O Brasil gerou 89% de sua
eletricidade a partir de fontes renováveis no ano, quase 3 vezes a média
global, registrando o 2º maior crescimento em energia eólica do mundo, atrás
apenas da China e União Europeia.
Destaque na análise, o Brasil
gerou 89% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis no ano, quase três
vezes a média global, e registrou o segundo maior crescimento em energia eólica
do mundo, atrás apenas da China.
Desde 2000, as energias
renováveis expandiram-se de 19% para mais de 30% da eletricidade global,
impulsionadas por um aumento na energia solar e eólica de 0,2% em 2000 para um
recorde de 13,4% em 2023. Como resultado, a intensidade de CO2 na
geração global de energia atingiu seu nível mais baixo em 2023 - 12% menor do
que seu pico em 2007.
O Brasil viu uma rápida
expansão da energia solar e eólica nos últimos anos, alcançando uma
participação de 21% em 2023, à frente da média regional para a América Latina e
o Caribe (14%), mas atrás de países como Uruguai (39%) e Chile (32%). A energia
hidrelétrica continua sendo a maior fonte de eletricidade no Brasil, gerando
60% da eletricidade do país em 2023.
Relatório Global Electricity Review fornece a primeira visão abrangente do sistema de energia global em 2023 com base em dados de nível nacional. A análise abrange 80 países que representam 92% da demanda global de eletricidade, além de dados históricos para 215 países.
"O Brasil sempre foi líder em eletricidade renovável, primeiro por meio da hidroeletricidade e, agora, pela energia solar e eólica. Um foco na energia renovável evitou que o país se tornasse dependente do carvão no passado e pode minimizar uma dependência do gás agora", diz Dave Jones, diretor de insights globais da Ember.
Ponto crucial
O relatório conclui que o
rápido crescimento da energia solar e eólica levou o mundo a um ponto crucial
de virada, onde a geração de energia fóssil começa a declinar em nível global.
"A queda das emissões do setor de energia é agora inevitável",
continua Jones."2023 provavelmente foi o ponto de inflexão - o pico das
emissões no setor de energia - um ponto de virada importante na história. Mas o
ritmo da queda das emissões depende de quão rápido a revolução das energias
renováveis vai continuar".
A energia solar foi o
principal vetor de crescimento da eletricidade em todo o mundo, adicionando
mais do que o dobro de eletricidade nova em comparação ao carvão em 2023, e
manteve seu status como a fonte que mais cresce no mundo pelo 19° ano
consecutivo. A solar ultrapassou a energia eólica para se tornar a maior fonte
de eletricidade nova pelo segundo ano consecutivo. O relatório destaca o Chile
como o país com a maior participação de eletricidade solar no mundo,
representando 20% de sua matriz elétrica em 2023, um aumento significativo em
relação a apenas 1,9% em 2015.
O Brasil também viu a energia
solar aumentar de quantidades insignificantes em 2015 (0,01%) para 7,3% em
2023, com a geração quase dobrando apenas no último ano devido a novas
regulamentações e tarifas de alimentação. Como resultado, o Brasil é o sexto
maior produtor de energia solar do mundo. O Brasil também é destacado no
relatório por ter visto o segundo maior aumento mundial na energia eólica em
2023, depois da China. A participação do Brasil na energia eólica alcançou 13%
em 2023, ante 3,7% em 2015.
Na COP28, realizada em
dezembro, líderes mundiais chegaram a um acordo histórico para triplicar a
capacidade global de energias renováveis até 2030. A meta estabelecida faria o
mundo atingir 60% de eletricidade renovável até 2030, o que cortaria quase pela
metade as emissões do setor de energia e colocaria o mundo em um caminho
alinhado com a meta climática de 1,5°C.
"Já conhecemos os principais facilitadores que ajudam os países a liberar todo o potencial da energia solar e eólica", continuou Jones. "O Brasil é um campeão das energias renováveis, o que o mundo precisa urgentemente neste momento. Quanto mais o Brasil avança para uma economia de energia totalmente renovável, mais confiança outros países terão em seguir o mesmo caminho".
O relatório destaca como facilitadores-chave - ambição política de alto nível, mecanismos de incentivo e soluções de flexibilidade - estão impulsionando um crescimento rápido na energia solar e eólica, particularmente em países como China, Brasil e Holanda. (brasilenergia)
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