Atenta às perspectivas de expansão da energia solar no
Brasil, a Eletrobras Eletrosul se prepara para estudar o potencial de geração
termossolar em grande escala, no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A
empresa abriu licitação para aquisição e instalação de quatro estações
solarimétricas para estudos de viabilidade técnica e financeira de plantas
comerciais na região.
Com essa iniciativa, a Eletrobras Eletrosul se torna uma das
primeiras empresas do setor elétrico brasileiro a prospectar investimentos em
usinas solares de concentração – tecnologia difundida especialmente nos Estados
Unidos e Espanha.
“A Eletrosul vem pesquisando e incentivando o
desenvolvimento tecnológico da geração de energia a partir do sol há quase dez
anos. Começamos com a fotovoltaica e, agora, queremos analisar a viabilidade de
outras alternativas tecnológicas de geração, como a termossolar”, adiantou o
diretor de Engenharia e Operação da Eletrobras Eletrosul, Ronaldo dos Santos
Custódio, lembrando que os investimentos da empresa no segmento solar, em
projetos já realizados e em andamento, somam mais de R$ 30 milhões.
Diferente da fotovoltaica, que faz a conversão direta da
radiação em energia, a tecnologia termossolar ou CSP (sigla em inglês para
energia solar concentrada) funciona nos moldes de uma usina térmica, usando o
sol como combustível.
As estações solarimétricas serão instaladas junto de
empreendimentos da Eletrobras Eletrosul. Uma delas ficará na área da usina
hidrelétrica Passo São João, em Roque Gonzales, outra junto da conversora
Uruguaiana, no município de mesmo nome, ambas no Rio Grande do Sul, e outra na
área da usina hidrelétrica São Domingos, em Água Clara, no Mato Grosso do Sul.
O quarto local de instalação ainda será definido.
Além da irradiação, a escolha das áreas para as estações
levou em conta a disponibilidade de linhas de transmissão, de sistema próprio
de telecomunicação de alta capacidade (para envio dos dados das medições) e de
recursos hídricos (a usina solar de concentração depende de água para seu
funcionamento).
Cada estação solarimétrica reunirá equipamentos para medição
da radiação (direta, total e difusa), além de outras variáveis que podem
interferir na produtividade de uma usina fotovoltaica ou solar concentrada,
como, por exemplo, direção e intensidade dos ventos, temperatura ambiente e
regime de chuvas. As estações terão, ainda, painéis fotovoltaicos ligados a um
banco de baterias para autonomia na alimentação de energia.
Os dados coletados nas estações solarimétricas serão
armazenados em um dispositivo eletrônico (datalogger) e transmitidos para a
sede da Eletrobras Eletrosul, em Florianópolis, em Santa Catarina, onde os
técnicos farão, com ajuda de um software, o processamento e leitura das
informações.
Ainda não há no Brasil nenhuma norma que estabeleça o tempo
de medição necessário para viabilizar uma usina de geração solar. A Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) colocou o tema em consulta pública, em
maio, para obter subsídios e definir as condições e procedimentos para
autorizar a implantação de centrais geradoras desse tipo.
Pesquisas e investimentos – A primeira iniciativa da
Eletrobras Eletrosul no segmento de geração solar ocorreu em 2004, quando a empresa
participou de pesquisa desenvolvida pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) para montagem de painéis fotovoltaicos com tecnologia
nacional. Em seguida, implantou em sua sede, em Florianópolis, um
projeto-piloto de geração fotovoltaica (12 kilowatts), que serve como uma
planta de demonstração e estudos. A produção de energia elétrica atende parte
do consumo do edifício. Atualmente, a Eletrobras Eletrosul está implantando,
também em sua sede, o Projeto Megawatt Solar (1 megawatt) – a primeira usina
fotovoltaica de grande porte integrada a um prédio público, com investimento de
R$ 9 milhões.
O início da operação está previsto para o segundo semestre. (ambienteenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário