internacional marca início da busca pela fusão nuclear em larga escala.
O maior projeto científico da humanidade começou a sair do papel na quinta-feira passada. Numa cerimônia em Cadarache, no sul da França, foi inaugurado o edifício-sede do Iter - abreviação em inglês de Reator Experimental Termonuclear Internacional, iniciativa multinacional destinada a desenvolver a tecnologia da fusão nuclear em grande escala para a geração de energia.
O projeto pretende nada menos que reproduzir o Sol na Terra: num reator chamado tokamak, dois átomos de hidrogênio serão submetidos a temperaturas elevadíssimas, até se fundirem num átomo de hélio e liberar energia, como ocorre no Sol. A aventura deverá consumir até 2020, quando o reator estará operacional, US$ 15 bilhões (R$ 32 bilhões).
O planeta Terra está a aproximadamente 150 milhões de quilômetros do Sol. Há cerca de 4,6 bilhões de anos, recebe sua luz e calor, fonte de energia da origem e manutenção da vida. E deverá ser assim por outros 5 bilhões de anos, restante do tempo de vida do Sol.
Numa forma bastante simplificada, o Sol e as demais estrelas funcionam assim: sob a enorme pressão e temperatura do seu núcleo, dois átomos de hidrogênio se fundem e dão origem a um átomo de hélio. Essa reação libera enorme quantidade de energia. Apesar da considerável distância do Sol, é possível senti-la na Terra, sob a forma de luz e calor.
Não é de hoje que o homem observa o Sol com o desejo de reproduzir no planeta o seu processo de geração de energia. Primeiro, por ser muito eficiente. Basta uma pequena quantidade de matéria, ou átomos de hidrogênio, para a produção de muita energia. E, depois, por essa reação de fusão utilizar o elemento mais abundante no universo, o hidrogênio.
Não é tudo: a fusão dos átomos de hidrogênio requer cuidados, mas não cria impacto ambiental. Sua energia é limpa.
Efeitos
Os desafios científicos, de engenharia e financeiros para recriar o Sol na Terra são imensos. Não dá para reproduzir na superfície do planeta os efeitos da gravidade no interior das estrelas, razão da elevada pressão e temperatura no seu núcleo, essenciais para os átomos de hidrogênio atingirem o estado de plasma, condição em que se fundem.
Fazem parte do Iter a União Europeia, com 45,5% de participação, e seis outras nações, cada uma com 9,1% - Estados Unidos, Japão, China, Rússia, Índia e Coreia do Sul-, representando 34 países.
Atenção: fusão nuclear é diferente de fissão nuclear. Na fissão, núcleos de átomos de elementos radioativos, como urânio, são bombardeados para se romperem. E esse processo também gera elevada quantidade de energia, mas os riscos de contaminação da fissão, quase inexistentes na fusão, representam um grande problema. Há no mundo 440 usinas nucleares com reator a fissão.
O comissário de energia da União Europeia, Günther Oettinger, e a ministra francesa da Educação, Geneviève Fioraso, assistiram à inauguração do edifício-sede do Iter, em Cadarache.
Tecnologia
O professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo Ricardo Galvão acompanha de perto o projeto. "A fusão nuclear é uma tecnologia promissora como fonte de energia e sem os problemas da fissão nuclear. Ainda há algumas dificuldades científicas e técnicas para serem resolvidas, mas os experimentos na Inglaterra e nos Estados Unidos demonstraram sua viabilidade", diz.
"A demanda mundial de energia hoje é 15 terawatts (1 terawatt equivale a 1 trilhão de watts), enquanto em 2050 será de 30 terawatts, considerando-se que a população do planeta será de 10 bilhões de habitantes. Se a fusão nuclear não funcionar, a situação ficará difícil", explica Galvão.
"O principal objetivo do Iter é apenas desenvolver a tecnologia da fusão. Cada país envolvido depois realizará seus próprios projetos de fusão nuclear e construir seus reatores (tokamak) com base no conhecimento adquirido em conjunto no Iter", explica Robert Arnoux, do departamento de comunicações do projeto.
A diferença entre o tokamak e o reator da fissão nuclear é a forma como se obtém calor. Como já mencionado, a fusão funde os átomos de hidrogênio e a fissão rompe o núcleo dos átomos de urânio, por exemplo. Uma vez gerado o calor, a sequência do processo para a obtenção da energia elétrica é a mesma: o calor do tokamak e do reator a fissão esquenta água até o estado de vapor para movimentar uma turbina coligada a um gerador elétrico.
