segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PepsiCo inaugura usina termossolar em MG

Energia térmica será usada no aquecimento de água e vai reduzir o consumo de gás de fábrica.

A PepsiCo implantou um projeto inovador em sua operação de snacks em Sete Lagoas (MG): uma usina termossolar que utiliza painéis solares para captação de energia, que será revertida em energia térmica para o aquecimento de água. Por meio da tecnologia, foi possível reduzir o consumo de gás natural em 140 mil m3 na unidade – o que também vai diminuir em quase 280 mil quilos as emissões de gases de efeito estufa. Esse número equivale ao plantio de quase 18 mil árvores.

A usina é feita com painéis solares planos e funciona de forma automática, sem supervisão e sem necessidade de limpeza. Os primeiros resultados mostram que a usina gerou cerca de 3,9 kWh/m²/dia de energia durante os meses de verão, fornecendo água quente a 60-75°C, ou seja, mesmo no clima seco de Sete Lagoas, as metas energéticas foram atingidas. A água aquecida pelo sistema é utilizada em diversos processos da fábrica. Bruno Guerreiro, Gerente de Sustentabilidade da PepsiCo Brasil, lembra que a água aquecida pelo sistema termossolar é usada no cozimento do milho dos snacks. Segundo ele, a diferença é que a água já chega aquecida ao processo, assim se usa menos tempo de chama para chegar à temperatura usada nesta etapa da produção.

Com a nova usina termossolar a PepsiCo avança rumo à meta global de reduzir em 40% as emissões de carbono até 2030 e Net-zero até 2040. Para Guerreiro, a iniciativa torna empresa mais sustentável, premissa que está no centro da forma como fazemos negócio na companhia, buscando continuamente evoluirmos para uma Cadeia de Valor Positiva. Segundo o executivo, a solução é escalável e deverá ser implantada em outras plantas da companhia no Brasil nos próximos anos, com áreas ainda maiores de painéis solares.

A usina termossolar da planta de Sete Lagoas é resultado de uma parceria entre a PepsiCo e a TVP Solar, empresa suíça especializada na tecnologia termossolar com soluções de última geração. A TVP Solar projeta, desenvolve, fábrica e comercializa coletores solares térmicos de alto vácuo e sem espelhos, baseados em uma tecnologia patenteada. A energia termossolar é livre de carbono e uma alternativa mais barata do que a gerada por combustíveis líquidos. Piero Abbate, CEO da TVP Solar, destacou que a parceria com a PepsiCo é emblemática para a empresa, porque evidencia a importância da energia termossolar para a indústria de alimentos e bebidas. (canalenergia)

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Todos os ônibus urbanos da Volvo serão elétricos em 2030

“Em 2030, todos os produtos ônibus urbanos da Volvo serão elétricos. A Volvo já anunciou abertamente isso e em 2030 nós teremos toda nossa gama de produto urbano elétrico. Rodoviário ainda não, mas urbano sim, vai ser totalmente elétrico”.

A previsão foi divulgada pelo presidente da Volvo Buses Latin America, Fabiano Todeschini, na entrevista coletiva em 02/02/22.

“Os primeiros ônibus elétricos que vão chegar são urbanos, porque normalmente um ônibus urbano faz uma rota diária de 250 quilômetros e a capacidade da bateria é essa. E é um circuito sempre repetitivo. O rodoviário vai demorar um pouco mais”, explicou.

O presidente destaca ainda que a estratégia de combustíveis da Volvo é única. Isso porque a fabricante não terá ônibus urbanos a gás.

“A gente vai direto para o elétrico. Com a quantidade de CNG que se gasta em um ônibus a gás, você consegue produzir energia elétrica para três ônibus elétricos. Então, não faz sentido transportar o CNG dentro de um ônibus por toda a cidade sendo que se deixá-lo parado e produzir energia elétrica, você consegue carregar três ônibus elétricos, por isso a gente está olhando para a eletromobilidade”, detalhou.

Por sua vez, o presidente do Grupo Volvo América Latina, Wilson Lirmann, acrescenta que a fabricante vai trabalhar em várias linhas de desenvolvimento rumo à mobilidade elétrica.

“O futuro elétrico nesse longo prazo até 2040, vamos ter provavelmente 100% dos veículos elétricos, mas existem uma série de investimentos que ainda são necessários nos motores de combustão interna. Nós vamos continuar desenvolvendo a eficiência energética desses motores e os preparando para os combustíveis alternativos. Já temos condições hoje de atender no HVO, no biodiesel, então temos que estar preparados para isso”, disse.

“Nós vamos ter a arrancada da eletromobilidade até 2025. Vamos ter algumas centenas de caminhões rodando no Brasil e na América Latina. A partir daí, vamos ter mais clareza sobre onde vamos chegar em 2030”, completou, com relação aos veículos em geral fabricados pela Volvo.

Em 02/02/22 a Volvo anunciou a renovação do ciclo de investimentos no Brasil para R$ 1,5 bilhão até 2025.

Eletromobilidade

Em 2021 a Volvo também ingressou na aliança “Zero Emission Bus Rapid-Deployment Accelerator”/Aceleração para uso de ônibus zero emissões, iniciativa entre várias instituições para impulsionar a implantação de ônibus cada vez mais limpos na América Latina.

Como primeiro passo, em janeiro/2022 a marca deu início a testes com um chassi 100% elétrico em Santiago, no Chile. Ainda neste primeiro semestre, há programação de testes com o mesmo veículo em Bogotá, Colômbia.

Entretanto, segundo o presidente da Volvo Buses Latin America, Fabiano Todeschini, ainda não há previsão de chegada do ônibus elétrico ao Brasil. (biodieselbr)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Vivo inaugura usina solar no Rio Grande do Norte

Projeto em expansão já conta com 22 usinas em operação no modelo de geração distribuída, de fontes solar, hídrica e de biogás

A Vivo inaugurou em Nova Cruz, no Rio Grande do Norte, sua primeira usina de geração distribuída. Construída em parceria com o Grupo Gera, a usina de fonte solar está instalada em uma área de oito hectares e deve gerar 4,905 MWh/ano. Tudo que for produzido será injetado na rede da companhia de distribuição da Cosern/Grupo Neoenergia para suprir o consumo de mais de 320 unidades da Vivo, como lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão, localizados na área de concessão atendida pela distribuidora.

