O custo das energias limpas, como solar e eólica, é
apontado como um impeditivo para a disseminação desse tipo de geração. Afinal,
a economia sofreria com aumentos nas tarifas, caso o carvão e o petróleo fossem
abandonados. Essa conta, no entanto, deixa de fora alguns custos não
relacionados diretamente ao negócio de energia. Como a poluição. Um estudo realizado
pelo Lawrence Berkeley National Laboratory, centro de pesquisas ligado à
Universidade Berkeley, na Califórnia (EUA), que já contabiliza em sua história
13 prêmios Nobel, joga um pouco mais de luz nessa questão. O trabalho calculou
os benefícios da melhoria da qualidade do ar, em decorrência do uso de energias
renováveis, entre os anos de 2007 a 2015 em uma série de cidades americanas.
No período, algumas localidades chegaram a evitar
mais de 12 mil mortes prematuras relacionadas à poluição. Segundo o estudo, o
nível de poluição do ar por partículas nocivas, nos Estados Unidos, caiu 27%,
desde os anos 1990, como consequência direta do aumento do uso das renováveis.
Além disso, benefícios acumulados, que incluem o aumento de produtividade na
agricultura, prevenção de desastres naturais, como inundações, entre outros
efeitos da limpeza na geração energética, promoveram uma economia de até US$
106 bilhões, também dependendo da região e no mesmo período. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que a má qualidade do ar cause cerca de 3 milhões
de mortes prematuras, no mundo. Os benefícios das energias limpas podem ser
ainda maiores em outros países, como a China, uma vez que a qualidade de ar nos
EUA é considerada boa, segundo os padrões da OMS.
(istoedinheiro)
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