terça-feira, 12 de setembro de 2017

Merkel oferece dinheiro para cidades não proibir carros a diesel

Para evitar proibição de carros diesel, Merkel oferece dinheiro a cidades

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu oferecer € 1 bilhão para auxiliar as cidades alemãs a combater a poluição do ar causada por carros a diesel, após o escândalo da indústria automotiva ameaçar os políticos, no auge da campanha eleitoral.


Merkel disse que vai dobrar a ajuda financeira às cidades, dos € 500 milhões anunciados antes, a fim de evitar a ameaça de uma proibição total aos veículos a diesel.

A ameaça à saúde pública das emissões de óxido de nitrogênio (NOx) vieram à tona após a maior fabricante de veículos da Alemanha, a Volkswagen, ter admitido em setembro de 2015 que equipou milhões de carros no mundo todo com softwares ilegais para manipular os resultados de testes de emissões de poluentes.

O escândalo se expandiu, com outras fabricantes alemãs sob escrutínio após acusações de conluio.

Com a aproximação das eleições, em 24 de setembro, Merkel e outros políticos têm que andar numa corda bamba, equilibrando a segurança da saúde pública e os milhões de empregos do setor automobilístico, vital para a economia do país.

O escândalo de manipulação das emissões também reduziu drasticamente o valor de venda dos carros a diesel.

As vendas de veículos novos na Alemanha subiram 3,5% em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2016, segundo dados do governo federal divulgados. Os registros de carros a diesel, entretanto, caíram quase 14% no mês passado.

A proibição deste tipo de veículos aceleraria muito a tendência – uma questão eleitoral fundamental para milhões de motoristas.

Após um encontro com 30 prefeitos de cidades que ameaçam banir os carros a diesel, Merkel disse que iria desembolsar mais dinheiro para ajudar a desenvolver uma infraestrutura de transporte mais limpa.
“Metade do valor fica por conta dos fabricantes automobilísticos, a outra metade pelo governo federal”, disse Merkel.

A prioridade imediata é “prevenir proibições”, destacou Merkel, ciente de que precisa proteger o setor industrial crucial. Gigantes globais como Volkswagen, Audi, Mereces e BMW rendem bilhões de euros em exportações e empregam entre 800 mil e 900 mil pessoas na Alemanha.

Apesar de Merkel já ter falado várias vezes sobre sua ideia de uma economia de baixo carbono em longo prazo, baseada em tecnologias verdes ambientalmente corretas, ela deixou claro na semana passada que, quando o assunto é diesel, “estamos em 2017”. (biodieselbr)

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