A iniciativa integra a estratégia da Vivo para ampliar a produção própria de energia de fontes renováveis. Das 85 usinas do programa de geração distribuída previstas pela empresa para todo o Brasil, 22 já estão em operação, em diferentes regiões do país e com diferentes parceiros, produzindo energia a partir de fontes solar, hídrica ou de biogás. A usina de Nova Cruz também gerou benefícios sociais, ambientais e econômicos na região. A etapa de construção gerou 65 empregos. Na fase operacional, são cinco postos fixos de trabalho. Também foram realizadas obras de melhoria na rede elétrica do entorno.

A produção de Geração Distribuída de energia da Vivo no Brasil responderá por 89% do consumo em baixa tensão, atendendo mais de 30 mil unidades da empresa em todo o país, produzindo cerca de 711 mil MWh/ano de energia, o suficiente para abastecer todo o consumo de uma cidade de até 320 mil habitantes. (canalenergia)

Causas, consequências e situação de um dos piores acidentes radioativos

Causas, consequências e situação do palco de um dos piores acidentes radioativos da história.
Desastre de Chernobyl: Causas, consequências e situação atual do palco de um dos piores acidentes radioativos da história.

Não há dúvidas de que o desastre de Chernobyl, ocorrido em 1986, foi a maior catástrofe nuclear do século 20. Por conta deste triste incidente, várias políticas internacionais acerca das práticas nucleares precisaram ser revistas, e o desastre também teve vários desdobramentos na área da preservação ambiental e na pauta de grupos ativistas. Mas muito mais do que isso, a explosão em Pripyat, na Ucrânia, deixou manchas e cicatrizes que não sumiram até hoje.

É difícil deixar de lembrar que a explosão ocorreu muito por conta da negligência e da falta de protocolos adequados de segurança, já que não estavam previstos procedimentos de emergência para o caso de problemas desta natureza em Chernobyl. Além disso, os funcionários do local não tinham o treinamento adequado para lidar com essas situações. Ou seja, com tudo isso em mente, o desastre era apenas uma questão de tempo.

Quanto um teste de segurança realizado no meio da noite deu errado, o Reator 4 de Chernobyl acabou se tornando totalmente incontrolável, fazendo com que uma poderosa explosão desse início a um incêndio. Dois trabalhadores morreram naquela noite, mas esse foi apenas o começo dos desdobramentos trágicos da explosão. Ao longo dos dias que se sucederam, 134 militares envolvidos com a limpeza em Pripyat e arredores precisaram ser hospitalizados, sendo que 28 morreram de síndrome de radiação aguda nas semanas seguintes, e 14 morreram de câncer induzido por radiação ao longo de 10 anos. Isso é claro, considerando aquilo que nós sabemos sobre os casos, já que a transparência da União Soviética não era algo a se invejar.

Em questão de poucos dias, um erro de cálculo nas medidas de segurança acabou se tornando o maior desastre nuclear da era moderna. Enquanto o mundo inteiro assistia horrorizado, centenas de pessoas sacrificaram suas vidas tentando recuperar o que fosse possível no Reator 4, ao mesmo tempo em que tentavam minimizar as consequências do incêndio. Mas ainda que mais de 35 anos tenham se passado, a radioatividade de Chernobyl ainda perdura.

O desastre ocorrido em Chernobyl fez com que grandes quantidades de isótopos radioativos se espalhassem na atmosfera, cobrindo uma grande parte da União Soviética, da Europa Oriental, da Escandinávia e do Reino Unido. Além disso, uma parte da costa leste americana também foi afetada. Mas é claro que as regiões mais próximas à Pripyat é que ficaram com os piores efeitos da explosão. Kiev, capital da Ucrânia, recebeu 60% das consequências diretas do acidente, enquanto uma parcela significativa do território russo também foi contaminada em níveis preocupantes. De acordo com a UNICEF, mais de 350 mil pessoas evacuaram suas casas em Pripyat entre 1986 e 2000, por conta dos efeitos duradouros da explosão de Chernobyl.

Só para se ter uma ideia, a usina nuclear de Chernobyl ficava a cerca de 100km ao norte de Kiev, capital ucraniana e cidade com maior população no país. E se as pessoas sofreram com os efeitos devastadores da radiação a uma distância de 100km, é fácil compreender o pesadelo que viveram os habitantes de Pripyat – uma cidade que foi fundada em 1970 justamente para abrigar a usina, e ganhou status oficial apenas nove anos depois. Hoje em dia, exceto pela resiliência da vida selvagem, que surpreende a todos nós, Pripyat é uma localidade fantasma no meio do território ucraniano, próximo à fronteira com a Bielorrússia. A proporção do acidente também é justificada pelo tamanho da usina. Afinal de contas, Chernobyl tinha quatro reatores, sendo que cada um era capaz de gerar 1000 megawatts de energia elétrica. Apenas para contextualizar, especialistas estimam que 1 megawatt é capaz de produzir eletricidade suficiente para a demanda de mil residências de uma só vez.

Problemas técnicos e negligência

Os quatro reatores de Chernobyl eram diferentes daquilo que se via em outras usinas nucleares no resto do mundo. O reator RBMK, projeto pelos soviéticos, era pressurizado a água, e tinha o objetivo de produzir plutônio e energia elétrica. Para isso, usava uma rara combinação de refrigeradores à base de água e moderadores de grafite. Isso fazia com que eles fossem bastante instáveis em baixa potência. Isto é, se os reatores perdessem água de resfriamento, eles diminuiriam drasticamente a produção de energia, o que facilitaria as reações nucleares em cadeia. Além disso, o projeto do RBMK não previa estruturas de contenção, que normalmente consistem em cúpulas de concreto e aço com o objetivo de manter a radiação dentro da usina, mesmo que o reator falhe, vaze ou exploda. Tudo isso, somado ao fato de que os funcionários responsáveis pelos reatores não tinham o treinamento adequado, fez com que tudo contribuísse para uma grande tragédia.