Os técnicos do Iter acreditam que o tokamak apresentará rendimento energético semelhante aos reatores da fissão nuclear. Os da última geração têm potencial para produzir 1,3 mil megawatts (MW). Para se ter uma referência, a Hidrelétrica de Itaipu tem uma capacidade instalada para gerar 14 mil MW.
Mas há desconfiança da comunidade científica no projeto Iter. Nem todos os desafios científicos e de engenharia foram resolvidos e há ainda problemas decorrentes das profundas diferenças culturais e dos interesses políticos existentes entre as nações envolvidas.
Essas incertezas, somadas à impossibilidade de as nações envolvidas investirem os valores elevados necessários, causaram atrasos importantes no Iter. Mas é verdade também que nunca o projeto andou como agora, o que mostra a confiança dos interessados no sucesso do programa da fusão nuclear. (OESP)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Erro ‘oculto’ reduz nível de reservatórios

Simulações mostraram que os resultados divergem dos números reais e chegou-se à conclusão que os reservatórios deveriam estar 11 % acima do nível atual.
A forma acelerada como os reservatórios das hidrelétricas caíram em 2010 e 2011 levantou suspeitas sobre erros - ocultos - no sistema elétrico nacional. Simulações feitas pela PSR Consultoria, que também assessora o governo federal, mostraram que os resultados divergem dos números reais. Com base numa série de informações, que também são usadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), chegou-se à conclusão que os reservatórios deveriam estar 11% acima do nível atual.
"Tem algum fator que não está aparecendo. A operação na vida real é maior do que a calculada", explica o presidente da consultoria Mario Veiga. Ele diz não ter dúvida de que o modelo, usado em mais de 60 países, está correto. O que a empresa está tentando entender neste momento é o porquê da defasagem dos números. "Estamos investigando as causas e nas próximas semanas deveremos ter um diagnóstico, que será entregue ao governo federal."
A diferença pode ser explicada por uma série de fatores. Uma delas é a desatualização dos parâmetros de algumas usinas, que teriam uma eficiência menor que a prevista pelo operador. O consultor, que participou do grupo responsável por identificar as causas do racionamento de 2001, lembra que a energia firme (a produção média das usinas) das hidrelétricas estava superestimada em 5%. "As outras causas, como questões climáticas, atraso de obras e a falta da linha de transmissão de Itaipu, não explicavam sozinhas o racionamento."
Comparação
Desta vez, a situação não é muito diferente. A seca que atingiu várias regiões do País não está entre as piores da história e o País não cresceu tudo que estava previsto. "Ficaria mais tranquilo se tivesse ocorrido uma mega seca, o que caracterizaria um problema conjuntural. Mas estamos vendo que é um problema estrutural."
Ele conta que outro fator que pode justificar as diferenças são as perdas no sistema de transmissão. (OESP)

Nível de reservatórios de hidrelétricas sobe

Nível de reservatórios de hidrelétricas sobe na semana, menos no NE
Os reservatórios das hidrelétricas brasileiras na maioria das regiões registraram aumento do nível em relação à quarta-feira passada diante do aumento das chuvas no período, mas ainda estão em níveis baixos e no Nordeste houve queda do armazenamento.
O Sudeste/Centro-Oeste teve aumento de 28,31 para 31,49% na semana, com uma recomposição de 6,62 pontos percentuais no reservatório de Furnas, um dos principais na bacia do Rio Grande, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A recuperação também ocorreu nos reservatórios do Norte, com o armazenamento passando de 39,99 para 42,98 %, e no Sul, de 45,33 para 49,05 %.
Na semana, a região Nordeste teve uma queda de 29,91 para 29,59 % de armazenamento dos reservatórios.
A geração hidráulica no Nordeste foi maior que o programado já que a geração térmica ficou inferior ao previsto, segundo o Informativo Preliminar Diário de Operação do ONS. Nessa região a geração eólica também foi inferior ao esperado, entre outros fatores, também por conta das condições desfavoráveis de vento.
