AES Tietê transfere projeto
solar para SP
Depois de esperar por mais de
um ano por um leilão voltado para fontes renováveis, a AES Tietê comprou um
projeto de energia solar por R$ 75 milhões, o que poderá tirar o projeto solar
de Água Vermelha do papel. Esse será o primeiro projeto "greenfield"
(ativo novo) da companhia no Brasil, e contará com a expertise da matriz
americana, contou ao Valor o presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas.
"Criamos uma área de
engenharia e construção, que terá suporte 'full time' da AES dos Estados
Unidos", disse Freitas. Segundo ele, existe total interação entre essas
áreas no Brasil com a controladora americana. "Toda a expertise que eles têm
no mundo será usada. Inclusive temos engenheiros americanos especializados em
energia solar que virão para o Brasil", afirmou ele.
Por enquanto, falta ainda
decidir onde ficará a usina. A AES Tietê comprou o contrato de compra de
energia (PPA, na sigla em inglês) de um projeto localizado em Tacaibó, em
Pernambuco, com autorização para construção de 91 megawatts-pico (MWp) de
potência.
O objetivo da companhia,
porém, é transferir a autorização para o Estado de São Paulo, na cidade de
Ouroeste, a fim de viabilizar a construção da usina solar Água Vermelha,
próxima da hidrelétrica de mesmo nome, que também é concessão da AES Tietê.
"O
projeto originalmente fica em Pernambuco, mas a ideia é fazer a transferência
do PPA para São Paulo. É uma coisa bem simples, o processo já foi iniciado na
Aneel", explicou o executivo. A expectativa da AES Tietê é que a aprovação
pelo regulador saia dentro de cinco a seis meses.
Se a mudança for aprovada, o
contrato permitirá que a companhia construa metade do planejado para o complexo
solar Água Vermelha, de 180 MW. A outra metade do projeto deve depender da
realização de um leilão da fonte solar fotovoltaica.
Para a AES Tietê, a principal
vantagem será nas sinergias na operação da usina, já que ficará ao lado da
hidrelétrica. Além disso, praticamente não haverá necessidade de investimentos
em transmissão, já que a usina ficará próxima da rede já existente. Outro ponto
é cumprir a obrigação que a AES Tietê tem de fazer a expansão da capacidade
instalada no Estado de São Paulo, de cerca de 300 MW. "Isso vai marcar o
início de nosso investimento em São Paulo", disse.
A possibilidade de construir
o projeto no Estado de Pernambuco não é vista como um problema pela companhia.
Segundo Freitas, todas as licenças necessárias já foram obtidas e só falta
iniciar as obras. Quando a Aneel decidir se o projeto fica em Pernambuco ou
muda para São Paulo, a companhia estará pronta para iniciá-las.
"Como
a AES é grande consumidora de painéis solares no mundo, já temos inclusive
negociações feitas", disse. A negociação é global, o que traz um ganho
para a companhia, que pode obter preços mais competitivos.
A decisão pela compra desse projeto se deu pela taxa de retorno, considerada adequada. "Analisamos e vimos que o retorno do projeto é interessante pelo que é exigido pela empresa. Vimos que existe um bom retorno e ainda cumpre a obrigação [de expansão em São Paulo], foi um casamento", afirmou Freitas.
A decisão pela compra desse projeto se deu pela taxa de retorno, considerada adequada. "Analisamos e vimos que o retorno do projeto é interessante pelo que é exigido pela empresa. Vimos que existe um bom retorno e ainda cumpre a obrigação [de expansão em São Paulo], foi um casamento", afirmou Freitas.
A AES Tietê já tem uma lista
reduzida de fornecedores e prestadores de serviços para as obras. "Havendo
aprovação da Aneel, acionamos essa lista. Isso só vai trazer benefícios ao
setor. A energia não será devolvida [no mecanismo de descontratação], vai estar
no sistema, cumprir a obrigação da expansão", concluiu. (abinee)
Nenhum comentário:
Postar um comentário