AES
foca renováveis e pioneirismo em baterias no Brasil após venda da Eletropaulo.
A elétrica norte-americana
AES vai focar as operações no Brasil em energia renovável e buscará ainda desenvolver
seu negócio de baterias no mercado local, após fechar no início deste mês a
venda de toda sua fatia na distribuidora de energia Eletropaulo à italiana
Enel.
Linhas
de transmissão de energia em Brasília.
A AES informou na semana
passada que vendeu toda sua fatia de 16,84% na Eletropaulo à Enel, por cerca de
R$ 1,27 bilhão, um valor considerado “justo” pelo presidente da companhia no
Brasil, Julian Nebreda.
“O negócio foi fechado de
acordo com nossas expectativas. Consideramos o valor justo”, disse o executivo
à Reuters, em respostas por e-mail, adicionando que a companhia irá agora focar
a atuação no país em geração limpa.
“O Brasil segue sendo
extremamente relevante para a AES Corp, que tem como missão global o
investimento em renováveis. Por suas dimensões continentais, (o país) oferece
uma ampla gama de oportunidades em geração de energia renovável”, destacou.
A AES Tietê, braço de geração
de energia limpa da empresa, tem buscado ampliar sua capacidade por meio de
aquisições, que envolveram mais recentemente a compra de dois projetos solares
a serem implementados e um parque eólico já em operação, o complexo Alto Sertão
II.
A empresa também viabilizou
um projeto solar em um leilão promovido no final do ano passado pelo governo
federal. O empreendimento precisa iniciar operação até 2021.
Os projetos solares da AES
Tietê, que somam 300 megawatts em capacidade, deverão entrar em operação entre
julho deste ano e 2019, com investimentos totais estimados em R$ 1,3 bilhão.
“Juntos, os três complexos
solares farão da AES Tietê uma das maiores geradoras de energia fotovoltaica do
país”, afirmou Nebreda.
A AES Tietê tem uma meta de
chegar a 2020 com 50% da geração de caixa proveniente de empreendimentos renováveis
não hidrelétricos com contratos de longo prazo.
“Para atingir esse objetivo,
temos um plano de investimentos para o Brasil, temos como objetivo investir em
projetos que possam gerar valor excepcional, com sinergia na operação, como
Alto Sertão II, muito importante para o portfólio da AES Brasil”, disse
Nebreda.
Baterias
Outro foco da atuação da AES
no Brasil será no desenvolvimento de seu negócio de armazenamento de energia
por meio de baterias.
“Esta tecnologia, umas das
mais inovadoras e versáteis disponíveis no mercado, vai consolidar-se como uma
proposta de valor no setor de distribuição. E queremos ser pioneiros nisso”,
disse Nebreda.
Ele apontou que a tecnologia
pode apoiar a integração de fontes renováveis ao sistema elétrico, compensando
a intermitência da geração eólica e solar, ou ser utilizada para aliviar redes
de transmissão ou distribuição.
Outras possibilidades de uso
das baterias são em regiões isoladas do sistema elétrico, como no Norte do
país, ou em projetos direcionados ao consumidor final, em associação com
soluções de geração distribuída, como sistemas de painéis solares em telhados.
(br.reuters)
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