segunda-feira, 30 de julho de 2018

Projeto garante desconto a quem economiza energia

Projeto de lei garante desconto a quem economizar energia.
Para a autora, Rose de Freitas, bandeiras tarifárias não foram suficientes para reduzir o consumo de energia.
O usuário que reduzir o consumo anual de energia elétrica receberá um bônus sobre o valor da energia consumida. É o que prevê um projeto que tramita na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC).
PLS 318/2018, da senadora Rose de Freitas (Pode-ES), estabelece que o desconto será proporcional, entre 10% e 20% do consumo, e não incidirá sobre tributos e tarifas de distribuição. O bônus poderá ter diferentes valores ao longo do dia e do mês, dependendo da demanda, para refletir o custo da distribuidora com a aquisição de energia.
Na justificação do projeto, Rose afirma que, apesar do aumento substancial das tarifas de energia elétrica nos últimos anos, ainda não há incentivos eficientes e eficazes à redução do consumo. Ela destaca que os instrumentos existentes, expressos nas bandeiras e modalidades tarifárias, não têm alcançado esse objetivo, como apontou o Tribunal de Contas da União (TCU).
Após a CTFC, a proposta será analisada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), onde terá votação final — se não houver recurso para votação em Plenário, o projeto seguirá para a Câmara. (12.senado)

Cosern substitui 24 mil lâmpadas em prédios públicos em Natal

Cosern substituiu mais de 24 mil lâmpadas de 74 prédios públicos em Natal.
Companhia divulgou balanço do Programa Energia com Cidadania, que contou com mais de R$ 3 milhões em investimentos.
A Cosern, através do projeto Energia com Cidadania, completou um ano de trocas de lâmpadas para modernização dos sistemas de iluminação em edifícios públicos localizados em comunidades populares da Grande Natal.
A ação faz parte do Programa de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia, regulado pela Aneel, e já entregou 24.011 lâmpadas em 74 unidades consumidoras como escolas, hospitais e unidades de segurança pública. O aporte envolvido na iniciativa é superior a R$ 3 milhões e possibilita uma economia média prevista de até 40% no consumo de energia dos sistemas de iluminação desses prédios.
Deste total, 22 construções pertencem à Prefeitura de Natal, 47 ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte e dois ao Governo Federal. Além da requalificação do sistema de iluminação, os gestores e funcionários das instituições contempladas foram capacitados sobre a importância do uso eficiente e seguro da energia elétrica. (canalenergia)

Coelba trocou mais de 58 mil lâmpadas em 215 prédios públicos

Ações começaram em 2017 e fazem parte do PEE regulado pela Aneel. Modernização permite economia de até 40% na iluminação dos edifícios.
TCA poderá economizar até 34% de energia com programa da Coelba.
Durante um ano e meio, o Projeto Energia com Cidadania, desenvolvido pela Coelba, empreendeu a troca de 58.726 lâmpadas em 215 edifícios públicos, gerando uma economia média de até 40% no consumo de energia do sistema de iluminação desses edifícios.
De acordo com a companhia, o investimento total orquestrado para a eficientização desses sistemas foi de mais de R$ 8 milhões. A ação faz parte do Programa de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia, regulado pela Aneel.
Do número total de prédios contemplados pela iniciativa, 55 pertencem a Prefeitura de Salvador e 118 ao Governo do Estado. Os demais são instituições ligadas ao chamado Terceiro Setor (ONGs).
Além da requalificação da iluminação, os gestores e funcionários das instituições consideradas participaram de uma capacitação sobre a importância do uso eficiente e seguro da energia elétrica. (canalenergia)

sábado, 28 de julho de 2018

Shell na área de energia renovável e cidades inteligentes

Shell abre edital para iniciativas na área de energia renovável e cidades inteligentes.
Programa de pré-aceleração de start ups visa incentivar geração de trabalho, renda e empreendedorismo.
O programa Shell Iniciativa Jovem, que funciona como uma pré-aceleradora de startups e promove a capacitação de jovens empreendedores, está com inscrições abertas para o Iniciativa de Energia – edital voltado exclusivamente para o setor. O objetivo dele é incentivar a geração de trabalho e renda e ajudar empreendedores a se desenvolverem, formarem redes colaborativas e prosperarem suas ideias, criando soluções criativas para as demandas do mercado de modo socialmente responsável. Os interessados devem se candidatar até o dia 5 de agosto de 2018 no link www.f6s.com/shelllivewirebrasil/apply.
O objetivo é selecionar dez empreendimentos que apresentem soluções inovadoras e com potencial de impacto positivo para o mercado nas áreas de Energias Renováveis e Cidades Inteligentes. Entre estes, cinco receberão um total de R$ 25 mil, sendo R$ 5 mil para cada um logo no início da aceleração. O programa tem duração de cinco meses e, ao final deste ciclo, os negócios participantes concorrem a um novo prêmio, com valor de R$ 15 mil. O empreendimento que mais se destacar ao longo da aceleração leva o aporte.
A lista das startups selecionadas será divulgada no dia 20 de agosto, e o programa começa no dia 22 do mesmo mês. Empreendedores de todo o país podem participar, mas precisam ter disponibilidade para estar presencialmente na cidade do Rio de Janeiro, onde o programa é realizado, por pelo menos um dia na semana em datas previamente estabelecidas e, eventualmente, aos sábados. Os participantes terão acesso à metodologia do Shell Iniciativa Jovem e a outras empresas parceiras.
Todos contarão com o apoio de um mentor, que irá acompanhar a startup no seu principal desafio de crescimento. (canalenergia)

