Distância das grandes usinas
deixa sistema vulnerável a apagões
A fragilidade verificada no sistema brasileiro de transmissão nos
últimos meses poderá piorar se o governo não planejar adequadamente a entrada
em operação do novo mix de energia previsto para os próximos anos. A construção
de mega hidrelétricas, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio pode deixar o
sistema mais vulnerável, alertam especialistas.
Um dos motivos é que essas usinas estão distantes dos principais centros de consumo e exigirão grandes linhas de transmissão para trazer a energia do Norte para o Sudeste. Se os mecanismos de proteção não funcionarem de forma eficiente, qualquer falha na linha poderá derrubar todo - ou boa parte - do sistema interligado. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, destaca que, quando essas linhas começarem a funcionar, será necessário fazer "esquemas especiais e dimensionar medidas de proteção, de forma que a perda não se propague".
Um dos motivos é que essas usinas estão distantes dos principais centros de consumo e exigirão grandes linhas de transmissão para trazer a energia do Norte para o Sudeste. Se os mecanismos de proteção não funcionarem de forma eficiente, qualquer falha na linha poderá derrubar todo - ou boa parte - do sistema interligado. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, destaca que, quando essas linhas começarem a funcionar, será necessário fazer "esquemas especiais e dimensionar medidas de proteção, de forma que a perda não se propague".
Outro fator de instabilidade é que no período chuvoso essas
hidrelétricas vão gerar muito mais energia do que durante a seca. Para ter uma
ideia, a quantidade de água no mês mais úmido do Rio Xingu, onde está sendo
construída Belo Monte, é 25 vezes maior do que no mês mais seco; e em Santo
Antônio e Jirau, 11 vezes. Ou seja, a entrada e saída de energia do sistema
será maior do que ocorre hoje.
Junta-se a isso uma série de pequenas e médias usinas em construção no
País, como é o caso das usinas a biomassa, painéis solares e parques eólicos.
Um estudo feito pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de
São Paulo (USP) mostra que essas unidades entram e saem do sistema nacional com
maior frequência. Isso exige manobras mais complexas e deixam o sistema exposto
a falhas.
Mas especialistas alertam: além de melhor planejamento da operação, a
rede de transmissão exige maior concentração de investimentos em manutenção e
modernização das atuais instalações. Na avaliação do professor da Universidade
de São Paulo (USP), Sidnei Martini,
ex-presidente da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep),
o sistema brasileiro precisa passar por um check-up geral, fazer um diagnóstico
aprofundado para detectar falhas e permitir a adoção de medidas preventivas.
"É preciso ir além da manutenção rotineira."
Ele destaca que, com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o consumo de
energia vai crescer de forma excepcional. Se a rede não estiver preparada,
poderemos ter problemas de apagões durante os eventos. O governo federal nega
que os últimos desligamentos sejam resultado de falta de investimentos na rede.
(ihu)
Um comentário:
Eu comprei logo um Powerdam porque ficar no escuro ou luz de velas não é a melhor opção.
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