quarta-feira, 26 de junho de 2024

Primeira voadeira elétrica faz viagem inaugural no Xingu

Projeto é uma iniciativa da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em parceria com a UFPA.
A viagem inaugural da primeira voadeira elétrica da região Amazônica aconteceu em 09/05/24 em Altamira, no Pará.

O transporte de passageiros por meio de embarcação movida a energia elétrica é um projeto iniciado em 2022 pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, com a Universidade Federal do Pará (UFPA). O objetivo é contribuir para a descarbonização do Xingu, a partir do desenvolvimento de baterias nacionais para propulsão elétrica, e substituir combustíveis fósseis, como gasolina e óleo diesel, por fonte de energia limpa.

Segundo a Norte Energia, a voadeira é um transporte comum e usado há décadas para deslocamentos de famílias e pescadores na região Amazônica. Com o protótipo construído pela companhia, a intenção é deixar a tecnologia como legado para que, num futuro não tão distante, as voadeiras elétricas sejam uma realidade acessível para a população do Xingu. As embarcações batizadas Poraquê I e II, em alusão ao peixe elétrico, têm sua versão desenvolvida por especialista em engenharia Naval da UFPA com a área de Sustentabilidade da empresa.

Primeira voadeira elétrica da região amazônica faz viagem inaugural no Xingu.

A Norte Energia investiu R$ 550.000,00 nos protótipos, incluindo estudos especializados em conjunto com a UFPA, a aquisição dos equipamentos chineses, um conjunto de baterias de fornecedor nacional e o desenvolvimento de projeto e construção dos cascos das embarcações. São dois barcos, de oito metros de comprimento e capacidade para transportar até seis pessoas e de 10 metros para conduzir até oito pessoas, com velocidade média de 27 km/h e autonomia para percorrer, por exemplo, os 40 km que separam Altamira da Usina Pimental, que integra o Complexo Belo Monte.

Com o barco Poraquê I, que já está pronto para uso interno, espera-se uma redução considerável nas emissões de gases de efeito estufa, com uma estimativa de economia de cerca de 1400 litros de combustíveis fósseis por mês. O Poraquê II ainda está na fase final de testes do motor.

As voadeiras são movidas por um conjunto de dois motores de 20HP cada e possuem entre três e quatro baterias. O principal desafio do projeto é conciliar maior autonomia de viagem com baterias menores, mais leves e com menos tempo de recarga. Isso porque cada conjunto pesa em torno de 60 kg, o que ainda é considerado alto. A recarga das baterias será feita em dois postos, um no Porto dos Areeiros, em Altamira, e o outro junto ao Sistema de Transposição de Embarcações (STE), em Pimental. O tempo para carregar dura entre duas e três horas. A energia será fornecida pela Usina Fotovoltaica de Altamira, construída pela Norte Energia.

Primeira voadeira elétrica navega no rio Xingu e marca um avanço sustentável para a Amazônia

A iniciativa visa não apenas introduzir uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis, mas também contribuir para a descarbonização do Xingu. (canalenergia)

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