Escassez de chuva e falta de oferta minam atratividade das renováveis

Escassez de chuva e falta de oferta minam atratividade das renováveis no ACL, aponta FDR .
Tocantins é o único estado a alcançar média acima de 0,6, o que indica boa viabilidade para migração; PA e ES completam os três primeiros do ranking.
A FDR Energia lançou a atualização do Índice Nacional de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia do mês de junho. O destaque ficou com Tocantins, recuperou a média acima de 0,6, sendo o único estado da federação a apresentar boa viabilidade para as empresas que desejam migrar para o Ambiente de Contratação Livre (ACL). Apesar do levantamento revelar pequena melhora, o cenário ainda é de baixa viabilidade para a migração.
Para Erick Azevedo, sócio diretor da FDR Energia e coordenador do estudo, a escassez de chuvas e a baixa oferta de energia incentivada “minam a atratividade do Ambiente de Comercialização Livre”. O índice mostra que o período registra uma pequena recuperação da atratividade no ACL, com a média de “0,516 no comparativo com junho, que registrou “0,507”.
No segundo posto ficou o Pará, com nota “0,592”, seguido por Espírito Santo, com “0,580”. Na quarta posição ficaram os estados de Goiás e Rio de Janeiro com “0,578” e em quinto Amazonas, com “0,577”.  Em último permanece o Amapá, com nota “0,360”, indicando inviabilidade financeira para a atividade.
O ranking foi calculado com base no preço médio comercializado no mercado livre entre as fontes incentivadas, com energia proveniente de PCHs e usinas eólicas, solares e de biomassa, comparadas com as tarifas de distribuidoras que representam 98% do mercado cativo brasileiro. (canalenergia)

AES foca renováveis e pioneirismo em baterias no Brasil

AES foca renováveis e pioneirismo em baterias no Brasil após venda da Eletropaulo.
A elétrica norte-americana AES vai focar as operações no Brasil em energia renovável e buscará ainda desenvolver seu negócio de baterias no mercado local, após fechar no início deste mês a venda de toda sua fatia na distribuidora de energia Eletropaulo à italiana Enel.
Linhas de transmissão de energia em Brasília.
A AES informou na semana passada que vendeu toda sua fatia de 16,84% na Eletropaulo à Enel, por cerca de R$ 1,27 bilhão, um valor considerado “justo” pelo presidente da companhia no Brasil, Julian Nebreda.
“O negócio foi fechado de acordo com nossas expectativas. Consideramos o valor justo”, disse o executivo à Reuters, em respostas por e-mail, adicionando que a companhia irá agora focar a atuação no país em geração limpa.
“O Brasil segue sendo extremamente relevante para a AES Corp, que tem como missão global o investimento em renováveis. Por suas dimensões continentais, (o país) oferece uma ampla gama de oportunidades em geração de energia renovável”, destacou.
A AES Tietê, braço de geração de energia limpa da empresa, tem buscado ampliar sua capacidade por meio de aquisições, que envolveram mais recentemente a compra de dois projetos solares a serem implementados e um parque eólico já em operação, o complexo Alto Sertão II.
A empresa também viabilizou um projeto solar em um leilão promovido no final do ano passado pelo governo federal. O empreendimento precisa iniciar operação até 2021.
Os projetos solares da AES Tietê, que somam 300 megawatts em capacidade, deverão entrar em operação entre julho deste ano e 2019, com investimentos totais estimados em R$ 1,3 bilhão.
“Juntos, os três complexos solares farão da AES Tietê uma das maiores geradoras de energia fotovoltaica do país”, afirmou Nebreda.
A AES Tietê tem uma meta de chegar a 2020 com 50% da geração de caixa proveniente de empreendimentos renováveis não hidrelétricos com contratos de longo prazo.
“Para atingir esse objetivo, temos um plano de investimentos para o Brasil, temos como objetivo investir em projetos que possam gerar valor excepcional, com sinergia na operação, como Alto Sertão II, muito importante para o portfólio da AES Brasil”, disse Nebreda.
Baterias
Outro foco da atuação da AES no Brasil será no desenvolvimento de seu negócio de armazenamento de energia por meio de baterias.
“Esta tecnologia, umas das mais inovadoras e versáteis disponíveis no mercado, vai consolidar-se como uma proposta de valor no setor de distribuição. E queremos ser pioneiros nisso”, disse Nebreda.
Ele apontou que a tecnologia pode apoiar a integração de fontes renováveis ao sistema elétrico, compensando a intermitência da geração eólica e solar, ou ser utilizada para aliviar redes de transmissão ou distribuição.
Outras possibilidades de uso das baterias são em regiões isoladas do sistema elétrico, como no Norte do país, ou em projetos direcionados ao consumidor final, em associação com soluções de geração distribuída, como sistemas de painéis solares em telhados. (br.reuters)

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Energia renovável dobra no mundo, mas não reduz emissão de carbono

Relatório aponta que a energia gerada globalmente com emissão de carbono cresceu 1,7%, o primeiro aumento em quatro anos.
Produção de energia renovável no mundo dobrou na última década.
A produção de energia solar e eólica no mundo dobrou nos últimos 10 anos, quebrando um novo recorde em sustentabilidade a partir de 2017. Isso é o que mostra relatório anual “Global Status Report” publicado pelo grupo de políticas de energias renováveis REN21.
De acordo com a pesquisa, contudo, o crescimento não é suficiente para reduzir a emissão de poluentes. A demanda mundial por energia cresceu 2,1% no ano passado, enquanto fontes de baixo carbono não acompanharam o ritmo.
Com isso, a energia mundial gerada com emissão de carbono registrou alta de 1,7% - o primeiro aumento em quatro anos.
“Podemos estar correndo no caminho em direção a um futuro de energia 100% renovável, mas quando se trata de aquecimento, resfriamento e transporte, avançamos lentamente, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. E não temos”, diz Rana Adib, secretária executiva do REN 21. (globo)

