Pesquisador diz que a substituição do asfalto que conhecemos
hoje pela célula solar é o caminho para a energia renovável.
O governo dos EUA está incentivando os proprietários de
residências a instalarem células solares sobre as casas para aumentar as fontes
de energia renovável. Mas, embora as células solares já tenham se tornado uma
visão comum no país, os telhados são realmente o melhor lugar para elas?
Células solares são cada vez mais comuns nas residências
americanas
Mesmo se os incentivos do governo funcionarem e as células
solares acabarem decorando grandes porções da paisagem urbana, um estudo
do Reino Unido calcula que apenas 2% da energia seja gerada desta forma no
país em 2020, por exemplo. Mas pode haver, no entanto, uma maneira de usar as
células solares para uma maior contribuição no fornecimento de energia:
colocá-las no lugar do asfalto.
A New Scientist conversou com o engenheiro elétrico Scott
Brusaw, de Sagle, Idaho (EUA), que acredita que a substituição do asfalto que
conhecemos hoje pela célula solar é o caminho para a energia renovável.
Financiado pela Administração Federal de Rodovias dos EUA, Brusaw está
pesquisando as células, normalmente vistas como dispositivos frágeis, para
serem reforçadas até suportarem o peso e o impacto dos caminhões e outros
veículos.
"Se o projeto for bem sucedido, as recompensas serão grandes", afirmou Brusaw. Segundo dados que obteve da União Americana de Geofísica, as estradas, rodovias e estacionamentos ao ar livre representam mais de 100 mil quilômetros quadrados de superfície nos Estados Unidos. Se esse asfalto for substituído por células solares de eficiência moderada - cerca de 15% - não só gerará uma quantidade significativa de energia, mas também fornecerá uma infraestrutura para distribuir energia elétrica mais facilmente.
"Se o projeto for bem sucedido, as recompensas serão grandes", afirmou Brusaw. Segundo dados que obteve da União Americana de Geofísica, as estradas, rodovias e estacionamentos ao ar livre representam mais de 100 mil quilômetros quadrados de superfície nos Estados Unidos. Se esse asfalto for substituído por células solares de eficiência moderada - cerca de 15% - não só gerará uma quantidade significativa de energia, mas também fornecerá uma infraestrutura para distribuir energia elétrica mais facilmente.
O plano de Brusaw é criar painéis de 3,7 m2, o
padrão nas estradas americanas, que sejam facilmente conectados. Com uma média
de incidência solar de 4 horas por dia, cada um desses painéis seria capaz de
produzir cerca de 7,6 quilowatts-hora de energia diariamente, diz ele. Esta
energia poderia ser enviada para a rede elétrica ou armazenada em capacitores
nas estradas, que permitiriam a recarga de veículos elétricos.
Cientista sugere substituir asfalto de estradas por células
solares
Brusaw estima que o custo de cada painel seja de cerca de
US$ 10 mil, cerca de quatro vezes mais que o custo atual do asfalto. Ele
espera, no entanto, que os painéis sejam resistentes e com menos necessidade de
manutenção que o asfalto. Ele explica ainda que a energia gerada irá compensar
o custo inicial. "Nossos painéis são projetados para pagar a si
próprios", diz ele.
Mas as células solares podem realmente ser resistentes o
suficiente para substituir o asfalto? O vidro pode ser feito para ser tão forte
quanto o aço, mas o desafio é torná-lo resistente à ruptura. Brusaw está
convencido de que isso pode ser feito usando técnicas aperfeiçoadas na produção
de vidros à prova de bala e explosão.
Uma maneira de aumentar a durabilidade do vidro seria
colocar um laminado plástico flexível sobre o vidro temperado, afirma Carlo
Pantano, cientista de materiais da Universidade da Pennsylvania, que prestou
consultoria a Brusaw. Mas isso levaria a um segundo problema: a aderência dos
pneus. "Superfícies lisas são as mais recomendadas para o vidro", diz
Pantano. "Mas não são boas para o motorista".
Para que consiga receber os carros, as células solares
precisariam ter ranhuras e texturas que simulassem um asfalto. Mas, segundo
Pantano, as texturas reduziriam a força do vidro e diminuiriam a quantidade de
luz sobre as células.
Brusaw diz estar trabalhando para resolver estes problemas.
Até agora, ele construiu um protótipo de painel que poderia ser usado em uma
estrada, mas o vidro ainda não foi temperado. Outra solução que o cientista
considera é a utilização de milhares de pequenos prismas construídos na
superfície da célula solar. Eles permitiriam a aderência dos pneus e também
ajudaria na absorção de luz solar direta.
Enquanto Brusaw busca financiamento para construir um
protótipo em funcionamento, ele espera vencer o desafio Ecomagination, que dá
um prêmio de US$ 200 milhões para o desenvolvimento da rede de energia da
próxima geração. (revistagalileu)
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