A carga de energia elétrica na quarta-feira --que considera o consumo e as perdas relacionadas ao sistema-- somou 62.050 megawatt (MW) médios, ante uma carga que estava programada em 62.700 MW médios. A geração termelétrica somou 11.784 MW médios. (OESP)

Lago de Furnas está com 12,7% da capacidade

Reservatórios de água estão sujeitos a colapso caso não comece a chover forte nos próximos dias
O mineiro Gener Custódio da Silva, de 66 anos, montou uma barraca na terra rachada que brotou onde só se via água, às margens do Lago de Furnas, em seu sítio no município de Alfenas (MG). Desde que levou os tanques de criação de peixes 500 metros represa adentro, por causa da pior seca dos últimos dez anos, ele passa as noites em vigília.
"De outubro até hoje baixou muito o nível da água e mudamos os 50 tanques, que antes ficavam em frente ao sítio, para cá. Para evitar prejuízos, passo as noites aqui." O drama do pescador ilustra a situação crítica dos reservatórios de água - força motriz do sistema energético brasileiro -, sujeitos a um colapso caso não comece a chover mais forte nos próximos dias.
O Sudeste, principalmente Minas Gerais, é estratégico para o abastecimento de energia do País por seu potencial hídrico. Furnas é um bom exemplo. Com capacidade para armazenar 23 bilhões de metros cúbicos, a represa é um imenso espelho d'água, de 1,4 mil quilômetros quadrados, que entrecorta 34 municípios mineiros.
Seu papel é fundamental para manter o País longe do apagão. Suas águas colocam em funcionamento 13 usinas hidrelétricas ao longo dos Rios Grande e Paraná, nos Estados de Minas e São Paulo. Juntas, produzem um terço da energia gerada no Brasil.
Das dez maiores usinas hidrelétricas em operação no Brasil, seis estão nesses Estados. Juntas, têm capacidade de produzir 11,7 mil MW. Somadas à produção da Região Centro-Oeste, estamos falando em 70% de toda energia produzida no País.
Furnas. Para muitos, o problema da falta de água é recente, mas para o pescador Gener e outros 500 piscicultores que vivem às margens da represa de Furnas, a redução do estoque de água dos reservatórios é realidade desde outubro de 2012.
O reservatório do Lago de Furnas atingiu este ano seu pior estágio de seca, desde o apagão de 2001. No início da semana passada, seu nível estava 14,5 metros abaixo da capacidade máxima da represa, que é de 768 metros acima do nível do mar. O cenário local é de desolação na maioria das cidades, com os lagos secos, tomados pelo mato e pelo gado que invadiu a terra lamacenta. Os restaurantes, pousadas e pesqueiros, que nesta época do ano estavam lotados, estão vazios, alguns fechados.
"O nível do lago está a 3,5 metros do mínimo para que se mantenha em funcionamento a hidrelétrica", explica o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Lago de Furnas, Fausto Costa. "É o pior cenário dos últimos dez anos, que coloca em risco o sistema energético e também traz um estrago incalculável para a região."
Começou a chover na quinta-feira no Lago de Furnas, mas ainda muito pouco para reverter o quadro de esvaziamento. O reservatório operava na sexta-feira com 12,74% da capacidade.
Torneira
O reservatório de Furnas serve como um regulador do volume de água para as 12 usinas que ficam abaixo dela no Rio Grande (8) e no Rio Paraná (4). Quando o nível dos rios está baixo, o Operador Nacional do Sistema (ONS) determina a abertura das comportas para manter em funcionamento o complexo de hidrelétricas.
Foi o que ocorreu em outubro de 2012, quando as comportas laterais da represa - no município de São José da Barra (MG) - ficaram abertas por quase 30 dias, segundo o presidente do Comitê da Bacia do Lago de Furnas, obrigando pescadores como Gener a correr com seus tanques de peixes lagoa adentro.
"Foi quando os municípios que ficam entrecortados pela água do Lago de Furnas começaram a sentir os prejuízos da queda do volume nos rios", conta Costa. O especialista, que também é secretário executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), calcula que levará pelo menos três anos para o nível da água voltar ao normal na região.
O ONS considera que, mesmo com o nível baixo das barragens, as hidrelétricas da bacia continuam a gerar energia e as represas devem começar a encher a partir de agora, com o período de chuvas. Mas para quem vive diretamente das águas de Furnas, a certeza é uma só: vai levar um bom tempo para a economia local se recuperar.
Prejuízo
Em Campo Belo, um único criador de peixes perdeu sete toneladas de tilápia em uma semana. Na avaliação de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), faltou oxigênio na água e a temperatura subiu a níveis insuportáveis para os peixes.
