Parque eólico marinho de Horns Rev 1, ao largo do porto de Esbjerg, no Mar do Norte, com 80 eólicas produzindo 160 MW.
A 30 quilômetros da costa oeste da Dinamarca, ao largo do porto de Esbjerg, as 91 turbinas do parque eólico de Horns Rev 2 giram dia e noite, faça chuva ou faça sol. No total, 209 MW são produzidos desde setembro de 2009 em quase 35 Km². Um pouco mais perto da costa, o parque Horns Rev 1, instalado em 2002, emprega 80 máquinas com uma potência de 160 MW. Esse conjunto constitui atualmente o maior parque offshore do mundo. Ele também é o mais recente exemplo da política da Dinamarca em matéria de promoção de energias renováveis.
Enquanto na França a tumultuosa adoção da lei Grenelle 2 abriu um período de incerteza para a energia eólica, os dinamarqueses exibem os resultados favoráveis de um desenvolvimento construído, há cerca de trinta anos, sobre uma mistura de vontade política, de simplificação administrativa e de cooperação com a população local.
Mais de 22% da eletricidade produzida na Dinamarca provêm da energia eólica, terrestre ou marítima, ante cerca de 1,5% na França. Para chegar lá, os dinamarqueses apostaram em diversas alavancas. Para começar, essa energia é aqui um pouco mais “problema de todos” do que em outros países. “O movimento pela energia eólica partiu do campo”, explica Ann Pedersen Bouisset, do ministério das Relações Exteriores, “os primeiros geradores eólicos foram instalados por cooperativas vindas de comunidades ou de municipalidades”.
O envolvimento da população
Essa iniciativa participativa está presente ainda no acordo da política energética, elaborado em fevereiro de 2008 pelo governo e pelo Parlamento a fim de traçar a estratégia energética do país. O texto permite que os cidadãos participem dos projetos de parques eólicos próximos de suas casas. E um fundo ajuda as associações de proprietários locais de turbinas a financiar os estudos preliminares sobre os projetos de implantação.
Esse método facilitou a aceitabilidade social da energia eólica, garantindo às populações que estas teriam poder de decisão. Dessa forma, 90% dos dinamarqueses citam a energia eólica como prioridade no desenvolvimento das energias renováveis, segundo recente pesquisa.
Para os parques Horns Rev 1 e 2, o diálogo com os pescadores também foi feito previamente. Os pescadores de Esbjerg não se opuseram ao projeto, certos de que seria melhor influenciá-lo em vez de tentar – provavelmente em vão – entravá-lo. Eles conseguiram com que fosse deslocado o esquema de implantação inicial para respeitar melhor as zonas de pesca, e 1 milhão de euros de indenização foi pago a eles.
Uma administração racionalizada
A simplificação máxima do processo de instrução dos projetos é outra chave do sucesso dinamarquês. Um guichê único, reunindo os diferentes ministérios interessados e a Energinet, a administradora de transporte de eletricidade, foi instaurado dentro da Danish Energy Authority. Ele administra a seleção de regiões onde serão desenvolvidas as capacidades de produção, coordena todos os estudos, inclusive a auditoria ambiental, e depois faz as licitações. A Energinet tem a obrigação de fazer a conexão de qualquer projeto autorizado desde sua instalação e de pagar uma penalidade se isso não for feito quando a produção de eletricidade começar.
A energia eólica tem um real impacto sobre a indústria dinamarquesa e sobre o emprego. Em 2010, as vendas de tecnologia eólica deverão representar mais de 10% das exportações. Especialmente graças aos projetos Horns Rev 1 e 2, que assumiram o lugar da atividade petroleira offshore, o porto de Esbjerg se impôs como “a primeira plataforma logística do país para os equipamentos offshore”, destaca John Snedker, um dos políticos da cidade.
A partir de suas plataformas, a dinamarquesa Vestas entrega dezenas de turbinas para todo o mundo, enquanto a alemã Siemens atualmente envia aerogeradores fabricados na Dinamarca e destinados a serem instalados na Inglaterra.