Em 25/04 os funcionários que trabalhavam no Reator 4 decidiram realizar um teste de segurança que fugia um pouco da rotina. A ideia era descobrir se a turbina do reator poderia ou não operar bombas emergenciais de água com energia inercial, mas os testes acabaram dando errado. Primeiramente, a equipe desconectou os sistemas de segurança do reator, bem como o sistema essencial de regulação de energia. Mas as coisas pioraram mesmo quando eles colocaram o reator em um nível de potência tão baixo que fez com que ele se tornasse instável e perdesse muitas de suas hastes de controle. Neste momento, a potência do reator atingiu mais de 200 megawatts. Na hora fatídica do acidente, os engenheiros desligaram completamente o motor da turbina para confirmar se sua rotação inercial forçaria ou não as bombas de água do reator a entrar em funcionamento. Tragicamente, isso não aconteceu. Sem o refrigeramento adequado para manter as temperaturas, o nível de potência do reator chegou a um nível incontrolável.
Para tentar evitar que as coisas piorassem, os engenheiros reinseriram as hastes de controle no reator. O problema é que, como a ponta das hastes eram feitas de grafite, isso acabou desencadeando uma reação química que resultou em uma explosão, inflamada por vapor e gás. A força da explosão arrancou a tampa de concreto e aço de 1000 toneladas, e rompeu todos os tubos de pressão, expondo o núcleo do reator ao meio-ambiente. O incêndio permitiu que mais de 50 toneladas de material radioativo rapidamente fossem lançado ao céu. Inevitavelmente, todo esse material se espalhou e foi arrastado pelo continente pelo vento, causando diversos problemas por onde passava. A quantidade de radiação liberada pelo desastre de Chernobyl foi várias vezes maior do que dos bombardeios atômicos dos EUA e Hiroshima e Nagasaki, e com a ajuda das correntes de ar, o desastre acabou afetando o leste e o norte da Europa de forma terrível, contaminando uma grande extensão de terras agrícolas e zonas urbanas.

Alexander Akimov – Herói de Chernobyl

Os efeitos da explosão de Chernobyl foram assustadores, mas inacreditavelmente poderiam ter sido ainda piores se não fosse pelo herói Alexander Akimov e sua corajosa equipe. Akimov foi o primeiro engenheiro a declarar emergência na usina assim que o reator foi desligado, embora naquela altura o dano já estivesse feito. Infelizmente ele percebeu tarde demais a extensão do dano – o reator já havia explodido, e o vazamento já estava em andamento. Em vez de evacuar a usina durante a explosão, Akimo, junto com Valeri Bezpalov, Alex Ananeko e Boris Baranov entraram na câmara do reator em águas radioativas na altura da cintura para tentar controlar o problema. Bezpalov, Ananeko e Baranov compuseram um “Esquadrão Suicida” que desceu ainda mais fundo na água para ligar as bombas de alimentação de emergência, tentando inundar o reator e evitar a liberação de mais materiais radioativos.

Eles bombearam manualmente a água, sem nenhum equipamento de proteção. O trabalho dos engenheiros acabou custando a vida deles, por conta do envenenamento pela radiação, mas eles mudaram drasticamente o impacto do desastre, já que o sacrifício da equipe foi crucial para diminuir os efeitos do incêndio.

Consequências do acidente

Embora seja difícil associar diretamente as doenças e complicações de saúde com o desastre em si, os esforços de curto e longo prazo para minimizar qualquer consequência foram substanciais. A explosão inicial resultou na morte de dois trabalhadores da usina, além 28 pessoas entre bombeiros e encarregados da limpeza. Outras 19 pessoas morreram dentro de três meses após a explosão. Aproximadamente mil funcionários do reator foram fortemente expostos a radiação de alto nível, bem como mais de 200 mil pessoas encarregadas nas missões de resgate e combate às chamas. As evacuações começaram 36 horas após o incidente, com as autoridades soviéticas tendo realocado com sucesso todos na zona de exclusão de 30 km em um mês. Cerca de 116 mil pessoas tiveram que pegar suas coisas e encontrar novas casas, muitas infelizmente acabaram morrendo por câncer e outras doenças que podem ser ligadas ao acidente. Mas um relatório das Nações Unidas, feito em 2005, sustenta que “o maior problema de saúde pública criado pelo acidente foi seu efeito sobre a saúde mental das 600 mil pessoas que vivem em áreas impactadas pelo evento”.

O Instituto de Energia Nuclear afirmou que o desastre de Chernobyl resultou em cerca de 4 mil casos de câncer de tireoide, com algumas mortes tendo ocorrido até 2004. Segundo a ONU, ainda, menos de 50 mortes podem ser confirmadas como resultado direto da exposição à radiação do evento. As crianças em áreas contaminadas receberam altas doses de medicamentos para a tiroide, tentando combater o aumento do radioiodo – um isótopo contaminante que se infiltrou no leite produzido naquela região. Este isótopo teve uma meia-vida de oito dias. Enquanto isso, descobriu-se que o solo continha césio-137, que tem uma meia-vida de 30 anos. Os esforços, porém, não foram tão bem sucedidos assim. Numerosos estudos apontam que o número de casos de câncer de tireoide em crianças com menos de 15 anos de idade na Bielorrússia, bem como na Rússia e na Ucrânia em geral, mostrou um pico preocupante. Muitas dessas crianças desenvolveram uma forma particular de câncer por beber o leite extraído de vacas que pastavam em solo contaminado.

Infelizmente, toda uma geração de crianças cresceu com problemas relacionados ao desastre, que entrou para a história como um dos piores de todos os tempos.

Como está o reator 4?

A melhor medida preventiva que Chernobyl poderia ter incluído em seu projeto era uma estrutura de contenção para evitar que a radiação escapasse no caso de uma falha estrutural. Após o acidente, em 1986, os soviéticos construíram uma espécie de “sarcófago” temporário para bloquear a liberação do material radioativo. No entanto, a estrutura de concreto foi construída como uma resposta de emergência, com severas restrições de tempo. Por isso, ele foi projetado e colocado em prática com várias falhas e problemas de estrutura. E a medida nunca foi concebida como uma solução final e permanente para a contenção da radiação. Mas isso fez com que a contaminação radioativa ficasse ainda mais confinada, permitindo que as autoridades monitorassem de perto as atividades do reator após a explosão. Por fim, a construção do Novo Confinamento Seguro/NSC foi finalmente concluída em novembro de 2016. Financiado pelo Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, o projeto custou US$ 1,6 bilhão, e atualmente envolve cerca de 3 mil trabalhadores no local. Cerca de 200 toneladas de material radioativo ainda permanecem sob o antigo sarcófago, com funcionários monitorando rotineiramente a exposição com equipamentos especializados. As autoridades estão convencidas, no entanto, de que a radioatividade é bastante baixa nos dias de hoje em torno de Pripyat, e representa pouco ou nenhum risco.

