Fonte eólica responde por 60% do abastecimento de energia do Nordeste, diz ONS.
A estiagem
que há mais de 6 anos atinge a Região Nordeste do Brasil, com forte impacto nas
usinas da Bacia do São Francisco e afetando a geração de energia hidrelétrica,
levou a fonte eólica a responder por mais de 50% da energia fornecida à região.
A afirmação
foi feita em 30/8/17 pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS),
Luiz Eduardo Barata, ao participar da conferência e exposição Brazil Windpower
2017, que discute até amanhã, no Rio de Janeiro, os rumos e avanços da energia
eólica. Energia eólica é a transformação da energia do vento em energia útil.
O diretor
lembrou que até 2008/09 todo o suprimento energético do Nordeste decorria de
fontes hidrelétricas fornecidas pelas usinas da Bacia do São Francisco.
“Com a
redução das chuvas e das afluências, tivemos que buscar nova fonte e foi aí a
que apareceu a fonte eólica. O resultado tem sido excepcional, até porque a
região é acometida por ventos excepcionais e razoavelmente constantes, o que
proporciona uma capacidade de geração que se situa entre as melhores do mundo”,
explicou.
Para Luiz
Eduardo, é exatamente em decorrência da forte estiagem na Bacia do São
Francisco que hoje a energia eólica tem “importância capital para a Região
Nordeste, situação que deverá continuar por muito tempo, uma vez que não
vislumbramos, em curto prazo, uma mudança das características atuais”.
Ele disse,
ainda, que é possível imaginar que, no futuro, com a chegada de outras fontes
de energia, como a térmica, por exemplo, o sistema poderá oferecer alternativas
e responder mais rapidamente ao principal problema decorrente da forte
dependência da geração eólica que, por depender dos ventos, e, portanto, ser
intermitente, precisa de outras fontes que compensem as variações dos ventos.
“A geração
termoelétrica de rápida resposta é uma fonte boa, assim como a hidrelétrica, só
que a estiagem está travando a fonte hídrica em razão da falta de chuva na
região. Com a recuperação da cascata do São Francisco, que só será possível no
médio e em longo prazos, poderemos usá-la como mitigador da intermitência da
fonte eólica”, afirmou.
Fornecimento
de energia garantido para o Nordeste
Luiz
Eduardo, no entanto, garantiu que o fornecimento da energia para o Nordeste
está assegurado. Embora hoje a solução de maior garantia para a região passe
pela energia eólica, há ainda, segundo disse, uma contribuição significativa da
energia hidrelétrica importada do Norte e do Sudeste.
“Hoje
podemos dizer que o abastecimento do Nordeste, na maior parte do tempo, está
sendo garantido pelos mais de 50% da energia eólica produzida na região.
Depois, entra aí nesta equação a fonte térmica, além da energia hídrica que vem
do Norte e Sudeste. Mas é evidente que embora assegurado, a complexidade da
operação para viabilizar o abastecimento aumentou bastante”, acentuou.
Crescimento
O diretor
do ONS disse que a energia proveniente de fonte eólica já responde em torno de
6% da capacidade da matriz energética brasileira, percentual que tende a se
expandir até chegar em torno de 10% a 12% em 2021. “Este percentual deverá
expandir dos atuais 10 mil megawatss para algo em torno de 14 a 15 mil megawats
em 2021, o que é um crescimento significativo”, opinou.
Em
16/07/17 a energia eólica respondeu por 12,6% de toda a energia demandada ao
Sistema Interligado Nacional (SIN). No Nordeste, um novo recorde: 64,2% da
energia consumida na região em 30/07/17, foram provenientes dos ventos.
(ecodebate)
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