Enquanto a França dá seus primeiros passos, a Dinamarca já pensa na renovação de um parque ultrapassado. Um programa de modernização sustentado por subsídios governamentais foi lançado. As indústrias dinamarquesas, por sua vez, veem o futuro em parques cada vez maiores e em máquinas cada vez mais potentes. (EcoDebate)
A 30 quilômetros da costa oeste da Dinamarca, ao largo do porto de Esbjerg, as 91 turbinas do parque eólico de Horns Rev 2 giram dia e noite, faça chuva ou faça sol. No total, 209 MW são produzidos desde setembro de 2009 em quase 35 Km². Um pouco mais perto da costa, o parque Horns Rev 1, instalado em 2002, emprega 80 máquinas com uma potência de 160 MW. Esse conjunto constitui atualmente o maior parque offshore do mundo. Ele também é o mais recente exemplo da política da Dinamarca em matéria de promoção de energias renováveis.
Enquanto na França a tumultuosa adoção da lei Grenelle 2 abriu um período de incerteza para a energia eólica, os dinamarqueses exibem os resultados favoráveis de um desenvolvimento construído, há cerca de trinta anos, sobre uma mistura de vontade política, de simplificação administrativa e de cooperação com a população local.
Mais de 22% da eletricidade produzida na Dinamarca provêm da energia eólica, terrestre ou marítima, ante cerca de 1,5% na França. Para chegar lá, os dinamarqueses apostaram em diversas alavancas. Para começar, essa energia é aqui um pouco mais “problema de todos” do que em outros países. “O movimento pela energia eólica partiu do campo”, explica Ann Pedersen Bouisset, do ministério das Relações Exteriores, “os primeiros geradores eólicos foram instalados por cooperativas vindas de comunidades ou de municipalidades”.
O envolvimento da população
Essa iniciativa participativa está presente ainda no acordo da política energética, elaborado em fevereiro de 2008 pelo governo e pelo Parlamento a fim de traçar a estratégia energética do país. O texto permite que os cidadãos participem dos projetos de parques eólicos próximos de suas casas. E um fundo ajuda as associações de proprietários locais de turbinas a financiar os estudos preliminares sobre os projetos de implantação.
Esse método facilitou a aceitabilidade social da energia eólica, garantindo às populações que estas teriam poder de decisão. Dessa forma, 90% dos dinamarqueses citam a energia eólica como prioridade no desenvolvimento das energias renováveis, segundo recente pesquisa.
Para os parques Horns Rev 1 e 2, o diálogo com os pescadores também foi feito previamente. Os pescadores de Esbjerg não se opuseram ao projeto, certos de que seria melhor influenciá-lo em vez de tentar – provavelmente em vão – entravá-lo. Eles conseguiram com que fosse deslocado o esquema de implantação inicial para respeitar melhor as zonas de pesca, e 1 milhão de euros de indenização foi pago a eles.
Uma administração racionalizada
A simplificação máxima do processo de instrução dos projetos é outra chave do sucesso dinamarquês. Um guichê único, reunindo os diferentes ministérios interessados e a Energinet, a administradora de transporte de eletricidade, foi instaurado dentro da Danish Energy Authority. Ele administra a seleção de regiões onde serão desenvolvidas as capacidades de produção, coordena todos os estudos, inclusive a auditoria ambiental, e depois faz as licitações. A Energinet tem a obrigação de fazer a conexão de qualquer projeto autorizado desde sua instalação e de pagar uma penalidade se isso não for feito quando a produção de eletricidade começar.
A energia eólica tem um real impacto sobre a indústria dinamarquesa e sobre o emprego. Em 2010, as vendas de tecnologia eólica deverão representar mais de 10% das exportações. Especialmente graças aos projetos Horns Rev 1 e 2, que assumiram o lugar da atividade petroleira offshore, o porto de Esbjerg se impôs como “a primeira plataforma logística do país para os equipamentos offshore”, destaca John Snedker, um dos políticos da cidade.
A partir de suas plataformas, a dinamarquesa Vestas entrega dezenas de turbinas para todo o mundo, enquanto a alemã Siemens atualmente envia aerogeradores fabricados na Dinamarca e destinados a serem instalados na Inglaterra.
Enquanto a França dá seus primeiros passos, a Dinamarca já pensa na renovação de um parque ultrapassado. Um programa de modernização sustentado por subsídios governamentais foi lançado. As indústrias dinamarquesas, por sua vez, veem o futuro em parques cada vez maiores e em máquinas cada vez mais potentes. (EcoDebate)
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