Centro histórico de Londres funcionará com energia renovável

Centro histórico de Londres funcionará apenas com energia renovável a partir de outubro deste ano.
Parte mais antiga da cidade receberá o que há de mais moderno.
A “city londrina” ou “The Square Mile”, como é conhecido o centro financeiro e histórico de Londres, funcionará apenas com energia renovável a partir de outubro deste ano. O investimento inclui placas de aquecimento solar nos edifícios e parques eólicos, além da compra de energia renovável já disponível no mercado.
A Square Mile é assim conhecida por ter uma milha quadrada, o que representa cerca de 2,6 quilômetros quadrados. O charmoso distrito, junto com a Cidade de Westminster (City of Westminster), abriga a maioria dos monumentos, museus e pontos de interesse comuns aos turistas que visitam a capital inglesa.
“O fornecimento de energia 100% renovável nos tornará mais limpos e mais ecológicos, reduzindo nossa dependência da rede e mantendo alguns de nossos prédios com eletricidade de carbono zero. Estamos sempre olhando para o impacto ambiental do nosso trabalho e esperamos que possamos ser um farol para outras organizações seguirem o exemplo”, afirmou Catherine McGuinness, presidente do Comitê de Política e Recursos da City of London Corporation (Corporação da Cidade de Londres, em tradução livre).
No coração de Londres, o local já serviu de cenário para dezenas de filmes, entre eles Shakespeare Apaixonado Quatro Casamentos e Um Funeral, por exemplo, gravados na Igreja de São Bartolomeu.
Em um passeio a pé pelo distrito, os turistas podem visitar a Catedral de São Paulo (St. Paul’s Cathedral), santuário anglicano onde o príncipe Charles e a princesa Diana se casaram. A cúpula da catedral é a segunda maior do mundo, menor apenas do que a da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O bairro, localizado à beira do rio, tem diversas pontes que levam ao outro lado do Tâmisa, entre as quais a Tower Bridge. Inaugurada no ano de 1894, o monumento é um cartão-postal da cidade, sendo um dos pontos mais visitados da capital e reconhecida como uma das pontes mais famosas do mundo. Além disso, os viajantes podem visitar a Torre de Londres e o mercado Leadenhall Market, por exemplo.

Tower Bridge
Com aproximadamente 8 mil habitantes, a área é o principal centro financeiro da Europa. De acordo com a administração local, mais de 400 mil pessoas se deslocam até lá diariamente para trabalhar e mais de 10 milhões de turistas visitam o local anualmente.
“Ao gerar nossa própria eletricidade e investir em energias renováveis, estamos contribuindo para atender às metas nacionais e internacionais de energia”, completou Catherine McGuinness.
Vista lateral da Torre de Londres
A City of London Corporation é o órgão que controla a área, uma das 33 em que a capital inglesa está dividida. Administrativamente, Londres é dividida em 32 bairros e a Cidade de Londres. (ecodebate)

terça-feira, 24 de julho de 2018

Produção renovável abastece 60% consumo 1º semestre em Portugal

Produção renovável abastece 60% do consumo no 1.º semestre.
Barragem de Santa Clara.
A produção renovável de eletricidade repartiu-se pela hidroelétrica (28%), eólica (26%), biomassa (5%) e fotovoltaica (1,4%).
A produção renovável de eletricidade abasteceu 60% do consumo no primeiro semestre de 2018, repartida pela hidroelétrica (28%), eólica (26%), biomassa (5%) e fotovoltaica (1,4%), segundo os dados de produção e consumo da REN – Redes Energéticas Nacionais.
Por sua vez, o consumo de energia elétrica avançou 3,7% no primeiro semestre para 2,9%, fixando-se em 25.686 Gigawatts hora (GWh) face ao período homólogo.
Em junho, o consumo de energia registou uma queda homóloga de 2,2% para 3.974 GWh, resultante do elevado consumo registado em junho do ano anterior, devido ao efeito das temperaturas acima da média então registada. Com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis regista-se uma subida de 0,2%.
No mesmo mês, as condições hidrológicas favoráveis proporcionaram um índice de hidraulicidade de 1,58.
A produção eólica, por seu turno, sofreu condições negativas, com o índice de produtibilidade a registar 0,92.
Segundo os dados de produção e consumo da REN, o saldo de trocas com o estrangeiro voltou, em junho, a ser exportador, equivalendo a cerca de 12% do consumo nacional.
Já no mercado de gás natural manteve-se no mesmo mês a tendência de redução do consumo, devido ao desempenho da produção renovável e à consequente retração no consumo de gás natural para a produção de energia elétrica, registando-se uma queda de 20%, enquanto no segmento convencional a subida foi de 8,5%.
No primeiro semestre de 2018 as energias renováveis representaram 61 % do total da produção eléctrica de Portugal Continental, um resultado bastante impulsionado pela maior disponibilidade de recursos, em especial, hídricos e eólicos, de acordo com a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).
No primeiro semestre, o consumo de gás natural caiu 8,1%, face ao mesmo período do ano anterior, devido a uma contração de 31% na utilização pelas centrais elétricas, parcialmente compensadas por um crescimento de 4,9% no segmento convencional. (dinheirovivo)

