sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Usinas nucleares ainda são maior fonte de energia “limpa”

A Agência Internacional de Energia alerta que perda por desativação dos reatores existentes equivale a 20% da nova energia gerada por eólicas e solares.
Usinas nucleares na França
OK. Existe um grande debate se a energia nuclear pode ser considerada limpa. Afinal, além da poluição associada à mineração do urânio, há o problema ainda insolúvel dos rejeitos radioativos por milhares de anos. Sem falar no risco de acidentes, como lembrou a tragédia em Fukushima, no Japão.
Mesmo assim, as usinas nucleares não emitem gases de efeito estufa diretamente. É uma forma de gerar eletricidade sem aumentar as emissões responsáveis pelas mudanças climáticas. Países da Europa, os Estados Unidos e outros contam com a fissão nuclear para abastecer a rede elétrica nos níveis atuais de emissões.
Agora, um alto executivo da Agência Internacional de Energia lembrou que o descomissionamento das usinas nucleares da Europa e dos Estados Unidos a partir de 2020 ameaça o cumprimento das metas para redução nas emissões. A não ser que os países construam novas usinas (o que leva tempo e custa caro) ou expandam o uso de energia renovável (o que parece estar ocorrendo, mas não na velocidade desejada).
Sim. No caso americano, é verdade que o presidente disse que não ia honrar meta nenhuma de redução nas emissões e que estava abandonando o esforço do resto do planeta para equilibrar o clima. Mas muitos governos estaduais e grandes empresas do país afirmaram que vão manter os compromissos. E oficialmente não há como sair do Acordo de Paris.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a eletricidade gerada pelas usinas nucleares na Europa e nos Estados Unidos é hoje equivalente a três vezes o que vem das usinas solares e eólicas. Acontece que a maioria dos reatores foi construída nos anos 1970 e 1980. Eles devem chegar ao fim da vida útil por volta de 2020.
Usina Nuclear de Energia.
Se uma usina nuclear funciona em média 8 mil horas por ano, contra as 1,5 a 2 mil horas de uma usina solar, os governos precisam expandir os investimentos para substituir as nucleares aposentadas e cumprir as metas de descarbonização, alertou Laszlo Varro, economista-chefe da IEA. Segundo ele, de tudo o que foi investido em energia renovável, 20% do potencial de geração foi absorvido pela perda das nucleares que desativadas no mesmo período.
A dependência na energia nuclear é um assunto delicado para o movimento ambiental. Alguns admitem que elas fazem parte do mix de soluções para escapar das tragédias climáticas. Outros acreditam que é necessário e possível reduzir as emissões poluentes sem elas. (globo)

Nenhum comentário: