Indústria de alumínio se prepara para aproveitar expansão de energia solar.
Cerca de 3.300 megawatts (MW) de energia fotovoltaica estão contratadas e devem ser entregues até 2018; em comparação à capacidade instalada do início deste ano, o aumento será de 36 vezes.
Alumínio, Sorocaba e Campinas - A indústria de alumínio quer aproveitar a expectativa de crescimento de 36 vezes da capacidade instalada do sistema fotovoltaico até 2018 para alavancar a produção de insumos destinados às placas de captação de energia solar.
Com mais de 5 mil painéis, a Usina de Tanquinho, em Campinas, atende em média à demanda de 600 casas.
Alumínio, Sorocaba e Campinas - A indústria de alumínio quer aproveitar a expectativa de crescimento de 36 vezes da capacidade instalada do sistema fotovoltaico até 2018 para alavancar a produção de insumos destinados às placas de captação de energia solar.
Com mais de 5 mil painéis, a Usina de Tanquinho, em Campinas, atende em média à demanda de 600 casas.
Alumínio, Sorocaba e Campinas - A indústria de alumínio quer aproveitar a expectativa de crescimento de 36 vezes da capacidade instalada do sistema fotovoltaico até 2018 para alavancar a produção de insumos destinados às placas de captação de energia solar.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o País encerrou o ano passado com um parque de produção de 90 megawatts (MW), devendo encerrar 2017 em 1.000 MW. Para 2018, entretanto, essa capacidade deverá saltar para 3.300 MW, diante da finalização das entregas contratadas pelos leilões de energia realizados entre os anos de 2013 e 2015.
"Tivemos neste ano o primeiro grande período de entregas de projetos contratados, alimentando a demanda dos fabricantes de equipamentos e componentes para a geração de energia solar", diz o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.
Com o crescimento previsto para os próximos anos, as indústrias que abastecem o setor solar passaram a investir para atender ao aumento da demanda. A exigência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de liberar linhas de crédito aos fabricantes de painéis que utilizem ao menos 40% de itens fabricados localmente atraiu a atenção da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
No primeiro elo da cadeia, a CBA adaptou uma parte de sua linha de produção, localizada na cidade de Alumínio (região metropolitana de Sorocaba, no interior de São Paulo), para o desenvolvimento dos frames, que são as molduras de alumínio que fixam os painéis dentro dos parques solares - na primeira operação do gênero na América do Sul."Antes tudo era importado. Mas agora caso uma empresa opte por buscar uma linha de crédito no BNDES, precisa ter uma parte dos componentes com conteúdo local. Isso nos incentivou a acelerar os investimentos nessa área", diz o diretor do negócio transformados da CBA, Fernando Varella.Segundo ele, a capacidade inicial de produção de kits de painéis é de 2,2 milhões de unidades por ano, sendo que atualmente apenas 55% desta capacidade está em uso. A empresa não divulga o investimento, mas informa que poderá ampliar a área destinada à produção dos frames caso ocorra uma alta na demanda.Varella afirma que, por enquanto, todos os kits são vendidos à Canadian Solar-Flex, em Sorocaba (SP). No entanto, ele adianta que novos clientes já estão testando as molduras da CBA. "Existe uma complexidade na produção de garantir o dimensionamento e a montagem exatas das placas. As células fotovoltaicas são importadas e qualquer problema no frame pode gerar um enorme prejuízo", explica Varela.Entre os diferenciais do alumínio para o uso nos painéis está a durabilidade, de aproximadamente 25 anos, em razão da resistência à corrosão e intempéries, explica o presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), Milton Rego.
InvestimentosA canadense Canadian Solar pretende investir cerca de R$ 2,3 bilhões no Brasil, destinados à implantação de projetos que totalizam cerca de 400 megawattspico (MWp) em energia solar. "Estamos instalados em Sorocaba exatamente para atender à exigência de conteúdo local do BNDES", diz o gerente geral da empresa no País, Wladimir Janousek.Segundo ele, a empresa acompanha de perto os desdobramentos dos próximos leilões de energia, previstos para o final do ano, que devem contemplar a matriz solar, para poder ampliar sua capacidade instalada. Atualmente, a empresa conta com uma usina em Pirapora (MG).
Responsável por um dos primeiros parques solares do Brasil, instalado em Campinas (SP), cuja produção equivale ao abastecimento de 600 casas, a CPFL Renováveis também pretende ingressar nos novos leilões, com uma capacidade de até 3.000 MW.
Outra que está investindo, mas, neste caso, sem aportes do BNDES, é a italiana Enel, que aplicou US$ 700 milhões em dois projetos, na Bahia e no Piauí, que começaram a operar este mês, e terão capacidade de 1.150 MW, quando estiverem a plena carga. (dci)