No país do etanol, Mitsubishi vai batalhar pelo carro elétrico.
Montadora apresenta veículo e abre discussão sobre nicho que pode ter até 10% do mercado na próxima década.
O primeiro automóvel elétrico produzido por uma grande montadora em escala industrial já está em circulação no Japão e em países europeus e desembarcou há alguns meses no Brasil. Com o pequeno i MiEV, a Mitsubishi quer tomar a frente na defesa dos carros não-poluentes e começar uma campanha de incentivo fiscal para um nicho que, na próxima década, pode chegar a 10% do mercado internacional de automóveis, segundo previsões de consultorias do setor.
A montadora importou de sua matriz no Japão uma das primeiras unidades do i MiEV (sigla em inglês para Veículo Elétrico Inovador da Mitsubishi), feito com base em um kei-car - microcarros equipados com motor de até 660 cm³ que pagam menos imposto ao governo nipônico. Benefício fiscal é o que esse carro elétrico espera obter por aqui também.
"Trouxemos o i MiEV para ele servir de "garoto-propaganda" dos veículos elétricos", diz o diretor de Planejamento da Mitsubishi Motors do Brasil, Reinaldo Muratori. "Vamos fazer demonstrações para representantes de governos federal, estaduais e municipais e queremos levar essa discussão a outras montadoras e à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores)."
Argumentos a favor dos carros elétricos existem: eles não poluem nem emitem ruídos, o que não elimina os congestionamentos de cidades como São Paulo, mas reduziria e muito o martírio dos motoristas. No caso brasileiro, em que mais de 70% da eletricidade é hídrica, o benefício ambiental em comparação com o uso de combustível fóssil é ainda maior que países com energia vinda de usinas nucleares ou termelétricas. Sem falar no custo por quilômetro rodado. Rodar com gasolina ou mesmo álcool não sai por menos de R$ 0,20, ante R$ 0,03 com eletricidade, segundo cálculo da marca com base em preços da capital paulista.
Contra os modelos elétricos pesa principalmente o custo de produção, ainda elevado pela falta de volume. No Japão, o i MiEV está à venda por cerca de US$ 40 mil (ou R$ 73 mil) e não chegaria ao Brasil por menos de R$ 150 mil com a atual carga tributária. A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desse tipo de veículo é a mais alta, 25%. Está em discussão no Senado um projeto de lei do senador Flávio Arns (PSDB-PR), apresentado no ano passado, que prevê a isenção do IPI para veículos elétricos ou híbridos (equipados com motor elétrico e por combustão combinados) por dez anos.
INDIANO
O elétrico japonês não está sozinho no uso desse tipo de energia. No ano passado, a distribuidora de eletricidade CAM Brasil trouxe duas unidades do indiano Reva-i, hoje vendido por um importador independente por cerca de R$ 70 mil. Para os padrões brasileiros, porém, o indiano fica devendo conforto e robustez esperados para um automóvel, enquanto o i MiEV vem com airbag para motorista e passageiro, vidros e travas elétricas e ar-condicionado.
Desde 2006, a Fiat trabalha numa versão elétrica da perua Palio Weekend, em parceria com a usina de Itaipu. "Nosso objetivo principal é desenvolver tecnologia, know-how nacional, e nos prepararmos para um futuro em que os automóveis tenham diversas matrizes energéticas, e não dependa apenas do petróleo", diz o engenheiro Carlos Henrique Ferreira, assessor técnico da Fiat.
Para ele, falta uma legislação clara para veículos elétricos ou híbridos, mas também é preciso desenvolver uma cadeia produtiva, como fabricantes de motores e baterias, para que o nicho se desenvolva. "Como os modelos flex, que são um sucesso porque chegaram ao mercado com preços competitivos, os elétricos também precisam ser acessíveis para conquistar mercado." (OESP)
Montadora apresenta veículo e abre discussão sobre nicho que pode ter até 10% do mercado na próxima década.
O primeiro automóvel elétrico produzido por uma grande montadora em escala industrial já está em circulação no Japão e em países europeus e desembarcou há alguns meses no Brasil. Com o pequeno i MiEV, a Mitsubishi quer tomar a frente na defesa dos carros não-poluentes e começar uma campanha de incentivo fiscal para um nicho que, na próxima década, pode chegar a 10% do mercado internacional de automóveis, segundo previsões de consultorias do setor.
A montadora importou de sua matriz no Japão uma das primeiras unidades do i MiEV (sigla em inglês para Veículo Elétrico Inovador da Mitsubishi), feito com base em um kei-car - microcarros equipados com motor de até 660 cm³ que pagam menos imposto ao governo nipônico. Benefício fiscal é o que esse carro elétrico espera obter por aqui também.
"Trouxemos o i MiEV para ele servir de "garoto-propaganda" dos veículos elétricos", diz o diretor de Planejamento da Mitsubishi Motors do Brasil, Reinaldo Muratori. "Vamos fazer demonstrações para representantes de governos federal, estaduais e municipais e queremos levar essa discussão a outras montadoras e à Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores)."
Argumentos a favor dos carros elétricos existem: eles não poluem nem emitem ruídos, o que não elimina os congestionamentos de cidades como São Paulo, mas reduziria e muito o martírio dos motoristas. No caso brasileiro, em que mais de 70% da eletricidade é hídrica, o benefício ambiental em comparação com o uso de combustível fóssil é ainda maior que países com energia vinda de usinas nucleares ou termelétricas. Sem falar no custo por quilômetro rodado. Rodar com gasolina ou mesmo álcool não sai por menos de R$ 0,20, ante R$ 0,03 com eletricidade, segundo cálculo da marca com base em preços da capital paulista.
Contra os modelos elétricos pesa principalmente o custo de produção, ainda elevado pela falta de volume. No Japão, o i MiEV está à venda por cerca de US$ 40 mil (ou R$ 73 mil) e não chegaria ao Brasil por menos de R$ 150 mil com a atual carga tributária. A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desse tipo de veículo é a mais alta, 25%. Está em discussão no Senado um projeto de lei do senador Flávio Arns (PSDB-PR), apresentado no ano passado, que prevê a isenção do IPI para veículos elétricos ou híbridos (equipados com motor elétrico e por combustão combinados) por dez anos.
INDIANO
O elétrico japonês não está sozinho no uso desse tipo de energia. No ano passado, a distribuidora de eletricidade CAM Brasil trouxe duas unidades do indiano Reva-i, hoje vendido por um importador independente por cerca de R$ 70 mil. Para os padrões brasileiros, porém, o indiano fica devendo conforto e robustez esperados para um automóvel, enquanto o i MiEV vem com airbag para motorista e passageiro, vidros e travas elétricas e ar-condicionado.
Desde 2006, a Fiat trabalha numa versão elétrica da perua Palio Weekend, em parceria com a usina de Itaipu. "Nosso objetivo principal é desenvolver tecnologia, know-how nacional, e nos prepararmos para um futuro em que os automóveis tenham diversas matrizes energéticas, e não dependa apenas do petróleo", diz o engenheiro Carlos Henrique Ferreira, assessor técnico da Fiat.
Para ele, falta uma legislação clara para veículos elétricos ou híbridos, mas também é preciso desenvolver uma cadeia produtiva, como fabricantes de motores e baterias, para que o nicho se desenvolva. "Como os modelos flex, que são um sucesso porque chegaram ao mercado com preços competitivos, os elétricos também precisam ser acessíveis para conquistar mercado." (OESP)
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