Consumidor doméstico que gerar e fornecer energia poderá ter
abatimento em conta de luz
Desde 17/12/12, o
consumidor que também gerar energia e fornecer seu excedente às concessionárias
poderá ter o valor da conta de luz reduzido. A possibilidade está prevista em
resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) segundo a qual
residências ou empresas microgeradoras – com capacidade de até 100 quilowatts
(kW) – ou minigeradoras – até 1 megawatt (MW) – terão direito a compensação na
conta proporcional ao valor da energia repassada.
Para falar desse
assunto, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional entrevistou hoje o
coordenador da campanha Clima e Energia, do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo.
Segundo ele, a Resolução 482/2012 é “um grande estímulo” e o “primeiro passo”
para o avanço da energia solar no Brasil.
“Em todos países onde
a energia solar deslanchou, como Alemanha, Espanha e Japão, tudo começou com
algum tipo de incentivo. No Brasil, há uma adaptação disso [que já foi feito
por lá]. Todo mundo poderá gerar energia limpa em casa e economizar na conta de
luz”, disse Baitelo. Ele explica que a concessionária terá, no máximo, de 80 a
100 dias – após manifestação de interesse, pelo consumidor, em gerar energia –
para viabilizar o negócio.
“O Brasil tem um
enorme potencial para ter esse tipo e geração. Temos uma série de vantagens que
os outros países não têm. Alemanha e Espanha tiveram de colocar tarifas
promocionais para estimular as pessoas a instalarem equipamentos. Aqui no
Brasil, a gente tem sol o ano inteiro. Se observarmos a variação de radiação
solar entre inverno e verão, ela é mais viável e, mesmo custando mais caro, vale
a pena”, disse o coordenador do Greenpeace.
“Durante o dia, as
pessoas saem de casa e, com o sol brilhando, estariam gerando energia [ainda
que sem utilizá-la]. À noite, quando o sol se põe, não havendo baterias [para
armazenamento da energia] neste sistema [com painéis solares], se poderia puxar
de volta a energia que foi disponibilizada à concessionária. Seria uma troca de
favores constante [entre consumidor e concessionárias]”, acrescentou.
“No Brasil ainda é um pouco caro,
com os custos variando, inclusive, em função da região ou estado e dos valores
das tarifas”, ponderou. Mais informações sobre o assunto poderão ser obtidas no
site da Aneel. (EcAs concessionárias pediram, em meio às negociações com a Aneel, um pequeno requisito técnico para integrar os minigeradores ao sistema. “Você declara interesse, ela [a concessionária] se certifica de que o sistema atende aos critérios de segurança, até para evitar possibilidades de acidentes quando um técnico dela fizer visitas de manutenção. As concessionárias vão ajudar, inclusive, a adquirir equipamentos paralelos também, como medidor de energia adicional, para detectar fluxo de energia da casa até a concessionária”.
Baitelo informou que o custo desse tipo de equipamento está caindo vertiginosamente, mas admite que permanece caro para os padrões brasileiro. (EcoDebate)
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