sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CPFL e a energia do bagaço de cana

CPFL aumenta aposta na energia do bagaço de cana
Braço de energia renovável da empresa, uma parceria com a Ersa, inaugurou ontem terceira usina no segmento e prepara mais duas.
A CPFL Renováveis, uma associação entre a CPFL Energia e a Ersa, anunciou a entrada em operação comercial de sua terceira térmica movida a bagaço de cana-de-açúcar, a Bio Buriti. A nova usina, localizada no município de Buritizal, em São Paulo, tem capacidade instalada de 50 MW e já teve toda sua energia disponível de 21,2 MW médios vendida no mercado livre, em contrato de longo prazo.
Até o final de 2014, a CPFL Renováveis deverá ter 400 MW gerados a partir do bagaço de cana, com a entrada em operação de outros quatro projetos em construção, de acordo com o presidente da empresa, Miguel Saad.
O executivo informou também que a CPFL Renováveis já assinou memorandos de entendimentos com mais duas usinas de cana, que teriam capacidade de geração de energia de 200 MW. Um dos projetos teria 70 MW e outro deve gerar 130 MW a partir da queima do bagaço da cana. A empresa desenvolveu um modelo de negócios pioneiro para essa fonte no Brasil, no qual se associa com usineiros para ter acesso ao bagaço da cana e vende o excedente de eletricidade gerado na produção de açúcar e álcool para as distribuidoras de energia nos leilões do governo ou para os consumidores livres.
Segundo Saad, a termelétrica a biomassa é construída ao lado da usina de açúcar e etanol, o que anula os custos logísticos de transporte de matéria-prima. "Nossa matéria-prima, o bagaço da cana, já está praticamente dentro da térmica", explica.
A empresa aposta neste modelo fechado de geração de eletricidade através de biomassa para expandir os seus negócios, em paralelo ao desenvolvimento de projetos de energia eólica, que hoje são os mais competitivos para disputar os leilões do governo.
Nos sete empreendimentos já divulgados pela CPFL Renováveis na área de biomassa, os investimentos da empresa atingirão R$ 900 milhões.
Ampliação
A Bio Buriti é a segunda de três usinas que irão entrar em operação em 2011. No mês passado, a empresa já havia anunciado a entrada em operação da usina Bio Formosa, localizada no Rio Grande do Norte, com 40 MW.
Em agosto de 2010, a usina Baldin, no interior de São Paulo, iniciou a geração de energia, com 45 MW. Outra usina de biomassa de cana, a Ipê, deve entrar em operação nas próximas semanas, com capacidade instalada de 25 MW.
No primeiro semestre de 2012, entra em operação a usina da Pedra, em Serrana (SP), com capacidade instalada de 70 MW. As unidades Alvorada, localizada em Araporã, MG, com potência de 50 MW, e a Coopcana, em São Carlos do Ivaí, PR, também com capacidade de 50 MW, iniciam as atividades em 2013.
Segundo a empresa, o portfólio da CPFL Renováveis em biomassa alcança 135 MW em operação e 195 MW em construção, além de 1,23 mil MW em preparação e desenvolvimento. "Além das duas usinas em que já estamos fechando o negócio, temos várias outras em várias fases de estudos", disse Saad.
O plano de investimentos total da companhia prevê aportes de R$ 5,4 bilhões em energia renovável no período de 2011 e 2015, incluindo neste valor também os investimentos em eólicas e em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A CPFL Renováveis já possui 677 MW em operação e outros 740 MW deverão entrar em atividade até o final de 2014. Os projetos em construção consumirão R$ 2,6 bilhões em investimentos e já estão com a energia vendida.
Além das usinas a biomassa, os planos de expansão da CPFL Renováveis incluem pesados investimentos em energia eólica.
Geração de energia
50 MW é a capacidade da Bio Buriti
400 MW á a capacidade prevista pela CPFL Renováveis para 2014 (OESP)

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