Prova disso é que pouco a pouco a vegetação do local vem tomando conta da região, mostrando uma resiliência incrível, que choca até mesmo alguns especialistas da área. Além disso, há várias localidades afetadas pela radiação que hoje em dia já vem sendo visitadas por turistas, durante passeios guiados. Nestas visitas, as pessoas conseguem conhecer de perto o palco desta tragédia que tirou a vida de tantas pessoas, e modificou para sempre a vida nesta área da antiga da União Soviética.

Resta-nos torcer para que as cicatrizes de Chernobyl que ainda estão abertas sirvam para ilustrar a importância dos cuidados e da prevenção que os funcionários devem ter ao lidar com materiais radioativos e outros produtos com um potencial destrutivo tão grande. (misteriosdomundo.org)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Usina solar no Ceará recebe 619 mil painéis solares da China

Para a geração de energia solar, serão instalados os 619.710 módulos fotovoltaicos que estão chegando da China, os quais, em plena operação, terão uma potência nominal total de 196,04 megawatts e potência instalada total de 219,99 megawatts.
Chega ao Porto do Pecém no Ceará um navio com aproximadamente 231 contêineres, que estão trazendo milhares de painéis solares que ajudarão na construção da nova usina solar de Caucaia.

O projeto para a indústria foi aprovado no Conselho do Meio Ambiente/Coema, e está aguardando apenas a licença que será emitida pela Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) para que as instalações sejam feitas.

Qual a capacidade da usina solar?

A responsável pela importação será a Lavras 6 Energias Renováveis S.A, que é controlada pela Canadian Solar do Brasil, subsidiária da Canadian Solar. A Lavras 6 também será responsável pela construção da usina solar do Ceará.

Ao todo, serão 619.710 placas solares para a geração de energia solar, gerando potência média de 219,99 megawatts. De acordo com a SEMACE, apenas no período de instalação das placas serão gerados em torno de 300 empregos.

Exigências da SEMACE para instalação da usina fotovoltaica

Entre as várias exigências, a que se destaca é o fato de que a usina e suas atividades não podem interferir ou alterar o ambiente das comunidades tradicionais da região: indígenas e quilombolas.

De acordo com a SEMACE, toda a área onde está sendo construída a usina, é desabitada, no entanto, em uma parte em específico, aproximadamente 12 famílias continuam vivendo em seus arredores.

A ideia é monitorar e tentar suavizar ao máximo qualquer tipo de impacto ambiental previsto na fase de instalação. O estado do Ceará está em 7° lugar entre os estados com maior potencial de instalação em todo país, com aproximadamente 41,43 MW apenas em junho de 2021.

Quanto rende uma usina solar?

A energia solar é lucrativa para quem deseja um retorno financeiro, podendo obter um rendimento em torno de 15% a 20% ao ano, sendo 1,2% e 1,8% por mês.

Matéria “Transposição do Rio São Francisco” Petrolândia/PE.

Quais são os tipos de usinas solares?

As usinas solares transformam a energia da radiação emitida pelo Sol em energia elétrica. Existem dois tipos de usinas solares: as usinas fotovoltaicas e as usinas termossolares. Apesar de ambas utilizarem a mesma fonte, os processos de conversão de energia realizados por elas são diferentes. (ekkogreen)

Energia eólica direto do mar: governo define regras para novos parques

Publicação do decreto deve acelerar o andamento de projetos de geração que já somam mais de 40 mil megawatts de energia e que estão em análise ambiental pelo IBAMA.
Parque eólico na Dinamarca: países como Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França e Portugal são conhecidos por adotarem esse tipo de empreendimento.

A publicação de um decreto que regulamenta a instalação de parques eólicos no litoral brasileiro deve acelerar o andamento de projetos de geração que já somam mais de 40 mil megawatts de energia e que estão em análise ambiental pelo IBAMA. Esse volume de energia equivale à potencial total de praticamente quatro hidrelétricas de Belo Monte, que é a maior usina nacional.

Por meio do Decreto nº 10.946, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, pelo Ministério de Minas e Energia, foram estabelecidas regras para exploração energética dos ventos marítimos, prática já explorada em diversos países da Europa, mas que ainda aguardava definições de regras no Brasil.

O texto prevê o aproveitamento em águas interiores de domínio da União, no mar territorial, na zona econômica exclusiva e na plataforma continental, para geração de energia elétrica dos chamados "empreendimentos offshore", ou seja, no mar.

Os projetos atualmente em análise no IBAMA somam nada menos que 3.486 cata-ventos que seriam instalados no mar brasileiro. Os parques eólicos seriam erguidos nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Cada empreendimento tem uma distância diferente em relação à costa, variando de 1 a 20 quilômetros.

Ao todo, são 23 parques requeridos até o momento. Em alguns projetos, como um previsto para o Rio Grande do Sul, a pretensão é erguer nada menos que 482 torres em uma única região, conforme informações do IBAMA.

Países como Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França e Portugal são conhecidos por adotarem esse tipo de empreendimento.

Por meio de nota, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) comemorou a medida. "Estou certa de que este momento será um ponto histórico quando analisarmos o desenvolvimento da eólica offshore no Brasil, um decreto que ficará marcado como um passo fundamental para o setor", afirma Elbia Gannoum, presidente da associação. "Não tenho dúvida que, daqui a alguns anos, celebraremos nossos primeiros GWs (gigawatts) de eólicas no mar e o Brasil, que já tem um dos melhores ventos do mundo para eólica onshore, passará também a ser conhecido pelo sucesso de suas eólicas offshore, tecnologia que é tida como essencial na luta para conter os efeitos do aquecimento global".