"Antes tudo isso aqui era água. Disseram que foi a abertura das comportas que esvaziou a represa, mas ficar desse jeito, só quando secou tudo mesmo, em 2001", lembra o pescador Bevanir José de Oliveira, de 71 anos, que no meio do lago seco, busca um fio de água para pescar. "É mais distração mesmo, porque do jeito que está, só dá mandi pequeno, que não serve para nada", conta.
Seu Gener, que começou a criação de peixes em 2006, incentivado pelo governo federal, hoje vive como pode e sem ajudas do Estado. Mas ele é otimista, espera retomar a criação de cerca de 50 mil tilápias por ano em condições normais ainda em 2013, alheio ao risco de apagão que o problema representa. "Ajuda, só de Deus. Mas com essa chuva acho que em breve vou poder voltar meus tanques para perto de casa."
Para que isso ocorra, até maio deve chover o suficiente para recuperar o nível dos reservatórios da Região Sudeste e evitar novas liberações extras de água na represa. Como Furnas, a maioria das represas está com problemas. Das 139 usinas monitoradas pelo ONS, 30% estão com reservatório abaixo da metade e cerca de 20% não fazem estoque para a seca. (OESP)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Te cuida, 2013!!!

Change Bira, no Humor Político
Esperança é a chave para começar o Ano Novo e para a própria felicidade, sem ela não vamos a lugar algum. No caso de 2013, ela tem de ser contextualizada, para não parecermos ingênuos, porque todos os prognósticos são no mínimo cautelosos: recessão europeia, China “pisando no freio” no seu crescimento, o Brasil sendo desafiado a continuar se mantendo fora da crise e da recessão.
Esperança não parece ter a ver com as frias realidades da economia, ou do “mercado”, como queiram. Mas tem. Questão interessante é o lado psicológico da economia, hoje admitido abertamente pelos especialistas, pois o próprio temor de gastar já induziria à recessão a ser evitada. Para manter o mercado interno aquecido não basta fazer o ‘tema de casa’ econômico, é necessário ainda dar atenção à “psicologia de massas” da opinião pública e suas expectativas, para evitar as ondas de pessimismo. Nesse sentido foi eficaz a empatia com o povo do então presidente, em 2008 e 2009, usando expressões como a de que a crise aqui seria só uma “marolinha”, o que os intelectuais ironizaram na época.
Não sei quais os seus dilemas pessoais, então vamos falar dos nossos problemas conjuntos, que acabam influindo na sua vida pessoal também. Aliás, fala sério, você não achou mesmo que o mundo ia acabar em 2012, mesmo gostando de fatos “espetaculares” para sacudir o marasmo. Pois a entrada de 2013 traz as mesmas expectativas dos anos anteriores, não há mágicas nem tragédias anunciadas à vista, mas pode ser um ano muito duro, ou um ano que proporcione mudanças promissoras. Algumas das melhores análises do que nos espera em 2013 seguem sendo as de bons intérpretes dos fatos dos últimos anos, sobre a situação global e a local.
Ninguém vai bater à sua porta com “manuais para explicar o mundo”, mas quem tenta entender isso nos traz algumas pistas. Bibiana Medialdea Garcia e colegas espanhóis nos brindaram em fins de 2011 com “Quiénes son lós mercados y cómo nos gobiernam”, explicando aos leigos como funciona hoje o mercado financeiro – o que realmente comanda hoje a economia global. Na versão brasileira, um cientista político acessível aos leigos é André Singer. Em seu livro sobre o lulismo, ele descreve “a fissura entre o capital financeiro e o capital industrial” no seio da crise, na qual vê o governo em uma coalizão produtivista em confronto com uma “coalização rentista”, quer dizer, capital produtivo versus especulativo.
O paradoxo do fim de 2012 é interessante, porque o crescimento do PIB foi mínimo, mas o da renda familiar foi melhor. Para o economista Marcelo Neri, do Ipea, “o Brasil não vai tão bem como o povo”, enquanto em outras nações costuma ocorrer o contrário. Nos falta infraestrutura, competitividade, falta educação e um desenvolvimento sustentável que coíba a devastação das riquezas naturais. A esperança está viva, já esteve pior – quando o país ia bem e o povo ia mal – e ela diz “Te cuida, 2013!”. (EcoDebate)