Japão ainda considera fechar todas as usinas nucleares
O Japão não descartou a possibilidade de fechar totalmente as usinas nucleares como uma opção para a futura política energética do país depois do pior acidente nuclear do mundo em 25 anos, informou o ministro da Economia, Comércio e Indústria, Yukio Edano.
“Estou certo de que vamos reduzir a geração de energia nuclear, mas se vamos reduzi-la a zero é uma outra questão”, disse Edano à Reuters nos bastidores de uma reunião ministerial organizada pela Agência Internacional de Energia, em Paris.
Questionado se a interrupção da geração nuclear estava sendo considerada, Edano disse que “sim, ainda está sob consideração”.
Anteriormente ele afirmou em entrevista coletiva que o Japão estava trabalhando na melhoria da sua eficiência energética e promoveria o desenvolvimento de fontes renováveis de energia e de usinas de geração a gás para compensar a perda de produção nuclear.
O ex-primeiro-ministro do Japão Naoto Kan concluiu em março que a geração de energia nuclear não valia mais o risco depois do terremoto e tsunami que incapacitaram a usina de Fukushima.
Mas seu sucessor, Yoshihiko Noda, tem sinalizado que a energia nuclear ainda pode desempenhar um papel por décadas e interesses pró-nucleares estão silenciosamente em campanha pelo setor.
O governo deixou que um painel de especialistas começasse um debate sobre a política energética do Japão. A preocupação pública com a segurança disparou depois do acidente de Fukushima, que obrigou 80 mil pessoas a deixarem suas casas e provocou temores sobre o abastecimento de água e alimentos.
Cerca de 70% dos eleitores entrevistados em julho apoiaram o pedido de Kan de eliminar as usinas nucleares. Uma série de escândalos nas quais os reguladores e as empresas de energia tentaram influenciar audiências sobre reatores também prejudicou a confiança do público.
Noda reconheceu que as preocupações de segurança pública vão dificultar a construção de novos reatores nucleares, mas não chegou a dizer que a energia atômica não desempenhará nenhum papel até 2050.
Ele disse que as decisões sobre os reatores já em construção teriam de ser tomadas “caso a caso”. (EcoDebate)
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