Eólica e solar devem representar 50% da geração mundial até 2050

Bateria mais barata impulsionara energia eólica e solar em 50% da geração de energia global até 2050.
Queda nos custo e baterias justificam previsão. Análise diz que entre 2018 e 2050, investimentos chegarão a US$ 11,5 trilhões em todo o mundo.
A energia eólica e a energia solar deverão aumentar para quase 50% da geração mundial até 2050 devido à redução drástica de custos e ao advento de baterias mais baratas, o que permitirá que a eletricidade seja armazenada e descarregada para atender a mudanças na demanda e no fornecimento.
A Bloomberg NEF (BNEF) publicou sua análise anual de longo prazo do futuro do sistema elétrico global – o New Energy Outlook (NEO) de 2018. O relatório de 150 páginas baseia-se em uma pesquisa detalhada, feita por uma equipe de mais de 65 analistas em todo o mundo, incluindo modelagem sofisticada de sistemas de energia país a país, e a dinâmica de custos em evolução de diferentes tecnologias.
As perspectivas deste ano são as primeiras a destacar o enorme impacto que a queda nos custos das baterias terá no mix de energia nas próximas décadas. A BNEF prevê que os preços da bateria de lítio-íon, que já caíram cerca de 80% por megawatt-hora desde 2010, continuarão a cair à medida que a produção de veículos elétricos aumente ao longo dos anos 2020.
Seb Henbest, chefe da Europa, Oriente Médio e África da BNEF e principal autor do NEO 2018, disse: “A estimativa é que US$548 bilhões sejam investidos em baterias até 2050, dois terços disso conectado à rede e um terço instalado behind-the-meter em residências e empresas.
“A chegada do armazenamento barato de bateria significa que fica cada vez mais possível aprimorar a entrega de eletricidade a partir da energia eólica e solar, para que essas tecnologias possam ajudar a atender a demanda mesmo quando o vento não estiver soprando e o sol não estiver brilhando. Como resultado, as energias renováveis tomarão uma parte cada vez maior do mercado existente de carvão, gás e energia nuclear.”
O NEO 2018 prevê um investimento de US$11,5 trilhões em todo o mundo em nova capacidade de geração de energia entre 2018 e 2050, com US$ 8,4 trilhões deste total em energia eólica e solar, e outros US $1,5 trilhão em outras tecnologias de carbono zero, como hidrelétrica e nuclear.
Esse investimento produzirá um aumento de 17 vezes na capacidade solar fotovoltaica em todo o mundo e um aumento de seis vezes na capacidade de energia eólica. A estimativa é que o custo nivelado da eletricidade, ou LCOE[1] (sigla em inglês), de novas usinas fotovoltaicas caia mais 71% até 2050, enquanto eólica terrestre cairá mais 58%. Estas duas tecnologias já registraram reduções de LCOE de 77% e 41%, respectivamente, entre 2009 e 2018.
Elena Giannakopoulou, chefe de economia de energia da BNEF, disse: “O carvão surge como o maior perdedor em longo prazo. Superado pelo custo da energia eólica e fotovoltaica para geração de eletricidade em massa, e baterias e gás pela flexibilidade, o sistema elétrico futuro se reorganizará em torno de energias renováveis baratas - o carvão será pressionado”.
O papel do gás no mix de geração evoluirá, com aumento na construção e utilização de usinas elétricas a gás para proporcionar suporte para as energias renováveis, em vez de produzir a chamada eletricidade de carga base ou contínua (round-the-clock). A BNEF estima que US$ 1,3 trilhão será investido em novas capacidades até 2050, quase a metade em usinas de 'pico a gás', em vez de turbinas de ciclo combinado. A geração a gás terá um aumento de 15%, entre 2017 e 2050, embora sua participação na eletricidade global caia de 21% para 15%.
As tendências globais para queima de combustível não serão boas em longo prazo para a indústria do carvão, mas serão moderadamente encorajadoras para o setor de extração de gás. O NEO 2018 estima que a queima de carvão nas usinas cairá 56% entre 2017 e 2050, enquanto a de gás aumentará 14%.
A perspectiva de queda para o carvão significa que o NEO 2018 oferece uma projeção mais otimista para as emissões de carbono do que o relatório equivalente de um ano atrás. A BNEF agora prevê um aumento das emissões globais do setor elétrico de 2% em 2017 para um pico em 2027 e depois uma diminuição de 38% em 2050.
No entanto, isso ainda significaria que a eletricidade não cumpriria sua parte do esforço de manter os níveis globais de CO₂ abaixo de 450 partes por milhão - o nível considerado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática como consistente com a limitação do aumento das temperaturas a menos de 2°C.
Matthias Kimmel, analista de economia energética da BNEF, comentou: Mesmo se tivéssemos desativado todas as usinas de carvão do mundo até 2035, o setor de energia ainda estaria acima de uma trajetória segura para o clima, queimando muito gás. “Chegar a 2°C requer uma solução de carbono zero para os extremos sazonais, um que não envolva plantas a gás sem tecnologias de captura de CO2”.
O New Energy Outlook da BNEF é respaldado pela economia em evolução de diferentes tecnologias de energia e por projeções de fundamentos de demanda de eletricidade, como população e PIB. Ele pressupõe que as definições de políticas de energia existentes em todo o mundo permaneçam em vigor até o seu vencimento programado e que não haja medidas governamentais adicionais.
Entre os outros destaques do NEO 2018 estão as altas taxas de penetração de energias renováveis em muitos mercados (87% da oferta total de eletricidade na Europa até 2050, e 55% nos EUA, 62% na China e 75% na Índia). Ele também destaca uma mudança para uma maior "descentralização" em alguns países como a Austrália, onde, em meados do século, os consumidores de fotovoltaica e baterias responderão por 43% de toda a capacidade.
O NEO 2018 também analisa o impacto da eletrificação do transporte no consumo de eletricidade. A estimativa é que os carros elétricos e ônibus estarão usando 3.461TWh de eletricidade globalmente em 2050, o equivalente a 9% da demanda total. A previsão é que cerca de metade da tarifação necessária será feita numa base "dinâmica", aproveitando os momentos em que os preços da eletricidade estão baixos devido à elevada produção de energias renováveis.


