sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Para onde vai a radiação de Fukushima

Vista aérea da usina nuclear de Fukushima, no Japão.
Desde julho, a usina nuclear de Fukushima, que foi fortemente danificada por um terremoto e um tsunami em 2011, lança água contaminada com radiação no mar. Estima-se que mais de 1.300 toneladas de água radiativa já foram parar no Oceano Pacífico. As autoridades japonesas fazem operações de descontaminação, mas é impossível retirar tudo: parte da radiação sempre termina no mar.
O pesquisador Michio Aoyama, do Instituto de Pesquisa Meteorológica do Japão, estuda o caminho que a radiação faz depois que ela entra em mar aberto. Para isso, ele analisou o movimento de radiação no passado. Antes de Fukushima, já havia a presença de radiação no oceano japonês – resultado de testes de armas nucleares feitos na década de 1970 no Oceano Pacífico. Aoyama rastreou o caminho que essa radiação fez no oceano, e comparou com a de Fukushima. Ele apresentou os dados durante o painel científico “The Blue Planet”, organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, Áustria.
Segundo Aoyama, há duas rotas possíveis para a água contaminada. Em uma delas, a radiação volta ao Japão, levada pela Corrente Kuroshio. Na outra, ela pode seguir pela linha do Equador até Galápagos e depois voltar, chegando a regiões como Indonésia e Nova Zelândia, como mostra o mapa abaixo.
A pesquisa de Aoyama mostra que, mesmo com as operações de descontaminação, a radiação já entrou no oceano. “Nós podemos dizer que grande parte da radiação já começou a viajar pelo Oceano Pacífico. Essa radiação viaja a uma velocidade de sete quilômetros por dia".
A pesquisa, no entanto, procura tranquilizar os habitantes dos países que podem receber a água radiativa. A concentração de radiação começa a cair partir do momento que sai do Japão, e fica dentro dos níveis considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde quando começa a viajar pelo Oceano Pacífico.
Terríveis efeitos da radiação, poucas horas depois do acidente.
“Cientistas encontraram vestígios da contaminação de Fukushima a cerca de 100 milhas a oeste de Eureka, Califórnia. A quantidade de radioatividade relatada nestes dados são 1.000 vezes menores do que os padrões de água potável da EPA”. (globo)

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