O
governo francês quer acabar com a comercialização de carros movidos a diesel e
gasolina no país em 2040, disse o ministro do Meio Ambiente, Nicolas Hulot ao
introduzir o "plano de clima" do governo. Ele, contudo, admitiu que o
objetivo será uma meta árdua de cumprir, especialmente para as montadoras.
É uma
"verdadeira revolução", mas "estão reunidas as condições",
afirmou. "Nossos próprios fabricantes [de automóveis] têm como se
alimentar e incorporar essa promessa (...) que é também uma questão de saúde
pública", acrescentou.
As
empresas francesas Peugeot, Citroen e Renault encabeçaram em 2016 –nessa ordem
– uma lista dos principais fabricantes que geram menos emissões de poluentes,
de acordo com a Agência Europeia do Ambiente.
Vários
países europeus já anunciaram planos de reduzir drasticamente o número de
carros a gasolina e diesel nas estradas, dando preferência a híbridos e
elétricos. Até 2020, a Alemanha quer que um milhão de carros elétricos circulem
no país.
Em
2016, os carros híbridos e elétricos foram responsáveis por 3,6% dos veículos
novos registados na Europa Ocidental.
Indústria
Em
05/07/17 a Volvo anunciou que todos os seus modelos terão motorização híbrida
ou puramente elétrica a partir de 2019. Isso a torna a primeira montadora de
automóveis convencional a decretar o fim dos veículos movidos apenas por
motores de combustão interna.
A
empresa disse que fará da eletrificação a plataforma central de seu negócio.
De
2019 em diante, ela só fabricará três tipos de carro:
1) puramente elétricos;
2) híbridos recarregáveis por meio de tomadas (plug-in);
3) os chamados
híbridos "leves", que combinarão uma grande bateria a um pequeno
motor a gasolina.
"O
anúncio marca o fim dos carros movidos apenas por motores de combustão
interna", disse Hakan Samuelsson, presidente-executivo da montadora.
A
agenda da Volvo provavelmente despertará dúvidas sobre a posição da Tesla, a
montadora norte-americana de carros elétricos cujo valor em Bolsa disparou em
um período no qual não havia concorrência em termos de veículos puramente
elétricos.
A
Tesla, que vendeu 76 mil veículos no ano passado, planeja produzir 1 milhão de
carros ao ano a partir de 2020, mas seu valor de mercado, US$ 58 bilhões, já é
mais alto que o da General Motors, que vendeu 10 milhões de carros no ano
passado.
A
Tesla vem conquistando apoio entusiástico dos investidores, que acreditam no
futuro de emissão zero de poluentes projetado pelo presidente-executivo da
montadora, Elon Musk.
O
primeiro dos importantíssimos Tesla Model 3 – o carro que Musk espera ajude a
transformar veículos elétricos de baixo custo em um objeto de desejo para as
massas, em lugar de apenas um brinquedo de curto alcance para motoristas
preocupados com a ecologia – deve ser entregue ao comprador neste mês,
respeitando o cronograma.
Mas o
anúncio da Volvo mostra que os dias da Tesla como única montadora premium de
carros elétricos estão contados.
A
Jaguar anunciou que seu utilitário esportivo elétrico, o I-Pace, chegará ao
mercado no final do ano que vem, e a Audi começará a vender dois modelos
elétricos premium em 2019, o ano em que a Mercedes lançará seu primeiro
utilitário esportivo elétrico, como parte de sua nova marca EQ.
No
Salão do Automóvel de Frankfurt, em setembro, a BMW deve anunciar uma versão
elétrica da Série 3, sua linha mais vendida de carros.
Em
2020, as montadoras tradicionais devem ter linhas amplas de carros elétricos à
venda, oferecendo alcance de cerca de 500 quilômetros, disse Michael Muders,
administrador de fundos da Union Investment.
"Creio
que será bem difícil para a Tesla manter sua posição, nesse mercado",
disse. "O
império vai contra-atacar." (biodieselbr)
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