Esta análise baseia-se no último Electric Vehicle Outlook da BNEF, publicado em 21 de maio, que previa que os veículos elétricos representariam 28% das vendas globais de carros novos até 2030 e 55% até 2040. Os ônibus elétricos devem dominar seu mercado de forma ainda mais decisiva, alcançando 84% de participação global até 2030. (brasilagro)

domingo, 22 de julho de 2018

Programa indústria solar impulsiona geração distribuída no país

O Programa Indústria Solar, lançado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em parceria com a Engie e a Weg, com apoio institucional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), trouxe um pioneirismo que está sendo estudado e replicado ao redor do país.
O programa catarinense oferece aos micros, pequenos e médios industriais a solução solar fotovoltaica conjugada com uma opção de financiamento que viabiliza o projeto, tornando o investimento autofinanciável. Desta forma, a economia na fatura de energia elétrica do empresário que acreditou e implementou o sistema solar fotovoltaico em seu telhado servirá para pagar a parcela do financiamento, livrando a empresa de ter que mexer no seu fluxo de caixa para custear o sistema.
Este modelo foi possível devido à participação de instituições financeiras, como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Cooperativa Central de Crédito Urbano (CECRED), além do apoio das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). A boa notícia é que o modelo já começa a ser disseminado em outros estados brasileiros.

O foco da iniciativa são as micros, pequenas e médias indústrias conectadas na rede elétrica de baixa tensão, pois pagam atualmente uma energia mais cara do que as indústrias de maior porte. Somente em Santa Catarina, por exemplo, o potencial é de mais de 50.000 micros, pequenas e médias empresas, sujeitas a esta condição que onera seu orçamento e prejudica sua competitividade. No estado, o programa estendeu as ofertas de soluções solares fotovoltaicas também aos consumidores residenciais. O projeto-piloto, lançado em novembro de 2017, foi direcionado exclusivamente aos cerca de 40.000 colaboradores das empresas e entidades participantes: FIESC, Engie, Weg, Cecred e Celesc.
O modelo abre novas oportunidades de crescimento para toda a cadeia de valor do setor solar fotovoltaico. Na medida em que o programa se expande, ele congrega novos parceiros para a instalação dos sistemas nas diversas regiões, assim como leva informação qualificada sobre a tecnologia para os formadores de opinião que ainda a desconhecem.

A microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica trazem inúmeras vantagens aos consumidores, o que têm acelerado sua adoção ao redor do país. Os benefícios não estão restritos apenas à economia que a tecnologia gera na conta de energia elétrica de seus usuários. Além de competitiva, a energia solar fotovoltaica é renovável, possui baixos impactos ambientais, não utiliza recursos finitos ou escassos (como combustíveis fósseis ou água) para produzir energia elétrica, não possui partes móveis e não gera ruídos, gera empregos locais qualificados nas regiões onde os sistemas são instalados, promove a movimentação da economia local e regional, é simples de utilizar, possui baixíssima manutenção e possui garantia de performance superior a 25 anos.
Segundo a Absolar, o Brasil conta atualmente com mais de 29.000 sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica conectados à rede e em operação, totalizando uma potência instalada acumulada de mais de 270 MW. As indústrias, por exemplo, são responsáveis hoje por aproximadamente 8,1% da potência instalada e dos investimentos em geração distribuída solar fotovoltaica no Brasil, parcela ainda inferior à de empresas dos segmentos de comércio e serviços (43,1%) e a consumidores residenciais (38,9%), porém, crescente, dada à elevada pressão das tarifas de energia elétrica sobre a competitividade das indústrias.

Em seis meses, o Programa Indústria Solar obteve 2.560 inscrições, sendo 607 indústrias interessadas em sistemas para suas atividades produtivas e 1.953 pessoas físicas interessadas em sistemas para suas famílias. Um número tão expressivo de inscritos, em tão pouco tempo, não deixa dúvidas de que, cada vez mais, as pessoas estão percebendo a viabilidade econômica de gerar sua própria energia elétrica localmente, seja na indústria, no comércio, em áreas rurais ou nas suas próprias residências.
Com isso, a fonte solar fotovoltaica, antes vista como uma tecnologia inovadora distante da realidade do empresariado brasileiro, passa a se tornar uma ferramenta concreta e efetiva para aliviar os gastos recorrentes das indústrias e contribuir para o aumento de sua competitividade frente à economia nacional, aliando preço baixo de energia elétrica à sustentabilidade nos negócios. (osetoreletrico)

