Empresa localiza
vazamento na central de Fukushima que despeja água radioativa para Pacífico
Fluxo de água entra no subsolo de um dos edifícios e sai
contaminada até o mar.
Funcionários da Tepco medem radiação
em tanque da central de Fukushima.
A Tepco, empresa que administra a central nuclear de
Fukushima, detectou pela primeira vez um fluxo de água que entra no subsolo de
um dos edifícios e sai contaminada até o mar.
A água, procedente de uma montanha próxima, entra por uma
passagem para tubos de canalização e chega ao subsolo do edifício que abriga a
turbina do reator número um, explicou a Tokyo Electric Power (Tepco).
A empresa exibiu fotos e vídeos do problema. Também é
possível ouvir um barulho idêntico ao de uma cascata.
A central de Fukushima Daiichi contém 400 mil toneladas de
água repleta de césio, estrôncio, trítio e outras substâncias radioativas no
subsolo ou armazenadas em quase mil depósitos improvisados após o acidente
nuclear de 2011 provocado por um tsunami.
A localização dos pontos de entrada da água natural é
essencial para poder deter o fluxo e evitar sua contaminação e posterior
vazamento ao Oceano Pacífico.
Paredão de gelo
O governo japonês anunciou em 03/09/13 um plano de
emergência para conter o vazamento de água radioativa.
Segundo a emissora NHK, o país começará em outubro a testar
um sistema para congelar o subsolo em torno dos reatores.
O muro resultante evitaria que a água subterrânea procedente
de montes limites à central entrasse nos porões dos edifícios.
Acredita-se que atualmente cerca de 400 metros cúbicos
penetram diariamente nas estruturas, onde se misturam com água do sistema de
refrigeração dos reatores, que vaza também para os porões e que está muito
contaminada ao haver entrado em contato com os núcleos parcialmente fundidos.
Em julho, a Tepco admitiu que cerca de 300 toneladas de água
tóxica vão parar no Pacífico diariamente.
O plano de urgência do governo é introduzir conduções de
metal no solo até uma profundidade de 30 m. Uma vez enterradas as varas, se
bombeará cloreto de cálcio líquido a - 40°C para congelar a terra ao redor.
O teste será realizado em um solar de cerca de 100 m² junto
ao prédio do reator 4 para comprovar se realmente o método é capaz de bloquear
a passagem de água subterrânea.
O Ministério de Indústria japonês espera terminar o teste
até o final de março de 2015 e começar o processo completo de congelamento do
solo imediatamente depois.
O teste em si terá um custo de 1,3 bilhão de ienes (quase R$
30 milhões), enquanto o orçamento total destinado pelo governo para este
sistema é de 32 bilhões de ienes (R$ 749 milhões).
Esse montante faz parte de uma verba total de 47 bilhões de
ienes (R$ 1,1 bilhão) procedentes do volume público que o governo aprovou esta
semana para resolver os vazamentos em Fukushima.
Parte desse orçamento também será destinado a combater
vazamentos de água radioativa detectadas no último mês nos tanques usados para
armazenar o líquido usado para refrigerar os reatores. (R7)
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