Com as regras, o setor entende que ficam estabelecidos os critérios técnicos, as obrigatoriedades de estudos e como os órgãos que responderão pelos empreendimentos poderão analisar, aprovar e formalizar o avanço de cada etapa dos projetos, que possuem complexidade maior do que os de eólicas instaladas em terra. As torres de geração de energia são instaladas a centenas de metros ou alguns quilômetros das praias, com equipamentos maiores, pás e torres específicas e uma rede de distribuição própria.

No segundo semestre do ano passado, os ventos responderam por uma média de 20% do abastecimento elétrico nacional diário. Os aero geradores já chegam a alimentar o consumo de um dia inteiro da Região Nordeste. As estimativas apontam que, em horários de pico, as eólicas chegam a atender cerca de 23% do mercado total de energia do Brasil.

Há dez anos, a fonte eólica não passava de uma experiência dentro da matriz elétrica, com pouco mais de 900 megawatts de capacidade instalada em algumas dezenas de parques eólicos. Uma década depois, esse volume se multiplicou por 20 e já chega a 19 mil megawatts. São mais de 720 parques que, diariamente, colocam para girar 8.550 cata-ventos nos principais corredores de vento do território nacional.

Em 2020, o Brasil foi o terceiro país do mundo que mais ampliou sua capacidade de geração, com 2.297 megawatts adicionados, ficando só atrás da China e dos Estados Unidos. O setor recebeu cerca US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 21 bilhões) em investimentos em 2020. Considerado o período de 2010 a 2020, foram US$ 37,3 bilhões injetados nos parques eólicos.

Em terra, o crescimento da geração eólica já está contratado. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já homologou a construção de mais 163 parques eólicos no país. Serão injetados mais 5.445 megawatts de potência ao parque nacional, sem considerar os projetos marítimos.

O Brasil, que até 2013 ocupava a 13ª posição no ranking mundial de geração eólica, fechou 2020 como o sétimo país que mais consome energia produzida pela força dos ventos, só atrás de China, Estados Unidos, Alemanha, Índia, Espanha e França. (exame)

Brasil libera geração de energia eólica em alto mar

O texto estabelece que a cessão de uso possa ser concedida tanto por iniciativa do Ministério de Minas e Energia, quanto por iniciativas por interessados em explorar as áreas.

Documento entrará em vigor a partir de 15/06/2022; entidade do setor vê 'avanço crucial'.

Turbinas de geração de energia eólica na costa: crescimento em energia renovável como alternativa ao petróleo.

Petrobras vai gerar energia eólica no mar

“Hoje, a usina eólica offshore já consegue ser competitiva com algumas fontes que usamos, ela já consegue competir com a termelétrica a gás natural. Já somos o 7° maior produtor de energia eólica do mundo caminhando para, nos próximos cinco anos, sermos o 5° maior”, destacou.

O governo federal editou em 25/01/2022 um decreto que abre espaço para o desenvolvimento da geração de energia eólica em alto mar, ou offshore, no país. A tecnologia é comum na Europa e entrou no radar de grandes investidores, como Neoenergia e Shell.

O documento se aplica às águas interiores de domínio da União, mar territorial, zona econômica exclusiva e plataforma continental.

(gazetadopovo)

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Brasileiros economizarão até 90% na conta de luz se usarem energia solar

Brasileiros ainda podem economizar até 90% na conta de luz ao adotarem ao uso de energia solar.

Devido a ‘Taxação do sol’, brasileiros que queiram economizar até 90%   na conta de luz tem menos de um ano para adotarem ao uso de energia solar sem serem taxados.
Quem já tem painéis solares em casa e quem os instalar até o início de janeiro de 2023 ainda permanece isento da cobrança até 2045.

Com a chegada do Marco Legal da Geração Distribuída, popularmente conhecida como “taxação do sol”, a conta de luz dos que aderirem ao uso de energia solar nos próximos anos pode ficar mais cara, devido a implicação de pagamento de taxa de instalação dos painéis fotovoltaicos   

Foi sancionado no início de janeiro/2022, o Marco Legal da Geração Distribuída, que vai tornar mais cara a geração de energia solar em residências. Porém, ainda há tempo de fugir da “taxação do sol”, que é como está sendo chamada essa cobrança. Veja mais a seguir sobre essa nova cobrança e redução da economia na conta de luz.

Entenda o motivo pelo qual a geração de energia solar ficará mais cara

A geração de energia solar em residências agora possui regras fixas a serem seguidas. Apesar da nova lei atribuir uma taxação à instalação das placas solares – que antes não existia – o Marco Legal da Geração Distribuída trará mais segurança jurídica.

A nova cobrança chamada de “taxação do sol” vai reduzir a economia na conta de luz daqueles que antes, buscaram o sistema justamente para economizar. Com a sanção da Lei nº 14.300/2022 em 07/01/2022, o Marco Legal da Geração Distribuída institui na cobrança da conta de luz os custos da distribuição de energia solar daqueles que a geram em casa através do sistema on grid, sistema esse que é conectado à rede de distribuição de energia elétrica convencional.

A economia dos usuários de energia solar estava justamente na questão do custo de instalação dos painéis fotovoltaicos, pois não havia pagamento dessa taxa, algo que gerava grande economia na conta de luz.

Apesar do Marco Legal da Geração Distribuída e taxação do sol, o sistema de energia solar não perdeu atratividade.

Mesmo com a “taxação de sol” do novo Marco Legal da Geração Distribuída, adotar o sistema de geração de solar não perdeu a atratividade, pois o marco legal estabeleceu que aquele que já haviam instalado o sistema de energia solar em casa antes da sanção da nova Lei ou quem realizar a instalação dentro de um prazo de 12 meses a partir da publicação da Lei, segue isento da “taxação de sol” na conta de luz até 2045.

Isso significa que ainda há tempo para fazer a instalação de painéis fotovoltaicos em casa e desfrutar desse tipo de geração de energia solar com economia – mesmo que isso não signifique que os que instalarem painéis fotovoltaicos após esse período não tenham economia em suas contas de luz, já que a adoção do sistema, sendo cobrado ou não pela instalação, continua sendo mais viável e econômica do que o uso de energia elétrica convencional atualmente, que está cada dia mais cara devido a crise hídrica.

