RJ: Usina de biogás vai transformar o lixo de Gramacho em Energia
Usina vai transformar
o lixo de Gramacho em energia limpa – Transformar o lixo em energia limpa é um
desafio que virou realidade com o início das atividades da Usina de Biogás do
Aterro Metropolitano de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Instalada no antigo lixão, a primeira usina de gás verde do país vai atender à
Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras.
A usina tem
capacidade para suprir 10% da demanda energética da Reduc, com uma produção
anual de 70 milhões de metros cúbicos (m³) de gás verde. A obra durou quatro
anos e teve investimentos de R$ 240 milhões, com parceria da prefeitura do Rio
e apoio da Petrobras.
O biogás é gerado a
partir da decomposição da matéria orgânica do Aterro de Gramacho e em seguida é
captado por 301 poços de coleta distribuídos na região. Depois, o produto é
transportado por tubulações até a usina de coleta e processamento, onde passa
por várias etapas de purificação até atingir o padrão de qualidade exigido
pelas especificações técnicas da Petrobras.
O biogás purificado, que será comercializado com
a marca registrada Gás Verde, é então bombeado para a Reduc por meio de um
gasoduto exclusivo, com seis quilômetros de extensão. A proposta para o futuro
é que o biocombustível possa ser produzido para atender o consumo residencial,
comercial e veicular.
De acordo com o
diretor do Consórcio Novo Gramacho, que integra as empresas Biogás, Synthesis e
a construtora J. Malucelli, Paulo Tupinambá, entre as vantagens do biogás estão
a inibição de gás carbônico na natureza, as receitas geradas com créditos de
carbono, além de benefícios para os municípios do Rio e de Duque de Caxias.
“O biogás é composto
por 50% de gás carbônico e 50% de metano gerado da decomposição da matéria
orgânica aterrada em Gramacho, o chorume. Se esse gás vai para a atmosfera, o
impacto é 24 vezes pior do que o efeito estufa. A usina trata, queima e
purifica o biogás que será vendido à Reduc. Ganha o ambiente e ganha a Petrobras,
que passa a ter um excedente de gás limpo,” explicou.
Durante 35 anos, o
Aterro de Gramacho foi o principal destino de cerca de 80 milhões de toneladas
de lixo do Rio de Janeiro e de municípios vizinhos, tendo se transformado no
maior aterro da América Latina. Às margens de um manguezal na Baía de
Guanabara, o local foi uma fonte de trabalho para centenas de catadores. O
aterro fechou em junho de 2012 e a partir daí o lixo passou a ser levado para a
Central de Tratamento de Resíduos de Seropédica, na região metropolitana do
Rio.
O projeto de
aproveitamento energético do biogás do Aterro Gramacho foi aprovado
recentemente pela UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate
Change) e registrado em maio de 2013 para fins de certificação de créditos de
carbono, que serão comercializadas no futuro. (EcoDebate)
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