São conhecidos personagens e
empresas que sempre boicotaram as fontes renováveis de energia, e retardaram a
entrada em operação das tecnologias solares e eólicas no país. Defensores das
termelétricas a combustíveis fósseis e da eletricidade nuclear desprezam os
interesses nacionais, em detrimento dos interesses econômicos, pessoais e
empresariais.
Afirmar que a energia
elétrica produzida por materiais radioativos é “energia verde”; “energia
limpa”; que é mais barata que outras formas de geração; que riscos de acidentes
inexistem; que os resíduos das reações nucleares (conhecidos como “lixo
atômico”) podem ser armazenados com segurança por milhares de anos; que o país
precisa desta fonte energética para evitar apagões futuros é desconhecer a
ciência. Essas inverdades têm a intenção de buscar a aceitação popular para uma
fonte de energia perigosa, suja e cara. Não esqueçamos que mentir é um ofício
destes grupos, cujo único objetivo são os negócios, os interesses econômicos,
pouco se lixando para a soberania nacional, para a população que acaba sofrendo
com as decisões completamente equivocadas na política energética nacional.
No governo do atraso foi
indicado para ministro de Minas e Energia (MME) um almirante de Esquadra da
Marinha. Aquele mesmo, envolvido no cabuloso negócio do contrabando das “joias
das arábias”
(https://www.ihu.unisinos.br/categorias/627478-usinas-nucleares-joias-das-arabias-e-outros-trambiques-artigo-de-heitor-scalambrini-costa),
que em 16/12/2020, aprovou e anunciou o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE50),
cuja determinação é a expansão do parque de geração nuclear no Brasil em 8 GW e
10 GW, nos próximos 30 anos.
Assim, o planejamento prevê
fazer investimentos bilionários em um setor marcado pela polêmica e por
conflitos socioambientais. Documentos oficiais apontam que o Governo Federal
pretende expandir o número de usinas e abrir o setor para a iniciativa privada,
sendo que atualmente a Constituição Federal veda esta possibilidade. Embora
defendida como uma medida ambientalmente sustentável, a cadeia da energia
nuclear no Brasil tem um histórico marcado por um rastro de contaminação,
graves acidentes e mortes.
A potência instalada e a
geração de energia das duas usinas em operação são desprezíveis quanto à
participação na matriz elétrica nacional. Em nada contribuem para a transição
energética, nem para a segurança energética do país. São unidades que já
ultrapassaram suas vidas úteis e são conhecidas como “vaga-lumes” devido às
interrupções frequentes no fornecimento de energia, e dos inúmeros problemas
técnicos e operacionais cuja frequência escalou desde 2023. Uma grande
irresponsabilidade que ainda estejam em funcionamento.
Todavia, os lobistas de
plantão – com espaço e palco concedidos para suas mentiras e enganações pela
grande mídia corporativa – têm aliados poderosos no meio militar que almejam
construir a bomba nuclear. São evidentes tais interesses nas declarações de
seus comandantes e em acordos internacionais realizados. Dizem que ter a bomba é
essencial para a segurança nacional. Pura balela. Vivenciamos hoje, segundo
Papa Francisco, que o mundo está à beira de uma guerra nuclear, e a pergunta
que não quer calar é “e nossa bomba tupiniquim teria qual efeito apaziguador,
diante de um histriônico presidente à frente de uma nação detentora de tal
artefato desprezível?
O que é escondido da população é que acidentes em usinas nucleares acontecem com muita mais frequência do que os conhecidos e divulgados. Geralmente não chegam ao domínio público, não são revelados a população.
Assim, é impositiva a pressão da sociedade sobre parlamentares, gestores das estatais e governo federal para a realização do urgente e inadiável debate público sobre a política nuclear brasileira, alvo frequente de auditoria e advertências do Tribunal de Contas da União. (ecodebate)
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