Aqueles que adotarem a geração de energia solar após 07/01/2023, também não precisam se preocupar com a “taxação de sol”, pois a cobrança pela instalação e uso da rede também não será absurda, como muitos têm imaginado.

Entenda as cobranças do FIO B dentro da geração de energia solar, segundo o novo marco da geração distribuída.

“Art. 27. O faturamento de energia das unidades participantes do SCEE não abrangidas pelo art. 26 desta Lei deve considerar a incidência sobre toda a energia elétrica ativa compensada dos seguintes percentuais das componentes tarifárias relativas à remuneração dos ativos do serviço de distribuição, à quota de reintegração regulatória (depreciação) dos ativos de distribuição e ao custo de operação e manutenção do serviço de distribuição:

• I – 15% (quinze por cento) a partir de 2023;

• II – 30% (trinta por cento) a partir de 2024;

• III – 45% (quarenta e cinco por cento) a partir de 2025;

• IV – 60% (sessenta por cento) a partir de 2026;

• V – 75% (setenta e cinco por cento) a partir de 2027;

• VI – 90% (noventa por cento) a partir de 2028;

• VII – a regra disposta no art. 17 desta Lei a partir de 2029.

Neste trecho da Lei, está explicitado o escalonamento da cobrança do Fio B, lembrando sempre que o artigo 17 referido no VII ano da transição, trata da “delegação” de poder a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para determinação das regras tarifárias que regulamentarão a classe a partir de 2029, resultante do chamado “encontro de contas” para valoração de custos e benefícios da GD.

Desta forma, quem iniciar o seu processo de homologação a partir do dia 07/01/2023 já estará sujeito às novas regras de não compensação do Fio B. Ou seja, se seu cliente conectar o projeto à rede de distribuição no ano de 2023, ele passará a pagar o Fio B na conta de energia de forma escalonada ao longo dos anos, conforme exemplo abaixo:

Solicitação de Acesso protocolada em 07/01/2023: pagará 15% do Fio B em 2023, 30% do Fio B em 2024 e assim sequencialmente até o 7º ano de transição onde estará pagando 90% do Fio B mais o percentual que a ANEEL determinar ou não após a valoração dos benefícios da GD;

Solicitação de Acesso protocolada em 07/01/2024: pagará 30% do Fio B em 2024, 45% do Fio B em 2025 e assim sequencialmente até o 7º de transição onde estará pagando 90% do Fio B mais o percentual que a ANEEL determinar ou não após a valoração dos benefícios da GD.

Em comparação a outros países, Brasil segue causando menos impacto no bolso daqueles que utilizam energia solar

A Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) relatou que as novas regras de transição estabelecidas amenizam o impacto com relação ao tempo de retorno do investimento, o payback, dos sistemas que tem prazo de implantação mais próximos.

Apesar da implantação do Marco Legal da Geração Distribuída, as mudanças seguem sendo as mais favoráveis, se levarmos em consideração outras partes do mundo, onde as leis estão sendo revistas ou novas regras estão sendo implantadas, como Califórnia (EUA), Nevada (EUA) e Holanda, na Europa. (clickpetroleoegas)

Enel X, Leonardo e TIM vão apoiar modelo de cidade inteligente para o RJ

Memorando de intenções assinado com governo estadual visa estudar e fornecer soluções integradas para infraestruturas de transporte, conectividade, iluminação, transformação digital e modelos de eficiência energética.
As empresas Enel X Brasil, Leonardo e TIM assinaram um memorando de intenções com o Governo do Rio de Janeiro para iniciar um estudo de soluções conjuntas visando a transformação da capital fluminense em um modelo de cidade inteligente, segura e resiliente. O acordo aconteceu em 01/02/22 no Palácio Guanabara.

Com portfólio em energia, mobilidade, segurança e comunicações, além de uma abordagem orientada a serviços, as três companhias oferecerão ao Brasil soluções integradas sob medida, abordando todo o ciclo de vida do projeto. Pelo contrato cada parte desenvolverá capacidades fundamentais nas áreas de transporte, conectividade, transformação digital e energia para uma e-cidade conectada.

Entre os benefícios são esperados mais proteção, segurança e qualidade de vida aos cidadãos em suas atividades cotidianas, fora o fornecimento de produtos e serviços que impulsionam a expertise da indústria brasileira. Uma gama completa será oferecida: e-city, e-home, e-mobility, e-industries, serviços digitais financeiros e recursos de inteligência artificial.

Além disso, a parceria objetiva identificar possíveis regiões cuja implantação de tecnologias de cidades inteligentes possam ser aplicadas, buscando transformá-las em um “laboratório vivo” para as aplicações tecnológicas que contribuam ao desenvolvimento sustentável na localidade.

Entre as aplicações mais plausíveis está a implantação de tecnologias de segurança a população, com conectividade e integradas a uma série de sensores inteligentes, que auxiliarão na medição do clima e nível de poluição, além de sistemas de recarga pública para veículos elétricos.

Para empresas e edifícios públicos, o memorando prevê a disseminação do conceito de eficiência energética, por meio do desenvolvimento de soluções de engenharia, oferta de energia renovável em usinas de geração distribuída e uso de plataformas de monitoramento em tempo real para climatização. A ideia é oferecer soluções sustentáveis e inovadoras, proporcionando mais eficiência aos clientes. (canalenergia)

Telha solar de cimento é aprovada pelo Inmetro

Telha solar de fibrocimento é aprovada pelo Inmetro.
A Eternit – companhia especializada no fornecimento de matérias-primas, produtos e soluções para o setor de construção civil, e líder de mercado no segmento de coberturas – recebeu, no final de dezembro, o registro do Inmetro para a primeira telha fotovoltaica de fibrocimento do Brasil, batizada de Eternit Solar. Após testes executados no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), o novo modelo agora está certificado sob o registro 008434/2021.

Nova solução da Eternit admite potência superior a 142,2 Wp por unidade enquanto modelo de concreto comercializado a partir do ano passado tem capacidade de 9,16 Wp.

A Eternit anunciou que recebeu o registro do Inmetro para a primeira telha fotovoltaica de fibrocimento do Brasil, batizada de Eternit Solar. Após testes executados no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), o novo modelo admite potência superior a 142,2 Wp e consequente maior geração de energia por telha do que o outro exemplar de concreto, cuja capacidade é de 9,16 Wp.