Sol intenso na região do Sahel será fonte de energia para 70% do mundo

Energia Solar: Sol intenso na região do Sahel pode ser fonte de energia para 70% do mundo.
Rachel Kyte acredita que Sahel esteja “à beira de uma revolução” na produção de energia sustentável.
Especialista fala de potencial da área africana para se abastecer e conectar comunidades distantes à rede elétrica; iniciativa apoiada pela ONU tem destaque no Fórum Político de Alto Nível.
Um plano das Nações Unidas quer aproveitar o calor fornecido pela energia solar na região africana do Sahel para cobrir cerca de 70% da demanda de eletricidade do mundo.
Falando à ONU News, no Níger, a representante especial do secretário-geral para Energia Sustentável para Todos, Rachel Kyte, disse acreditar que a região africana esteja “à beira de uma revolução”.
Parques Solares
Ela declarou que naquela área podem ser construídos parques solares para capturar raios de sol e linhas de transmissão em áreas muito além do Sahel. Ela disse que por agora a concentração será na região e em como ajudar os países explorar o recurso.
A iniciativa sustentável também é destacada no Fórum Político de Alto Nível que decorre até quarta-feira na sede da ONU em Nova Iorque. A meta é ajudar os países a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Prosperidade
Há duas semanas, a ONU lançou a estratégia “Sahel, Terra de Oportunidades” para acelerar o avanço do grupo de países composto por Burquina Faso, Camarões, Chade, Gâmbia, Guiné Conacri, Mauritânia, Mali, Níger, o Senegal e Nigéria.
O anúncio feito à margem da Cimeira da União Africana destaca a energia solar sustentável como parte do ambicioso projeto regional, que visa “acelerar a prosperidade compartilhada e a paz duradoura” no Sahel.
Rachel Kyte  disse que nessa área africana, a energia solar pode abastecer a rede regional, e conectar comunidades locais à rede elétrica. (ecodebate)

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Energia gerada por fusão nuclear será utilizada a partir de 2030

Após produzir plasma superquente, a empresa Tokamak Energy propõe novos projetos para avançar na construção de reatores de fusão nuclear.
Reator ST40, que produziu plasma a 15 milhões de graus Celsius.
Após anunciar a criação de um plasma superquente no mês de junho, a empresa britânica Tokamak Energy acaba de afirmar que a oferta comercial de eletricidade por fusão nuclear deve ser uma realidade a partir de 2030.
A promessa é fruto do teste bem-sucedido da empresa, que registrou a temperatura mais alta atingida por plasma produzido pelo homem: 15 milhões de graus Celsius (tão quente quanto o centro do Sol). A reação foi gerada no reator ST40, onde o material foi confinado em uma câmara à vácuo e mantido dentro de campos magnéticos poderosos.
Empolgados com o resultado, os cientistas da empresa estão se preparando para produzir um plasma ainda mais quente, com cerca de 100 milhões de graus Celsius. Este é o primeiro passo para começar a operar em temperaturas necessárias para a fusão nuclear.
A Tokamak Energy é uma das maiores empresas que apostam na produção de eletricidade por reatores de fusão. A meta é conseguir tirar a ideia do papel antes da metade da década de 2040, que é o período em que o reator concorrente, da francesa ITER, está projetado para produzir o seu primeiro plasma.
Por isso, a empresa planeja lançar em 2025 um novo reator, que será construído especialmente para produzir uma grande quantidade de megawatts de energia por fusão.
Jarras de estrelas
A transformação do hidrogênio em hélio através da fusão nuclear é a principal reação que mantém as estrelas brilhando por bilhões de anos — por isso, a ideia de construir um reator de fusão lembra a de “estrelas em uma jarra”. Mas o assunto não tão adorável assim.
A fusão nuclear também acontece em bombas de hidrogênio, onde o elemento é derretido por dispositivos de fissão de plutônio em altíssimas temperaturas, o que resulta numa explosão centenas ou milhares de vezes mais potente do que uma bomba nuclear que funciona pela fissão.
Projetos de fusão controlados como os da ITER e da Tokamak Energy fundirão combustível de hidrogênio em temperaturas muito mais altas e a pressões muito mais baixas do que as vistas no interior do Sol.
Defensores da fusão nuclear afirmam que esse tipo de geração de energia pode tornar outras fontes obsoletas. Isso porque é possível produzir grandes quantidades de eletricidade por uma quantidade relativamente pequena de deutério e trítio, isótopos pesados de hidrogênio que são relativamente abundantes na água do mar.
Na teoria, reatores de fusão nuclear podem produzir muito menos resíduos radioativos do que reatores de fissão. Além disso, de acordo com o projeto da ITER, é impossível que acidentes nucleares como os de Chernobyl ou de Fukushima aconteçam nessas condições.
O pesquisador veterano Daniel Jassby, ex-físico do Laboratório de Física do Plasma da Universidade de Princeton, discorda. Segundo ele, projetos como esses podem sim criar uma quantidade significativa de lixo radioativo. (globo)

Geração eólica bate recordes no Nordeste

Fonte registrou os maiores volumes de geração média diária e de geração instantânea em 23 de junho.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico reportou que a fonte eólica bateu novos recordes no Nordeste. As marcas foram registradas em 23/06/18. A média diária chegou a 6.475 MW médios, o que representa 70% da carga daquele subsistema. O fator de capacidade foi de 66%. O último recorde de geração média diária tinha ocorrido no dia 14 de setembro de 2017, quando foram produzidos 6.413 MW médios.
Já a geração instantânea, ou seja, o pico de geração eólica foi registrado às 10h09 do próprio dia 23 de junho, quando foram produzidos 7.311 MW, com um fator de capacidade de 75%. O montante equivale a 80% de toda a carga do Nordeste. O recorde de geração instantânea anterior havia acontecido no dia 25 de setembro de 2017, quando foram gerados 7.085 MW. (canalenergia)

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Capacidade eólica crescerá mais de 8% a.a até 2027

