segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Amsterdã é a cidade 'amigas' dos ciclistas

Amsterdã lidera ranking das cidades 'amigas' dos ciclistas
Em seguida estão Copenhague, Barcelona e Tóquio; na lista, que reúne 80 municípios, há notas para 13 categorias.
Mikail Colville-Andersen tem um sonho: um dia, a bicicleta será o principal meio de transporte nas ruas das principais cidades do mundo, para as pessoas irem ao trabalho ou à universidade - como acontece em sua cidade natal, Copenhague. Ali, amplas ciclovias e semáforos especialmente sincronizados para permitir uma passagem segura aos ciclistas tornam esse meio de transporte uma maneira de se locomover sem stress.
Com o objetivo de fazer com que muitas outras cidades adotem a solução da capital dinamarquesa, ele criou um site chamado Copenhagenize.com, que há muito tempo é um dos blogs mais importantes sobre ciclismo. No começo, ele procurou mostrar principalmente bonitas fotos de habitantes de Copenhague sobre duas rodas, e isso ajudou Mikail a se tornar conhecido entre os amigos da bicicleta. Além disso, graças à sua empresa, Copenhagenize.eu, ele hoje é conhecido como consultor para comunidades e países em todo o globo, promovendo o uso deste veículo.
Nasceu assim a ideia de criar um ranking das cidades mais favoráveis a este meio de transporte urbano em todo o mundo. Mikail deu a um total de 80 cidades quatro pontos em 13 categorias, como cultura da bicicleta, sua aceitação social, infraestrutura e percepção de segurança. Também distribuiu pontos de bonificação para fatores que não estavam representados nas 13 categorias.
Os dois primeiros lugares foram, como não podia deixar de ser, para Amsterdã, com 54 pontos, e Copenhague, com 52. A capital holandesa foi elogiada pela atmosfera em relação ao ciclismo, considerado "relaxante, agradável e bastante generalizado. Esse é o único lugar do planeta onde a ideia de que o ciclismo é perigoso não existe, e ele mostra por que."
Amsterdã, entretanto, não foi considerada perfeita - o relatório sugeriu um "projeto de infraestrutura mais uniforme" na cidade: "Nós adoramos andar de bicicleta em Amsterdã, mas seria mais agradável se não tivéssemos de nos preocupar com as condições do próximo trecho de ciclovia".
Copenhague recebeu uma nota alta por sua "cultura da bicicleta profundamente arraigada, infraestrutura e facilidades para a sua prática e a importâncias da bicicleta na política e no planejamento".
Também recebeu pontos de bonificação pela inovação, mas houve uma crítica, pelo fato de que, "depois de mostrar durante tantos anos sua visão avançada em relação ao trânsito, Copenhague parece ter estagnado". Segundo afirma o relatório, a cidade precisa de um novo impulso, com "investimentos, visão política, ação concreta".
Outras cidades
Às duas primeiras, seguiram-se Barcelona, com 45 pontos, no terceiro lugar, e Tóquio, com 41, que surpreendentemente acabou com o mesmo numero de pontos, mas um lugar à frente de Berlim. A capital alemã foi elogiada por sua "porcentagem modelo" de usuários e pela saudável divisão entre os gêneros e amplas faixas etárias, contribuindo para "promover a bicicleta como uma forma normal de transporte". Entretanto, a cidade precisa de uma "rede de infraestrutura com um planejamento mais homogêneo".
Com o boom da bicicleta partindo do zero, Munique (40 pontos) foi a sexta classificada, enquanto uma terceira cidade alemã, Hamburgo (36), ficou entre as primeiras 20, no 13.º lugar.
O fato de Barcelona se colocar à frente de Berlim, embora sua rede de ciclovias seja equivalente à metade da rede da capital alemã, explica-se pela rapidez com a qual a cidade catalã chegou a essa grande difusão da bicicleta, partindo do zero. "Há apenas cinco anos não havia bicicletas em Barcelona... Barcelona tornou-se o parâmetro pelo qual muitas outras cidades devem se avaliar."
Cidades menores conhecidas pela expansão do uso da bike, como Groningen ou Münster, não constaram do ranking que considerou apenas as grandes áreas metropolitanas.
Além disso, trata-se de uma classificação subjetiva. Mikail não quis revelar detalhes sobre a pontuação de cada cidade em cada categoria.
Isso significa que não está claro como foi decidida a lista final. Mas o ranking, com os comentários referentes a cada uma delas, pelo menos apresenta uma ideia do que acontece nestes centros urbanos.
E é justo afirmar que a bicicleta está crescendo em importância - até em cidades onde isso não era esperado. (OESP)

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