“Com essa potência, quatro a seis telhas já podem atender às necessidades de uma casa pequena. O restante da cobertura, portanto, pode ser composto de telhas de fibrocimento”, explica o gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Eternit, Luiz Lopes, afirmando se tratar de uma tecnologia revolucionária para democratização do acesso à energia solar no país.

Desenvolvido desde 2020, o produto é esteticamente ondulado e levemente plano no topo das ondulações, onde células são integradas formando um conjunto único, com dimensão de 2,44 m x 1,10 m. Também passou por um processo de adequação na geometria a fim de permitir a incorporação das células UFV. “O peso da telha permanece praticamente o mesmo, permitindo instalação em estruturas pré-existentes, sem necessidade de modificações no telhado”, complementa Lopes.

Projetos-piloto – Para avaliação de desempenho, adequação da telha aos diferentes perfis de clientes e definição do cronograma de vendas, além das instalações já efetuadas na Universidade de Santa Catarina (UFSC) e na unidade fabril de Atibaia, onde já é produzida a telha de concreto Tégula Solar, a Eternit possui projetos-piloto encaminhados em variados tipos de imóveis, como casas populares, comunidades, galpões, construções sem telhado aparente, além de instalações comerciais, postos de gasolina e em projetos na área agrícola e aviária. (canalenergia)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Como funciona um carro elétrico?

Sustentável e zero emissão de poluentes, o carro elétrico é uma tendência mundial. Esses veículos estão se tornando cada vez mais presentes nas linhas de produção das principais montadoras e muito em breve se tornarão maioria nos quatro cantos do mundo. Mas você já parou para pensar como funciona um carro elétrico?

Apesar de a bateria ser o componente mais importante nesse tipo de automóvel, há muitos outros componentes e tecnologias fundamentais para o funcionamento de um carro elétrico.

Para tentar dar uma visão macro a respeito do assunto, o Canaltech conversou com representantes de algumas montadoras que já têm em suas linhas modelos híbridos ou 100% elétricos. JAC Motors e Volkswagen atenderam à reportagem e explicaram, didaticamente, o porquê de os carros elétricos serem a bola da vez no mercado automotivo.

O básico do carro elétrico

Antes de mergulharmos a fundo no assunto, pedimos aos engenheiros da JAC Motors e da Volkswagen uma explicação básica sobre como funciona um carro elétrico.

“O motor elétrico de um carro funciona por meio de um processo físico. Consiste em utilizar uma corrente para criar um campo magnético na carcaça (o 'estator'), cujo deslocamento coloca em movimento uma parte giratória (o 'rotor')”, explicou o departamento de engenharia da JAC Motors à reportagem do Canaltech.

Plataforma mostra como é feito um carro elétrico.

“Diferentemente dos carros à combustão, que são abastecidos em postos de combustíveis, os elétricos podem ser carregados em estações de serviço fast-charge (Corrente Contínua - DC) e em residências nas tomadas convencionais AC (Corrente Alternada). Para isso, esses veículos têm conversores de corrente alternada e contínua”, emendou o setor responsável da Volkswagen.

Bateria, o coração do carro elétrico

Outro ponto importante sobre o carro elétrico é entender a importância da bateria. E não é exagero dizer que ela custa praticamente o preço total do veículo. O porquê de ela ser tão valiosa, no entanto, talvez fique mais bem esclarecido nas palavras do departamento de engenharia da JAC, que tem uma família completa de veículos elétricos à venda no Brasil.

“O pack de bateria de alta tensão é composto por vários módulos, e esses módulos são compostos por milhares de células de íons de lítio. Os tipos mais conhecidos de células são as cilíndricas, prismáticas e as pouch. E, para refrigeração e aquecimento das células, o pack possui uma rede de tubos e flats pela qual o líquido percorre fazendo o controle da temperatura”.

Bateria é o coração do carro elétrico.

No caso dos carros da Volkswagen, como o ID.3 e o ID.4, o departamento de engenharia pontuou que “a bateria está posicionada sob o assoalho em todos os modelos construídos sobre a plataforma MEB, exclusiva para elétricos, permitindo um melhor aproveitamento do habitáculo e distribuição de peso”.

O “cérebro” da bateria

O coração do carro elétrico tem um cérebro. Chamado de BMS (Battery Management System), ele é basicamente o mesmo em todas as marcas que trabalham com veículos elétricos em suas linhas. E como isso funciona? Novamente contamos com a gentileza do departamento de engenharia da fabricante chinesa para levar a explicação correta a você:

“O BMS gerencia a temperatura, tensão e corrente de cada célula do pack. Em um BEV, é fundamental ter uma perfeita equalização das células e o BMS controla essa equalização durante o carregamento e o descarregamento, além de gerenciar todo o sistema de segurança e proteção do pack”.

Esse cérebro é importante, principalmente, se o carro elétrico sofrer infiltração de água ou, por exemplo, ficar preso em um alagamento, situação que não é tão rara em algumas regiões do Brasil. “Se houver uma infiltração de umidade dentro do pack, o BMS identificará e tomará as providências necessárias. Se houver um acidente e, consequentemente, uma fuga de energia, ela irá cortar todo o sistema de alta tensão”.

A conversão da energia

Uma das muitas dúvidas que surgem quando a discussão em pauta é como funciona um carro elétrico diz respeito à utilização da energia. Afinal, como é feito o processo de conversão do que é acumulado em energia cinética para fazer o carro “rodar”?

De acordo com a fabricante alemã, isso ocorre graças a um componente chamado conversor de corrente elétrica de alta voltagem.

“Ele é o encarregado de transformar energia armazenada, que é capaz de acionar o motor, em energia cinética. Também é ele que faz o compressor de ar-condicionado de alta tecnologia é responsável em converter energia elétrica em energia cinética de movimentação do compressor, responsável pelo circuito dinâmico de ar-condicionado e refrigeração”.

Todos os cuidados envolvem a montagem do carro elétrico e seus sistemas.