Capacidade eólica deve crescer mais de 8% ao ano até 2027, diz estudo.
Projeção da Make aponta que Pedidos globais de turbinas aumentou 27% no primeiro trimestre do ano para quase 13 GW no segundo.
A capacidade de energia eólica deve crescer anualmente 67 GW de 2018 a 2027, segundo previsões da consultora Make. Esse crescimento vai representar um aumento anual de 8% nesse período. Já a capacidade global de eólica melhorou quase 3%, com as perspectivas de vários países aumentando em mais de 1 GW, trazendo uma atualização de mais de 15 GW para a perspectiva global de 10 anos. O consumo global de pedidos de turbinas aumentou 27% no primeiro trimestre do ano para quase 13 GW no segundo. O aumento pode ser atribuído à demanda na Índia, já que os vencedores do leilão local correm para adiantar os projetos em execução antes dos prazos legais.
O estudo da Make mostra que a evolução das políticas teve no segundo trimestre um impacto significativo na perspectiva global da fonte. Aprimoramentos de políticas no Japão e Índia resultaram em adição de gigawatts nesses países, o que acabou por compensar o revés em políticas de países como o Irã. A melhoria global neste trimestre está concentrada no médio prazo, aumentando a capacidade em quase 14 GW de 2020 a 2024.
O estudo diz que as eólicas offshore no Estados Unidos seguem crescendo e que três estados somaram 1,4 GW a capacidade dessa modalidade eólica no segundo trimestre. Esse valor aumenta as expectativas para a próxima década. As perspectivas para a América do Norte aumentam 10% em comparação com a análise no primeiro trimestre. Ainda na América do Norte, o México teve um rebaixamento nas suas perspectivas de 24%, devido ao processo eleitoral.
Na Europa, as perspectivas aumentaram em 1,7 GW no trimestre. No Reino Unido, o aumento deve ficar em 500 MW, assim como na Noruega. Na Holanda, um leilão trouxe um aumento de 600 MW, o maior ajuste trimestral na comparação com o primeiro trimestre. Esses números da Holanda ajudaram a combater os rebaixamentos na maior parte do restante da sub-região. Dentre os que foram revisados para baixo, estão Alemanha, França e Bélgica. Outro país que foi revisado para baixo foi a Turquia, devido a sua fragilidade econômica. Um leilão na Grécia produziu a única mudança significativa no sul da Europa em comparação com a análise no primeiro trimestre, de 31%.
A assinatura de contratos eólicos no Egito e na África do Sul estimulou o crescimento em mercados onde o desenvolvimento do mercado se tornou um tanto inerte. Os mais de 1 GW adicionados às perspectivas de cada país aumentam as perspectivas para a África em 9% do continente.
Na China, as perspectivas na China permanecem praticamente inalteradas trimestre a trimestre, apesar do anúncio de um leilão nas principais bases de energia eólica. Turbinas chinesas para offshore tiveram pedido recorde de 300 MW anunciados, já que o setor do mercado do país continua a se desenvolver rapidamente. Na Índia, uma meta agressiva de energia eólica fez com que a perspectiva fosse aumentada em 8 GW nos próximos 10 anos. Um upgrade de 3 GW no Japão e um maior compromisso com a construção offshore contribui para uma atualização de 13% no trimestre a mais para a Ásia-Pacífico. (energia)

