Energia das mares pode abastecer plataformas de exploração
de petróleo no pré-sal
Turbina para
geração de energia elétrica por corrente marinha. Projetado na Europa, este
modelo pode ser adaptado para gerar energia por meio de correntezas do rio.
A instalação de
dispositivos off shore geradores de energia a partir das marés para utilização
pelas plataformas de petróleo ou em ilhas é uma das possibilidades apresentadas
por Segen Estefen, professor titular de Estruturas Oceânicas da UFRJ e diretor de
Tecnologia e Inovação da Coppe. O professor fez a palestra “Energias renováveis
e sustentabilidade nos oceanos”, durante o V Congresso Brasileiro de
Oceanografia, que aconteceu até 16/11/12 no Centro de Convenções Sul
América no Rio de Janeiro.
O Brasil, disse, está
entre os principais players do setor de geração de energia a partir das ondas e
marés marítimas: “Ao contrário do que aconteceu na eólica, neste caso estamos
na linha de frente. Estamos entre os 30 países no desenvolvimento e entre os dez
que já desenvolveram protótipos para testes.”
Apesar do estágio de
pesquisa, Segen reconhece que há muito a fazer: “Estamos ainda no estágio da
energia eólica de 20 anos atrás. A diferença é que o Brasil está dentro do
processo como gerador da energia e não apenas como usuário.” Segundo afirmou, a
energia dos mares ainda demanda estudos e aportes de tecnologia para se tornar
competitiva. Sua aposta é na energia proveniente do mar como complementar às
outras fontes de energia renováveis, com as quais deve trabalhar de forma
integrada.
De acordo com Rafael
Malheiro, pesquisador da Coppe, há estudos em andamento para definir as áreas
apropriadas para instalação de unidades geradoras em todo o país. As
características das regiões sul e sudeste permitem melhor utilização da energia
a partir das ondas. Já no norte e nordeste o melhor aproveitamento vem das
marés. Uma das ideias para auxiliar nas definições é a edição de um atlas, com
mapeamento das condições da costa.
Outra necessidade é a
identificação dos usuários, que podem ser, por exemplo, comunidades isoladas e
carentes de energia, colônias de pescadores, unidades militares, portos,
iluminação pública de praias, as plataformas de petróleo ou, ainda, o uso
industrial que envolve até mesmo a dessalinização de água e seu uso na própria
indústria ou na agricultura. “Com o pré-sal e a exploração em plataformas a até
200 km do litoral, a ideia de instalarmos fazendas geradoras de energia com as
marés é extremamente apropriada”, defende Malheiro. (EcoDebate)
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