A Volks ainda citou um ponto que é bastante interessante em toda a tecnologia que envolve esse tipo de veículo:

“Um item interessante é que, no carro elétrico, há possibilidade de regeneração de energia. Quando você aciona o freio, o motor elétrico faz o trabalho de alternador e, por meio dos conversores de corrente, é possível carregar a bateria. Além disso, quando o motorista tira o pé do acelerador, ele automaticamente entra no modo freio motor”.

A explicação é similar ao que pontuou o departamento da JAC Motors. Segundo os engenheiros da chinesa, que, aliás, é parceira da Volkswagen no desenvolvimento de carros elétricos, “toda energia armazenada nas baterias percorre componentes de alta tecnologia e eficiência, como a HVB, PCU, motor e, em alguns casos, a transmissão”.

“Atualmente, alguns veículos já utilizam supercapacitores, que atuam como uma espécie de reservatório elétrico que pode aceitar uma carga muito rapidamente e descarregá-la com a mesma rapidez. Assim, é possível utilizá-los em uma situação na qual o alto torque é exigido, mas em um período curto. Por isso os supercapacitores existentes não substituem uma bateria, mas complementam a performance do veículo”.

Tipos de motor

Engana-se quem pensa que motor de carro elétrico “é tudo igual”. Apesar de todos serem silenciosos, produzirem energia limpa, ou seja, sem emissão de gases poluentes, e terem basicamente composições iguais, há tipos distintos de motores elétricos.

Atualmente, a indústria automotiva utiliza três tipos de motores elétricos:

Motor Síncrono de Imã Permanente (PMSM), que é o mais comum;

Motores de indução trifásicos (AC);

Motores de relutância comutados (SRM).

Motor do JAC E-JS1, compacto elétrico chinês.

“Os veículos JAC utilizam o motor do tipo PMSM. Ele possui ímãs permanentes no rotor, têm características de tração, como alta densidade de potência e alta eficiência. É a melhor escolha para aplicações de alto desempenho”, assegurou o departamento de engenharia da marca.

No caso da Volkswagen, a montadora explicou ao Canaltech que utiliza motores trifásicos, de alta performance e alto rendimento, todos localizados no eixo traseiro dos carros da marca.

Outras tecnologias

Os altos preços cobrados pelos carros elétricos na comparação com os tradicionais a combustão também estão ligados à tecnologia de ponta embarcada nesse tipo de veículo, não apenas centrados na bateria e no motor em si.

Entre os diferenciais que fazem o valor do carro elétrico ir às alturas estão componentes que certamente farão os mais antigos se lembrarem das citações como “rebimboca da parafuseta”. Para quem ficou boiando, esse era o termo que as pessoas usavam para explicar, de forma irônica, qual o problema que havia acontecido no carro, pois não entendiam o diagnóstico passado pelas oficinas.

A lista de componentes importantes para um carro elétrico suprir tudo o que o motorista precisa, e para justificar o preço ainda inalcançável para boa parte da população, inclui:

1. HVB (High Voltage Box)

Uma caixa central que distribui toda a alta voltagem do veículo para todos os componentes movidos pela energia;

2. PCU (Power Control Unit)

Responsável por controlar o motor elétrico e converter corrente contínua CC em corrente alternada CA e vice-versa, em uma situação de regeneração.

ID.3, que virá ao Brasil, é aposta da Volkswagen.

Alguns PCUs possuem internamente um inversor, também chamado de DCDC, que reduz a HV (alta voltagem) do veículo para LV (baixa voltagem).

“Esse componente recarrega a bateria LV de 12v, 24v, 48v. As PCUs normalmente ficam próximas ao motor elétrico e algumas são integradas ao motor”, explicou o departamento de engenharia da JAC Motors.

3. OBC (On Bord Charger)

O carregamento de um carro elétrico na rede elétrica AC depende de três componentes, e sua velocidade será sempre determinada pelo elo mais fraco da corrente. Esses três componentes são: a estação de carregamento, o cabo de carregamento e o carregador de bordo OBC.

O menos conhecido desses três é o carregador de bordo OBC. Ele recebe corrente alternada da rede (AC) e a converte em corrente contínua (DC). Depois, a envia para as baterias, que sempre trabalham em corrente contínua.

“A potência de saída dos carregadores de bordo está geralmente na faixa de 3,7 kW a 22 kW. Essas duas características determinam o preço do carregador e, portanto, o preço de todo o carro elétrico”, explica a JAC Motors.

“O parâmetro-chave na escolha da velocidade de carregamento AC do seu veículo depende do OBC . Por exemplo, se seu veículo possui um OBC de 6,0 kw, e a estação possui uma potência de 22 kw, seu veículo será carregado na potência de 6,0 kw. Como dito anteriormente, a velocidade é determinada pelo elo mais fraco, menos potente”, completou.

4. VCU (Vehicle Control Unit)

A Unidade de Controle do Veículo, também chamada de ECU, gerencia todas as Unidades de Controle Eletrônico dentro do BEV.

5. Compressor de Ar-condicionado

No caso da Volkswagen, seus carros elétricos possuem equipamentos totalmente elétricos, que servem para refrigerar o interior do veículo e também para dissipar o calor das baterias.

6. Caixa de câmbio

Mais um item que existe tanto no carro a combustão quanto no elétrico, mas, de acordo com o departamento de engenharia da Volkswagen, nesse último caso precisa ser “apropriado, desenvolvido para interface entre o motor elétrico e as rodas”.

Carro elétrico tem câmbio? | Saiba como funciona a ré e mais curiosidades

O que o carro elétrico não tem?

Como citamos no início da matéria, o motor do carro elétrico é composto basicamente por dois elementos: o rotor e o estator. Por conta disso, o funcionamento é menos complexo do que o de um carro a combustão. Afinal, não há virabrequim, velas, correias ou comandos de válvula distribuídos por baixo do capô.

Motor a combustão do Chevrolet Tracker.

E o que mais os carros elétricos não têm quando comparados aos tradicionais, a combustão? Para abrir a lista, por mais óbvio que seja, vamos deixar bem claro: carro elétrico não tem tanque de combustível, ok? Afinal, ele não faz uso de gasolina nem etanol.

Além do tanque, também não vemos em carros 100% elétricos itens como escapamento, bomba d’água, radiador e outros itens de arrefecimento líquido. Pinças, discos e reservatório para fluído de freio, no entanto, permanecem (por enquanto). (yahoo)