Eólica e solar representará 50% da geração mundial até 2050

Eólica e solar devem representar 50% da geração mundial até 2050, diz Bloomberg.
A energia eólica e a energia solar deverão aumentar para quase 50% da geração mundial até 2050 devido à redução drástica de custos e ao advento de baterias mais baratas, o que permitirá que a eletricidade seja armazenada e descarregada para atender a mudanças na demanda e no fornecimento.
A Bloomberg NEF (BNEF) publicou sua análise anual de longo prazo do futuro do sistema elétrico global – o New Energy Outlook (NEO) de 2018. O relatório de 150 páginas baseia-se em uma pesquisa detalhada, feita por uma equipe de mais de 65 analistas em todo o mundo, incluindo modelagem sofisticada de sistemas de energia país a país, e a dinâmica de custos em evolução de diferentes tecnologias.
As perspectivas deste ano são as primeiras a destacar o enorme impacto que a queda nos custos das baterias terá no mix de energia nas próximas décadas. A BNEF prevê que os preços da bateria de lítio-íon, que já caíram cerca de 80% por megawatt-hora desde 2010, continuarão a cair à medida que a produção de veículos elétricos aumente ao longo dos anos 2020.
Seb Henbest, chefe da Europa, Oriente Médio e África da BNEF e principal autor do NEO 2018, disse: “A estimativa é que US$548 bilhões sejam investidos em baterias até 2050, dois terços disso conectado à rede e um terço instalado behind-the-meter em residências e empresas.
“A chegada do armazenamento barato de bateria significa que fica cada vez mais possível aprimorar a entrega de eletricidade a partir da energia eólica e solar, para que essas tecnologias possam ajudar a atender a demanda mesmo quando o vento não estiver soprando e o sol não estiver brilhando. Como resultado, as energias renováveis tomarão uma parte cada vez maior do mercado existente de carvão, gás e energia nuclear.”
O NEO 2018 prevê um investimento de US$11,5 trilhões em todo o mundo em nova capacidade de geração de energia entre 2018 e 2050, com US$ 8,4 trilhões deste total em energia eólica e solar, e outros US $1,5 trilhão em outras tecnologias de carbono zero, como hidrelétrica e nuclear.
Esse investimento produzirá um aumento de 17 vezes na capacidade solar fotovoltaica em todo o mundo e um aumento de seis vezes na capacidade de energia eólica. A estimativa é que o custo nivelado da eletricidade, ou LCOE (sigla em inglês), de novas usinas fotovoltaicas caia mais 71% até 2050, enquanto eólica terrestre cairá mais 58%. Estas duas tecnologias já registraram reduções de LCOE de 77% e 41%, respectivamente, entre 2009 e 2018.
Elena Giannakopoulou, chefe de economia de energia da BNEF, disse: “O carvão surge como o maior perdedor em longo prazo. Superado pelo custo da energia eólica e fotovoltaica para geração de eletricidade em massa, e baterias e gás pela flexibilidade, o sistema elétrico futuro se reorganizará em torno de energias renováveis baratas - o carvão será pressionado”.
O papel do gás no mix de geração evoluirá com aumento na construção e utilização de usinas elétricas a gás para proporcionar suporte para as energias renováveis, em vez de produzir a chamada eletricidade de carga base ou contínua (round-the-clock). A BNEF estima que US$ 1,3 trilhão será investido em novas capacidades até 2050, quase a metade em usinas de 'pico a gás', em vez de turbinas de ciclo combinado. A geração a gás terá um aumento de 15%, entre 2017 e 2050, embora sua participação na eletricidade global caia de 21% para 15%.
As tendências globais para queima de combustível não serão boas em longo prazo para a indústria do carvão, mas serão moderadamente encorajadoras para o setor de extração de gás. O NEO 2018 estima que a queima de carvão nas usinas cairá 56% entre 2017 e 2050, enquanto a de gás aumentará 14%.
A perspectiva de queda para o carvão significa que o NEO 2018 oferece uma projeção mais otimista para as emissões de carbono do que o relatório equivalente de um ano atrás. A BNEF agora prevê um aumento das emissões globais do setor elétrico de 2% em 2017 para um pico em 2027 e depois uma diminuição de 38% em 2050.
No entanto, isso ainda significaria que a eletricidade não cumpriria sua parte do esforço de manter os níveis globais de CO₂ abaixo de 450 partes por milhão - o nível considerado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática como consistente com a limitação do aumento das temperaturas a menos de 2°C.
Matthias Kimmel, analista de economia energética da BNEF, comentou: “Mesmo se tivéssemos desativado todas as usinas de carvão do mundo até 2035, o setor de energia ainda estaria acima de uma trajetória segura para o clima, queimando muito gás. Chegar a dois graus requer uma solução de carbono zero para os extremos sazonais, um que não envolva plantas a gás sem tecnologias de captura de CO2”.
O New Energy Outlook da BNEF é respaldado pela economia em evolução de diferentes tecnologias de energia e por projeções de fundamentos de demanda de eletricidade, como população e PIB. Ele pressupõe que as definições de políticas de energia existentes em todo o mundo permaneçam em vigor até o seu vencimento programado e que não haja medidas governamentais adicionais.
Entre os outros destaques do NEO 2018 estão as altas taxas de penetração de energias renováveis em muitos mercados (87% da oferta total de eletricidade na Europa até 2050, e 55% nos EUA, 62% na China e 75% na Índia). Ele também destaca uma mudança para uma maior "descentralização" em alguns países como a Austrália, onde, em meados do século, os consumidores de fotovoltaica e baterias responderão por 43% de toda a capacidade.
O NEO 2018 também analisa o impacto da eletrificação do transporte no consumo de eletricidade. A estimativa é que os carros elétricos e ônibus estarão usando 3.461TWh de eletricidade globalmente em 2050, o equivalente a 9% da demanda total. A previsão é que cerca de metade da tarifação necessária será feita numa base "dinâmica", aproveitando os momentos em que os preços da eletricidade estão baixos devido à elevada produção de energias renováveis.
Esta análise baseia-se no último Electric Vehicle Outlook da BNEF, publicado em 21 de maio, que previa que os veículos elétricos representariam 28% das vendas globais de carros novos até 2030 e 55% até 2040. Os ônibus elétricos devem dominar seu mercado de forma ainda mais decisiva, alcançando 84% de participação global até 2030. (siamig)

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Brasil atinge 300 MW em geração solar distribuída

Energia solar atinge marca histórica de 300 MV no Brasil.
Investimentos acumulados somam mais de R$ 2 bilhões, segundo estimativas da Absolar.
O Brasil acaba de atingir a marca histórica de 300 MW de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.
Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,4% das instalações do País.
Em números de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 76,9% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16,2%), consumidores rurais (3,4%), indústrias (2,5%), poder público (0,8%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).
De acordo com a entidade, o Brasil possui hoje 32.033 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a 38.270 unidades consumidoras, somando mais de R$ 2,2 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do país.
O presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, ressalta que o crescimento da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica é impulsionado por três fatores principais: a forte redução de mais de 75% no preço da energia solar fotovoltaica ao longo da última década; o forte aumento nas tarifas de energia elétrica dos consumidores brasileiros, pressionando o orçamento de famílias e empresas; e o aumento no protagonismo e na responsabilidade socioambiental dos consumidores, cada vez mais dispostos a economizar dinheiro ajudando, simultaneamente, a preservação do meio ambiente.
“Celebramos com otimismo este passo histórico para a fonte solar fotovoltaica no Brasil, com a certeza de que teremos um forte crescimento do setor nos próximos anos e décadas. O Brasil possui mais de 82 milhões de unidades consumidoras e um interesse crescente da população, das empresas e também dos gestores públicos em aproveitar seus telhados, fachadas e coberturas para gerar energia renovável localmente a partir do sol, economizando dinheiro e contribuindo na prática para a construção de um país mais sustentável e com mais empregos locais e qualificados”, comenta Sauaia.
Para acompanhar de perto a evolução da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica nos estados brasileiros, a Absolar desenvolveu um Ranking Nacional Solar Fotovoltaico, que compara as potências instaladas em cada unidade da Federação.
Atualmente, o Estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 22,9% da potência instalada no país, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,5%), São Paulo (12,9%), Santa Catarina (6,22%) e Ceará (5,84%).
(canalenergia)