O Programa Indústria Solar, lançado pela Federação
das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em parceria com a Engie e a
Weg, com apoio institucional da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (Absolar), trouxe um pioneirismo que está sendo estudado e
replicado ao redor do país.
O programa catarinense oferece aos micros, pequenos
e médios industriais a solução solar fotovoltaica conjugada com uma opção de
financiamento que viabiliza o projeto, tornando o investimento autofinanciável.
Desta forma, a economia na fatura de energia elétrica do empresário que
acreditou e implementou o sistema solar fotovoltaico em seu telhado servirá
para pagar a parcela do financiamento, livrando a empresa de ter que mexer no
seu fluxo de caixa para custear o sistema.
Este modelo foi possível devido à participação de
instituições financeiras, como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo
Sul (BRDE) e a Cooperativa Central de Crédito Urbano (CECRED), além do apoio
das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). A boa notícia é que o modelo
já começa a ser disseminado em outros estados brasileiros.
O foco da iniciativa são as micros, pequenas e
médias indústrias conectadas na rede elétrica de baixa tensão, pois pagam
atualmente uma energia mais cara do que as indústrias de maior porte. Somente
em Santa Catarina, por exemplo, o potencial é de mais de 50.000 micros,
pequenas e médias empresas, sujeitas a esta condição que onera seu orçamento e
prejudica sua competitividade. No estado, o programa estendeu as ofertas de
soluções solares fotovoltaicas também aos consumidores residenciais. O
projeto-piloto, lançado em novembro de 2017, foi direcionado exclusivamente aos
cerca de 40.000 colaboradores das empresas e entidades participantes: FIESC, Engie,
Weg, Cecred e Celesc.
O modelo abre novas oportunidades de crescimento
para toda a cadeia de valor do setor solar fotovoltaico. Na medida em que o
programa se expande, ele congrega novos parceiros para a instalação dos
sistemas nas diversas regiões, assim como leva informação qualificada sobre a
tecnologia para os formadores de opinião que ainda a desconhecem.
A microgeração e minigeração distribuída solar
fotovoltaica trazem inúmeras vantagens aos consumidores, o que têm acelerado sua
adoção ao redor do país. Os benefícios não estão restritos apenas à economia
que a tecnologia gera na conta de energia elétrica de seus usuários. Além de
competitiva, a energia solar fotovoltaica é renovável, possui baixos impactos
ambientais, não utiliza recursos finitos ou escassos (como combustíveis fósseis
ou água) para produzir energia elétrica, não possui partes móveis e não gera
ruídos, gera empregos locais qualificados nas regiões onde os sistemas são
instalados, promove a movimentação da economia local e regional, é simples de
utilizar, possui baixíssima manutenção e possui garantia de performance
superior a 25 anos.
Segundo a Absolar, o Brasil conta atualmente com
mais de 29.000 sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar
fotovoltaica conectados à rede e em operação, totalizando uma potência
instalada acumulada de mais de 270 MW. As indústrias, por exemplo, são
responsáveis hoje por aproximadamente 8,1% da potência instalada e dos
investimentos em geração distribuída solar fotovoltaica no Brasil, parcela
ainda inferior à de empresas dos segmentos de comércio e serviços (43,1%) e a
consumidores residenciais (38,9%), porém, crescente, dada à elevada pressão das
tarifas de energia elétrica sobre a competitividade das indústrias.
Em seis meses, o Programa Indústria Solar obteve
2.560 inscrições, sendo 607 indústrias interessadas em sistemas para suas
atividades produtivas e 1.953 pessoas físicas interessadas em sistemas para
suas famílias. Um número tão expressivo de inscritos, em tão pouco tempo, não
deixa dúvidas de que, cada vez mais, as pessoas estão percebendo a viabilidade
econômica de gerar sua própria energia elétrica localmente, seja na indústria,
no comércio, em áreas rurais ou nas suas próprias residências.
Com isso, a fonte solar fotovoltaica, antes vista
como uma tecnologia inovadora distante da realidade do empresariado brasileiro,
passa a se tornar uma ferramenta concreta e efetiva para aliviar os gastos
recorrentes das indústrias e contribuir para o aumento de sua competitividade
frente à economia nacional, aliando preço baixo de energia elétrica à
sustentabilidade nos negócios. (osetoreletrico)
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